"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

PONDERAR É PRECISO (OU A CARTILHA DO PT)

 

Quem conta um conto aumenta ou diminui os pontos como melhor lhe convém.
Assim faz o PT em seu relato sobre os dez anos do partido no poder, "gloriosos" notadamente se comparados ao período "desastroso" do PSDB.

Obviamente nem tudo é glória, mas também nem tudo é desastre.

Um governo que renegociou a dívida externa de modo a recuperar a confiabilidade internacional do Brasil, que conferiu sentido concreto aos conceitos de estabilidade monetária, de responsabilidade fiscal, essenciais para a organização do País, profissionalizou a direção da Petrobrás, extinguiu feudos políticos dos mais tradicionais ao mesmo tempo em que abria as portas da telefonia à população, não pode ser considerado exatamente catastrófico.

Tampouco pode ser visto apenas sob o prisma do puro esplendor um governo que desmoralizou o conceito de ética, escarneceu das normas de conduta, ignorou as regras do jogo eleitoral, passou a mão na cabeça dos piores tipos, achou que poderia comprar impunemente apoio de partidos no Congresso, desconstruiu as agências reguladoras, pôs em risco a Petrobrás, maquiou dados públicos como naquele passado de descrédito mundial e, na véspera de completar 10 anos no poder e 33 de fundação, teve a antiga cúpula condenada à prisão.

A cartilha comemorativa é um elogio à mistificação: da capa com desenho que remete às velhas imagens do realismo socialista a distorções grosseiras conforme demonstrado em trabalho de Gustavo Patu na edição de ontem da Folha de S. Paulo.

No "mentirômetro" há versões falsas sobre vários assuntos: posição do Brasil no ranking das economias do mundo, o crescimento do PIB por habitante nos últimos anos, a desigualdade social, a redução da taxa de pobreza e a inflação.

Ninguém espera que o PT vá esconder seus bem feitos e exaltar os malfeitos, bem como não seria de se imaginar que o partido enaltecesse o adversário.

Um pouco de comedimento e maturidade, contudo, daria ao PT um ganho no campo da honestidade, onde anda precisando se recuperar. Mas à ponderação que confere credibilidade aos discursos, o partido preferiu apresentar-se infalível.

21 de fevereiro de 2013
Dora Kramer, O Estado de S.Paulo

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




21 de fevereiro de 2013

NO MEIO DA TARDE DESTA QUINTA-FEIRA, DIA NORMAL DE TRABALHO, O PLENÁRIO DO SENADO ABRIGAVA TRÊS SENADORES

 


Caso de cadeia – Para que não nos acusem de proteger o Senado Federal e dedicar à Câmara dos Deputados doses de intransigência, abordamos nesta matéria o que acontece costumeiramente no Congresso Nacional, em ambas as Casas legislativas, nas tardes das quintas-feiras. A famosa debandada generalizada.

Enquanto o brasileiro trabalhava sob o sol a pino das 15h25, para inclusive sustentar a classe política, no plenário do Senado, que realizava a chamada Ordem do Dia, estavam presentes apenas três senadores. Considerando que a Casa abriga 81 senadores, apenas 3,7% do contingente de parlamentares estavam a postos. Um verdadeiro atentado contra a democracia, não sem antes configurar um deboche com os contribuintes.

Em qualquer empresa privada brasileira, nesse horário os funcionários estão à plena carga, pois do contrário o olho da rua é serventia da casa. No mundo da política, onde uma minoria é mais igual que o restante da população, a vadiagem é consentida e remunerada.

O clima de constrangimento no plenário do Senado era tamanho, que, meia hora mais tarde, o senador Wellington Dias, do PT piauiense, reclamou com indignação do número de parlamentares presentes à sessão que naquele instante era plenária.

Cada senador, assim como cada deputado, custa aos brasileiros US$ 7,5 milhões por ano. E igualmente ao que ocorre na Câmara, no Senado os parlamentares trabalham efetivamente, na melhor das hipóteses, 120 dias por ano. Isso significa que cada senador custa ao erário US$ 62,5 mil por dia trabalhado. Como a tarde desta quinta-feira pode ser classificada como perdida em termos de produção parlamentar, o Senado conseguiu a enorme proeza de ajudar o Brasil a arremessar pela janela do descaso US$ 2,5 milhões.

Para quem desconhece o real funcionamento do Congresso, afirmamos que esse valor é pouca letra. E explicamos a razão. Certa vez, enquanto tramitava no Congresso o projeto do Novo Código Civil, a troca de um “e” por um “ou” em determinado artigo custou a bagatela de R$ 3 milhões. No âmbito das comparações, o estrago desta ensolarada tarde de quinta-feira não foi tão grande assim. O Senado mandou pelo ralo pouco menos do que a última das vogais, o “e”, “ou”, para os mais exigentes, financiou o ócio oficial com o dinheiro público. Mas o que são R$ 5 milhões em um país onde o salário mínimo vale a fortuna de R$ 678?

Mesmo diante dessa sequência de absurdos, há no Brasil quem acredita que o comodismo é sinônimo de esperteza.

21 de fevereiro de 2013
ucho.info

DIGNO DE RISOS...

Gurgel classifica como 'risível' investigação sobre tablets, pedida por Collor


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recebeu com surpresa a notícia de que será investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Ele foi informado da decisão do Senado logo após a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF). “Chega a ser risível, não a decisão do Senado, mas o motivo do pedido”, disse.


“Ah, esse Collor….”

O TCU irá investigar a compra de 1.200 tablets pela Procuradoria-Geral da República (PGR), para apurar se houve direcionamento na licitação. De acordo com o procurador, não houve direcionamento, e sim licitação específica para uma marca (Ipad, da Apple), que atendia às necessidades do órgão.

Ainda segundo Gurgel, a compra de produto específico já foi feita por vários órgãos públicos, como o Ministério de Minas e Energia, em procedimento aprovado pelo TCU. Ele considera legítimo o controle pelo TCU. “Todas as portas do Ministério Público estarão abertas ao TCU, como sempre estiveram e sempre estão, para que todas as verificações sejam feitas”.

Gurgel preferiu não comentar se a decisão do Senado tem motivação política, creditando a informação às notícias veiculadas na imprensa. Perguntado se concorda com essa avaliação, ele se limitou a responder que “é uma das possibilidades”.

21 de fevereiro de 2013
Débora Zampier (Agência Brasil)

ENTRE A CRUZ E A OPUS DEI, A VINGANÇA DO PAPA

 

Renunciou para fazer o sucessor. Nada mais despropositado, porém nada mais verdadeiro. Nada mais sintonizado com a personalidade de Joseph Alois Ratzinger, adestrado na Juventude Hitlerista em sua formação.



Foi o que restou ao irascível papa germânico, ao se sentir totalmente isolado desde que entrou em choque com sua principal aliada e “monitora”, a obscurantista Opus Dei, como consequência do afastamento do representante do Banco Santander em Roma desde 1992, Ettore Gotti Tedeschi, da direção do Instituto para Obras de Religião – o Banco do Vaticano, em meio a uma saraivada de denúncias protagonizadas pelo cardeal Carlo Maria Viganò, ex-secretário geral do Vaticano, aos mil documentos contrabandeados pelo mordomo Paolo Gabriele e um fogo cruzado incontrolável de mexericos.

Tedeschi é um “supernumerário” da poderosa organização de 90 mil seguidores fanáticos, cognominada como “o Exército do Papa”, numa reportagem de novembro de 2008 da revista “Superinteressante”.
Fundada em 1928 (reconhecida em 1982 como uma “Prelazia Pessoal” do Papa,a única na estrutura da Igreja romana) pelo confessor do ditador Francisco Franco, o espanhol Josemaría Escrivá Balaguer, que morreu em 1975 e foi declarado santo em 2002 pelo Papa João Paulo II, num rito sumário, a Opus Dei foi a principal articuladora das escolhas dos dois últimos papas, como demonstrou o jornalista espanhol Juan Bedoya, no El País, de Madri, e como sabe muito bem qualquer repórter setorista do Vaticano.

HIPOCRISIA E LUTA INTERNA

Numa “vingança perfeita”, nas palavras de um diplomata credenciado na “Santa Sé”, segundo relato de Paolo Ordaz, outro jornalista do El País, o ex-futuro Papa pegou pesado na missa da quarta-feira de cinzas ao apontar a “hipocrisia religiosa” e a luta interna pelo poder, como causas da crise que o levou a um gesto dramático, que desautoriza o dogma da infalibilidade de um sumo pontífice.

Qualquer clérigo ou seminarista sabe que a intriga é o caminho das pedras no reino de São Pedro. E sabe mais ainda que tanto Karol Józef Wojtyła como Joseph Alois Ratzinger só se tornaram papas no estuário dos conflitos dentro da Corte (cúria em latim) vaticana, devidamente manipulados por influentes cardais “numerários” ou aliados da Opus Dei.

Como demonstração de gratidão pelo apoio recebido na sua eleição, após 8 votações, João Paulo XXII concedeu a esse grupo, em 1982, o status de “Prelazia Pessoal”, que a subordina diretamente ao Papa e fez do seu fundador santo, num dos processos mais sumários de canonização, só superado pelo de madre Tereza de Calcutá.

Bento XVI não fez por menos: em 2005 mandou instalar uma estátua de 5 metros do agora São Josémaria Escrivá na fachada exterior da Basílica de São Pedro, que benzeu pessoalmente numa festiva solenidade religiosa em 14 de setembro daquele ano.

Além disso, chamou dois influentes cardeais do Opus Dei para seu primeiro escalão: Julián Herranz, presidente emérito do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, e o secretário da Pontifícia Congregação para os Bispos, arcebispo Francesco Monterisi.

Há quem garanta que o cardeal Tarcísio Bertone, principal homem na cúpula vaticana e pivô da crise que levou à inesperada renúncia, também tenha o respaldo da organização, razão pela qual Bento XVI não conseguiu livrar-se de sua incômoda companhia.

(artigo enviado por Sergio Caldieri)
21 de fevereiro de 2013
Pedro Porfírio

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE



21 de fevereiro de 2013

HÁ CENSURA NOS STATES, NA INGLATERRA E POR AQUI. O BLOG DA TRIBUNA, POR EXEMPLO, CONTINUA CENSURADO NO BANCO DO BRASIL


O comentarista Cao Zone, sempre presente, lembra-nos que em abril de 1985, numa festa no velho Teatro Casa Grande, Leblon, Rio de Janeiro, repleta da fina flor da intelligentsia carioca, o ex-deputado Fernando Lyra, então ministro da Justiça, subiu no palco para dizer sua frase mais emblemática: "A censura no Brasil acabou".

A outra grande frase, no mesmo discurso, foi dizer que "Sarney é a vanguarda do atraso". Na época, Sarney era presidente, e Lyra era ministro. Sarney não teve coragem de demiti-lo, Demorou mais de um ano para fazê-lo. Um bundão.

Quanto à censura, não foi bem assim. Como diz Cao Zone, daquele momento em diante, a censura não foi totalmente… censurada, embora o estado de direito, paulatinamente, fosse tomando conta do pedaço.

Quase 30 anos depois, a censura continua estendendo seus tentáculos sobre os órgãos de comunicação no Brasil e no mundo. Na Inglaterra, o jornalista Julian Assange, criador do organização WikiLeaks, continua asilado na embaixada do Equador.

Nos Estados Unidos, a emissora Press TV, do governo iraniano, O conteúdo era veiculado em inglês. O canal, no qual se tinha acesso à visão iraniana dos fatos e do mundo, transmitia notícias 24 horas por dia, de segunda a segunda.

A emissora classificou o gesto como "mais uma flagrante violação de liberdade de expressão". O mesmo já ocorrera no Reino Unido. Também lá a Press TV foi retirada do ar.

Aqui no Brasil, o Estadão não pode falar em Fernando Sarney, essa figura impoluta da nacionalidade. E o Blog da Tribuna da Imprensa continua proibido a todos os funcionários do Banco do Brasil, por causa das matérias denunciando tráfico de influência de Rosemary Noronha naquela instituição financeira estatal.

21 de fevereiro de 2013
Carlos Newton

IMAGEM DO DIA

 
A jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez durante sabatina realizada pelo Jornal O Estado de São Paulo e Rádio Estadão, na manhã desta quinta-feira (21)
A jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez durante sabatina realizada pelo Jornal O Estado de São Paulo e Rádio Estadão, na manhã desta quinta-feira (21) - Nelson Antoine/Fotoarena
 
21 de fevereiro de 2013

ELE, O 'IMPICHADO', DE NOVO...

Procurador chama de “risível” suspeita levantada por Collor


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, classificou de “risível” a suspeita levantada pelo senador Fernando Collor (PTB-AL) de que o Ministério Público cometeu irregularidades na compra de 1.200 tablets. Gurgel não descartou a possibilidade de que seja uma “retaliação” por sua atuação.
 
Nesta quinta-feira (21), o Senado aprovou pedido de Collor para que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue se a licitação para a compra dos equipamentos foi direcionada para beneficiar uma empresa. Senado aprova pedido de Collor para que TCU investigue procurador
 
“Isso chega a ser risível. Não a decisão do Senado, claro. O MPF fez uma licitação para iPads, especificamente para a marca, sem qualquer direcionamento, como aliás já fizeram diversos órgãos do governo. Um dos precedentes mais recentes é do Ministério de Minas e Energia, em procedimento já aprovado pelo TCU”, disse. Gurgel disse que a investigação é “legítima”, mas não descartou que seja represália pela movimentação contra senadores.
 
“A única coisa que digo é que a imprensa tem dito isso [retaliação]. Nos mais diversos órgãos de imprensa o que se vê é que haveria toda uma série de manobras, de retaliação em razão da atuação do procurador-geral É uma das possibilidades”, afirmou. Segundo o procurador-geral, o Ministério Público “está absolutamente certo da absoluta legalidade do procedimento que adotou e aguarda a auditoria do tribunal de contas”.
(…)
 
21 de fevereiro de 2013
Por Márcio Falcão, na Folha Online:
Por Reinaldo Azevedo

Collor não esqueceu nada e aprendeu com o PT um monte de coisa que não presta

O que pode resultar do cruzamento de alguém como Fernando Collor com o PT? Fosse um híbrido de vaca com jumento, o ser teratológico nem daria leite nem puxaria carroça… Fosse uma mistura de aeroplano com barco, em vez de um hidrovião, teríamos uma estrovenga que despencaria do céu e afundaria na água.
 
Por que isso? Leiam este breve, mas muito significativo, relato de Gabriel Castro, da VEJA.com de Brasília. Volto em seguida.

*** *** ***
O senador Fernando Collor (PTB-AL) não desiste de provocar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Nesta quinta-feira, ele conseguiu que o plenário do Senado aprovasse um requerimento pedindo que o Tribunal de Contas da União investigue a compra de 1.200 iPads, a um custo de 3 milhões de reais, pela PGR.
 
O vazio no Senado facilitou as coisas. O painel marcava 56 presentes, mas a quantidade real de senadores no plenário era bem menor: quatro parlamentares, além de Collor e do presidente da sessão, Jorge Viana (PT-AC) – que não poderia votar.
 
O requerimento foi aprovado no sistema de votação simbólica – o famoso “aqueles que aprovam permaneçam como se encontram”. Enquanto isso, Eduardo Suplicy (PT-SP) falava ao telefone celular, Ana Amélia (PP-RS) conversava com um assessor e Wellington Dias (PT-PI) lia alguma coisa. Além deles, estava presente Garibaldi Alves (PMDB-RN), que completará 90 anos em abril e praticamente não se manifesta em plenário.
 
Voltei

É claro que não estou dizendo que Gurgel ou a Procuradoria estão acima de qualquer investigação. Ninguém está. Mas vejam aí como Collor conseguiu o seu intento. Para investigar uma eventual suspeita de irregularidade, ele recorre a uma escancarada fraude política.
Ele não esqueceu nada. E ainda aprendeu com o PT um monte de coisa que não presta.
 
21 de fevereiro de 2013
Por Reinaldo Azevedo

YOANI, O PODER DAS PALAVRAS E O ÓDIO À DEMOCRACIA NAS PALAVRAS DE UMA PROFESSORA DE DIREITO DA USP

 

Os leitores deste blog sabem quem é a sempre excelente Janaina Conceição Paschoal. Advogada criminalista, professora livre-docente de direito penal da Universidade de São Paulo, esta moça costuma pensar sem medo, uma qualidade cada vez mais rara num país que parece fazer de tudo para caminhar para a ditadura do consenso — que pode, em muitos aspectos, ser ainda mais odiosa do que as do Castro.
 
Fiquei sabendo que Janaina esteve, nesta manhã, no auditório do Estadão, onde Yoani Sánchez conversou com jornalistas, podendo, finalmente, dizer com clareza o que pensa. Convidei, então, a professora a escrever um texto exclusivo para o blog.
Ela aceitou. Mais uma vez, segue o trabalho desassombrado desta jovem professora, de 38 anos. Não! Juventude não é categoria de pensamento, eu sei.
Nestes dias, no entanto, em que tantos moços se comportam como frangotes do velho totalitarismo, saúdo o trabalho de uma moça que tem a coragem de defender as liberdades individuais.
 
Janaina toca numa questão essencial: as agressões de que Yoani foi vítima começam a se tornar rotina, ainda que de forma mitigada, até no ambiente acadêmico brasileiro. Basta que não se recite a cartilha de um partido ou de uma ideologia para cair vítima da difamação. Parabéns, professora!
 

Janaina Paschoal: coragem de dizer o que pensa

Segue o seu texto.
 
*
Acompanhei, hoje pela manhã, a “Conversa com Yoani”, promovida pelo Jornal O Estado de São Paulo. Diversamente do ocorrido em outras oportunidades em que a blogueira tentou se manifestar, o clima estava ameno e respeitoso. O que, confesso, conferiu-me grande alívio, pois, na qualidade de cidadã brasileira, já estava morrendo de vergonha pela forma com que a moça vinha sendo recepcionada.
 
Várias perguntas foram formuladas pelos jornalistas que conduziram a conversa e também pelo público. Yoani respondeu a todas de forma objetiva e serena. Algumas questões deram à blogueira a oportunidade de fazer o papel de garota propaganda de uma suposta abertura cubana, bem como do elevado espírito democrático do governo brasileiro.
 
Com efeito, pela “enésima” vez, ela foi indagada acerca do embargo a Cuba. Respondeu ser contra, pois, caindo o embargo, Cuba não mais terá desculpas para todas as violações praticadas na Ilha. O Senador Eduardo Suplicy perguntou a opinião de Yoani sobre a frase da presidente Dilma, referente a ser melhor ter uma democracia barulhenta do que uma silenciosa ditadura. Ela, como qualquer pessoa minimamente racional faria, afirmou que gostaria de eternizar a frase, por ser uma de suas preferidas.
 
Eu já estava redigindo uma pergunta quando alguém se antecipou e indagou a opinião de Yoani acerca da postura do governo brasileiro diante da ditadura cubana. Nesse instante, a meu ver o ponto alto da Conversa, a moça, corajosa e calmamente, disse que, se ela pudesse dar uma sugestão, seria justamente a de que diminuísse o silêncio. Ela elogiou e agradeceu a ajuda financeira que o Brasil envia a Cuba, mas foi bastante clara ao cobrar firmeza e menos silêncio perante a violação aos direitos fundamentais.
 
Ela ainda fez questão de enfatizar que não existem cubanos de Fidel ou cubanos de Miami. Há apenas cubanos que amam o seu país, onde quer que estejam.
 
Para aqueles que vêm procurando distorcer os fatos, sugerindo que, se Cuba fosse mesmo tão ditatorial, esta moça não estaria aqui, Yoani, de forma muito diplomática (ela, inclusive, se apresentou como uma diplomata da cidadania), disse que, na verdade, Cuba nem a tolera nem autoriza que ela mantenha seu trabalho. Cuba, dada a visibilidade mundial que ela conquistou, não tem mais como impedi-la.
Restou, portanto, muito evidente que Yoani não recebeu a liberdade; ela abriu, conquistou, a duras penas, esse espaço.
 
Ao falar da frustração que implica ler as notícias em seu país, Yoani relatou que, ao comparar os verbos utilizados nas notícias nacionais e internacionais, intriga constatar que, nas nacionais, sempre estão presentes “AUMENTAR”, “CRESCER”, “DESENVOLVER”; por outro lado, nas internacionais, sempre se encontram “MATAR” e “MORRER”. Tudo a referendar a falsa ideia de que Cuba seria um paraíso. Ideia, infelizmente, muito difundida no ambiente acadêmico brasileiro, onde nossos jovens escutam, reiteradamente, que a verdadeira democracia está em Cuba.
 
Quando questionada sobre os protestos que enfrentou, a blogueira foi bastante categórica ao aduzir que exercício da democracia não guarda relação com fanatismo, que se caracteriza pela violência verbal e até física.
 
Acrescento que a truculência sofrida pela visitante, mais que motivo de vergonha própria e alheia, não tem mesmo nada a ver com democracia e poderia até configurar o crime de constrangimento ilegal, previsto no artigo 146 do Código Penal, pois ela foi impedida de fazer o que a lei permite.
 
Fossem os tais protestos, que realmente exorbitaram a livre manifestação, intentados apenas por jovens românticos, aqueles que ainda acham “in” usar camisetas com fotografias de Che Guevara, ou Fidel, até seria “desculpável”.
 
No entanto, as agressões físicas e verbais, perpetradas por pessoas já não tão jovens — pessoas, muitas vezes, que se esforçam para não terminar os cursos universitários em que ingressaram e, quando jubiladas, prestam novos vestibulares para poder exercer seu ofício — são, em grande parte, estimuladas por muitos mestres.
Mestres que propalam e escrevem que a liberdade de manifestação não tem valor quando não se tem igualdade social. Mestres que, como no nazi-fascismo, elevam a sociedade ao patamar de uma entidade indefinida e, portanto, diversa dos vários indivíduos que a compõem. Os indivíduos, com suas necessidades, suas esperanças, medos e sonhos são apenas detalhes. Ora, para aniquilar um detalhe, não precisa muito.
 
Yoani foi bem clara ao dizer que os cubanos vivem um quotidiano de pavor, pois não sabem se o amigo com quem falam ao telefone é ou não um agente do Estado.
 
Não pertenço a nenhum partido. Por óbvio, apesar de ter até parentes petistas, não posso me alinhar com uma sigla que trabalha, a todo tempo, com dois pesos e duas medidas.
 
Amigo é herói. Inimigo é ditador. Aliado é vítima de perseguição política. Dissidente é terrorista ou vendido. Amigo de amigo recebe asilo, não importa o que tenha feito. Opositor de amigo é deportado, hostilizado, vaiado, agredido. Tribunal que condena inimigo é democrático. O que condena amigo é Corte de Exceção.
 
Ora, já que democracia barulhenta é melhor que ditadura silente, por que, diante da ditadura cubana, ainda permanece o silêncio? Além do silêncio, por qual razão um governo que se diz democrático ainda não explicou todo esse imbróglio envolvendo o funcionário da Presidência e um esquema de espionagem da visitante?
 
Muito tenho ouvido que seria papel da oposição ter uma presença mais firme ao lado de Yoani. Respeito, mas não penso dessa forma. Apoiar alguém que luta COM PALAVRAS por liberdade para AS PALAVRAS é papel de todo cidadão, independentemente da causa.
Ademais, não são poucos os intelectuais e políticos não formalmente petistas que ainda ostentam certo romantismo juvenil em torno de Cuba; reverenciam Fidel, em um saudosismo injustificável. Creio que o problema seja mais profundo que qualquer confronto de legendas partidárias.
 
Já escrevi e faço questão de repetir que ditadura é ditadura, e ditador não é herói.
A vinda de Yoani para o Brasil se revelou muito importante por escancarar a realidade que tomou conta do país há um bom tempo. Algumas pessoas se assustaram com os protestos e agressões contra a blogueira, como se fossem atos isolados. No entanto, esse já é o tratamento dispensado a qualquer pessoa que ouse pensar um pouco diferente.
 
Para não perder o tom de relato, concluo dizendo que, ao final do evento, encontrei Yoani no banheiro e, a pedido de uma cubana, que sonha poder voltar para sua terra natal sem correr riscos, bati uma fotografia de ambas, abraçadas, ali mesmo no banheiro. As duas cubanas estavam felizes por se encontrarem, fisicamente e nos ideais. Eu fiquei feliz por registrar o momento e por, finalmente, ter a visitante conseguido falar. Afinal, foi somente para isso que ela veio.

21 de fevereiro de 2013
 
in Reinaldo Azevedo

YOANI CRITICA SILÊNCIO DO GOVERNO BRASILEIRO SOBRE AGRESSÃO A DIREITOS HUMANOS EM CUBA.

Finalmente, ela consegue falar sem ser atacada por vagabundos


Por Branca Nunes, na VEJA.com

A blogueira Yoani Sánchez criticou o silêncio do governo brasileiro com relação à questão dos direitos humanos em Cuba. “Há muito silêncio”, disse a cubana. “Recomendaria uma posição mais enérgica”. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira, quatro dias depois de Yoani desembarcar no país, durante um debate realizado na sede do jornal O Estado de S. Paulo.
Com a voz levemente rouca e uma pulseira do Senhor do Bonfim no braço direito, esta foi a primeira vez que a blogueira crítica ao regime ditatorial dos irmãos Castro conseguiu expor suas opiniões sem ouvir gritos de protestos nem sofrer agressões verbais.
 
“Não me surpreenderam”, disse, ao comentar os protestos. “Os blogs oficiais do meu país já haviam avisado que eu teria uma ‘resposta contundente’ durante a viagem. Todos têm direito de manifestar sua opinião. O que me surpreendeu foi a violência física. Nunca imaginei que me impediriam de falar”.
 
A blogueira aproveitou o evento para responder parte das críticas que os defensores dos irmãos Castro fazem a ela. Ao ser questionada sobre quem está financiando sua viagem – Yoani percorrerá mais de dez países em 80 dias –, a cubana respondeu que o dinheiro vem de diversas instituições, como a Anistia Internacional, universidades e blogueiros. “Não tenho milhões de dólares, mas tenho milhões de amigos”.
Um dos objetivos de Yoani é receber os prêmios (que somam mais de mais de 300 000 reais) que recebeu ao longo dos últimos anos pelo trabalho em Generación Y.
 
Yoani aproveitou para salientar que as pessoas que a ajudam com o blog (traduzido para 18 idiomas) são voluntários espalhados pelo mundo. “Quem traduz meus textos para o inglês, por exemplo, é uma motorista de ônibus de Nova York de 65 anos”, conta. “Mas o governo não acredita mais na espontaneidade. Quando eles querem algo, ordenam, pagam”.
 
Nesta quinta-feira, às 18h, Yoani participará de um evento com blogueiros na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, e, em seguida, autografará o livro De Cuba, com carinho. A blogueira permanece na capital paulista até sábado, quando embarcará para a Republica Checa.
Veja abaixo alguns dos temas comentados por Yoani Sánchez no debate desta quinta-feira:
 
Internet

A internet é para os cubanos uma plataforma de liberdade. Um campo de treinamento para o que algum dia pode se tornar realidade. Ela possibilita que mais pessoas possam se tornar o epicentro da informação. É um espaço democrático, com pessoas boas e más.
 
Fidel e Raúl Castro

O governo de Raúl nasceu de um pecado original: ele não foi eleito. As reformas econômicas que tem feito estão na direção correta, mas num ritmo absurdamente lento e sem profundidade.
O governo de Fidel Castro, por sua vez, queria controlar cada aspecto da vida dos cubanos, desde o que vestíamos ao café que tomávamos. Sobre a repressão, Fidel fazia dela um espetáculo, com grandes julgamentos e punições exemplares. No governo de Raúl, a repressão é velada.
 
Comunismo e capitalismo

Tenho uma relação ruim com as ideologias. Sou uma pessoa pós-moderna, que cultua a liberdade. Não creio que em Cuba haja um socialismo e muito menos um comunismo. Classificaria o governo cubano como um capitalismo de estado. O patrão é o governo.
 
Educação e saúde

A estrutura física e a extensão da rede de ensino e de saúde em Cuba são aspectos positivos. Existem escolas e postos de saúde em cada bairro. Porém, existe um colapso material. Os professores ganham menos de trinta dólares por mês, o que diminui a qualidade. São pessoas despreparadas.
 
Economia

Cuba vive hoje uma esquizofrenia monetária. Existe o peso cubano e o peso conversível. O cubano acorda todos os dias com um objetivo: o que fazer para conseguir pesos conversíveis e alimentar sua família.
Existem algumas alternativas. Caso ele seja um cozinheiro de um grande hotel, por exemplo, pode roubar um azeite ou um pedaço de queijo para vender no mercado negro. Também pode se prostituir, trabalhar clandestinamente ou pedir que parentes que emigraram enviem dinheiro. Quem não tem nenhum desses caminhos passa mal. O salário não é mais a principal fonte de renda.
 
Embargo econômico

Há uma teoria que diz que o embargo é uma caldeira. O fogo geraria precariedade econômica e material, o que levaria as pessoas à rua. Mas o embargo não resulta em rebeldia, mas na imigração dos cubanos.
Outro motivo pelo qual sou contra o embargo é o fato de que ele embasa os argumentos do governo cubano que diz que não há batatas, não há tomates, não há comida por causa do império. Sem essa desculpa, quem eles vão culpar?
 
Protestos internos

Desde pequenos, os cubanos recebem uma série de informações e propagandas que fazem com que eles acreditem que o país não lhes pertence. Pertence a uma geração histórica, que foi a protagonista da revolução. Isso cria uma apatia grande. Além disso, tem uma paralisia provocada pelo medo.
Não um medo da morte, mas um medo da delação. Você acha que será denunciado pelo seu vizinho. Isso leva muitas pessoas a tentarem resolver os seus problemas individualmente. Mas existe uma oposição hoje de jovens que se manifesta artisticamente, via internet, que procura divulgar as informações de forma ampla.
 
Manifestações no Brasil

Muitas dessas pessoas que protestaram contra mim nunca estiveram em Cuba. Outras estiveram por duas semanas fazendo turismo. É uma visão muito superficial. Para os mais velhos, acredito que seja difícil assumir que aquilo em que eles tanto acreditaram está morto, não seu certo.
O governo cubano cria uma realidade distorcida. Eles propagam uma Cuba que não existe, uma cidade utópica, de esperança, onde todos têm chances. Quando meu filho era criança chegou em casa da escola dizendo que antes de Fidel Castro não havia universidades em Cuba. Isso é mentira.
 
21 de fevereiro de 2013
Por Reinaldo Azevedo

COMUNISTAS AGRESSIVOS RECEBIDOS POR CAPITALISTAS BEM HUMORADOS


Flávio, da Reaçonaria...
Um grupo de cerca de 30 pessoas, a maioria estudantes, contrário à ditadura de Cuba resolveu desafiar os manifestantes que têm infernizado a blogueira Yoani Sánchez desde que ela chegou ao Brasil.
Na tarde desta quinta-feira, a cubana participa de um bate-papo numa livraria na avenida Paulista, em São Paulo. Cerca de 50 membros da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao PCdoB, e apoiadora da ditadura dos irmãos Castro se juntaram em frente ao local para tentar impedir a ativista de se manifestar.
Porém, desta vez, o grupo teve de enfrentar apoiadores da cubana. Com faixas e cartazes onde era possível ler “Trocamos Yoani por Zé Dirceu” e “Passagem só de ida para Cuba, quem quer?”, os apoiadores travaram uma batalha de nervos com os admiradores de Fidel. Um grupo de 12 homens da Polícia Militar acompanha as manifestações.
Segundo os participantes do protesto pró-Yoani, a manifestação foi combinada pela internet. “Queremos mostrar que nem todos os brasileiros são a favor de uma ditadura. Queremos ouvi-la e deixá-la falar”, disse o estudante de engenharia florestal da Universidade de São Paulo (USP) Edgar Cutar, de 24 anos. ( Da Veja)
21 de fevereiro de 2013
coroneLeaks

ESPETÁCULO POLÍTICO

Haddad cai na malha fina da CGU.

O Ministério da Educação (MEC) desperdiçou recursos e negligenciou sua principal ação para inclusão digital durante a gestão de Fernando Haddad, revela auditoria da Controladoria Geral da União (CGU). Por meio do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), o governo se comprometeu a dotar as escolas públicas de laboratórios de informática, mas os auditores constataram que 12,6 mil dos 56,5 mil equipamentos entregues estavam guardados em caixas por até três anos.
"Observa-se que, apesar das escolas, no momento do cadastro para o recebimento de laboratórios, declararem a existência de infraestrutura adequada para instalação dos equipamentos, a falta de tal requisito motivou 66,07% das ocorrências de laboratórios entregues e não instalados, o que demonstra fragilidade nos controles da gestão por parte dos Estados e municípios que receberem o laboratório do Proinfo", diz o relatório da CGU. A ação de fiscalização do MEC teria evitado um prejuízo de mais de R$ 1 milhão referente ao custo dos aparelhos inutilizados.
Em 15,3 mil laboratórios, os professores não tinham capacitação para operar as máquinas nem para ensinar a usá-las; em 18 mil não havia treinamento em informática ou os espaços serviam para atividades distintas. "Apesar dos avanços proporcionados pelo Proinfo na inclusão digital, (...) o uso pedagógico da informática nas escolas públicas de educação básica não foi plenamente atingido", diz a CGU, que responsabilizou o MEC por não fiscalizar e acompanhar a execução do programa.
Por meio de nota, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ressaltou que a CGU só visitou 196 escolas e os números são resultado de uma projeção. O Fundo, vinculado ao MEC, questiona a veracidade dos números do órgão. A assessoria de Haddad informou que só se manifestará após tomar conhecimento oficial da auditoria. (Estadão)

Lula: orgulho da corrupção do PT.

A festa de 10 anos do PT também celebrou os 10 anos e 10 meses de cadeia do chefe da quadrilha do Mensalão.
 
Ontem, sem seu discurso, Lula disse que não teme comparação. Especialmente em corrupção. Cercado por mensaleiros condenados à prisão, citou que o seu governo é que deu transparência ao país. No quesito corrupção, o PT é realmente incomparável. Apenas na Casa Civil, foram três ministros demitidos por corrupção, nestes dez anos: José Dirceu, que vai para a cadeia, Antônio Palocci, que só não foi para a cadeia por que fugiu, além de Erenice Guerra, aquela do Tamiflu. A Casa Civil é a mão da Presidência. No caso, a mão grande da corrupção.

Vaiado por todos.

De consagrado fenômeno político, Gilberto Kassab passou a ser um consagrado fenômeno de rejeição. Ontem, na festa do PT, foi recebido aos gritos de "ladrão". Isto que a festa era fechada. Se frequentar uma festa do PSDB, será recebido da mesma forma. Ninguém fique surpreso se, em alguns redutos do próprio PSD, ele for recebido com gritos e assobios. Quando a esperteza é demais, come o dono. E só resta o dono do partido. O dono dos segundos na TV.
 
21 de fevereiro de 2013
in coroneLeaks

LULA BATE RECORDES DE CINISMO E DESCARAMENTO AO DECLARAR CAMPEÃO DE COMBATE À CORRUPÇÃODIANTE DE UMA PLATÉIA DE MENSALEIROS CONDENADOS PELA JUSTIÇA E DE MNINISTROS DEMITIDOS POR CORRUPÇÃO

 

Lula com Dilma no evento em que se declarou campeão em tudo, até no combate à corrupção: cara de pau e cinismo (Foto: Folhapress)

O descaramento do lulopetismo e de seu sumo sacerdote não tem limites.
Vejam vocês, esse tal evento de ontem comemorando 10 anos de governo do PT no Palácio do Planalto.

Como escreveu muito corretamente o repórter Jean-Philip Struck, do site de VEJA, tratava-se de “um evento com a presença de mensaleiros condenados pela Justiça e ex-ministros defenestrados por envolvimento em escândalos de corrupção” — e Lula, com a cara de pau costumeira, voltou a riscar do mapa tudo o que seus antecessores fizeram, atacou a oposição e lançou Dilma (oh, surpresa!) como candidata à reeleição.

Mas cara de pau brilhava mesmo, lustrosa, neste trecho relatado pelo repórter.
Vejam só o descaramento do “deus” de Marta Suplicy e do lulalato:

“Nós não temos medo da comparação, inclusive no debate da corrupção”, disse Lula, sem citar o maior escândalo de desvios de recursos públicos ocorridos no país, o MENSALÃO, ocorrido justamente durante o seu governo. Na plateia, mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como seu ex-ministro e “ex-capitão do time”, José Dirceu, e os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP) aplaudiram.

Lula também não citou a recente operação da Polícia Federal, batizada de Porto Seguro, que flagrou sua mulher de confiança, a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, como integrante de uma quadrilha especializada em fraudes de pareceres técnicos em órgãos federais.


Justamente ontem, completavam-se 89 dias de absoluto silêncio de Lula — que, como sabemos, fala pelos cotovelos, e sobre tudo — a respeito do escândalo protagonizado por sua protegida Rosemary, a “Rose”. Como indica, implacável, o blog de Augusto Nunes, hoje estamos, pois, no 90º dia de silêncio absoluto do grande campeão anticorrupção que Lula tem o cinismo de se considerar.

Até o José Dirceu estava lá — e aplaudindo, feliz, enquanto aguarda os trâmites finais do Supremo antes de passar longa temporada na cadeia!

O ato de celebração do PT foi um acinte aos brasileiros de bem, esta é que é a verdade.
Gente que irá em breve para penitenciárias cumprir pena não apenas se aboletava na plateia como ostentava o mandato de deputado federal. Até onde a pouca-vergonha nacional vai chegar?

21 de fevereiro de 2013
Ricardo Setti

PARA FÚRIA DOS GAYZISTAS, DC COMICS CONTRATA ESCRITOR CONTRÁRIO AO HOMOSSEXUALISMO

       
          Artigos - Movimento Revolucionário
supermandorsoncardMais uma vez fica evidente que, para os intolerantes militantes gayzistas, não se pode discordar deles e ao mesmo tempo trabalhar em paz, valendo-se do elementar direito de livre expressão e opinião.

Em 2013 o Superman pode ter outra aversão além de criptonita e vilões, e nem todo mundo faz questão de pagar para ver.
A DC Comics contratou Orson Scott Card, um desembaraçado escritor de ficção científica que se manifesta contra o movimento gay, para escrever um enredo em duas partes para as novas “Aventuras de Superman” em HQ digital, causando alvoroço entre os ativistas gays.
Card, que é mais conhecido no mundo da ficção científica por seu romance “O Jogo do Exterminador”, talvez seja mais conhecido fora desse universo por suas críticas diretas ao homossexualismo e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Depois que correu a notícia de que Card, com 61 anos, conselheiro da Organização Nacional pelo Casamento (National Organization for Marriage), estaria entre os escritores das novas aventuras do super-herói, o grupo AllOut.org, que defende o casamento igualitário, lançou uma petição pedindo à DC Comics que o demita.
“Ao contratar Orson Scott Card, mesmo com seus iniciativas contrárias ao homossexualismo, vocês estão dando a ele uma nova plataforma e apoiando-o no seu ódio”, declara a petição, que agora tem mais de 13 mil assinaturas.
A DC Comics, divisão do conglomerado Time Warner, emitiu uma declaração na quinta-feira passada defendendo a decisão de incluir Card entre os novos escritores da série.
“Como criadores de conteúdo, dedicamo-nos à defesa da liberdade de expressão; no entanto, as posições pessoais dos indivíduos associados à DC Comics são apenas isso: visões pessoais, e não as da empresa em si”, assegura a declaração.
Da mesma forma, as lojas de revistas em quadrinhos que receberam pedidos de boicote à futura série se recusaram a fazê-lo, de acordo com a CNN, também parte do grupo Time Warner.
“Alguém nos pediu via Twitter que fizéssemos boicote à série, mas desde que abrimos as portas, comprometemo-nos a ter tudo o que pudéssemos em questão de histórias em quadrinhos”, comenta Mitch Cutler, dono da St. Mark’s Comics, que funciona no bairro de East Village, em Nova York, há quase 30 anos.
“Tenho certeza que há nessas prateleiras, neste momento, coisas com as quais posso não necessariamente concordar”, argumenta. “Então, embora entenda que Card possa ter defendido coisas que aborreçam algumas pessoas, seria bastante atípico para nós nos recusarmos a fornecer algo por essa razão”.
Card se recusou a comentar.
Phil Jimenez, escritor abertamente gay e artista de HQs que trabalhou em “Astonishing X-men” e “The Amazing Spiderman”, entre outros trabalhos, diz acreditar que a posição de Card em relação ao homossexualismo e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo inibe os direitos dos gays.
“No caso de Card, não concordo com o fato de darem dinheiro a um homem que foi agiu a favor da aprovação de leis contrárias à homossexualidade na Califórnia”, lamentou Jimenez pelo Twitter.
“Defendo que, para os que também se sentem como eu nessa questão, comprar o trabalho de Card é contra seu próprio interesse social, econômico ou mesmo legal”, acrescenta.
Em um artigo de 2004 intitulado “Homosexual ‘Marriage’ and Civilization” (“Casamento” Homossexual e Civilização), Card escreve, “O simples fato de dar uma sanção legal a uma dupla homossexual e chamar o contrato de união de ‘casamento’ não faz disso um casamento”.
O artigo concluía que “ou as pessoas civilizadas conseguem estabelecer um governo que proteja a família, ou os bárbaros politicamente corretos terão uma vitória completa sobre a família; e, sem a forte estrutura familiar da qual depende a civilização, ela irá ruir e se dissipar”.
Card, defensor da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, vive com a esposa Kristine em Greensboro, Carolina do Norte, e tem cinco filhos, todos com nomes de autores famosos.
21 de fevereiro de 2013

A TURQUIA ESTÁ DEIXANDO O OCIDENTE?

    
          Artigos - Globalismo 
As recentes medidas tomadas pelo governo turco indicam sua disposição em livrar-se do clube das democracias da OTAN em favor da gangue de estados autoritários russo e chinês.


Logotipo da Organização para a Cooperação de Xangai (em chinês e Russo).
Eis porque:

Começando em 2007, Ancara solicitou três vezes, sem sucesso, participar como Membro Visitante da Organização para a Cooperação de Xangai (ou SCO, informalmente conhecida como Xangai Cinco). Fundada em 1996 pelos governos russo e chinês, juntamente com três países da Ásia Central Soviética (com a afiliação de mais um em 2001), a SCO recebeu pouquíssima atenção no Ocidente, embora tenha espetaculares ambições sobre segurança entre outras, incluindo a possível criação de um cartel de gás. Além disso, oferece uma alternativa ao modelo Ocidental, desde a OTAN, passando pela democracia, indo até a substituição do dólar americanocomo moeda de reserva. Após as três rejeições, Ancara solicitou o status de "Parceiro de Diálogo" em 2011. Em junho de 2012, obteve a aprovação.

Passado um mês, o primeiro ministro turco Recep Tayyip Erdoğan referiu-se a respeito da sua conversa com o Presidente da Russia Vladimir Putin da seguinte maneira, "Vamos, aceite-nos no Xangai Cinco [como membro pleno] e nós iremos reconsiderar a União Européia". Erdoğan reiterou a intenção em 25 de janeiro, realçando o impasse nos esforços turcos em se filiar à União Européia (UE): "na qualidade de primeiro ministro de 75 milhões de pessoas", explicou, "começa-se a procurar alternativas. Por esta razão eu disse ao Sr. Putin um dia desses, "Aceite-nos no Xangai Cinco, vamos lá, e diremos adeus a UE". Por que protelar"? Adiante acrescentou que a SCO "é muito melhor, muito mais poderosa [que a UE] e compartilhamos os mesmos valores dos demais membros".


Presidentes dos seis países da SCO em uma reunião em Pequim em junho de 2012.

Em 31 de janeiro, o ministério das relações exteriores anunciou planos para a promoção para "Estado Observador" na SCO. Em 3 de fevereiro Erdoğan reiterou a sua afirmação anterior, dizendo "Iremos procurar alternativas", tecendo elogios ao "processo de democratização" do grupo de Xangai, ao mesmo tempo menosprezando a "islamofobia" européia. Em 4 de fevereiro, o Presidente Abdullah Gül contra-atacou, declarando que "a SCO não é uma alternativa à UE. ...
A Turquia deseja adotar e implementar os critérios da UE".
Como interpretar tudo isso?

O faz de conta da SCO enfrenta obstáculos significativos: Se por um lado Ancara lidera os esforços para derrubar Bashar al-Assad, a SCO apóia com firmeza o líder sitiado da Síria. As tropas da OTAN acabaram de chegar à Turquia a fim de operarem as baterias de mísseis Patriot com o objetivo de proteger o país dos mísseis sírios fabricados na Rússia.
Mais importante ainda, todos os seis membros da SCO opõem-se veementemente ao islamismo abraçado por Erdoğan.
Quem sabe, por isso mesmo, Erdoğan tenha mencionado a filiação à SCO somente com o intuito de pressionar a UE ou para mostrar uma retórica simbólica aos seus partidários.


Putin da Rússia e Erdoğan da Turquia: farinha do mesmo saco?

Ambas as possibilidades são válidas. Mas eu considero os seis meses de flerte com seriedade por três razões. Primeira, Erdoğan já comprovou que é direto, levando o respeitado colunista, Sedat Ergin, a chamar a declaração de 25 de janeiro sua "mais importante" proclamação de política externa até hoje.

Segunda, conforme destaca o colunista turco Kadri Gürsel, "Os critérios da UE exigem democracia, direitos humanos, direitos sindicais, direitos das minorias, igualdade entre os sexos, distribuição equitativa de renda, participação e pluralismo da Turquia. A SCO como uma união de países governados por ditadores e autocratas não poderá exigir nenhum dos critérios acima para a afiliação".

Diferentemente da União Européia, os membros da Xangai não irão pressionar Erdoğan a liberalizar seu país e sim incentivar suas tendências ditatoriais que já amedrontam tantos turcos.

Terceiro, a SCO se encaixa no impulso islamista de desafiar o Ocidente e sonhar com uma alternativa. A SCO, tendo como idiomas oficiais o russo e o chinês, abriga o DNA anti-ocidental e em suas reuniões transbordam sentimentos anti-ocidentais.
Por exemplo, quando o Presidente do Irã Mahmoud Ahmedinejad proferiu um discurso ao grupo em 2011, ninguém repeliu sua teoria conspiratória em relação ao 11 de setembro ter sido uma trama interna do governo dos EUA usada "como justificativa para invadir o Afeganistão e o Iraque ferindo mais de um milhão de pessoas".

Vários defensores ecoam o analista egípcio Galal Nassar na esperança que em última instância a SCO "terá a oportunidade de resolver a disputa internacional a seu favor". Por outro lado, conforme observou uma autoridade japonesa, "A SCO está se tornando um bloco rival da aliança dos EUA. Ela não compartilha nossos valores".

As medidas turcas a favor da filiação ao grupo de Xangai, realça a já ambivalente filiação de Ancara à Organização do Tratado do Atlântico Norte, incisivamente simbolizada pelas inéditas manobras conjuntas turco-chinesas de 2010. Dada esta realidade, a Turquia de Erdoğan não é mais um parceiro confiável do Ocidente e sim informante em seu refúgio sagrado. Senão expulso, deveria ao menos ser suspenso da OTAN.
21 de fevereiro de 2013
Daniel Pipes
Publicado no The Washington Times.
Original em inglês: Is Turkey Leaving the West?
Tradução: Joseph Skilnik

O DESTINO DA VENEZUELA NAS MÃOS DE CUBA E RÚSSIA

    
Como parte de um projeto para re-estruturar os organismos de inteligência venezuelanos, intitulado “Projeto Escudo Cubano”, encontram-se no MPPD quatro membros do KGB bielorrusso.

E Chávez voltou para morrer em casa. É justo e é digno. Curiosamente, conforme me chamou a atenção um amigo, partiram de Havana, no mesmo dia, Chávez e a blogueira Yoani Sánchez. Ele chegou de madrugada, secretamente, em um avião previamente preparado para o transporte, tendo como acompanhantes Maduro - é claro! - e a equipe de médicos e enfermeiros que o assistiam no CIMEQ.
Ela também chegou de madrugada ao Recife, e depois disso a imprensa do mundo inteiro não fala de outra coisa. Hoje pela manhã recebi um telefonema de uma jornalista de Miami querendo saber se eu tinha ido entrevistá-la, como falar com ela ou com o produtor do filme. Expliquei-lhe que não fui ao aeroporto pelo avançado da hora, que ela havia chegado e partido em seguida para Salvador que distava muito da minha cidade, e que não conhecia o diretor do tal documentário em que ela participou.

Foto tirada por algum enfermeiro ou médico através de um celular, daí a baixa resolução. Observa-se a verruga no alto da testa, a bata hospitalar e o traqueóstomo. Este sim, parece ser o
Chávez real e atual.

Coincidência ou não, dessas duas saídas “ilustres” de Havana, a segunda abafou convenientemente a primeira. A mídia inteira tem divulgado que Chávez foi levado para o 9º andar do Hospital Militar, mas uma equipe do jornal Últimas Noticias esteve lá tentando colher alguma informação e ninguém soube informar nada. Nem a guarda presidencial, nem faxineiros, tampouco o corpo de enfermagem. Maduro havia pedido à multidão que se aglomerava em frente ao hospital que não fizesse algazarra que no devido tempo eles iriam ter notícias, dispersando assim a militância histérica.

Entretanto, como tudo neste caso - e como ocorre com todo chefão comunista, sobretudo se está sob o controle dos Castro -, o verdadeiro paradeiro de Chávez não é o anunciado. Nelson Bocaranda informa em sua coluna de hoje que Chávez

“viajou sob sedação e ao chegar à Venezuela, foi levado em ambulância a uma instalação especialmente preparada no Fuerte Tiuna
. Lembremos que já antes de 2011 ele esteve recolhido nessa guarnição militar na residência que antes havia sido do ministro da Defesa e que foi convertida em uma segunda casa presidencial”.
Bem, e por que estou falando disso? Porque enquanto ele esteve em Cuba e o governo do país foi usurpado, com a conivência de todos os países aliados pertencentes ao Foro de São Paulo, Maduro e Cabello começaram a dilapidação do país. Segundo uma denúncia do deputado oposicionista por Carabobo, Carlos Eduardo Berrizbeitia, Secretário Geral Nacional do Projeto Venezuela, o governo tenta conseguir o voto 99 na Assembléia Nacional, necessário para habilitar os irmãos Castro no governo. Segundo o deputado,

“quem decide os destinos do país são Fidel e Raúl Castro, através de altos funcionários do governo venezuelano, mas necessitam um marco legal, avalizado pelas instituições que lhes permitirá legislar e governar a Venezuela desde Havana”.
Berrizbeitia afirma ainda que, através da coação os deputados oficialistas estão tentando desesperadamente conseguir o voto 99 para aprovar uma Lei Habilitante dando plenos poderes aos Castro. Essas leis habilitantes correspondem mais ou menos às nossas “medidas provisórias”, só que permanentes, cuja criação se deu após Chávez perder o referendo de 2008 que permitiria sua re-eleição indefinida. E fazendo uso dessa prerrogativa foi que ele passou por cima da vontade popular e se deu esse direito legalmente. Reza o Artigo 203 da Constituição Nacional:
“...São Leis Habilitantes as sancionadas pela Assembléia Nacional pelas três quintas partes de seus integrantes, a fim de estabelecer as diretrizes, propósitos e o marco das matérias que se delegam ao Presidente da República, com grau e valor de lei. As Leis habilitantes devem fixar o prazo de seu exercício”.
No dia 1º de novembro Chávez havia ordenado preparar uma “cobertura” especial para um militar cubano de alto grau, que desempenharia funções de “Assessor Adjunto” no Ministério do Poder Popular para a Defesa (MPPD). Sabe-se que Chávez costumava festejar os aniversários desses amigos cubanos com grande pompa, dentre os quais se incluem 14 deles que realizam tarefas de “assessoramento”, tanto no MPPD, como no Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, o temível SEBIN, assim como no Gabinete Presidencial.
Esses militares realizam esse tipo de trabalho na Venezuela, Bolívia e Equador. Seus nomes podem ser verificados AQUI, juntamente com o número de seus passaportes. Do mesmo modo, como parte de um projeto para re-estruturar os organismos de inteligência venezuelanos, intitulado “Projeto Escudo Cubano”, encontram-se no MPPD quatro membros do KGB bielorrusso: Mikhail Kostsiurau, Dzmitry Hrytsenia, Ihiar Siamashka e Ivan Rassokau, cujos números de passaporte constam da matéria.
 
O adido militar venezuelano na Bielorrússia, General de Brigada Luis Eduardo Médori Viamonte, é um assíduo visitante do quartel da inteligência bielorrussa, a cargo do Major-General Vadin Zaitsev, com quem realiza incontáveis escapadas tanto para Teerã como para a Turquia, para retirar e realizar transferências de dinheiro "bolivariano", segundo se tomou conhecimento através das seguintes contas: #8400020000177 do Belarusbank, #27-48076967 do Banco Nacional de Dubai e uma no Garantikbank de Ankara. Há na Escola Militar de Cadetes da Bielorrússia militares venezuelanos fazendo curso de aperfeiçoamento em sistema de mísseis, manejo de artilharia anti-aérea e inteligência de sinais. Enquanto isso, os donos desses dinheiros, os cidadãos venezuelanos, afundados na miséria, na violência desmedida e no total desabastecimento, conforme já comentei em outra edição.
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) afirmou que está pronto para juramentar Chávez como presidente assim que os médicos dêem seu aval. Soube-se que eles pretendiam ir até o hospital e tomar o juramento a portas fechadas, o que se configura mais um fraude porque, sem testemunhas fora do eixo da Nomenklatura, não se pode afirmar com segurança que foi ele mesmo quem jurou. A esse respeito, o advogado constitucionalista Gerardo Blyde afirmou o seguinte em entrevista à Globovisión:
“A juramentação não pode ser como afirmaram ontem os porta-vozes do PSUV, quando o mandatário esteja ‘bem e saudável’. Ele deve ser juramentado não só ante a presidência do TSJ, senão ao menos ante a metade mais um dos magistrados que devem constituir-se para a sessão de maneira formal”. Ele acrescentou ainda que, se o mandatário pode tomar decisões e expressá-las, está apto para se juramentar porque isto não depende das capacidades motoras mas de poder tomar decisões válidas.
Bem, com isso ele deixou Maduro, Cabello, Villegas, a presidente do TSJ e Cilia Flores em apuros, uma vez que desde o leito de UTI, Chávez enviou mensagem de Natal aos militares, nomeou Elías Jaua como chanceler, enviou extensa mensagem à Cúpula da CELAC, e mais recentemente, no mesmo dia em que regressava de Havana, teve tempo e disposição para enviar uma mensagem de felicitações ao presidente do Equador, Rafael Correa, pela sua vitória na re-re-eleição.
E ao chegar na Venezuela, teria escrito Chávez em sua conta de Twitter: “Chegamos de novo à Pátria venezuelana. Obrigado, meu Deus! Obrigado, Povo amado! Aqui continuaremos o tratamento”. Por mais chocante que pareça, coloquei a foto que recebi hoje de um contato venezuelano e que, embora não haja 100% de confirmação, tudo leva a crer que é mesmo dele, para que se possa analisar se uma pessoa nesse estado é capaz de ter escrito tudo o que escreveu, tomou decisões, fez nomeações e mais que isso: está em condições físicas e mentais de tomar posse e continuar governando.
É um verdadeiro escárnio, um desapego total à verdade e um desrespeito incomensurável ao povo venezuelano que se minta tanto, se roube tanto e se venda o país - que é de TODOS os venezuelanos - a abutres comunistas cuja vida humana não passa de um objeto de uso pessoal que é descartada como um papel higiênico usado. E conforme eu anunciei antes, o retardamento em declarar a impossibilidade de Chávez ser empossado, passando o governo provisório a Cabello e chamando a eleições em trinta dias, era para dar tempo ao usurpador chofer de ônibus de fazer sua campanha, de modo a garantir a vitória nas eleições. Bingo! Numa pesquisa de opinião feita ontem Maduro ganharia com folga, sobretudo porque a oposição está dividida, fragmentada e sem um líder visível, depois da traição descarada de Henrique Capriles. Sinto profunda lástima por tudo isso que estão passando os bons venezuelanos, tantos amigos queridos, do fundo do coração. Fiquem com Deus e até a próxima!

21 de fevereiro de 2013
Graça Salgueiro

http://notalatina.blogspot.com.br