A blogueira e a gerentona
Artigos - Desinformação
Para os esquerdistas Yoani é vista como uma “mercenária do império” que é mantida pela CIA (chavão utilizado para todo aquele que se opõe ao regime), e para a verdadeira dissidência ela é tolerada, pois de algum modo chama a atenção do mundo para a Ilha.
No princípio de fevereiro a presidente brasileira visitou Cuba, suscitando muitos comentários e especulações a respeito de seu possível encontro com a dissidência de dentro da Ilha, principalmente a famosa blogueira Yoani Sánchez.
(É curioso como para o Brasil a única pessoa que se opõe ao regime dos Castro, dentro da ilha, é esta criatura. Os verdadeiros opositores que correm toda sorte de riscos, perseguições, torturas, prisões e mortes não existem).
Graça Salgueiro,
22 Fevereiro 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
DE VOLTA AO SAMBA DO CRIOULO DOIDO
Ou: Urucubaca luliana mostra a Gaviões por que não se deve ser pombinha do PT
De volta! Fim do ziriguidum, mas ainda neste clima de carnavalização da política, de samba-do-crioulo-doido em que estão transformando — ou transfugando?, se me permitem o neologismo — a política brasileira. O único pecado abaixo do Equador é pertencer à oposição. Nesse ritmo, ainda acaba “proclamada a escravidão, lá iá lá iá lá ia”…
Viram o espetáculo deprimente na apuração do resultado do desfile das escolas em São Paulo? Os partidários da Império da Casa Verde e da Gaviões da Fiel eram os mais exaltados. E o pau quebrou, sendo necessária a intervenção dos Unidos da Lei e da Ordem, mas com a devida moderação, ou os petralhas acusam o governo de São Paulo de “militarizar o Carnaval”… Se as pessoas descontentes não puderem, vamos ser modernos, trollar o processo, onde está a democracia, não é mesmo? Precisamos dar vivas à intervenção direta, ao fim da fantasia, ao fogo na alegoria (isso é uma alegoria)! Chegando em casa, este novo ser político deve se armar com um micro, um celular, um iPad — qualquer um desses instrumentos criados pelo maldito capitalismo para oprimir os excluídos — e trollar também os sites, blogs e páginas pessoais de adversários reais ou supostos. Precisamos de um mundo sem mediação, de ação direta, sem oponentes, como queria Ernst Röhm, antes de ser contido por Hitler, o progressista, lá iá lá iá lá ia…
Vi fotos de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, e de Marisa Letícia — a Mulher do Homem — num carro alegórico da Gaviões da Fiel. Mais alguns anos, e chegaremos, finalmente, ao século 19. A nova aristocracia manda a República às favas, lá iá lá iá lá ia. E se apodera das esferas pública, privada e estatal. Como naquela música do sambista Chico Jabuti, “Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal…” A Gaviões — e eu espero que o meu Corinthians um dia se liberte dos “grilhões que nos forjou o ardil astuto da perfídia” —, movida pelo mau espírito da sujeição encomiástica, tentou rapinar o Carnaval de São Paulo em ano eleitoral, levando à avenida um samba-enredo ideológico: “Verás que um filho fiel não foge à luta - Lula, o retrato de uma nação”. Nono lugar antes de a bandidagem trollar a apuração. Os trouxas ainda não perceberam que nada viceja à sombra de Lula a não ser o partido; o resto murcha, decai e morre, lá iá lá iá lá ia.
Lula já privatizou o processo democrático brasileiro — daí que seu instituto pretenda criar o “Memorial da Democracia”, em terreno que Gilberto Kassab, eleito com votos anti-Lula, pretende doar àquela entidade privada. Já no título da pantomima-enredo, privatizam-se, a um só tempo, um verso do Hino Nacional e a torcida do Corinthians. Os Acadêmicos do Nariz Marrom, que lotam nossas universidades, sempre de joelhos para o petismo, deveriam seguir os passos de seus colegas argentinos rendidos ao Casal Kirchner e iniciar um movimento de revisão da história, de extinção dela talvez. Declare-se 2003 o “Ano Um” do Brasil. Em tempo: as escolas de samba recebem grana do município: R$ 27 milhões só neste ano. Não sei que parcela coube à Gaviões. O fato é que, também nesse particular, há evidente uso de dinheiro público com propósito político-partidário.
“Ah, Lula já é um figura que pertence à história”. Uma ova! Assim seria se assim fosse. Ele não está em casa cuidando de suas memórias, mas na ativa, organizando os palanques do PT Brasil afora, muito especialmente o de São Paulo. Tanto é assim que foi ele a oficializar a aproximação de Kassab com o PT, iá lá iá lá ia… Não haver uma cláusula — no regulamento da Liga das Escolas ou nos critérios de concessão de dinheiro público — que impeça a exploração político-eleitoral do desfile corresponde a se expor à rapinagem. E assim foi. E, mais uma vez, a urucubaca luliana recaiu sobre aqueles que se colocaram de joelhos. Não chega a ser uma determinação da natureza, mas é uma constante sem exceção: é assim que se firma uma… urucubaca!
O filme “Lula, O Filho do Brasil”, por exemplo, foi um fiasco. Não obstante, acabou selecionado pelos puxa-sacos para concorrer a uma indicação ao Oscar. Ninguém deu bola. Quem quer que se aproxime para se contaminar com a “sorte” do “Homem” colhe os efeitos contrários. Vejam esta foto:
O seca-pimenteira participava, na Itália, da Cúpula do G8, em julho de 2009. Ele e Hosni Mubarak, então presidente do Egito, eram convidados de honra. O Apedeuta, com o veneno tropical, charme e picardia que fizeram história, dá de presente ao ditador uma camiseta da Seleção Brasileira. Bem, vocês sabem o que aconteceu com os nossos Canarinhos e conhecem também o destino de Mubarak. Ah, sim: antes de embarcar para a África do Sul, a Seleção fez uma visitinha a Lula, no dia 20 de maio de 2010…
Há outra foto que entra para a história do pé-quente. É esta.
No dia 1º de Maio de 2010, de passagem por São Paulo para fazer campanha ilegal em favor de Dilma Rousseff, Lula decidiu dar uma passadinha no Corinthians e empenhar seu apoio na disputa pela Libertadores. O Timão enfrentou o Flamengo logo depois e foi desclassificado. Confesso que, desta vez, até me vi tentado a advertir os companheiros da Gaviões — afinal, sou corintiano há mais tempo do que muitos ali: “Não caiam nessa tentação; vão afundar a escola”. Mas deixei que a sina se cumprisse. E não que eu seja bom só para prever o passado. Antes de a Seleção Brasileira visitar O Homem em palácio, fiz aqui a advertência, no dia 25 de maio de 2010. Inútil.
Em 2007, Bebeto de Freitas, presidente do Botafogo, presenteou Lula com uma camisa do clube. Assim.
Na semifinal da Copa do Brasil, num Maracanã lotado, acabou desclassificado pelo Figueirense. “Foi roubo!”, gritará um torcedor. Pois é… Os deuses, quando provocados, deixam cegos os homens (e as mulheres)…
Os torcedores do Fluminense jamais vão se esquecer do apoio dado por Lula ao time em 2008, pouco antes da final da Libertadores, contra o modesto LDU do Equador. O tricolor bateu o adversário por 3 a 1 no tempo normal, empatou em zero a zero na prorrogação e naufragou nos pênaltis (3 a 1). Fiel à sua política externa terceiro-mundista, a urucubaca luliana deu ao Equador seu único título na Libertadores.
Essas são apenas algumas das circunstâncias em que Lula aparece trollando a sorte alheia. Há muitas outras lembradas em vários sites e blogs. Ninguém escapou: Guga, Diego Hypólito, até Lenny Kravitz… Que continuem a beijar a mão do Apedeuta. Será sempre bom para o PT — e péssimo para os que se dedicarem à sujeição voluntária. Vamos sair do misticismo para entrar na história.
As primeiras tentativas de assalto às urnas — porque não se trata de disputa dentro das regras do jogo — dos petistas em São Paulo deram com os burros n’água: reação à retomada da Cracolândia, mentira organizada sobre a desocupação da região conhecida como Pinheirinho, privatização político-partidária do Carnaval… Vamos que outras trollagens preparam os companheiros. A única coisa certa é que eles não vão se conformar. E não poderia deixar de fazer um lamento à margem: é lastimável ver o meu time entregue a esse tipo de exploração político-partidária. Espero que uma parte ao menos dos corintianos reaja a essa tentativa de manipulação da torcida.
Caminhando para o encerramento
Bem, caras e caros, estou de volta, com um pouco de samba no pé, como vêem.
A propósito, cumpre publicar, a título de ilustração, a divertida letra do “Samba do Crioulo Doido”, criação de Stanislaw Ponte Preta, heterônimo no jornalista Sérgio Porto, que ironizava, em 1968, a leitura livre que os carnavalescos faziam — e fazem — da história em seus enredos. A obra virou metáfora, símbolo da confusão e da falta de sentido:
Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a Princesa Leopoldina
Arresolveu se casá
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar com Tiradentes
Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Joaquim José
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
Da. Leopoldina virou trem
E D. Pedro é uma estação também
O, ô , ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou
Convenham: é mais coerente do que a vida pública brasileira.
22 de fevereiro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
De volta! Fim do ziriguidum, mas ainda neste clima de carnavalização da política, de samba-do-crioulo-doido em que estão transformando — ou transfugando?, se me permitem o neologismo — a política brasileira. O único pecado abaixo do Equador é pertencer à oposição. Nesse ritmo, ainda acaba “proclamada a escravidão, lá iá lá iá lá ia”…
Viram o espetáculo deprimente na apuração do resultado do desfile das escolas em São Paulo? Os partidários da Império da Casa Verde e da Gaviões da Fiel eram os mais exaltados. E o pau quebrou, sendo necessária a intervenção dos Unidos da Lei e da Ordem, mas com a devida moderação, ou os petralhas acusam o governo de São Paulo de “militarizar o Carnaval”… Se as pessoas descontentes não puderem, vamos ser modernos, trollar o processo, onde está a democracia, não é mesmo? Precisamos dar vivas à intervenção direta, ao fim da fantasia, ao fogo na alegoria (isso é uma alegoria)! Chegando em casa, este novo ser político deve se armar com um micro, um celular, um iPad — qualquer um desses instrumentos criados pelo maldito capitalismo para oprimir os excluídos — e trollar também os sites, blogs e páginas pessoais de adversários reais ou supostos. Precisamos de um mundo sem mediação, de ação direta, sem oponentes, como queria Ernst Röhm, antes de ser contido por Hitler, o progressista, lá iá lá iá lá ia…
Vi fotos de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, e de Marisa Letícia — a Mulher do Homem — num carro alegórico da Gaviões da Fiel. Mais alguns anos, e chegaremos, finalmente, ao século 19. A nova aristocracia manda a República às favas, lá iá lá iá lá ia. E se apodera das esferas pública, privada e estatal. Como naquela música do sambista Chico Jabuti, “Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal…” A Gaviões — e eu espero que o meu Corinthians um dia se liberte dos “grilhões que nos forjou o ardil astuto da perfídia” —, movida pelo mau espírito da sujeição encomiástica, tentou rapinar o Carnaval de São Paulo em ano eleitoral, levando à avenida um samba-enredo ideológico: “Verás que um filho fiel não foge à luta - Lula, o retrato de uma nação”. Nono lugar antes de a bandidagem trollar a apuração. Os trouxas ainda não perceberam que nada viceja à sombra de Lula a não ser o partido; o resto murcha, decai e morre, lá iá lá iá lá ia.
Lula já privatizou o processo democrático brasileiro — daí que seu instituto pretenda criar o “Memorial da Democracia”, em terreno que Gilberto Kassab, eleito com votos anti-Lula, pretende doar àquela entidade privada. Já no título da pantomima-enredo, privatizam-se, a um só tempo, um verso do Hino Nacional e a torcida do Corinthians. Os Acadêmicos do Nariz Marrom, que lotam nossas universidades, sempre de joelhos para o petismo, deveriam seguir os passos de seus colegas argentinos rendidos ao Casal Kirchner e iniciar um movimento de revisão da história, de extinção dela talvez. Declare-se 2003 o “Ano Um” do Brasil. Em tempo: as escolas de samba recebem grana do município: R$ 27 milhões só neste ano. Não sei que parcela coube à Gaviões. O fato é que, também nesse particular, há evidente uso de dinheiro público com propósito político-partidário.
“Ah, Lula já é um figura que pertence à história”. Uma ova! Assim seria se assim fosse. Ele não está em casa cuidando de suas memórias, mas na ativa, organizando os palanques do PT Brasil afora, muito especialmente o de São Paulo. Tanto é assim que foi ele a oficializar a aproximação de Kassab com o PT, iá lá iá lá ia… Não haver uma cláusula — no regulamento da Liga das Escolas ou nos critérios de concessão de dinheiro público — que impeça a exploração político-eleitoral do desfile corresponde a se expor à rapinagem. E assim foi. E, mais uma vez, a urucubaca luliana recaiu sobre aqueles que se colocaram de joelhos. Não chega a ser uma determinação da natureza, mas é uma constante sem exceção: é assim que se firma uma… urucubaca!
O filme “Lula, O Filho do Brasil”, por exemplo, foi um fiasco. Não obstante, acabou selecionado pelos puxa-sacos para concorrer a uma indicação ao Oscar. Ninguém deu bola. Quem quer que se aproxime para se contaminar com a “sorte” do “Homem” colhe os efeitos contrários. Vejam esta foto:
O seca-pimenteira participava, na Itália, da Cúpula do G8, em julho de 2009. Ele e Hosni Mubarak, então presidente do Egito, eram convidados de honra. O Apedeuta, com o veneno tropical, charme e picardia que fizeram história, dá de presente ao ditador uma camiseta da Seleção Brasileira. Bem, vocês sabem o que aconteceu com os nossos Canarinhos e conhecem também o destino de Mubarak. Ah, sim: antes de embarcar para a África do Sul, a Seleção fez uma visitinha a Lula, no dia 20 de maio de 2010…
Há outra foto que entra para a história do pé-quente. É esta.
No dia 1º de Maio de 2010, de passagem por São Paulo para fazer campanha ilegal em favor de Dilma Rousseff, Lula decidiu dar uma passadinha no Corinthians e empenhar seu apoio na disputa pela Libertadores. O Timão enfrentou o Flamengo logo depois e foi desclassificado. Confesso que, desta vez, até me vi tentado a advertir os companheiros da Gaviões — afinal, sou corintiano há mais tempo do que muitos ali: “Não caiam nessa tentação; vão afundar a escola”. Mas deixei que a sina se cumprisse. E não que eu seja bom só para prever o passado. Antes de a Seleção Brasileira visitar O Homem em palácio, fiz aqui a advertência, no dia 25 de maio de 2010. Inútil.
Em 2007, Bebeto de Freitas, presidente do Botafogo, presenteou Lula com uma camisa do clube. Assim.
Na semifinal da Copa do Brasil, num Maracanã lotado, acabou desclassificado pelo Figueirense. “Foi roubo!”, gritará um torcedor. Pois é… Os deuses, quando provocados, deixam cegos os homens (e as mulheres)…
Os torcedores do Fluminense jamais vão se esquecer do apoio dado por Lula ao time em 2008, pouco antes da final da Libertadores, contra o modesto LDU do Equador. O tricolor bateu o adversário por 3 a 1 no tempo normal, empatou em zero a zero na prorrogação e naufragou nos pênaltis (3 a 1). Fiel à sua política externa terceiro-mundista, a urucubaca luliana deu ao Equador seu único título na Libertadores.
Essas são apenas algumas das circunstâncias em que Lula aparece trollando a sorte alheia. Há muitas outras lembradas em vários sites e blogs. Ninguém escapou: Guga, Diego Hypólito, até Lenny Kravitz… Que continuem a beijar a mão do Apedeuta. Será sempre bom para o PT — e péssimo para os que se dedicarem à sujeição voluntária. Vamos sair do misticismo para entrar na história.
As primeiras tentativas de assalto às urnas — porque não se trata de disputa dentro das regras do jogo — dos petistas em São Paulo deram com os burros n’água: reação à retomada da Cracolândia, mentira organizada sobre a desocupação da região conhecida como Pinheirinho, privatização político-partidária do Carnaval… Vamos que outras trollagens preparam os companheiros. A única coisa certa é que eles não vão se conformar. E não poderia deixar de fazer um lamento à margem: é lastimável ver o meu time entregue a esse tipo de exploração político-partidária. Espero que uma parte ao menos dos corintianos reaja a essa tentativa de manipulação da torcida.
Caminhando para o encerramento
Bem, caras e caros, estou de volta, com um pouco de samba no pé, como vêem.
A propósito, cumpre publicar, a título de ilustração, a divertida letra do “Samba do Crioulo Doido”, criação de Stanislaw Ponte Preta, heterônimo no jornalista Sérgio Porto, que ironizava, em 1968, a leitura livre que os carnavalescos faziam — e fazem — da história em seus enredos. A obra virou metáfora, símbolo da confusão e da falta de sentido:
Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a Princesa Leopoldina
Arresolveu se casá
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar com Tiradentes
Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Joaquim José
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
Da. Leopoldina virou trem
E D. Pedro é uma estação também
O, ô , ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou
Convenham: é mais coerente do que a vida pública brasileira.
22 de fevereiro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
HORA DA QUARESMA E GOVERNO ENFRENTA RESSACA
Inflação em alta, crescimento em baixa, pressão de servidores por aumentos e contra fundo de aposentadoria darão o tom da quaresma
A quarta-feira de cinzas é quando, diz a tradição popular, o ano realmente começa. Para a presidente Dilma Rousseff, este 2012 iniciado ao meio-dia de hoje traz a ressaca da inflação persistente, da indústria fragilizada e das importações em alta.
Para completar, ela ainda sofre as dores de cabeça de votações paradas no Congresso e das ameaças de greve do funcionalismo.
Será uma quaresma intraquila para o governo. A equipe econômica já se sente frustrada pelo crescimento minguado de 2011, em torno de 2,7%.
Quando miram o futuro, os economistas do governo ainda veem o fantasma da crise europeia assombrar investidores e a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país em determinado período).
O carnaval, encerrado ontem, foi a trégua de todos esses males. Hoje, porém, a realidade bate à porta novamente.
A inflação, apesar de ter desacelerado no acumulado de 12 meses, continua alta:
na prévia da carestia oficial de fevereiro, a taxa acumulada está em 5,98%, longe do centro da meta, definida em 4,5%.
Apesar da política monetária e da crise que derruba preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional), os serviços não cederam e continuam apertando o bolso do consumidor.
Só em janeiro, as matérias-primas encareceram 1,05% — o dobro do registrado em dezembro. Nos últimos 12 meses, a alta no setor de serviços foi de 9,2%.
"Esse grupo não deu trégua, mas veio dentro do esperado. Essa parte demora mais para ceder e será a última a cair", diz Carlos Thadeu de Freitas, economista da gestora de recursos Franklin Templeton.
Tiago Curado, da Tendências Consultoria, explica que o governo está disposto a bancar um pouco mais de inflação em troca de um empurrãozinho no PIB.
Segundo ele, o Banco Central (BC) aproveita a crise internacional e seus efeitos sobre os preços dos alimentos para cortar juros. Porém, na avaliação do economista, essa é uma estratégia perigosa.
"A redução no índice cheio do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) não tem relação com política monetária. Então, cabe ao governo controlar preços e demanda doméstica", alerta.
Disparidade
Especialistas ouvidos pelo Correio garantem que a disparidade entre o que o país fabrica e o que consome vai afetar ainda a taxa de crescimento em 2012. Com estoques elevados e sem capacidade de competir com os importados, os industriais continuarão estagnados no primeiro semestre.
"A indústria terá um início de ano ruim. Ela estreou 2012 muito estocada e, por isso, deve reduzir o ritmo", explica Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Arab Banking Corporation (ABC Brasil).
Nos cálculos dele, o país vai se expandir 3,7% este ano.
O crescimento inócuo de 2011 também atrapalha 2012. "A expansão do ano vai ser pequena porque o país carrega o pesado fardo de 2011", diz.
Inês Filipa, economista-chefe da corretora Icap Brasil, lembra também que o governo está amarrado.
O Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda estão comprometidos em reduzir gastos públicos e, para não gerar mais desequilíbrios, as estratégias do governo se resumem a uma política monetária mais frouxa.
"Mesmo as medidas de incentivo ao consumo estão limitadas. Se alguém comprou geladeira com tributos menores, não vai comprar outra este ano só porque o imposto está reduzido", argumenta.
O crescimento do PIB neste ano só não ficará mais próximo do de 2011 em função do novo salário mínimo, que foi reajustado em 14,1% ao passar de R$ 545 para R$ 622 — o que representa uma injeção de R$ 47 bilhões na economia brasileira.
Pelos cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com esse incremento, o governo irá arrecadar R$ 22,9 bilhões a mais devido o aumento de consumo.
Essa elevação, contudo, deverá ser a única liberada por Dilma, mesmo diante das pressões do funcionalismo.
VICTOR MARTINS KARLA CORREIA Correio Braziliense
A quarta-feira de cinzas é quando, diz a tradição popular, o ano realmente começa. Para a presidente Dilma Rousseff, este 2012 iniciado ao meio-dia de hoje traz a ressaca da inflação persistente, da indústria fragilizada e das importações em alta.
Para completar, ela ainda sofre as dores de cabeça de votações paradas no Congresso e das ameaças de greve do funcionalismo.
Será uma quaresma intraquila para o governo. A equipe econômica já se sente frustrada pelo crescimento minguado de 2011, em torno de 2,7%.
Quando miram o futuro, os economistas do governo ainda veem o fantasma da crise europeia assombrar investidores e a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país em determinado período).
O carnaval, encerrado ontem, foi a trégua de todos esses males. Hoje, porém, a realidade bate à porta novamente.
A inflação, apesar de ter desacelerado no acumulado de 12 meses, continua alta:
na prévia da carestia oficial de fevereiro, a taxa acumulada está em 5,98%, longe do centro da meta, definida em 4,5%.
Apesar da política monetária e da crise que derruba preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional), os serviços não cederam e continuam apertando o bolso do consumidor.
Só em janeiro, as matérias-primas encareceram 1,05% — o dobro do registrado em dezembro. Nos últimos 12 meses, a alta no setor de serviços foi de 9,2%.
"Esse grupo não deu trégua, mas veio dentro do esperado. Essa parte demora mais para ceder e será a última a cair", diz Carlos Thadeu de Freitas, economista da gestora de recursos Franklin Templeton.
Tiago Curado, da Tendências Consultoria, explica que o governo está disposto a bancar um pouco mais de inflação em troca de um empurrãozinho no PIB.
Segundo ele, o Banco Central (BC) aproveita a crise internacional e seus efeitos sobre os preços dos alimentos para cortar juros. Porém, na avaliação do economista, essa é uma estratégia perigosa.
"A redução no índice cheio do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) não tem relação com política monetária. Então, cabe ao governo controlar preços e demanda doméstica", alerta.
Disparidade
Especialistas ouvidos pelo Correio garantem que a disparidade entre o que o país fabrica e o que consome vai afetar ainda a taxa de crescimento em 2012. Com estoques elevados e sem capacidade de competir com os importados, os industriais continuarão estagnados no primeiro semestre.
"A indústria terá um início de ano ruim. Ela estreou 2012 muito estocada e, por isso, deve reduzir o ritmo", explica Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Arab Banking Corporation (ABC Brasil).
Nos cálculos dele, o país vai se expandir 3,7% este ano.
O crescimento inócuo de 2011 também atrapalha 2012. "A expansão do ano vai ser pequena porque o país carrega o pesado fardo de 2011", diz.
Inês Filipa, economista-chefe da corretora Icap Brasil, lembra também que o governo está amarrado.
O Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda estão comprometidos em reduzir gastos públicos e, para não gerar mais desequilíbrios, as estratégias do governo se resumem a uma política monetária mais frouxa.
"Mesmo as medidas de incentivo ao consumo estão limitadas. Se alguém comprou geladeira com tributos menores, não vai comprar outra este ano só porque o imposto está reduzido", argumenta.
O crescimento do PIB neste ano só não ficará mais próximo do de 2011 em função do novo salário mínimo, que foi reajustado em 14,1% ao passar de R$ 545 para R$ 622 — o que representa uma injeção de R$ 47 bilhões na economia brasileira.
Pelos cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com esse incremento, o governo irá arrecadar R$ 22,9 bilhões a mais devido o aumento de consumo.
Essa elevação, contudo, deverá ser a única liberada por Dilma, mesmo diante das pressões do funcionalismo.
VICTOR MARTINS KARLA CORREIA Correio Braziliense
A PSICOLOGIA NO BRASIL E O SISTEMA CONSELHOS
Artigos - Movimento Revolucionário
Ciência e profissão, ou um movimento político-ideológico?
Não é possível que a capacidade de pensar, por meios lógicos e racionais, por parte de psicólogos, e psicólogas, tenha chegado ao ponto de não apreender a realidade de que o Sistema Conselhos de Psicologia, através de seus atuais dirigentes, está fazendo. Trata-se do fato de usar o exercício da Psicologia como ferramenta para processos de subjetivação, baseada numa cultura revolucionária puramente materialista, policiando aqueles que não atendem aos interesses atuais dos que fazem o Sistema Conselhos.
O Conselho Federal de Psicologia (bem como suas Regionais) não está preocupado com a psicologia (enquanto ciência e profissão), mas está agindo como instrumento potencializador de movimentos político-ideológicos, promovendo as chamadas “minorias”, calando, segregando e ou até punindo (como, por exemplo, possíveis cassações de registros junto ao órgão) daqueles que se posicionam de forma diferente – numa infinita contradição, já que se fala tanto em “respeito à diversidade” (não se tolera nem a diversidade de pensamento daqueles que expressam suas opiniões pessoais fora de sua atuação como psicólogo/a).
Abre espaço, até, para se desenvolver uma estrutura esquizofrênica (paranóica) entre os profissionais em psicologia, com o seguinte sintoma “delirante”: “Será que o Conselho vai cassar meu CRP, pelo fato de pensar o que estou pensando?”. Um absurdo! Considerando que, mais absurdo ainda, é o que acontece quando um movimento político, das chamadas “minorias”, pede a cassação do registro de um psicólogo (por expressar livremente seus pensamentos – fora do seu exercício profissional de psicólogo), e esse pedido é acatado pelo Sistema Conselhos – como no caso do Sr. Silas Malafaia.
Assim como, recentemente, está sendo o caso da psicóloga Marisa Lobo, ligada ao Conselho Regional de Psicologia do Estado do Paraná, que preocupa, inclusive, o deputado federal Marco Feliciano (PSC/SP), em seu site oficial, afirmando o seguinte: “aproveito para manifestar minha preocupação com relação a atitudes do Conselho Federal de Psicologia que enviou pedido de instauração de procedimento disciplinar ao Conselho Regional de Psicologia do estado do Paraná, contra a psicóloga do estado do Paraná, Marisa Lobo, por professar sua fé cristã”.
Ora, sou psicólogo, e também tenho religiosidade. Assim como tenho a plena convicção de que a psicologia não é uma religião, nem uma facção religiosa; mas também não é um movimento político, ou uma facção político-ideológica. Muito embora as pessoas tenham suas crenças religiosas e suas posições políticas. No entanto, as pessoas que estão fazendo o atual Sistema Conselhos de Psicologia, em especial aqueles que estão aderindo à agenda de movimentos político-ideológicos (das chamadas “minorias”), estão destruindo uma ciência e uma profissão, e tomando posições contrárias a qualquer manifestação religiosa de psicólogos, ou políticas, que contrarie os interesses dos movimentos político-ideológicos das “minorias”, as quais o Sistema de Conselho promove e defende.
Estão desconsiderando, deturpando e destruindo todos os esforços de muitos pesquisadores e intelectuais que, durante a história, e na própria atualidade, fazem pesquisas comprometidas com a verdade do que é da ordem do psicológico, bem como da prática psicológica. Psicólogos e psicólogas que não estavam, nem estão preocupados com o politicamente correto, nem com o verossímil (da retórica irresponsável) que atendam aos interesses de determinados grupos de “minorias”. Ao contrário, a maioria dos pesquisadores e profissionais que fizeram e fazem a psicologia de forma respeitosa, respeitável e responsável, não estão preocupados com as orientações de movimentos político-ideológicos, mas com a psicologia enquanto ciência e profissão, em busca do Summum Bonum aos seres humanos nas suas práticas e investigações.
O que percebo nesse novo cenário do Sistema Conselhos de Psicologia, é uma hegemonia de um modelo de psicologia baseado na Escola de Frankfurt, no marxismo cultural, das bases teóricas da chamada “Psicologia Crítica”, que busca subjetivar os psicólogos, bem como suas práticas, para contribuírem ao pensamento revolucionário. Trata-se de um movimento existente nos cursos de graduação e pós-graduação, de várias faculdades de psicologia, públicas e privadas no Brasil, que participa de um tipo de “engenharia social” na produção de um determinado modelo de psicólogo/a e de sociedade, baseado nas bandeiras dos movimentos políticos revolucionários das “minorias”.
Mas, a psicologia (enquanto ciência e profissão), não pode ser reduzida ao que está sendo imposto pelas pessoas que estão à frente da categoria no Sistema Conselhos. Estudo e faço psicologia tanto quanto os que estão em tal sistema (ou até mais que muitos – e deve ser por isso que tenho outras posições), e tenho a certeza de que a Psicologia não é somente o que estão estabelecendo aos psicólogos e as psicólogas. Assim como, em absoluto, a psicologia não é um movimento político, ou de apoio a movimentos político-ideológicos. Parem de fazer movimento político-ideológico com o Sistema Conselhos em nome dos psicólogos! Vocês não têm o direito de se posicionar, politicamente em nome de todos os psicólogos, e de todas as psicólogas! Respeitem as pessoas sérias que pesquisam e atuam na psicologia, em todo o Brasil, e que não concordam com esses procedimentos que há um bom tempo vem acontecendo.
Contudo, tenho a plena convicção de que, enquanto nas faculdades de psicologia (nos cursos de graduação e pós-graduação), continuar essa “engenharia social” na produção de psicólogos baseados no chamado marxismo cultural (dito de várias formas), ainda muitos disparates, como esses, vão acontecer. A presente, e as futuras gerações de psicólogos serão desencorajadas, quase que proibidas e destituídas do seu direito de pensar e investigar livremente a dimensão psicológica dos seres humanos. E, se isso acontecer, estaremos destituídos do que nos distingue das demais espécies de animais: a capacidade de sermos inteligentes.
22 Fevereiro 2012
Rodrigo Pontes de Mello é professor de Psicologia Jurídica, Ética Geral e Metodologia Científica. Graduado em Psicologia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Especialista em Direitos Humanos pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutorando em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).
Ciência e profissão, ou um movimento político-ideológico?
Não é possível que a capacidade de pensar, por meios lógicos e racionais, por parte de psicólogos, e psicólogas, tenha chegado ao ponto de não apreender a realidade de que o Sistema Conselhos de Psicologia, através de seus atuais dirigentes, está fazendo. Trata-se do fato de usar o exercício da Psicologia como ferramenta para processos de subjetivação, baseada numa cultura revolucionária puramente materialista, policiando aqueles que não atendem aos interesses atuais dos que fazem o Sistema Conselhos.
O Conselho Federal de Psicologia (bem como suas Regionais) não está preocupado com a psicologia (enquanto ciência e profissão), mas está agindo como instrumento potencializador de movimentos político-ideológicos, promovendo as chamadas “minorias”, calando, segregando e ou até punindo (como, por exemplo, possíveis cassações de registros junto ao órgão) daqueles que se posicionam de forma diferente – numa infinita contradição, já que se fala tanto em “respeito à diversidade” (não se tolera nem a diversidade de pensamento daqueles que expressam suas opiniões pessoais fora de sua atuação como psicólogo/a).
Abre espaço, até, para se desenvolver uma estrutura esquizofrênica (paranóica) entre os profissionais em psicologia, com o seguinte sintoma “delirante”: “Será que o Conselho vai cassar meu CRP, pelo fato de pensar o que estou pensando?”. Um absurdo! Considerando que, mais absurdo ainda, é o que acontece quando um movimento político, das chamadas “minorias”, pede a cassação do registro de um psicólogo (por expressar livremente seus pensamentos – fora do seu exercício profissional de psicólogo), e esse pedido é acatado pelo Sistema Conselhos – como no caso do Sr. Silas Malafaia.
Assim como, recentemente, está sendo o caso da psicóloga Marisa Lobo, ligada ao Conselho Regional de Psicologia do Estado do Paraná, que preocupa, inclusive, o deputado federal Marco Feliciano (PSC/SP), em seu site oficial, afirmando o seguinte: “aproveito para manifestar minha preocupação com relação a atitudes do Conselho Federal de Psicologia que enviou pedido de instauração de procedimento disciplinar ao Conselho Regional de Psicologia do estado do Paraná, contra a psicóloga do estado do Paraná, Marisa Lobo, por professar sua fé cristã”.
Ora, sou psicólogo, e também tenho religiosidade. Assim como tenho a plena convicção de que a psicologia não é uma religião, nem uma facção religiosa; mas também não é um movimento político, ou uma facção político-ideológica. Muito embora as pessoas tenham suas crenças religiosas e suas posições políticas. No entanto, as pessoas que estão fazendo o atual Sistema Conselhos de Psicologia, em especial aqueles que estão aderindo à agenda de movimentos político-ideológicos (das chamadas “minorias”), estão destruindo uma ciência e uma profissão, e tomando posições contrárias a qualquer manifestação religiosa de psicólogos, ou políticas, que contrarie os interesses dos movimentos político-ideológicos das “minorias”, as quais o Sistema de Conselho promove e defende.
Estão desconsiderando, deturpando e destruindo todos os esforços de muitos pesquisadores e intelectuais que, durante a história, e na própria atualidade, fazem pesquisas comprometidas com a verdade do que é da ordem do psicológico, bem como da prática psicológica. Psicólogos e psicólogas que não estavam, nem estão preocupados com o politicamente correto, nem com o verossímil (da retórica irresponsável) que atendam aos interesses de determinados grupos de “minorias”. Ao contrário, a maioria dos pesquisadores e profissionais que fizeram e fazem a psicologia de forma respeitosa, respeitável e responsável, não estão preocupados com as orientações de movimentos político-ideológicos, mas com a psicologia enquanto ciência e profissão, em busca do Summum Bonum aos seres humanos nas suas práticas e investigações.
O que percebo nesse novo cenário do Sistema Conselhos de Psicologia, é uma hegemonia de um modelo de psicologia baseado na Escola de Frankfurt, no marxismo cultural, das bases teóricas da chamada “Psicologia Crítica”, que busca subjetivar os psicólogos, bem como suas práticas, para contribuírem ao pensamento revolucionário. Trata-se de um movimento existente nos cursos de graduação e pós-graduação, de várias faculdades de psicologia, públicas e privadas no Brasil, que participa de um tipo de “engenharia social” na produção de um determinado modelo de psicólogo/a e de sociedade, baseado nas bandeiras dos movimentos políticos revolucionários das “minorias”.
Mas, a psicologia (enquanto ciência e profissão), não pode ser reduzida ao que está sendo imposto pelas pessoas que estão à frente da categoria no Sistema Conselhos. Estudo e faço psicologia tanto quanto os que estão em tal sistema (ou até mais que muitos – e deve ser por isso que tenho outras posições), e tenho a certeza de que a Psicologia não é somente o que estão estabelecendo aos psicólogos e as psicólogas. Assim como, em absoluto, a psicologia não é um movimento político, ou de apoio a movimentos político-ideológicos. Parem de fazer movimento político-ideológico com o Sistema Conselhos em nome dos psicólogos! Vocês não têm o direito de se posicionar, politicamente em nome de todos os psicólogos, e de todas as psicólogas! Respeitem as pessoas sérias que pesquisam e atuam na psicologia, em todo o Brasil, e que não concordam com esses procedimentos que há um bom tempo vem acontecendo.
Contudo, tenho a plena convicção de que, enquanto nas faculdades de psicologia (nos cursos de graduação e pós-graduação), continuar essa “engenharia social” na produção de psicólogos baseados no chamado marxismo cultural (dito de várias formas), ainda muitos disparates, como esses, vão acontecer. A presente, e as futuras gerações de psicólogos serão desencorajadas, quase que proibidas e destituídas do seu direito de pensar e investigar livremente a dimensão psicológica dos seres humanos. E, se isso acontecer, estaremos destituídos do que nos distingue das demais espécies de animais: a capacidade de sermos inteligentes.
22 Fevereiro 2012
Rodrigo Pontes de Mello é professor de Psicologia Jurídica, Ética Geral e Metodologia Científica. Graduado em Psicologia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Especialista em Direitos Humanos pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutorando em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).
DICAS DE LEITURA: OS INTELECTUAIS, DE PAUL JOHNSON
“Os Intelectuais” (Imago, 417 páginas, tradução de André Luiz Barros da Silva), do historiador e ensaísta inglês Paul Johnson, é, sem dúvida, um livro excepcional, polêmico e devastador “contra” os intelectuais.
Johnson demole a reputação de vários “pensadores” e escritores, sem, no entanto, perder de vista a importância de algumas de suas obras. Mas destaca que a maioria pregou a violência e ofereceu conselhos à humanidade, com o objetivo de salvá-la, de colocá-la no “caminho reto”, mas não seguia tais orientações na vida cotidiana. Intelectuais falam em nome do povo, mas poucos o conhecem bem.
O filósofo e ensaísta José Guilherme Merquior tem razão ao dizer que o intelectual patropi nunca entendeu o povão porque no lugar de examinar um fato, que o povão é bravo reformista, conclui que é revolucionário. Noutras palavras, confunde-se “desejo” com “realidade”.
Johnson começa seu estudo com o suíço Jean-Jacques Rousseau — que considera o primeiro dos intelectuais modernos, um arquétipo para eles e, em vários aspectos, o mais influente entre todos — e depois examina, entre outros, Karl Marx, Ibsen, Tolstói, Hemingway, Brecht, Bertrand Russell, Sartre, Edmund Wilson, George Orwell, Norman Mailer.
Rousseau, na opinião de Johnson, “foi o primeiro a combinar as características do Prometeu moderno: a afirmação do direito de rejeitar, em sua totalidade, a ordem vigente; a confiança na capacidade de reformar tal ordem a partir da base de acordo com as regras que ele próprio estabeleceu; a crença de que essa reforma podia ser feita por meio de um processo político; e, não menos importante, o reconhecimento do papel valiosíssimo desempenhado na conduta humana pelo instinto, pela intuição e pela impulsividade”.
Johnson sustenta que as “Confissões” (há pelos menos duas edições no Brasil) de Rousseau, embora interessantes, mentem muito. Até os 30 anos, Rousseau levou uma vida fracassada, passando por 13 empregos. A fama só começou aos 39 anos. Depois de 1750 (ele nasceu em 1712 e morreu em 1778, antes da Revolução Francesa), tornou-se, como escritor profissional, protegido da aristocracia.
“O Contrato Social” (há boas traduções da L&P e da Companhia das Letras/Penguin) não provocou impacto ao ser publicado. “Quase não foi lido até sua morte e só foi reeditado em 1791. Uma pesquisa feita em 500 livrarias da época mostrou que apenas uma delas possuía uma cópia do livro”, revela Johnson. O culto a Rousseau começou com seu romance “A Nova Heloísa” e com “Emílio”.
Rousseau parecia ser o Carlos Lacerda francês. Transformava seus amigos de ontem em ferozes inimigos. Chorão, quando lhe convinha, era profundamente egoísta. Gostava de dizer: “Nasci para ser o maior amigo que jamais existiu”. O que Johnson revela de interessante é que, mesmo Rousseau dizendo amar a humanidade com intensidade, na convivência cotidiana não dava certo com as pessoas. Para ser diferente, o filósofo gostava de usar roupas largas e era cabeludo. “Ele foi o primeiro dos intelectuais cabeludos”.
Habilidoso na arte da autopromoção, Rousseau foi o primeiro a perceber que “a maioria das pessoas resiste às ideias, principalmente às novas. No entanto, é fascinada por personagens. Ter uma personalidade extravagante é uma maneira de dourar a pílula e induzir o público a voltar sua atenção para obras que tratam de ideias”. Como muitos intelectuais, tinha mania de perseguição. E isto é, de algum modo, sintoma de que a pessoa se julga muito importante, o centro do universo no qual circula.
Uma das coisas que Rousseau (foto) mais gostava de fazer era perambular pelas ruas da periferia exibindo as nádegas para as mulheres. “O prazer descomunal que eu sentia expondo-as diante de seus olhos não pode ser descrito”, confessou. Embora escrevesse sobre como educar as crianças, não gostava de crianças e abandonou seus cinco filhos na porta do Hospital de Crianças Encontradas.
Mais grave é a análise que Johnson faz da filosofia política de Rousseau. “O Estado de Rousseau não é apenas autoritário: é também totalitário, uma vez que regula todos os aspectos da atividade humana, inclusive o pensamento. Submetido ao contrato social, o indivíduo seria obrigado a ‘se alienar de si, justamente com todos os seus direitos, em prol do conjunto da comunidade’.” Uma análise nada ortodoxa, pois o filósofo é sempre apresentado como democrata e o intelectual que pensou o social. Para avaliá-lo de modo mais adequado deve-se ler “Jean-Jacques Rousseau: A Transparência e o Obstáculo” (Companhia das Letras, 424 páginas, tradução de Maria Lucia Machado), de Jean Starobinski.
Fontes omitidas
O ensaio mais devastador talvez seja “Karl Marx: gritando maldições colossais”. Depois de ler Johnson, que demole Marx, é preciso consultar pelo menos algumas biografias e estudos mais equilibrados. “Karl Marx — Vida e Pensamento” (Vozes, 525 páginas, tradução de Jaime A. Clasen), de David McLellan, e “Karl Marx” (Record, 404 páginas), de Francis Wheen, são competentes e críticas mas evitam o sensacionalismo típico de Johnson. Uma biografia pequena, mas interessante, é “Karl Marx — O Apanhador de Sinais” (Brasiliense, 126 páginas), de Horácio González. Para entender a grande história de parceria e amizade entre dois intelectuais é fundamental ler “Engel — Comunista de Casaca” (Record, 462 páginas, tradução de Dinah Azevedo), de Tristam Hunt. São biografias simpáticas a Marx, mas esclarecedoras e com certeza ajudarão o leitor a entendê-lo de modo mais nuançado. Johnson às vezes parece exagerado e discutível, não raro é tremendamente idiossincrático, o que, quando se trata de um historiador gabaritado, não é positivo. Vale a pena ler “O Marxismo de Marx” (Arx, 647 páginas), de Raymond Aron. O filósofo francês escreve um livro crítico mas ponderado a respeito do marxismo.
A seguir, não vou discutir, pró ou contra, as “teses” de Johnson. Vou expor suas curiosas interpretações. O taurino Karl Marx nasceu a 5 de maio de 1818 numa família judia e morreu em 1883. Era e é considerado um erudito. “Mas num sentido mais profundo, ele não era realmente um ‘scholar’, nem tampouco um cientista. Não estava interessado em achar a verdade, mas em proclamá-la. Havia três elementos constitutivos em Marx: o poeta, o jornalista e o moralista. Cada um deles tinha sua importância. Juntos, e combinados com sua enorme vontade, tornavam-no um escritor e um profeta formidável. Mas não havia nada de científico nele: na verdade, em todos esses aspectos ele era anticientífico.”
Trecho de um poema de Marx: “Nós estamos acorrentados, alquebrados, vazios, amedrontados/Eternamente acorrentados a esse bloco marmóreo do ser...”. Johnson afirma que Marx gostava de citar o verso de Mefistófeles, do “Fausto” de Goethe: “Tudo o que existe merece perecer”. “Utilizou-o, por exemplo, em seu pequeno tratado contra Napoleão III, ‘O 18 Brumário’, e ele manteve por toda a sua vida essa visão apocalíptica de uma catástrofe imensa e pronta para se abater sobre o sistema vigente: estava na poesia, foi o pano de fundo do ‘Manifesto Comunista’ de 1848 e foi o clímax do próprio ‘O Capital’.” A leitura de “Missa Negra — Religião Apocalíptica e o Fim das Utopias” (Record, 353 páginas, tradução de Clóvis Marques), do filósofo John Gray, ajuda a entender o marxismo como uma espécie de pregação secular tão apocalíptica quanto algumas religiões. A análise é mais competente e complexa do que a de Johnson, que é mais militante.
Marx, na acepção de Johnson, “é um escritor escatológico do começo ao fim. É digno de nota, por exemplo, que no projeto original de ‘A Ideologia Alemã’ (1845-1846) ele tenha incluído uma passagem que lembra bastante seus poemas a respeito do ‘Dia do Juízo’: ‘Quando os reflexos das cidades em chamas forem vistos nos céus (...) e quando as harmonias celestiais consistirem das melodias da ‘Marseillaise’ e da ‘Carmagnole’, tendo como acompanhamento canhões rimbombantes, enquanto a guilhotina marca o tempo e as massas inflamadas gritam ‘Ça ira, ça ira’, e a autoconsciência está pendurada no poste de luz’”.
O que importa reter, segundo Johnson, “é que a ideia de Marx de um ‘dia do juízo’, tanto em sua lúgubre versão poética quanto, por fim, em sua versão econômica, representa uma visão artística, e não científica. Essa ideia sempre esteve na cabeça de Marx e, como um economista político, ele trabalhou a partir dela mas voltado para a frente, partindo de dados examinados objetivamente. E é claro que é o elemento poético que empresta à projeção histórica de Marx seu efeito dramático e de fascinação sobre os leitores radicais, que querem acreditar que a morte e o julgamento do capitalismo se aproximam. O talento poético se manifesta de forma intermitente nas páginas de Marx, criando algumas passagens memoráveis. No sentido de que ele intuía mais do que deduzia ou calculava, Marx até o fim continuou sendo um poeta”.
Mas, além de poeta, rico em formular imagens, Marx foi jornalista. E dos bons, reconhece Johnson. “Marx achava não apenas difícil mas impossível planejar um livro grande — quanto mais escrevê-lo: mesmo ‘O Capital’ se constitui de uma série de ensaios aglutinados sem nenhuma ordem real. Porém, ele se sentia bem escrevendo textos curtos, penetrantes, reações opinativas no momento em que os acontecimentos se davam.”
Para Johnson, o maior talento de Marx era como jornalista polêmico. “Utilizava epigramas e aforismos de forma brilhante, embora muitos não tivessem sido inventados por ele. Marat criou as frases: ‘Os trabalhadores não possuem uma pátria’ e ‘Os proletários não têm nada a perder a não ser suas correntes’. A famosa piada da burguesia usando brasões feudais em seus traseiros se deve a Heine, assim como ‘A religião é o ópio do povo’. Louis Blanc inventou: ‘De cada um, segundo sua capacidade, para cada um, segundo sua necessidade’. De Karl Schapper, tirou: ‘Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!’, e de Blanqui: ‘A ditadura do proletariado’.”
Johnson defende a tese de que “foi o olho jornalístico de Marx para o texto lacônico, para a frase incisiva que, mais do que qualquer outra coisa, salvou do esquecimento toda a sua filosofia no último quarto do século 19”.
O crítico examina também o Marx moralista: “Do mesmo modo que a origem da filosofia marxista se assenta numa visão poética, a elaboração dessa filosofia foi um exercício de retórica acadêmica. Entretanto, o que Marx necessitava para pôr em movimento sua maquinaria intelectual era de um estímulo moral. Ele o encontrou, em seu ódio à usura e aos agiotas, um sentimento violento relacionado diretamente com suas próprias dificuldades financeiras”. Parte dos discípulos de Marx era antissemita — como ele próprio, mesmo sendo de origem judaica.
Ódio aos trabalhadores
Como pesquisador, Marx não gostava de examinar problemas reais diretamente. “O tipo de informação que não interessava a Marx era aquele a ser obtido a partir do exame, com seus próprios olhos e ouvidos, do mundo e das pessoas que nele vivem. Ele era, total e incorrigivelmente, restrito a sua escrivaninha. (...) Marx escreveu sobre finanças e indústria durante toda a vida mas só conheceu duas pessoas ligadas aos sistemas financeiro e industrial, seu tio Lion Philips e Engels. (...) Mas Marx recusou um convite de Engels para acompanhá-lo na visita a uma fiação, e, até onde sabemos, Marx nunca esteve, durante toda a sua vida, numa manufatura, numa fábrica, numa mina ou em qualquer outro local de trabalho industrial.”
Marx não gostava de trabalhadores, segundo Johnson. “Marx sempre preferiu se ligar a intelectuais da classe média como ele próprio. Quando ele e Engels fundaram a Liga Comunista e, de novo, quando formaram a Internacional, Marx se certificou de que os socialistas que eram da classe trabalhadora fossem afastados de qualquer posto de influência e fizessem parte de comissões meramente como proletários regidos por um estatuto. A razão para isso era, em parte, um esnobismo intelectual e, em parte, porque os homens com experiência real das condições numa fábrica costumavam ser contra o uso da violência e a favor das melhorias simples e progressivas: eles eram inteligentemente incrédulos quanto à revolução apocalíptica que ele afirmava ser não apenas necessária mas inevitável.”
Para entender o Marx supostamente cientista, Johnson cita o filósofo Karl Jaspers: “O estilo dos escritos de Marx não é o do investigador (...). Ele não cita exemplos ou expõe fatos que se opõem a sua teoria mas apenas aqueles que provam ou confirmam aquilo que ele considera como a verdade última. Toda a sua abordagem é no sentido da justificação, não da investigação, mas trata-se de uma justificação de algo declarado como sendo a perfeita verdade com a convicção não do cientista, mas do crente”.
Assim, frisa Johnson, os dados não eram centrais ao trabalho de Marx. “Eles estavam subordinados, reforçando conclusões que já tinham sido alcançadas independentemente deles. ‘O Capital’ deveria ser visto como um exercício de filosofia moralista. Trata-se de um sermão gigantesco e no mais das vezes incoerente, um ataque ao sistema industrial e ao princípio de propriedade feito por um homem que tinha criado um ódio intenso, embora essencialmente irracional, em relação a ambos. Curiosamente, essa obra não tem um argumento central que atue como um princípio organizador. (...) O único volume que ele chegou a escrever não possui de fato nenhuma forma coerente; trata-se de uma série de exposições isoladas arrumadas numa ordem arbitrária”.
O leitor que acha ‘O Capital’ chato, confuso e enfadonho não é estulto, julga Johnson. “Engels reescreveu um quarto do texto. O resultado são 600 páginas enfadonhas e confusas sobre a circulação do capital e principalmente sobre as teorias econômicas da década de 1860.” O que parece complexo é, no dizer de Johnson, pura confusão razoavelmente amarrada. “O Capital” seria uma construção com pilastras não muito sólidas.
Por que Marx não concluiu “O Capital”? Não foi porque morreu em 1883, sugere Johnson. “Na verdade, não houve nada que tivesse impedido Marx de terminar, ele próprio, o livro, a não ser falta de força de vontade e a consciência de que ele simplesmente não tinha coerência”. “O Capital” é, na versão de Johnson, uma profecia, não uma análise científica.
“Toda a primeira parte da análise científica de Marx acerca das condições de trabalho no capitalismo em meados da década de 1860 se baseia numa única obra, o livro de Engels ‘A Situação da Classe Operária na Inglaterra’, publicado 20 anos antes.” As fontes de Engels, explica Johnson, estavam defasadas. “Ao apresentar os números estatísticos relativos aos partos de crianças ilegítimas, os quais eram atribuídos aos turnos da noite, deixou de declarar que eles datavam de 1801. Citou um trabalho sobre as condições sanitárias em Edinburgh sem deixar que seus leitores soubessem que tinha sido escrito em 1818. Em várias ocasiões, omitiu dados e acontecimentos que invalidavam completamente suas informações obsoletas.”
O implacável Johnson afirma que Marx era, como intelectual, desonesto, falsificador de estatísticas e plagiário.
Escreve Johnson: “Com o objetivo de tirar a classe operária inglesa de sua apatia e, por conseguinte, ansioso para provar que as normas existentes estavam perdendo o valor (isso num discurso inaugural para a Associação Internacional de Trabalhadores, em 1864)”, Marx “falsificou intencionalmente uma frase do discurso de 1863 de W. E. Gladstone relacionado com os gastos orçamentários. O que Gladstone disse, ao comentar o aumento da riqueza nacional, foi: ‘Eu deveria encarar quase com apreensão e com pesar esse aumento inebriante da riqueza e do poder se achasse que tal aumento se limitou à classe que está em condições mais favoráveis’. Porém, acrescentou ele, ‘a situação geral dos trabalhadores britânicos, como temos a felicidade de saber, melhorou ao longo dos últimos 20 anos num grau que, como sabemos, é extraordinário, e que devemos declarar como sendo sem paralelo na história de qualquer país em qualquer época’”.
Em seu discurso, Marx atribuiu a Gladstone as seguintes palavras: “Esse aumento inebriante de riqueza e poder se limita inteiramente às classes proprietárias”. Na mesma época, a citação incorreta de Marx foi apontada. Mas ele a reproduziu em “O Capital”. Quando criticaram a falha no livrão, Marx ficou uma fera, desconversou e nada corrigiu. É a velha história stalinista (Marx foi stalinista antes de Stálin): quem aponta falhas de esquerdistas vira logo reacionário. Johnson acrescenta que “Marx falsificou citações de Adam Smith”.
Na década de 1880, dois estudiosos de Cambridge descobriram falhas graves em “O Capital”. Verificando as referências de Marx, ficaram alarmados com as discrepâncias entre o original e a citação. “Num dos grupos de erros, descobriram que as citações tinham sido, amiúde, ‘abreviadas por conveniência por meio da omissão de passagens que provavelmente iriam contra as conclusões que Marx tentava provar’. Um outro grupo ‘consiste em reunir citações fictícias a partir de afirmações isoladas que constam de diferentes partes de um relatório. Essas afirmações eram então apresentadas entre aspas ao leitor como se fossem citadas diretamente dos próprios livros azuis’.” Os estudiosos concluíram se tratar de “um descaso quase criminoso no uso de fontes autorizadas”.
Euler de França Belém
Euler de França é editor do Jornal Opção.
Johnson demole a reputação de vários “pensadores” e escritores, sem, no entanto, perder de vista a importância de algumas de suas obras. Mas destaca que a maioria pregou a violência e ofereceu conselhos à humanidade, com o objetivo de salvá-la, de colocá-la no “caminho reto”, mas não seguia tais orientações na vida cotidiana. Intelectuais falam em nome do povo, mas poucos o conhecem bem.
O filósofo e ensaísta José Guilherme Merquior tem razão ao dizer que o intelectual patropi nunca entendeu o povão porque no lugar de examinar um fato, que o povão é bravo reformista, conclui que é revolucionário. Noutras palavras, confunde-se “desejo” com “realidade”.
Johnson começa seu estudo com o suíço Jean-Jacques Rousseau — que considera o primeiro dos intelectuais modernos, um arquétipo para eles e, em vários aspectos, o mais influente entre todos — e depois examina, entre outros, Karl Marx, Ibsen, Tolstói, Hemingway, Brecht, Bertrand Russell, Sartre, Edmund Wilson, George Orwell, Norman Mailer.
Rousseau, na opinião de Johnson, “foi o primeiro a combinar as características do Prometeu moderno: a afirmação do direito de rejeitar, em sua totalidade, a ordem vigente; a confiança na capacidade de reformar tal ordem a partir da base de acordo com as regras que ele próprio estabeleceu; a crença de que essa reforma podia ser feita por meio de um processo político; e, não menos importante, o reconhecimento do papel valiosíssimo desempenhado na conduta humana pelo instinto, pela intuição e pela impulsividade”.
Johnson sustenta que as “Confissões” (há pelos menos duas edições no Brasil) de Rousseau, embora interessantes, mentem muito. Até os 30 anos, Rousseau levou uma vida fracassada, passando por 13 empregos. A fama só começou aos 39 anos. Depois de 1750 (ele nasceu em 1712 e morreu em 1778, antes da Revolução Francesa), tornou-se, como escritor profissional, protegido da aristocracia.
“O Contrato Social” (há boas traduções da L&P e da Companhia das Letras/Penguin) não provocou impacto ao ser publicado. “Quase não foi lido até sua morte e só foi reeditado em 1791. Uma pesquisa feita em 500 livrarias da época mostrou que apenas uma delas possuía uma cópia do livro”, revela Johnson. O culto a Rousseau começou com seu romance “A Nova Heloísa” e com “Emílio”.
Rousseau parecia ser o Carlos Lacerda francês. Transformava seus amigos de ontem em ferozes inimigos. Chorão, quando lhe convinha, era profundamente egoísta. Gostava de dizer: “Nasci para ser o maior amigo que jamais existiu”. O que Johnson revela de interessante é que, mesmo Rousseau dizendo amar a humanidade com intensidade, na convivência cotidiana não dava certo com as pessoas. Para ser diferente, o filósofo gostava de usar roupas largas e era cabeludo. “Ele foi o primeiro dos intelectuais cabeludos”.
Habilidoso na arte da autopromoção, Rousseau foi o primeiro a perceber que “a maioria das pessoas resiste às ideias, principalmente às novas. No entanto, é fascinada por personagens. Ter uma personalidade extravagante é uma maneira de dourar a pílula e induzir o público a voltar sua atenção para obras que tratam de ideias”. Como muitos intelectuais, tinha mania de perseguição. E isto é, de algum modo, sintoma de que a pessoa se julga muito importante, o centro do universo no qual circula.
Uma das coisas que Rousseau (foto) mais gostava de fazer era perambular pelas ruas da periferia exibindo as nádegas para as mulheres. “O prazer descomunal que eu sentia expondo-as diante de seus olhos não pode ser descrito”, confessou. Embora escrevesse sobre como educar as crianças, não gostava de crianças e abandonou seus cinco filhos na porta do Hospital de Crianças Encontradas.
Mais grave é a análise que Johnson faz da filosofia política de Rousseau. “O Estado de Rousseau não é apenas autoritário: é também totalitário, uma vez que regula todos os aspectos da atividade humana, inclusive o pensamento. Submetido ao contrato social, o indivíduo seria obrigado a ‘se alienar de si, justamente com todos os seus direitos, em prol do conjunto da comunidade’.” Uma análise nada ortodoxa, pois o filósofo é sempre apresentado como democrata e o intelectual que pensou o social. Para avaliá-lo de modo mais adequado deve-se ler “Jean-Jacques Rousseau: A Transparência e o Obstáculo” (Companhia das Letras, 424 páginas, tradução de Maria Lucia Machado), de Jean Starobinski.
Fontes omitidas
O ensaio mais devastador talvez seja “Karl Marx: gritando maldições colossais”. Depois de ler Johnson, que demole Marx, é preciso consultar pelo menos algumas biografias e estudos mais equilibrados. “Karl Marx — Vida e Pensamento” (Vozes, 525 páginas, tradução de Jaime A. Clasen), de David McLellan, e “Karl Marx” (Record, 404 páginas), de Francis Wheen, são competentes e críticas mas evitam o sensacionalismo típico de Johnson. Uma biografia pequena, mas interessante, é “Karl Marx — O Apanhador de Sinais” (Brasiliense, 126 páginas), de Horácio González. Para entender a grande história de parceria e amizade entre dois intelectuais é fundamental ler “Engel — Comunista de Casaca” (Record, 462 páginas, tradução de Dinah Azevedo), de Tristam Hunt. São biografias simpáticas a Marx, mas esclarecedoras e com certeza ajudarão o leitor a entendê-lo de modo mais nuançado. Johnson às vezes parece exagerado e discutível, não raro é tremendamente idiossincrático, o que, quando se trata de um historiador gabaritado, não é positivo. Vale a pena ler “O Marxismo de Marx” (Arx, 647 páginas), de Raymond Aron. O filósofo francês escreve um livro crítico mas ponderado a respeito do marxismo.
A seguir, não vou discutir, pró ou contra, as “teses” de Johnson. Vou expor suas curiosas interpretações. O taurino Karl Marx nasceu a 5 de maio de 1818 numa família judia e morreu em 1883. Era e é considerado um erudito. “Mas num sentido mais profundo, ele não era realmente um ‘scholar’, nem tampouco um cientista. Não estava interessado em achar a verdade, mas em proclamá-la. Havia três elementos constitutivos em Marx: o poeta, o jornalista e o moralista. Cada um deles tinha sua importância. Juntos, e combinados com sua enorme vontade, tornavam-no um escritor e um profeta formidável. Mas não havia nada de científico nele: na verdade, em todos esses aspectos ele era anticientífico.”
Trecho de um poema de Marx: “Nós estamos acorrentados, alquebrados, vazios, amedrontados/Eternamente acorrentados a esse bloco marmóreo do ser...”. Johnson afirma que Marx gostava de citar o verso de Mefistófeles, do “Fausto” de Goethe: “Tudo o que existe merece perecer”. “Utilizou-o, por exemplo, em seu pequeno tratado contra Napoleão III, ‘O 18 Brumário’, e ele manteve por toda a sua vida essa visão apocalíptica de uma catástrofe imensa e pronta para se abater sobre o sistema vigente: estava na poesia, foi o pano de fundo do ‘Manifesto Comunista’ de 1848 e foi o clímax do próprio ‘O Capital’.” A leitura de “Missa Negra — Religião Apocalíptica e o Fim das Utopias” (Record, 353 páginas, tradução de Clóvis Marques), do filósofo John Gray, ajuda a entender o marxismo como uma espécie de pregação secular tão apocalíptica quanto algumas religiões. A análise é mais competente e complexa do que a de Johnson, que é mais militante.
Marx, na acepção de Johnson, “é um escritor escatológico do começo ao fim. É digno de nota, por exemplo, que no projeto original de ‘A Ideologia Alemã’ (1845-1846) ele tenha incluído uma passagem que lembra bastante seus poemas a respeito do ‘Dia do Juízo’: ‘Quando os reflexos das cidades em chamas forem vistos nos céus (...) e quando as harmonias celestiais consistirem das melodias da ‘Marseillaise’ e da ‘Carmagnole’, tendo como acompanhamento canhões rimbombantes, enquanto a guilhotina marca o tempo e as massas inflamadas gritam ‘Ça ira, ça ira’, e a autoconsciência está pendurada no poste de luz’”.
O que importa reter, segundo Johnson, “é que a ideia de Marx de um ‘dia do juízo’, tanto em sua lúgubre versão poética quanto, por fim, em sua versão econômica, representa uma visão artística, e não científica. Essa ideia sempre esteve na cabeça de Marx e, como um economista político, ele trabalhou a partir dela mas voltado para a frente, partindo de dados examinados objetivamente. E é claro que é o elemento poético que empresta à projeção histórica de Marx seu efeito dramático e de fascinação sobre os leitores radicais, que querem acreditar que a morte e o julgamento do capitalismo se aproximam. O talento poético se manifesta de forma intermitente nas páginas de Marx, criando algumas passagens memoráveis. No sentido de que ele intuía mais do que deduzia ou calculava, Marx até o fim continuou sendo um poeta”.
Mas, além de poeta, rico em formular imagens, Marx foi jornalista. E dos bons, reconhece Johnson. “Marx achava não apenas difícil mas impossível planejar um livro grande — quanto mais escrevê-lo: mesmo ‘O Capital’ se constitui de uma série de ensaios aglutinados sem nenhuma ordem real. Porém, ele se sentia bem escrevendo textos curtos, penetrantes, reações opinativas no momento em que os acontecimentos se davam.”
Para Johnson, o maior talento de Marx era como jornalista polêmico. “Utilizava epigramas e aforismos de forma brilhante, embora muitos não tivessem sido inventados por ele. Marat criou as frases: ‘Os trabalhadores não possuem uma pátria’ e ‘Os proletários não têm nada a perder a não ser suas correntes’. A famosa piada da burguesia usando brasões feudais em seus traseiros se deve a Heine, assim como ‘A religião é o ópio do povo’. Louis Blanc inventou: ‘De cada um, segundo sua capacidade, para cada um, segundo sua necessidade’. De Karl Schapper, tirou: ‘Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!’, e de Blanqui: ‘A ditadura do proletariado’.”
Johnson defende a tese de que “foi o olho jornalístico de Marx para o texto lacônico, para a frase incisiva que, mais do que qualquer outra coisa, salvou do esquecimento toda a sua filosofia no último quarto do século 19”.
O crítico examina também o Marx moralista: “Do mesmo modo que a origem da filosofia marxista se assenta numa visão poética, a elaboração dessa filosofia foi um exercício de retórica acadêmica. Entretanto, o que Marx necessitava para pôr em movimento sua maquinaria intelectual era de um estímulo moral. Ele o encontrou, em seu ódio à usura e aos agiotas, um sentimento violento relacionado diretamente com suas próprias dificuldades financeiras”. Parte dos discípulos de Marx era antissemita — como ele próprio, mesmo sendo de origem judaica.
Ódio aos trabalhadores
Como pesquisador, Marx não gostava de examinar problemas reais diretamente. “O tipo de informação que não interessava a Marx era aquele a ser obtido a partir do exame, com seus próprios olhos e ouvidos, do mundo e das pessoas que nele vivem. Ele era, total e incorrigivelmente, restrito a sua escrivaninha. (...) Marx escreveu sobre finanças e indústria durante toda a vida mas só conheceu duas pessoas ligadas aos sistemas financeiro e industrial, seu tio Lion Philips e Engels. (...) Mas Marx recusou um convite de Engels para acompanhá-lo na visita a uma fiação, e, até onde sabemos, Marx nunca esteve, durante toda a sua vida, numa manufatura, numa fábrica, numa mina ou em qualquer outro local de trabalho industrial.”
Marx não gostava de trabalhadores, segundo Johnson. “Marx sempre preferiu se ligar a intelectuais da classe média como ele próprio. Quando ele e Engels fundaram a Liga Comunista e, de novo, quando formaram a Internacional, Marx se certificou de que os socialistas que eram da classe trabalhadora fossem afastados de qualquer posto de influência e fizessem parte de comissões meramente como proletários regidos por um estatuto. A razão para isso era, em parte, um esnobismo intelectual e, em parte, porque os homens com experiência real das condições numa fábrica costumavam ser contra o uso da violência e a favor das melhorias simples e progressivas: eles eram inteligentemente incrédulos quanto à revolução apocalíptica que ele afirmava ser não apenas necessária mas inevitável.”
Para entender o Marx supostamente cientista, Johnson cita o filósofo Karl Jaspers: “O estilo dos escritos de Marx não é o do investigador (...). Ele não cita exemplos ou expõe fatos que se opõem a sua teoria mas apenas aqueles que provam ou confirmam aquilo que ele considera como a verdade última. Toda a sua abordagem é no sentido da justificação, não da investigação, mas trata-se de uma justificação de algo declarado como sendo a perfeita verdade com a convicção não do cientista, mas do crente”.
Assim, frisa Johnson, os dados não eram centrais ao trabalho de Marx. “Eles estavam subordinados, reforçando conclusões que já tinham sido alcançadas independentemente deles. ‘O Capital’ deveria ser visto como um exercício de filosofia moralista. Trata-se de um sermão gigantesco e no mais das vezes incoerente, um ataque ao sistema industrial e ao princípio de propriedade feito por um homem que tinha criado um ódio intenso, embora essencialmente irracional, em relação a ambos. Curiosamente, essa obra não tem um argumento central que atue como um princípio organizador. (...) O único volume que ele chegou a escrever não possui de fato nenhuma forma coerente; trata-se de uma série de exposições isoladas arrumadas numa ordem arbitrária”.
O leitor que acha ‘O Capital’ chato, confuso e enfadonho não é estulto, julga Johnson. “Engels reescreveu um quarto do texto. O resultado são 600 páginas enfadonhas e confusas sobre a circulação do capital e principalmente sobre as teorias econômicas da década de 1860.” O que parece complexo é, no dizer de Johnson, pura confusão razoavelmente amarrada. “O Capital” seria uma construção com pilastras não muito sólidas.
Por que Marx não concluiu “O Capital”? Não foi porque morreu em 1883, sugere Johnson. “Na verdade, não houve nada que tivesse impedido Marx de terminar, ele próprio, o livro, a não ser falta de força de vontade e a consciência de que ele simplesmente não tinha coerência”. “O Capital” é, na versão de Johnson, uma profecia, não uma análise científica.
“Toda a primeira parte da análise científica de Marx acerca das condições de trabalho no capitalismo em meados da década de 1860 se baseia numa única obra, o livro de Engels ‘A Situação da Classe Operária na Inglaterra’, publicado 20 anos antes.” As fontes de Engels, explica Johnson, estavam defasadas. “Ao apresentar os números estatísticos relativos aos partos de crianças ilegítimas, os quais eram atribuídos aos turnos da noite, deixou de declarar que eles datavam de 1801. Citou um trabalho sobre as condições sanitárias em Edinburgh sem deixar que seus leitores soubessem que tinha sido escrito em 1818. Em várias ocasiões, omitiu dados e acontecimentos que invalidavam completamente suas informações obsoletas.”
O implacável Johnson afirma que Marx era, como intelectual, desonesto, falsificador de estatísticas e plagiário.
Escreve Johnson: “Com o objetivo de tirar a classe operária inglesa de sua apatia e, por conseguinte, ansioso para provar que as normas existentes estavam perdendo o valor (isso num discurso inaugural para a Associação Internacional de Trabalhadores, em 1864)”, Marx “falsificou intencionalmente uma frase do discurso de 1863 de W. E. Gladstone relacionado com os gastos orçamentários. O que Gladstone disse, ao comentar o aumento da riqueza nacional, foi: ‘Eu deveria encarar quase com apreensão e com pesar esse aumento inebriante da riqueza e do poder se achasse que tal aumento se limitou à classe que está em condições mais favoráveis’. Porém, acrescentou ele, ‘a situação geral dos trabalhadores britânicos, como temos a felicidade de saber, melhorou ao longo dos últimos 20 anos num grau que, como sabemos, é extraordinário, e que devemos declarar como sendo sem paralelo na história de qualquer país em qualquer época’”.
Em seu discurso, Marx atribuiu a Gladstone as seguintes palavras: “Esse aumento inebriante de riqueza e poder se limita inteiramente às classes proprietárias”. Na mesma época, a citação incorreta de Marx foi apontada. Mas ele a reproduziu em “O Capital”. Quando criticaram a falha no livrão, Marx ficou uma fera, desconversou e nada corrigiu. É a velha história stalinista (Marx foi stalinista antes de Stálin): quem aponta falhas de esquerdistas vira logo reacionário. Johnson acrescenta que “Marx falsificou citações de Adam Smith”.
Na década de 1880, dois estudiosos de Cambridge descobriram falhas graves em “O Capital”. Verificando as referências de Marx, ficaram alarmados com as discrepâncias entre o original e a citação. “Num dos grupos de erros, descobriram que as citações tinham sido, amiúde, ‘abreviadas por conveniência por meio da omissão de passagens que provavelmente iriam contra as conclusões que Marx tentava provar’. Um outro grupo ‘consiste em reunir citações fictícias a partir de afirmações isoladas que constam de diferentes partes de um relatório. Essas afirmações eram então apresentadas entre aspas ao leitor como se fossem citadas diretamente dos próprios livros azuis’.” Os estudiosos concluíram se tratar de “um descaso quase criminoso no uso de fontes autorizadas”.
Euler de França Belém
Euler de França é editor do Jornal Opção.
É QUE O BAHREIN NÃO É A SÍRIA...
Emocionante coincidência, que o primeiro aniversário de um verdadeiro movimento árabe pró-democracia no Golfo Persa – imediatamente esmagado com violência – tenha caído no dia 14 de fevereiro, quando se celebra no ocidente o “Dia dos Namorados” [Valentines’s Day]. Um caso de amor fracassado.
E o que faz Washington, em homenagem a essa trágica história de amor? Recomeça a vender armas para a repressiva dinastia sunita al-Khalifa que está no poder no Bahrein.
Recapitulemos: o presidente Barack Obama dos EUA diz ao presidente da Síria Bashar al-Assad que “se afaste e permita que se inicie imediatamente uma transição democrática”, ao mesmo tempo em que o rei Hamad al-Khalifa ganha novos brinquedinhos para detonar seus subversivos cidadãos pró-democracia.
Será caso de dissonância cognitiva? Claro que não. Afinal, a Síria é apoiada por Rússia e China no Conselho de Segurança da ONU; e o Bahrein hospeda a 5ª Frota dos EUA – defensores do “mundo livre” contra os iranianos-do-mal que querem fechar o Estreito de Ormuz.
Há um ano, a maioria da população do Bahrein – que são xiitas pobres, tratados como cidadãos de terceira classe, mas há também sunitas estudados e cultos – saíram às ruas para exigir, dos al-Khalifas reinantes, um mínimo de democracia.
Como na Tunísia e no Egito – mas diferente da Líbia e da Síria – o movimento pró-democracia no Bahrein foi autóctone, legítimo, não violento e não infiltrado pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).
A reação foi repressão violentíssima, seguida de invasão pela Arábia Saudita, que cruzou a ponte até Manama. Foi resultado tácito de negócio acertado entre a Casa de Saud e Washington: damos a vocês uma resolução que lhes permita ir à ONU e proceder ao bombardeio humanitário, pela OTAN, contra a Líbia; e vocês nos deixam à vontade para detonar os doidos dessa Primavera Árabe.
O governo Obama não perdeu tempo e logo comemorou preventivamente a democracia esmagada no Bahrein, despachando para lá um dos chefetes do Departamento de Estado.
Como noticiou o Gulf Daily News, chamado “a Voz do Bahrein” (parece mais a voz dos al-Khalifas), o secretário de Estado assistente dos EUA para o Oriente Próximo, Jeffrey Feltman, elogiou entusiasticamente as providências tomadas pelo rei Hamad para “diluir as tensões” – como a “libertação de prisioneiros políticos, uma reforma parcial do Gabinete e a retirada das forças de segurança”.
Os informantes de Feltman devem ser cegos e surdos, porque os prisioneiros políticos continuam na cadeia, a reforma do Gabinete é cosmética, e as forças de segurança continuam operando em modo de repressão total.
Feltman disse que Washington prestigia o “diálogo nacional”, soluções “made-in-Bahrein”, e que não haja “interferência de estados estrangeiros no processo”. Os bahrainis devem então obedecer ao modelo CCGOTAN aplicado à Síria?
Feltman disse também que “os bahreinis podem contar com o apoio dos EUA para um consenso bahraini com vistas a avançar” e elogiou “a sinceridade” do Príncipe Coroado Salman, também vice-comandante-supremo e regente do diálogo nacional. Com amigos assim, o movimento pró-democracia no Bahrein não carece de inimigos.
Eis pois, em síntese, a mensagem de Washington: façam essa gente parar de fazer barulho, e nós deixamos aí a nossa base para defender vocês e seus primos, contra as massas imundas. Se suas mulheres se assustarem, convoque uma invasão!
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SOB LEI MARCIAL
A vida real no Bahrein é completamente diferente disso. O que a imprensa-empresa nos EUA chama de “emirado tenso” vive ainda, de fato, sob lei marcial. Os manifestantes pró-democracia que foram “libertados” – são centenas – continuam presos. A ONG Human Rights Watch, diga-se a favor dela, mas ainda confiando em números subestimados, diz que “não há como investigar denúncias de tortura e assassinatos – crimes nos quais está implicada a Força de Defesa do Bahrein”. De fato, a transparência é zero.
Já prevendo novos ataques contra a população no primeiro aniversário do levante, o Ministério da Saúde ordenou que os hospitais privados entreguem ao aparato de segurança listas dos nomes de todos os feridos que procurem os hospitais; centenas de médicos e enfermeiros, acusados de ter socorrido manifestantes feridos, têm sido presos nos últimos meses.
O exército cercou com arame farpado todas as áreas próximas da rotatória da Pérola – onde o monumento à Pérola foi demolido, metáfora gráfica extrema de democracia reduzida a cacos. Dois cidadãos norte-americanos, Huwaida Arraf e Radhika Sainath, foram recentemente presos em Manama durante protesto pacífico, não violento. Ayat al-Qormozi foi presa porque declamava um poema de críticas contra o rei Hamad, na rotatória da Pérola.
Em novembro passado, a Comissão Independente de Inquérito sobre o Bahrein acusou os al-Khalifas de ter usado “força excessiva, com extração de confissões forçadas dos detidos”. No final de janeiro, a Anistia Internacional conclamou os Al-Khalifas “a investigar e prestar informações sobre mais de dez mortes atribuídas ao gás lacrimogêneo usado pelas forças de repressão” e exigiu que Washington “suspenda a entrega às autoridade do Bahrein de gás lacrimogêneo e outros equipamentos para controle de tumultos”.
A segurança local apoiada pelos sauditas depende quase completamente das forças paquistanesas antitumulto – para nem falar do gás lacrimogêneo e das granadas de fumaça fabricadas nos EUA, úteis para dispersar completamente qualquer manifestação pacífica contra o governo.
Grande número de idosos e crianças morreram por asfixia quando as tropas do governo dispararam bombas de gás lacrimogêneo em áreas residenciais e até dentro das casas. A repressão apoiada pelos sauditas atingiu até famílias que participavam dos funerais de manifestantes mortos pelo aparelho de repressão dos al-Khalifas.
Qual é o problema?! Tudo isso é parte do “diálogo nacional” conduzido pelo príncipe coroado.
Apesar da repressão violenta que nunca diminui, continuam praticamente todos os dias as demonstrações que exigem o fim do reinado dos al-Khalifas. Essa exigência não aparecia na pauta original do movimento pró-democracia; foi incluída depois da invasão dos sauditas.
E para provar que vivemos em mundo de “O significado da Vida” de Monty Python, confiram o que diz o rei Hamad em entrevista publicada pela semanal alemã Der Spiegel.
O rei diz que pediu ao Conselho de Cooperação do Golfo que invadisse seu país em março de 2011 para proteger as “instalações estratégicas” do Bahrain – “no caso de o Irã tornar-se mais agressivo”. Teerã nada teve a ver – absolutamente nada a ver – com os protestos, que foram causados por uma monarquia sunita que ameaça a absoluta maioria dos cidadãos, como os Emirados Árabes Unidos ameaçam os trabalhadores sul-asiáticos.
O rei disse também que “nossas mulheres estavam muito assustadas, e um cavalheiro tem o dever de proteger as mulheres”. Ora! Em vez de invasão, tortura, matanças e repressão ininterrupta, o rei bem poderia ter acalmado suas “mulheres assustadas” com um sortimento patrocinado pelo Estado, de bolsas Louis Vuitton.
22 de fevereiro de 2012
Pepe Escobar (Asia Times Online)
E o que faz Washington, em homenagem a essa trágica história de amor? Recomeça a vender armas para a repressiva dinastia sunita al-Khalifa que está no poder no Bahrein.
Recapitulemos: o presidente Barack Obama dos EUA diz ao presidente da Síria Bashar al-Assad que “se afaste e permita que se inicie imediatamente uma transição democrática”, ao mesmo tempo em que o rei Hamad al-Khalifa ganha novos brinquedinhos para detonar seus subversivos cidadãos pró-democracia.
Será caso de dissonância cognitiva? Claro que não. Afinal, a Síria é apoiada por Rússia e China no Conselho de Segurança da ONU; e o Bahrein hospeda a 5ª Frota dos EUA – defensores do “mundo livre” contra os iranianos-do-mal que querem fechar o Estreito de Ormuz.
Há um ano, a maioria da população do Bahrein – que são xiitas pobres, tratados como cidadãos de terceira classe, mas há também sunitas estudados e cultos – saíram às ruas para exigir, dos al-Khalifas reinantes, um mínimo de democracia.
Como na Tunísia e no Egito – mas diferente da Líbia e da Síria – o movimento pró-democracia no Bahrein foi autóctone, legítimo, não violento e não infiltrado pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).
A reação foi repressão violentíssima, seguida de invasão pela Arábia Saudita, que cruzou a ponte até Manama. Foi resultado tácito de negócio acertado entre a Casa de Saud e Washington: damos a vocês uma resolução que lhes permita ir à ONU e proceder ao bombardeio humanitário, pela OTAN, contra a Líbia; e vocês nos deixam à vontade para detonar os doidos dessa Primavera Árabe.
O governo Obama não perdeu tempo e logo comemorou preventivamente a democracia esmagada no Bahrein, despachando para lá um dos chefetes do Departamento de Estado.
Como noticiou o Gulf Daily News, chamado “a Voz do Bahrein” (parece mais a voz dos al-Khalifas), o secretário de Estado assistente dos EUA para o Oriente Próximo, Jeffrey Feltman, elogiou entusiasticamente as providências tomadas pelo rei Hamad para “diluir as tensões” – como a “libertação de prisioneiros políticos, uma reforma parcial do Gabinete e a retirada das forças de segurança”.
Os informantes de Feltman devem ser cegos e surdos, porque os prisioneiros políticos continuam na cadeia, a reforma do Gabinete é cosmética, e as forças de segurança continuam operando em modo de repressão total.
Feltman disse que Washington prestigia o “diálogo nacional”, soluções “made-in-Bahrein”, e que não haja “interferência de estados estrangeiros no processo”. Os bahrainis devem então obedecer ao modelo CCGOTAN aplicado à Síria?
Feltman disse também que “os bahreinis podem contar com o apoio dos EUA para um consenso bahraini com vistas a avançar” e elogiou “a sinceridade” do Príncipe Coroado Salman, também vice-comandante-supremo e regente do diálogo nacional. Com amigos assim, o movimento pró-democracia no Bahrein não carece de inimigos.
Eis pois, em síntese, a mensagem de Washington: façam essa gente parar de fazer barulho, e nós deixamos aí a nossa base para defender vocês e seus primos, contra as massas imundas. Se suas mulheres se assustarem, convoque uma invasão!
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SOB LEI MARCIAL
A vida real no Bahrein é completamente diferente disso. O que a imprensa-empresa nos EUA chama de “emirado tenso” vive ainda, de fato, sob lei marcial. Os manifestantes pró-democracia que foram “libertados” – são centenas – continuam presos. A ONG Human Rights Watch, diga-se a favor dela, mas ainda confiando em números subestimados, diz que “não há como investigar denúncias de tortura e assassinatos – crimes nos quais está implicada a Força de Defesa do Bahrein”. De fato, a transparência é zero.
Já prevendo novos ataques contra a população no primeiro aniversário do levante, o Ministério da Saúde ordenou que os hospitais privados entreguem ao aparato de segurança listas dos nomes de todos os feridos que procurem os hospitais; centenas de médicos e enfermeiros, acusados de ter socorrido manifestantes feridos, têm sido presos nos últimos meses.
O exército cercou com arame farpado todas as áreas próximas da rotatória da Pérola – onde o monumento à Pérola foi demolido, metáfora gráfica extrema de democracia reduzida a cacos. Dois cidadãos norte-americanos, Huwaida Arraf e Radhika Sainath, foram recentemente presos em Manama durante protesto pacífico, não violento. Ayat al-Qormozi foi presa porque declamava um poema de críticas contra o rei Hamad, na rotatória da Pérola.
Em novembro passado, a Comissão Independente de Inquérito sobre o Bahrein acusou os al-Khalifas de ter usado “força excessiva, com extração de confissões forçadas dos detidos”. No final de janeiro, a Anistia Internacional conclamou os Al-Khalifas “a investigar e prestar informações sobre mais de dez mortes atribuídas ao gás lacrimogêneo usado pelas forças de repressão” e exigiu que Washington “suspenda a entrega às autoridade do Bahrein de gás lacrimogêneo e outros equipamentos para controle de tumultos”.
A segurança local apoiada pelos sauditas depende quase completamente das forças paquistanesas antitumulto – para nem falar do gás lacrimogêneo e das granadas de fumaça fabricadas nos EUA, úteis para dispersar completamente qualquer manifestação pacífica contra o governo.
Grande número de idosos e crianças morreram por asfixia quando as tropas do governo dispararam bombas de gás lacrimogêneo em áreas residenciais e até dentro das casas. A repressão apoiada pelos sauditas atingiu até famílias que participavam dos funerais de manifestantes mortos pelo aparelho de repressão dos al-Khalifas.
Qual é o problema?! Tudo isso é parte do “diálogo nacional” conduzido pelo príncipe coroado.
Apesar da repressão violenta que nunca diminui, continuam praticamente todos os dias as demonstrações que exigem o fim do reinado dos al-Khalifas. Essa exigência não aparecia na pauta original do movimento pró-democracia; foi incluída depois da invasão dos sauditas.
E para provar que vivemos em mundo de “O significado da Vida” de Monty Python, confiram o que diz o rei Hamad em entrevista publicada pela semanal alemã Der Spiegel.
O rei diz que pediu ao Conselho de Cooperação do Golfo que invadisse seu país em março de 2011 para proteger as “instalações estratégicas” do Bahrain – “no caso de o Irã tornar-se mais agressivo”. Teerã nada teve a ver – absolutamente nada a ver – com os protestos, que foram causados por uma monarquia sunita que ameaça a absoluta maioria dos cidadãos, como os Emirados Árabes Unidos ameaçam os trabalhadores sul-asiáticos.
O rei disse também que “nossas mulheres estavam muito assustadas, e um cavalheiro tem o dever de proteger as mulheres”. Ora! Em vez de invasão, tortura, matanças e repressão ininterrupta, o rei bem poderia ter acalmado suas “mulheres assustadas” com um sortimento patrocinado pelo Estado, de bolsas Louis Vuitton.
22 de fevereiro de 2012
Pepe Escobar (Asia Times Online)
A "FIDELIDADE INCONDICIONAL" DA GRAÇA FOSTER E A GEMINI
A estapafúrdia declaração de "fidelidade incondicional" à presidente Dilma Rousseff, feita pela nova presidente da Petrobras em seu discurso de posse no dia 13 de fevereiro de 2012, é por demais preocupante. Graça Foster perdeu, de maneira clara, patente e absoluta a sua isenção para analisar atos de Dilma que firam o interesse da empresa por ela presidida.
A propósito, tal "fidelidade incondicional" é a mais provável explicação para a suspeitíssima atuação de Graça no caso da Gemini – espúria sociedade, altamente prejudicial à Petrobras, arquitetada no período em que Dilma acumulava as funções de Ministra de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
A atuação de Graça no caso Gemini
Dois fatos, conjugados, deveriam fazer com que Graça Foster se empenhasse em apurar as inúmeras acusações de atos lesivos ao interesse público envolvendo a Gemini: ela era a Diretora de Gás e Energia da Petrobras, e a Gemini é uma sociedade constituída para produzir e comercializar gás natural liquefeito (GNL).
Apesar das acusações de crime de lesa-pátria na área sob seu comando, só se tem notícia de uma única manifestação de Graça sobre a Gemini: a impressionantemente tendenciosa carta DG&E n° 75/2010, de 2 de dezembro de 2010, a mim dirigida.
Por distorcer descaradamente a realidade dos fatos, referida carta reforça, de maneira preocupante, as evidências de que a Gemini se transformou numa caixa preta, blindada de forma inexpugnável por aqueles que teriam o dever de apurar as acusações.
Passando muito longe da verdade (e põe longe nisso), Graça Foster escreveu que “todos os esclarecimentos sobre o assunto lhe foram exaustivamente prestados, não restando mais nada a ser acrescentado (...). a Petrobras sempre respondeu os pleitos de V.Sa., conforme demonstrado abaixo”.
Para que se constate de maneira inequívoca a inexistência de qualquer resquício de credibilidade na carta de Graça Foster, basta ler o artigo “Diretora da Petrobras confirma que Dilma sabia da denúncia de corrupção na Gemini”, de autoria do jornalista Jorge Serrão. O endereço eletrônico do artigo se encontra ao final.
Desafio à “fidelidade incondicional”
Indiscutivelmente, para honrar a sua estapafúrdia declaração, Graça Foster tem de colocar em prática as diretrizes traçadas por aquela que merece a sua "fidelidade incondicional". Principalmente, as diretrizes alardeadas por Dilma, de forma solene, perante a comunidade internacional.
Acontece que, na última reunião da ONU, realizada em setembro de 2011, na cidade de Nova York, em discurso feito por ocasião do ato de adesão do Brasil à Parceria para Governo Aberto – acordo internacional criado para difundir práticas que estimulem a transparência governamental – Dilma se comprometeu a viabilizar a colaboração entre o governo e os cidadãos.
Naquela ocasião, Dilma afirmou enfaticamente: “Trata-se de assegurar a prestação de contas, a fiscalização e a participação do cidadão, criando uma relação de mão dupla permanente entre o governo e a sociedade... Governo aberto não é apenas transparência e combate à corrupção. É cidadania, participação popular e melhor prestação de serviços públicos...o meu país tem muito interesse pelo tema e acredito que temos como contribuir... Com muita satisfação, confirmo e convido a todos porque o Brasil será sede do próximo encontro da parceria com o governo aberto em março de 2012”.
Assim sendo, das duas, uma: ou Graça responde aos questionamentos contidos no artigo acima citado (alerto que será considerado uma deslavada mentira, se alguém disser que todos os esclarecimentos sobre o assunto me foram exaustivamente prestados, não restando mais nada a ser acrescentado) ou pare de falar em “fidelidade incondicional” à Dilma.
Conclusão
Ninguém pode ignorar a gravidade da situação: a valorização exacerbada do aspecto pessoal poderá ser extremamente prejudicial ao desempenho de Graça no comando da maior empresa do País.
Era de se esperar que a ocupante de tão alto cargo devesse fidelidade ao País, à empresa que preside e a seus acionistas, tanto o majoritário, como os minoritários.
Dá para imaginar o que teria acontecido se Dilma declarasse “fidelidade incondicional” a Lula, responsável inconteste por sua eleição para presidente da Nação.
22 de fevereiro de 2012
João Vinhosa é Engenheiro.
A propósito, tal "fidelidade incondicional" é a mais provável explicação para a suspeitíssima atuação de Graça no caso da Gemini – espúria sociedade, altamente prejudicial à Petrobras, arquitetada no período em que Dilma acumulava as funções de Ministra de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
A atuação de Graça no caso Gemini
Dois fatos, conjugados, deveriam fazer com que Graça Foster se empenhasse em apurar as inúmeras acusações de atos lesivos ao interesse público envolvendo a Gemini: ela era a Diretora de Gás e Energia da Petrobras, e a Gemini é uma sociedade constituída para produzir e comercializar gás natural liquefeito (GNL).
Apesar das acusações de crime de lesa-pátria na área sob seu comando, só se tem notícia de uma única manifestação de Graça sobre a Gemini: a impressionantemente tendenciosa carta DG&E n° 75/2010, de 2 de dezembro de 2010, a mim dirigida.
Por distorcer descaradamente a realidade dos fatos, referida carta reforça, de maneira preocupante, as evidências de que a Gemini se transformou numa caixa preta, blindada de forma inexpugnável por aqueles que teriam o dever de apurar as acusações.
Passando muito longe da verdade (e põe longe nisso), Graça Foster escreveu que “todos os esclarecimentos sobre o assunto lhe foram exaustivamente prestados, não restando mais nada a ser acrescentado (...). a Petrobras sempre respondeu os pleitos de V.Sa., conforme demonstrado abaixo”.
Para que se constate de maneira inequívoca a inexistência de qualquer resquício de credibilidade na carta de Graça Foster, basta ler o artigo “Diretora da Petrobras confirma que Dilma sabia da denúncia de corrupção na Gemini”, de autoria do jornalista Jorge Serrão. O endereço eletrônico do artigo se encontra ao final.
Desafio à “fidelidade incondicional”
Indiscutivelmente, para honrar a sua estapafúrdia declaração, Graça Foster tem de colocar em prática as diretrizes traçadas por aquela que merece a sua "fidelidade incondicional". Principalmente, as diretrizes alardeadas por Dilma, de forma solene, perante a comunidade internacional.
Acontece que, na última reunião da ONU, realizada em setembro de 2011, na cidade de Nova York, em discurso feito por ocasião do ato de adesão do Brasil à Parceria para Governo Aberto – acordo internacional criado para difundir práticas que estimulem a transparência governamental – Dilma se comprometeu a viabilizar a colaboração entre o governo e os cidadãos.
Naquela ocasião, Dilma afirmou enfaticamente: “Trata-se de assegurar a prestação de contas, a fiscalização e a participação do cidadão, criando uma relação de mão dupla permanente entre o governo e a sociedade... Governo aberto não é apenas transparência e combate à corrupção. É cidadania, participação popular e melhor prestação de serviços públicos...o meu país tem muito interesse pelo tema e acredito que temos como contribuir... Com muita satisfação, confirmo e convido a todos porque o Brasil será sede do próximo encontro da parceria com o governo aberto em março de 2012”.
Assim sendo, das duas, uma: ou Graça responde aos questionamentos contidos no artigo acima citado (alerto que será considerado uma deslavada mentira, se alguém disser que todos os esclarecimentos sobre o assunto me foram exaustivamente prestados, não restando mais nada a ser acrescentado) ou pare de falar em “fidelidade incondicional” à Dilma.
Conclusão
Ninguém pode ignorar a gravidade da situação: a valorização exacerbada do aspecto pessoal poderá ser extremamente prejudicial ao desempenho de Graça no comando da maior empresa do País.
Era de se esperar que a ocupante de tão alto cargo devesse fidelidade ao País, à empresa que preside e a seus acionistas, tanto o majoritário, como os minoritários.
Dá para imaginar o que teria acontecido se Dilma declarasse “fidelidade incondicional” a Lula, responsável inconteste por sua eleição para presidente da Nação.
22 de fevereiro de 2012
João Vinhosa é Engenheiro.
AGORA, FALTA O SUPREMO ACEITAR QUE OCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA INVESTIGUE AS "MOVIMENTAÇÕES ATÍPICAS" DOS MAGISTRADOS
Nem tudo está perdido. A Advocacia-Geral da União se mostra favorável à retomada da investigação sobre movimentações financeiras suspeitas de magistrados e servidores do Judiciário pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esta posição da AGU já foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal pela AGU, conforme noticiou o jornal “O Globo”.
Como se sabe, em decisão do ministro Ricardo Lewandowski, o Supremo havia congelado no ano passado a investigação do Conselho Nacional de Justiça, a pedido de associações de magistrados que alegaram ter havido quebra de sigilo.
A investigação do CNJ era baseada em informações oficiais do governo, fornecidas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão de inteligência do Ministério da Fazenda, que levantou 3.426 magistrados e servidores do Judiciário que fizeram movimentações consideradas “atípicas”, no valor de R$ 855 milhões entre 2000 e 2010.
O ápice ocorreu em 2002, quando um servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, no Rio, movimentou R$ 282,9 milhões. Ele é alvo também de investigação da Polícia Federal.
Segundo a Folha de S. Paulo, em sua manifestação a AGU lembra que o Supremo já garantiu os poderes de investigação da corregedoria do conselho. Além disso, a AGU disse que não houve a quebra de sigilo. “O acesso a esses dados, de maneira reservada e sem qualquer exposição, não representa quebra de sigilo.”
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APOIO A ELIANA CALMON
A argumentação da Advocacia-Geral é coincidente com a da corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, que está à frente da investigação e se tornou pivô de uma crise com parte da cúpula do Judiciário. Ela foi o principal alvo de críticas das entidades representativas.
Segundo a corregedora, os magistrados já são obrigados a apresentar a declaração do imposto de renda. “Não é para ficarem guardados num arquivo, mas para que os órgãos de controle examinem quando houver suspeita de transações ilícitas”, justificou, no auge da crise.
Havia tribunais em que juízes e desembargadores simplesmente desconheciam a lei e não apresentavam suas declarações de rendimentos.
Em apoio à AGU, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio de Janeiro, Wadih Damous, também defendeu que o STF derrube a liminar que paralisou a apuração.
“A sociedade quer ver um Judiciário transparente, com publicidade plena dos seus atos.” Segundo a Folha, Damous afirmou ainda que “se há movimentação atípica nas contas de alguns juízes e servidores, eles deveriam ser os primeiros a explicar o motivo”.
22 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
Como se sabe, em decisão do ministro Ricardo Lewandowski, o Supremo havia congelado no ano passado a investigação do Conselho Nacional de Justiça, a pedido de associações de magistrados que alegaram ter havido quebra de sigilo.
A investigação do CNJ era baseada em informações oficiais do governo, fornecidas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão de inteligência do Ministério da Fazenda, que levantou 3.426 magistrados e servidores do Judiciário que fizeram movimentações consideradas “atípicas”, no valor de R$ 855 milhões entre 2000 e 2010.
O ápice ocorreu em 2002, quando um servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, no Rio, movimentou R$ 282,9 milhões. Ele é alvo também de investigação da Polícia Federal.
Segundo a Folha de S. Paulo, em sua manifestação a AGU lembra que o Supremo já garantiu os poderes de investigação da corregedoria do conselho. Além disso, a AGU disse que não houve a quebra de sigilo. “O acesso a esses dados, de maneira reservada e sem qualquer exposição, não representa quebra de sigilo.”
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APOIO A ELIANA CALMON
A argumentação da Advocacia-Geral é coincidente com a da corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, que está à frente da investigação e se tornou pivô de uma crise com parte da cúpula do Judiciário. Ela foi o principal alvo de críticas das entidades representativas.
Segundo a corregedora, os magistrados já são obrigados a apresentar a declaração do imposto de renda. “Não é para ficarem guardados num arquivo, mas para que os órgãos de controle examinem quando houver suspeita de transações ilícitas”, justificou, no auge da crise.
Havia tribunais em que juízes e desembargadores simplesmente desconheciam a lei e não apresentavam suas declarações de rendimentos.
Em apoio à AGU, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio de Janeiro, Wadih Damous, também defendeu que o STF derrube a liminar que paralisou a apuração.
“A sociedade quer ver um Judiciário transparente, com publicidade plena dos seus atos.” Segundo a Folha, Damous afirmou ainda que “se há movimentação atípica nas contas de alguns juízes e servidores, eles deveriam ser os primeiros a explicar o motivo”.
22 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
"SÓ O POVO GARANTE A FICHA LIMPA"
Augusto Nunes, colunista da revista Veja, comenta a aplicação da Lei da Ficha Limpa já nas eleições deste ano.
O jornalista considera o feito uma conquista popular mas aponta que a lei, por si só, não resolve o problema da corrupção e defende que a solução está nas mãos dos eleitores.
22 de fevereiro de 2012
ALÉM DE SÃO PAULO, MARTA ISOLA-SE NA BANCADA DO PT
Marta Suplicy venceu a queda-de-braço com José Pimentel para se manter na primeira vice-presidência do Senado. Isso, porém, custou-lhe caro, como mostram bastidores de uma reunião recuperados pelo Congresso em Foco
Marta: briga com José Pimentel pela primeira vice-presidência do Senado deixou-a isolada na bancada
Os dias desde o início do ano têm sido ingratos para as pretensões políticas da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Ex-prefeita de São Paulo, ela foi preterida na sua pretensão de disputar novamente o cargo pela vontade do ex-presidente Lula, que ungiu um neófito na política eleitoral como candidato, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad. Ex-mulher de um dos fundadores do partido, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Marta deixou de comparecer à festa de aniversário de 32 anos do PT, para não se encontrar ali com um convidado de honra do partido, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Rejeitada como candidata, Marta teve contestada também sua oposição à estratégia da direção petista, que quer Kassab como aliado de Haddad nas eleições paulistanas. Se as eleições municipais deste ano botaram Marta em rota de colisão com Lula e a cúpula do PT, a sua situação não anda muito melhor com relação a seus colegas petistas no Senado. A forma agressiva como Marta impôs a sua permanência na primeira vice-presidência do Senado custou-lhe o isolamento na bancada.
É o que revelam bastidores recuperados pelo Congresso em Foco da reunião entre os senadores petistas em que o assunto foi tratado, no último dia 1º de fevereiro. A reunião estava marcada para que fosse decidida a escolha do novo líder do partido no Senado, em substituição ao senador Humberto Costa (PT-PE). Disputavam o cargo os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Wellington Dias (PT-PI). Inicialmente, iniciou-se uma votação, e Wellington disparou na frente na preferência de seus colegas. Até uma intervenção do senador Jorge Viana (PT-AC). Ele argumentou que seria importante que o novo líder assegurasse a sua disposição de não dividir a atenção do comando da bancada com as eleições municipais. Neste momento, Wellington, que tem a pretensão de voltar a ser governador do Piauí em 2014, retirou sua candidatura à liderança. Sem outro concorrente, o cargo ficou, então, para Walter Pinheiro.
Foi quando Marta resolveu introduzir a questão da sua permanência na primeira vice-presidência do Senado, assunto que, inicialmente, não estava na pauta da reunião.
Desde o ano passado, ela e o senador José Pimentel (PT-CE) brigavam pelo cargo. Pimentel reivindicava o cumprimento de um suposto acordo feito, quando Marta tornou-se primeira vice-presidente, no processo que escolheu José Sarney (PMDB-AP) presidente do Senado. Por esse acordo, Marta deixaria o cargo e ele passaria a ser este ano de José Pimentel. De acordo com os senadores petistas, naquela ocasião Marta aceitara o acerto porque imaginava-se candidata à prefeitura de São Paulo agora, o que acabou não acontecendo.
Dedo na cara
“Vamos aproveitar a reunião e resolver logo essa questão”, propôs Marta. Pimentel lembrou o acordo. Marta respondeu, ríspida, segundo senadores que participavam do encontro, pondo o dedo na cara de Pimentel. “Você sabe que nunca houve acordo nenhum. Inclusive, você brigou muito pelo cargo no ano passado. A verdade é essa”, respondeu Marta. Vários senadores começaram a ponderar que tinha, sim, havido acordo.
Marta insistiu na inexistência do acordo, e ponderou que, pelo regimento do Senado, ele talvez nem fosse possível sem que houvesse uma nova eleição. Além disso, outros rodízios supostamente prometidos também não estariam sendo cumpridos. Paulo Paim (PT-RS) pretendia permanecer na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Delcídio Amaral (PT-MS) à frente da Comissão de Assuntos Econômicos.
Os senadores começaram a argumentar que o agravamento de uma disputa interna entre os petistas poderia fazer com que o partido acabasse perdendo seus cargos. O PMDB, ponderou-se, acompanhava de perto a briga na bancada do PT para, diante de um impasse, acabar reivindicando-os. Coube a Jorge Viana por panos quentes:
“Marta, todos nós temos aqui o maior respeito por você. Nenhum de nós aqui abriu mão de algo tão importante como você fez no caso das eleições em São Paulo”, disse Viana. A frase do senador acreano soou como um sinal de que a senadora poderia ser mesmo merecedora de um prêmio de consolação pela derrota a ela imposta por Lula ao preferir Fernando Haddad como candidato. José Pimentel abriu mão, então, de suas pretensões. E Marta manteve-se na primeira vice-presidência do Senado.
Segundo senadores que participaram da reunião, porém, o episódio deixou sequelas, pela forma como Marta impôs seu nome, pela rispidez da discussão e pelo fato de que um acordo anterior fora rompido. Seu único apoio hoje estaria em seu ex-marido, Eduardo Suplicy.
por Rudolfo Lago, 22/02/2012
Marta: briga com José Pimentel pela primeira vice-presidência do Senado deixou-a isolada na bancada
Os dias desde o início do ano têm sido ingratos para as pretensões políticas da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Ex-prefeita de São Paulo, ela foi preterida na sua pretensão de disputar novamente o cargo pela vontade do ex-presidente Lula, que ungiu um neófito na política eleitoral como candidato, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad. Ex-mulher de um dos fundadores do partido, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Marta deixou de comparecer à festa de aniversário de 32 anos do PT, para não se encontrar ali com um convidado de honra do partido, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Rejeitada como candidata, Marta teve contestada também sua oposição à estratégia da direção petista, que quer Kassab como aliado de Haddad nas eleições paulistanas. Se as eleições municipais deste ano botaram Marta em rota de colisão com Lula e a cúpula do PT, a sua situação não anda muito melhor com relação a seus colegas petistas no Senado. A forma agressiva como Marta impôs a sua permanência na primeira vice-presidência do Senado custou-lhe o isolamento na bancada.
É o que revelam bastidores recuperados pelo Congresso em Foco da reunião entre os senadores petistas em que o assunto foi tratado, no último dia 1º de fevereiro. A reunião estava marcada para que fosse decidida a escolha do novo líder do partido no Senado, em substituição ao senador Humberto Costa (PT-PE). Disputavam o cargo os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Wellington Dias (PT-PI). Inicialmente, iniciou-se uma votação, e Wellington disparou na frente na preferência de seus colegas. Até uma intervenção do senador Jorge Viana (PT-AC). Ele argumentou que seria importante que o novo líder assegurasse a sua disposição de não dividir a atenção do comando da bancada com as eleições municipais. Neste momento, Wellington, que tem a pretensão de voltar a ser governador do Piauí em 2014, retirou sua candidatura à liderança. Sem outro concorrente, o cargo ficou, então, para Walter Pinheiro.
Foi quando Marta resolveu introduzir a questão da sua permanência na primeira vice-presidência do Senado, assunto que, inicialmente, não estava na pauta da reunião.
Desde o ano passado, ela e o senador José Pimentel (PT-CE) brigavam pelo cargo. Pimentel reivindicava o cumprimento de um suposto acordo feito, quando Marta tornou-se primeira vice-presidente, no processo que escolheu José Sarney (PMDB-AP) presidente do Senado. Por esse acordo, Marta deixaria o cargo e ele passaria a ser este ano de José Pimentel. De acordo com os senadores petistas, naquela ocasião Marta aceitara o acerto porque imaginava-se candidata à prefeitura de São Paulo agora, o que acabou não acontecendo.
Dedo na cara
“Vamos aproveitar a reunião e resolver logo essa questão”, propôs Marta. Pimentel lembrou o acordo. Marta respondeu, ríspida, segundo senadores que participavam do encontro, pondo o dedo na cara de Pimentel. “Você sabe que nunca houve acordo nenhum. Inclusive, você brigou muito pelo cargo no ano passado. A verdade é essa”, respondeu Marta. Vários senadores começaram a ponderar que tinha, sim, havido acordo.
Marta insistiu na inexistência do acordo, e ponderou que, pelo regimento do Senado, ele talvez nem fosse possível sem que houvesse uma nova eleição. Além disso, outros rodízios supostamente prometidos também não estariam sendo cumpridos. Paulo Paim (PT-RS) pretendia permanecer na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Delcídio Amaral (PT-MS) à frente da Comissão de Assuntos Econômicos.
Os senadores começaram a argumentar que o agravamento de uma disputa interna entre os petistas poderia fazer com que o partido acabasse perdendo seus cargos. O PMDB, ponderou-se, acompanhava de perto a briga na bancada do PT para, diante de um impasse, acabar reivindicando-os. Coube a Jorge Viana por panos quentes:
“Marta, todos nós temos aqui o maior respeito por você. Nenhum de nós aqui abriu mão de algo tão importante como você fez no caso das eleições em São Paulo”, disse Viana. A frase do senador acreano soou como um sinal de que a senadora poderia ser mesmo merecedora de um prêmio de consolação pela derrota a ela imposta por Lula ao preferir Fernando Haddad como candidato. José Pimentel abriu mão, então, de suas pretensões. E Marta manteve-se na primeira vice-presidência do Senado.
Segundo senadores que participaram da reunião, porém, o episódio deixou sequelas, pela forma como Marta impôs seu nome, pela rispidez da discussão e pelo fato de que um acordo anterior fora rompido. Seu único apoio hoje estaria em seu ex-marido, Eduardo Suplicy.
por Rudolfo Lago, 22/02/2012
ENREDO DE CARNAVAL: "O FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO".
Nunca antes na história desse país um carnaval foi tão humilhante e degradante quanto o de São Paulo neste glorioso 2012, ano da "estratégia de coalizão" para obter vantagem a qualquer custo 'duela a quien duela'.
Humilhante, já no triste espetáculo da Escola Gaviões da Fiel que desfilou de joelhos, na mais explícita vassalagem ao semideus da urucubaca; degradante, pela urdidura de acabar com a festa mais popular do País, caso a derrota se avizinhasse em tons oficiais.
Os dois pontas-de-lança do submundo dos tiranos da folia, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, e Cauê Santos Ferreira, 20, afirmaram à polícia que havia "um acordo de cavalheiros" para que nenhuma escola saísse campeã.
Os dois cavalheiros foram presos na terça-feira gorda, durante a confusão que acabou com a apuração do título do carnaval de São Paulo. Eles prestaram depoimento ao delegado Oswaldo Nico Gonçalves, da Deatur (delegacia de turismo).
No depoimento que prestaram na delegacia, eles empenharam suas nobres palavras de honra dizendo que troca de dois jurados, na quinta-feira, 16, um dia antes do início dos desfiles, motivou uma combinação entre 13 escolas. Apenas uma não participou da coalizão. Eles não disseram qual seria a escola rebelde. Afinal, eles não são alcaguetes, para dar com a língua nos dentes. Para ficar no jargão de cadeia, nem Tiago, nem Cauê, são X-9. Pelo contrário, um é fanático da Casa Verde, outro é louco da Gaviões.
Quem acompanhava, na terça-feira, a pomposa cerimônia viu com toda nitidez que pouco antes da invasão do palco e do roubo dos votos, Darly Silva, o Neguitão, presidente da Vai-Vai, com uma desrespeitosa camiseta com a estampa da primeira-presidenta Dilma no peito, já incitava os integrantes da sua própria escola, da Casa Verde, da Gaviões e da Camisa Verde e Branca.
Ele bradava tonitruante queimando o filme dos jurados: "Tá tudo vendidinho, tá tudo vendidinho".
Daí para o ataque de fúria foi um pulo. Quer dizer, muitos e muitos pulos e quebra-quebra ensandecidos. Chutaram a essência do carnaval. Expurgaram de uma vez por todas a alma da alegria popular.
Não podia mesmo dar certo. O que restou de bom nisso tudo é que, esses malfeitores contumazes de malfeitos, mostraram aos homens de boa vontade desse país que a tal estratégia de coalizão que vem sendo aplicada com maestria inigualável à politicália nacional, comprando consciências nos três poderes constituídos para estabelecer o "jeito PT de governar", é um feitiço que pode virar-se contra o feiticeiro.
Mocidade Alegre, campeã acima da estratégia de coalizão.
Acima da coalizão das escolas ficou o resultado justo de tudo quanto os carnavalescos de verdade botaram no sambódromo do Anhembi, em São Paulo: 1º - Mocidade Alegre (170 pontos); 2º - Rosas de Ouro (169,8 pontos); 3º - Vai-Vai (169,6 pontos); 4º - Mancha Verde (169,5 pontos); 5º - Unidos de Vila Maria (169,5 pontos); 6º - Acadêmicos do Tucuruvi (169,4 pontos); 7º - Tom Maior (169,3 pontos); 8º - Dragões da Real (169,3 pontos); 9º - Gaviões da Fiel (169,2 pontos); 10º - X-9 Paulistana (169,1 pontos); 11º - Império da Casa Verde (168,8 pontos); 12º - Águia de Ouro (168,5 pontos); 13º - Pérola Negra (168,1 pontos); 14º - Camisa Verde e Branco (166,2 pontos). Pérola Negra e Camisa Verde e Branco foram rebaixadas.
22 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Humilhante, já no triste espetáculo da Escola Gaviões da Fiel que desfilou de joelhos, na mais explícita vassalagem ao semideus da urucubaca; degradante, pela urdidura de acabar com a festa mais popular do País, caso a derrota se avizinhasse em tons oficiais.
Os dois pontas-de-lança do submundo dos tiranos da folia, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, e Cauê Santos Ferreira, 20, afirmaram à polícia que havia "um acordo de cavalheiros" para que nenhuma escola saísse campeã.
Os dois cavalheiros foram presos na terça-feira gorda, durante a confusão que acabou com a apuração do título do carnaval de São Paulo. Eles prestaram depoimento ao delegado Oswaldo Nico Gonçalves, da Deatur (delegacia de turismo).
No depoimento que prestaram na delegacia, eles empenharam suas nobres palavras de honra dizendo que troca de dois jurados, na quinta-feira, 16, um dia antes do início dos desfiles, motivou uma combinação entre 13 escolas. Apenas uma não participou da coalizão. Eles não disseram qual seria a escola rebelde. Afinal, eles não são alcaguetes, para dar com a língua nos dentes. Para ficar no jargão de cadeia, nem Tiago, nem Cauê, são X-9. Pelo contrário, um é fanático da Casa Verde, outro é louco da Gaviões.
Quem acompanhava, na terça-feira, a pomposa cerimônia viu com toda nitidez que pouco antes da invasão do palco e do roubo dos votos, Darly Silva, o Neguitão, presidente da Vai-Vai, com uma desrespeitosa camiseta com a estampa da primeira-presidenta Dilma no peito, já incitava os integrantes da sua própria escola, da Casa Verde, da Gaviões e da Camisa Verde e Branca.
Ele bradava tonitruante queimando o filme dos jurados: "Tá tudo vendidinho, tá tudo vendidinho".
Daí para o ataque de fúria foi um pulo. Quer dizer, muitos e muitos pulos e quebra-quebra ensandecidos. Chutaram a essência do carnaval. Expurgaram de uma vez por todas a alma da alegria popular.
Não podia mesmo dar certo. O que restou de bom nisso tudo é que, esses malfeitores contumazes de malfeitos, mostraram aos homens de boa vontade desse país que a tal estratégia de coalizão que vem sendo aplicada com maestria inigualável à politicália nacional, comprando consciências nos três poderes constituídos para estabelecer o "jeito PT de governar", é um feitiço que pode virar-se contra o feiticeiro.
Mocidade Alegre, campeã acima da estratégia de coalizão.
Acima da coalizão das escolas ficou o resultado justo de tudo quanto os carnavalescos de verdade botaram no sambódromo do Anhembi, em São Paulo: 1º - Mocidade Alegre (170 pontos); 2º - Rosas de Ouro (169,8 pontos); 3º - Vai-Vai (169,6 pontos); 4º - Mancha Verde (169,5 pontos); 5º - Unidos de Vila Maria (169,5 pontos); 6º - Acadêmicos do Tucuruvi (169,4 pontos); 7º - Tom Maior (169,3 pontos); 8º - Dragões da Real (169,3 pontos); 9º - Gaviões da Fiel (169,2 pontos); 10º - X-9 Paulistana (169,1 pontos); 11º - Império da Casa Verde (168,8 pontos); 12º - Águia de Ouro (168,5 pontos); 13º - Pérola Negra (168,1 pontos); 14º - Camisa Verde e Branco (166,2 pontos). Pérola Negra e Camisa Verde e Branco foram rebaixadas.
22 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
UM GRITO PELA MORALIDADE E PELA RENOVAÇÃO DOS QUADROS POLÍTICOS BRASILEIROS
Entusiasmado com a validação da Lei da Ficha Limpa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Sebastião Ventura da Paixão, advogado e especialista do Instituto Millenium, disse que a decisão do Supremo representa uma “vitória para a democracia brasileira”. “Temos que lembrar que essa lei partiu da iniciativa popular e teve apoio de mais de dois milhões de brasileiros, que estavam cansados do patológico quadro de corrupção política.”, disse.
Para Paixão, a Lei da Ficha Limpa contribuirá para a reformulação dos quadros políticos a partir das eleições municipais de outubro de 2012 e para a moralização da política nacional.
Os ministros que votaram contra a lei alegam que ela fere o princípio da presunção de inocência e atinge direitos políticos garantidos pela Constituição. O presidente do STF, o ministro Cezar Peluso, disse que o caráter transitório da condição de réu impede que as pessoas sofram qualquer tipo de restrição. Peluso criticou o fato de se julgar os políticos por atos passados e disse que a aprovação da lei representa “uma retroatividade maligna”.
Paixão afirma que o princípio da presunção de inocência não é absoluto e deve ser relativizado em algumas circunstâncias: “A Suprema Corte reconheceu que a regra da presunção de inocência possui, sim, uma eficácia normativa irrevogável em matéria criminal. Mas, em material eleitoral é possível, justamente por ser uma questão mais sensível aos clamores democráticos, que haja uma certa relativização.”
O especialista ressalta, ainda, que os políticos atingidos pela lei já são condenados em segunda instância ou por um órgão colegiado. “Há uma exigência de que a decisão que gera a inelegibilidade do candidato tenha sido confirmada por órgão colegiado judicial. Não se trata apenas de uma acusação ou de um mero indício. Há de existir uma decisão confirmada por órgão judicial de segundo grau.”
Sobre a responsabilidade dos Tribunais de Justiça locais, Paixão disse que confia no trabalho dos magistrados brasileiros para deliberar sobre o futuro das carreiras dos políticos. “A responsabilidade do judiciário sempre existiu. A questão é que, em virtude do advento da Lei da Ficha Limpa, haverá a conseqüência da inelegibilidade. Mas, se existir a alguma situação desproporcional, alguma situação de anormalidade processual, o candidato poderá buscar a proteção das cortes superiores. Existem instrumentos para atribuir efeitos suspensivos, evitanado que situações de injustiça venham a prejudicar indevidamente o acusado.”
Para Paixão, a Lei da Ficha Limpa contribuirá para a reformulação dos quadros políticos a partir das eleições municipais de outubro de 2012 e para a moralização da política nacional.
Os ministros que votaram contra a lei alegam que ela fere o princípio da presunção de inocência e atinge direitos políticos garantidos pela Constituição. O presidente do STF, o ministro Cezar Peluso, disse que o caráter transitório da condição de réu impede que as pessoas sofram qualquer tipo de restrição. Peluso criticou o fato de se julgar os políticos por atos passados e disse que a aprovação da lei representa “uma retroatividade maligna”.
Paixão afirma que o princípio da presunção de inocência não é absoluto e deve ser relativizado em algumas circunstâncias: “A Suprema Corte reconheceu que a regra da presunção de inocência possui, sim, uma eficácia normativa irrevogável em matéria criminal. Mas, em material eleitoral é possível, justamente por ser uma questão mais sensível aos clamores democráticos, que haja uma certa relativização.”
O especialista ressalta, ainda, que os políticos atingidos pela lei já são condenados em segunda instância ou por um órgão colegiado. “Há uma exigência de que a decisão que gera a inelegibilidade do candidato tenha sido confirmada por órgão colegiado judicial. Não se trata apenas de uma acusação ou de um mero indício. Há de existir uma decisão confirmada por órgão judicial de segundo grau.”
Sobre a responsabilidade dos Tribunais de Justiça locais, Paixão disse que confia no trabalho dos magistrados brasileiros para deliberar sobre o futuro das carreiras dos políticos. “A responsabilidade do judiciário sempre existiu. A questão é que, em virtude do advento da Lei da Ficha Limpa, haverá a conseqüência da inelegibilidade. Mas, se existir a alguma situação desproporcional, alguma situação de anormalidade processual, o candidato poderá buscar a proteção das cortes superiores. Existem instrumentos para atribuir efeitos suspensivos, evitanado que situações de injustiça venham a prejudicar indevidamente o acusado.”
MENSAGEM DO CANADÁ
De Daniel Garros, médico gaúcho residente no Canadá, recebo:
Sabe como é, não posso resistir, se tenho um tempinho para escrever (e hoje é feriadão aqui também!)...
O verso que citaste: "E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. De forma semelhante, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado em favor de vós", na verdade mostra bem a crença protestante...
Tudo isso é feito EM MEMÓRIA apenas... assim que o sangue não pode estar contido na memória!!! Por isso nós evangélicos participamos do ritual da ceia de Jesus em memória d’Ele, apenas. Não acreditamos na transubstanciação pregada pelos católicos como bem colocaste.
Quanto aos Testemunhas de Jeová, acho uma barbaridade essa confusão que fazem, pois como bem disseste não comem o sangue ao ser transfundido... mas eles são radicais nisso. Já fiz a retirada de paternidade de crianças que precisei transfundir para salvar suas vidas em cirurgias eletivas... e devolvemos a paternidade logo após. Eles ficam felizes com isso, embora sob os protestos dos lideres. As crianças transfundidas com o conhecimento dos pais são “amaldiçoadas” na comunidade, tratadas como inferiores (nada cristão!)... Em casos de urgência, às vezes transfundimos sem perguntar, e eles são então gratos de novo, pois não deu tempo para concordarem...
Mas um benefício surgiu dessa insanidade dos TJ... Sabemos que podemos fazer cirurgias sem transfundir tão livremente como fazíamos antigamente, pois o corpo humano (baseado nas experiências com os TJ) tem um nível de tolerância incrível para baixa hemoglobina... Estudos recentes mostram melhores resultados em cirurgias e tratamentos de doenças em UTIs com níveis de hemoglobina de 75 ao invés de 95 (o normal seria 110-120). E as pesquisas mostram também que se a gente transfunde demais, o organismo fica sensibilizado e rejeita transplantes mais fácil, e além de tudo tem menos tolerância para infecções em geral .. Isso sem falar nas as infecções transmitidas pelo sangue.
Quanto a essas, cada vez se descobre mais coisas. Por exemplo, a doença de Creutzfeldt-Jacob (a da vaca louca) pode ser passada pelo sangue, por partículas (príons) que são difíceis de detectar. E comendo sangue, essas passam mesmo! Talvez daí a origem do mandamento divino... hein?
Essas leis do Levítico (algumas bem pertinentes como não mentir, não enganar os vizinhos, não cobrar juros exorbitantes, poupar a terra - não plantar no sétimo ano, etc.) são princípios ótimos! Mas tem muita coisa judia para a época, leis incompreensíveis e estapafúrdias para nossa época. A questão é como distinguir o que vale e o que não vale mais...
A pessoa de Jesus e seus ensinos com o princípio da “graça acima da lei” seria a resposta a tudo isso... Ele curou no sábado e quebrou muitas das convenções e leis... E muitos princípios que como tu dizes são totalmente impensáveis para a nossa sociedade. Jesus, porém, disse: “não vim revogar a Lei, mas cumpri-la”.
Só que Ele a cumpriu mostrando que o seu padrão de vida está muito acima de regras - vem de dentro para fora e não de fora para dentro... “Eu porém vos digo” era como começava as suas antíteses... E lascava contra os fariseus que queriam a lei como acima de qualquer coisa!
Chega. Escrevi demais...
janer cristaldo
22 de fevereiro de 2012
Sabe como é, não posso resistir, se tenho um tempinho para escrever (e hoje é feriadão aqui também!)...
O verso que citaste: "E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. De forma semelhante, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado em favor de vós", na verdade mostra bem a crença protestante...
Tudo isso é feito EM MEMÓRIA apenas... assim que o sangue não pode estar contido na memória!!! Por isso nós evangélicos participamos do ritual da ceia de Jesus em memória d’Ele, apenas. Não acreditamos na transubstanciação pregada pelos católicos como bem colocaste.
Quanto aos Testemunhas de Jeová, acho uma barbaridade essa confusão que fazem, pois como bem disseste não comem o sangue ao ser transfundido... mas eles são radicais nisso. Já fiz a retirada de paternidade de crianças que precisei transfundir para salvar suas vidas em cirurgias eletivas... e devolvemos a paternidade logo após. Eles ficam felizes com isso, embora sob os protestos dos lideres. As crianças transfundidas com o conhecimento dos pais são “amaldiçoadas” na comunidade, tratadas como inferiores (nada cristão!)... Em casos de urgência, às vezes transfundimos sem perguntar, e eles são então gratos de novo, pois não deu tempo para concordarem...
Mas um benefício surgiu dessa insanidade dos TJ... Sabemos que podemos fazer cirurgias sem transfundir tão livremente como fazíamos antigamente, pois o corpo humano (baseado nas experiências com os TJ) tem um nível de tolerância incrível para baixa hemoglobina... Estudos recentes mostram melhores resultados em cirurgias e tratamentos de doenças em UTIs com níveis de hemoglobina de 75 ao invés de 95 (o normal seria 110-120). E as pesquisas mostram também que se a gente transfunde demais, o organismo fica sensibilizado e rejeita transplantes mais fácil, e além de tudo tem menos tolerância para infecções em geral .. Isso sem falar nas as infecções transmitidas pelo sangue.
Quanto a essas, cada vez se descobre mais coisas. Por exemplo, a doença de Creutzfeldt-Jacob (a da vaca louca) pode ser passada pelo sangue, por partículas (príons) que são difíceis de detectar. E comendo sangue, essas passam mesmo! Talvez daí a origem do mandamento divino... hein?
Essas leis do Levítico (algumas bem pertinentes como não mentir, não enganar os vizinhos, não cobrar juros exorbitantes, poupar a terra - não plantar no sétimo ano, etc.) são princípios ótimos! Mas tem muita coisa judia para a época, leis incompreensíveis e estapafúrdias para nossa época. A questão é como distinguir o que vale e o que não vale mais...
A pessoa de Jesus e seus ensinos com o princípio da “graça acima da lei” seria a resposta a tudo isso... Ele curou no sábado e quebrou muitas das convenções e leis... E muitos princípios que como tu dizes são totalmente impensáveis para a nossa sociedade. Jesus, porém, disse: “não vim revogar a Lei, mas cumpri-la”.
Só que Ele a cumpriu mostrando que o seu padrão de vida está muito acima de regras - vem de dentro para fora e não de fora para dentro... “Eu porém vos digo” era como começava as suas antíteses... E lascava contra os fariseus que queriam a lei como acima de qualquer coisa!
Chega. Escrevi demais...
janer cristaldo
22 de fevereiro de 2012
ANOTAÇÕES POLÍTICAS DO JORNALISTA CARLOS CHAGAS
Recarregadas as baterias
Livres do Carnaval não estamos hoje, tendo em vista a moda que avança ano após ano e faz da Quarta-Feira de Cinzas o dia do rescaldo da folia iniciada bem antes do último sábado. Melhor assim, fica todo mundo feliz, ou quase. Resta aguardar para saber quando, daqui a séculos, o país do Carnaval incluirá o adjetivo “permanente” em nossas características maiores. Mesmo assim, é preciso seguir adiante.
Senão hoje, amanhã estarão funcionando em Brasília atividades e instituições estáveis, depois de interregno tão singular quanto feliz para a maioria dos carnavalescos em festa, entre 200 milhões. A presidente Dilma despacha novamente em Brasília e logo viaja para o Nordeste. Seus ministros, com as exceções de sempre, também.
Nos tribunais superiores, voltam as togas, ainda que no Congresso inexistam esperanças de plenários cheios, coisa que fica para a próxima semana. A retomada da normalidade estende-se pelo território nacional, recarregadas que se encontram as baterias da paciência popular, não obstante a perda de tanta energia.
A pergunta que se faz é sobre quando começará o ano eleitoral, acima e além de datas e prazos que o Tribunal Superior Eleitoral divulgará proximamente. Voltam-se as atenções para a escolha dos candidatos a prefeito nas capitais. Em quase todas emergem possibilidades, ainda que certeza não exista quanto à tendência definitiva dos grupos e partidos em disputa prévia.
Tome-se São Paulo, ainda sujeita a surpresas, apesar de quase definidos os dois polos conflitantes: Fernando Haddad, do PT, já lançado pelo ex-presidente Lula, e José Serra, do PSDB, prestes a romper a barreira da indecisão. Fora algum inusitado, daqueles que costumam acontecer, estará em jogo mais do que a prefeitura paulistana. Primeiro, o governo do estado, que o PT almeja há anos, mantido pelo PSDB, mas também, para 2014, a presidência da República, não necessariamente entre companheiros de um lado e tucanos de outro, muito menos que se restrinja a São Paulo a luta pelo palácio do Planalto.
Mas a corrida pela sucessão de Gilberto Kassab é simbólica. Vale aguardar seus desdobramentos, até outubro.
###
E AS MEDIDAS PROVISÓRIAS?
Na recente reabertura dos trabalhos do Congresso, no começo do mês, destacou-se o pronunciamento do senador José Sarney, numa espécie de última prestação de contas como presidente do Senado. Lembrou sua longa vida pública, sua inequívoca colaboração prestada para a consolidação da democracia e não poupou críticas às medidas provisórias criadas na Constituição de 1986 e utilizadas exageradamente desde o governo Fernando Collor, com ênfase para os períodos de Fernando Henrique e Lula. Sem esquecer Dilma Rousseff, agora.
Espera-se que à teoria retórica venha a seguir-se a prática objetiva. Sarney fica devendo o patrocínio imediato de emenda constitucional limitando ou até extinguindo a prerrogativa de o Executivo legislar sem quaisquer impedimentos, como se Legislativo fosse. Apesar de o mais importante aliado do governo, a lealdade maior do senador é para com o poder que preside. Quem sabe desta vez vamos?
Carlos Chagas
22 de fevereiro de 2012
Livres do Carnaval não estamos hoje, tendo em vista a moda que avança ano após ano e faz da Quarta-Feira de Cinzas o dia do rescaldo da folia iniciada bem antes do último sábado. Melhor assim, fica todo mundo feliz, ou quase. Resta aguardar para saber quando, daqui a séculos, o país do Carnaval incluirá o adjetivo “permanente” em nossas características maiores. Mesmo assim, é preciso seguir adiante.
Senão hoje, amanhã estarão funcionando em Brasília atividades e instituições estáveis, depois de interregno tão singular quanto feliz para a maioria dos carnavalescos em festa, entre 200 milhões. A presidente Dilma despacha novamente em Brasília e logo viaja para o Nordeste. Seus ministros, com as exceções de sempre, também.
Nos tribunais superiores, voltam as togas, ainda que no Congresso inexistam esperanças de plenários cheios, coisa que fica para a próxima semana. A retomada da normalidade estende-se pelo território nacional, recarregadas que se encontram as baterias da paciência popular, não obstante a perda de tanta energia.
A pergunta que se faz é sobre quando começará o ano eleitoral, acima e além de datas e prazos que o Tribunal Superior Eleitoral divulgará proximamente. Voltam-se as atenções para a escolha dos candidatos a prefeito nas capitais. Em quase todas emergem possibilidades, ainda que certeza não exista quanto à tendência definitiva dos grupos e partidos em disputa prévia.
Tome-se São Paulo, ainda sujeita a surpresas, apesar de quase definidos os dois polos conflitantes: Fernando Haddad, do PT, já lançado pelo ex-presidente Lula, e José Serra, do PSDB, prestes a romper a barreira da indecisão. Fora algum inusitado, daqueles que costumam acontecer, estará em jogo mais do que a prefeitura paulistana. Primeiro, o governo do estado, que o PT almeja há anos, mantido pelo PSDB, mas também, para 2014, a presidência da República, não necessariamente entre companheiros de um lado e tucanos de outro, muito menos que se restrinja a São Paulo a luta pelo palácio do Planalto.
Mas a corrida pela sucessão de Gilberto Kassab é simbólica. Vale aguardar seus desdobramentos, até outubro.
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E AS MEDIDAS PROVISÓRIAS?
Na recente reabertura dos trabalhos do Congresso, no começo do mês, destacou-se o pronunciamento do senador José Sarney, numa espécie de última prestação de contas como presidente do Senado. Lembrou sua longa vida pública, sua inequívoca colaboração prestada para a consolidação da democracia e não poupou críticas às medidas provisórias criadas na Constituição de 1986 e utilizadas exageradamente desde o governo Fernando Collor, com ênfase para os períodos de Fernando Henrique e Lula. Sem esquecer Dilma Rousseff, agora.
Espera-se que à teoria retórica venha a seguir-se a prática objetiva. Sarney fica devendo o patrocínio imediato de emenda constitucional limitando ou até extinguindo a prerrogativa de o Executivo legislar sem quaisquer impedimentos, como se Legislativo fosse. Apesar de o mais importante aliado do governo, a lealdade maior do senador é para com o poder que preside. Quem sabe desta vez vamos?
Carlos Chagas
22 de fevereiro de 2012
LULA, ZÉ DIRCEU E JOÃO SANTANA SÃO "CONSULTORES" DO COMITÊ DE CAMPANHA ELEITORAL DE CHÁVEZ, REVELA JORNAL VENEZUELANO
Lula articula a equipe de "consultores"
Transcrevo após este prólogo matéria que esta na sessão Daly News, em inglês, do jornal El Universal, um dos mais tradicionais e importantes diários da Venezuela.
Esta matéria por si só explica por que o meu blog acompanha de perto a situação na Venezuela, com também a dos demais países latino-americanos bem como onde a notícia estiver, já que a internet rompeu qualquer fronteira. Na verdade, o perfil que defini desde o início para o blog repousa na sua abrangência nacional e internacional.
Procuro contextualizar globalmente a política e todos os demais assuntos, os quais muitas vezes são escamoteados pela grande mídia ou então descontextualizados.
Se os fatos que ocorrem na Venezuela estivessem à margem dos interesses do atual governo comandado por Lula e seus sequazes, por certo José Dirceu não estaria prestando "consultoria", para o caudilho Hugo Chávez.
Bem se vê, igualmente, que ao redor do governo petista gravitam muitos empresários brasileiros que, através de manobras pouco claras que envolvem recursos estatais, via BNDES e demais agências estatais, obtém consideráveis vantagens em operações no exterior.
Esse texto do El Universal dá a medida exata do que acabei de comentar. Leiam:
O presidente Hugo Chávez está disposto a dar tudo por sua segunda reeleição em 07 de outubro de 2012, e à frente desta nova "Batalha de Carabobo", como ele denominou, os brasileiros ofereceram-lhe os melhores estrategistas políticos para ganhar a eleição.
Embaixador da Venezuela para o Brasil Maximilien Sánchez Arveláiz, visitou Caracas em janeiro, em uma visita "especial", acompanhado por José Dirceu, uma figura controversa na política brasileira, atual líder do Partido dos Trabalhadores do Brasil (PT) e ex-presidente do partido no poder no Brasil.
Dirceu, que era chefe de gabinete durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ele teve que renunciar por acusações de corrupção) foi um dos primeiros estrategistas políticos consultados pela Secretaria Executiva da Venezuela para preparar campanha de Chávez.
Durante as reuniões realizadas entre o final de janeiro e 2012 de fevereiro em Caracas, Dirceu discutiu alguns detalhes importantes sobre a campanha.
Ele não teve nenhum problema para entrar em contato com o pessoal de Hugo Chávez porque seus laços com a Venezuela datam de 2003, quando ele contribuiu para a eleição de Lula como presidente do Brasil.
Dirceu se encontrou com Chávez e ministros venezuelanos logo em Junho de 2011 durante uma visita a Caracas pelo o então presidente brasileiro, Lula da Silva.
Um dos detalhes que Dirceu e sua equipe procuram é refinar a imagem de Chávez, relacionada com "lacunas em sua comunicação", uma delas relacionada com a sua saúde; e também com sua imagem como autocrata e seu discurso radical. Os conselheiros irão procurar dar-lhe uma imagem mais conciliadora ", disseram as fontes.
"Não é uma tarefa fácil," admitiram membros do pessoal de Chávez. Esta é a razão pela qual a equipe de campanha do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) contatactou com João Santana, consultor brasileiro e publicitário.
A reeleição de Chávez é vital para os brasileiros (leia-se Lula, Dirceu etc caterva e meia dúzia de empresários que adoram mamar nos cofres estatais), a fim de manter seus contratos rentáveis na Venezuela - conclui a matéria do El Universal. Read en english.
22 de fevereiro de 2012
aluzio amorim
Transcrevo após este prólogo matéria que esta na sessão Daly News, em inglês, do jornal El Universal, um dos mais tradicionais e importantes diários da Venezuela.
Esta matéria por si só explica por que o meu blog acompanha de perto a situação na Venezuela, com também a dos demais países latino-americanos bem como onde a notícia estiver, já que a internet rompeu qualquer fronteira. Na verdade, o perfil que defini desde o início para o blog repousa na sua abrangência nacional e internacional.
Procuro contextualizar globalmente a política e todos os demais assuntos, os quais muitas vezes são escamoteados pela grande mídia ou então descontextualizados.
Se os fatos que ocorrem na Venezuela estivessem à margem dos interesses do atual governo comandado por Lula e seus sequazes, por certo José Dirceu não estaria prestando "consultoria", para o caudilho Hugo Chávez.
Bem se vê, igualmente, que ao redor do governo petista gravitam muitos empresários brasileiros que, através de manobras pouco claras que envolvem recursos estatais, via BNDES e demais agências estatais, obtém consideráveis vantagens em operações no exterior.
Esse texto do El Universal dá a medida exata do que acabei de comentar. Leiam:
O presidente Hugo Chávez está disposto a dar tudo por sua segunda reeleição em 07 de outubro de 2012, e à frente desta nova "Batalha de Carabobo", como ele denominou, os brasileiros ofereceram-lhe os melhores estrategistas políticos para ganhar a eleição.
Embaixador da Venezuela para o Brasil Maximilien Sánchez Arveláiz, visitou Caracas em janeiro, em uma visita "especial", acompanhado por José Dirceu, uma figura controversa na política brasileira, atual líder do Partido dos Trabalhadores do Brasil (PT) e ex-presidente do partido no poder no Brasil.
Dirceu, que era chefe de gabinete durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ele teve que renunciar por acusações de corrupção) foi um dos primeiros estrategistas políticos consultados pela Secretaria Executiva da Venezuela para preparar campanha de Chávez.
Durante as reuniões realizadas entre o final de janeiro e 2012 de fevereiro em Caracas, Dirceu discutiu alguns detalhes importantes sobre a campanha.
Ele não teve nenhum problema para entrar em contato com o pessoal de Hugo Chávez porque seus laços com a Venezuela datam de 2003, quando ele contribuiu para a eleição de Lula como presidente do Brasil.
Dirceu se encontrou com Chávez e ministros venezuelanos logo em Junho de 2011 durante uma visita a Caracas pelo o então presidente brasileiro, Lula da Silva.
Um dos detalhes que Dirceu e sua equipe procuram é refinar a imagem de Chávez, relacionada com "lacunas em sua comunicação", uma delas relacionada com a sua saúde; e também com sua imagem como autocrata e seu discurso radical. Os conselheiros irão procurar dar-lhe uma imagem mais conciliadora ", disseram as fontes.
"Não é uma tarefa fácil," admitiram membros do pessoal de Chávez. Esta é a razão pela qual a equipe de campanha do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) contatactou com João Santana, consultor brasileiro e publicitário.
A reeleição de Chávez é vital para os brasileiros (leia-se Lula, Dirceu etc caterva e meia dúzia de empresários que adoram mamar nos cofres estatais), a fim de manter seus contratos rentáveis na Venezuela - conclui a matéria do El Universal. Read en english.
22 de fevereiro de 2012
aluzio amorim
RENÚNCIA DO PRESIDENTE ALEMÃO, ACUSADO DE CORRUPÇÃO, MOSTRA A DIFERENÇA ENTRE A POLÍTICA NO BRASIL E NA ALEMANHA
22 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
Em meio à sagrada e bem-vinda volúpia do Carnaval, os jornais brasileiros deram pouco destaque à renúncia do presidente da Alemanha, Christian Wulff, que está sendo investigado por atos de corrupção. Aqui no Blog da Tribuna, o assunto só não passou batido porque o comentarista Martim Berto Fuchs se encarregou de abordá-lo duas vezes, reproduzindo a seguinte informação:
“A confiança dos cidadãos foi afetada. Portanto, não posso seguir exercendo minha função. Por isso renuncio”, declarou Wulff.
Na noite de quinta-feira (16/2), a Procuradoria de Hannover (no norte do país) havia reclamado que sua imunidade fosse suspensa por suspeitas de corrupção por ele ter obtido várias vantagens de amigos empresários.
A chanceler Angela Merkel, a promotora da eleição de Wulff, cancelou de última hora sua visita à Itália, onde deveria se reunir com o primeiro-ministro Mario Monti, para fazer uma declaração na qual pediu consenso para designar o próximo presidente alemão.
Desde meados de dezembro, Wulff, de 52 anos, é alvo de críticas dos meios de comunicação alemães que o acusam de ter tentado abafar um caso de crédito privado obtido da esposa de um amigo industrial, quando era chefe do governo regional da Baixa Saxônia.”
Vejam que diferença para o Brasil, onde sete ministros são afastados por corrupção, no prazo de apenas 13 meses, e não acontece nada. Analisem, por exemplo, o caso do governador Sergio Cabral. Quando suas ligações com os empreiteiros que vivem ás custas do erário ficaram evidentes, naquele fim de semana na Bahia, ao invés de renunciar, ele simplesmente mandou redigir um Código de Conduta, como se não soubesse o que é certo ou errado para um homem público fazer. Sinceramente…
###
NOVO PRESIDENTE É ESCOLHIDO
O ex-ativista de direitos humanos da Alemanha Oriental, Joachim Gauck, será o próximo presidente da Alemanha, disse a chanceler Angela Merkel neste domingo.
Os partidos cristãos de Merkel (CDU/CSU) e seu aliado liberal (FDP), o Partido Social Democrata (SPD) e os Verdes contavam com uma cômoda maioria para que Gauck, de 72 anos, fosse eleito.
Gauck foi o candidato do SPD e dos Verdes em junho de 2010 contra Wulff, a quem Merkel acabou escolhendo sem muitas dificuldades.
O futuro presidente alemão, a quem Merkel chamou de “professor da democracia” durante sua coletiva de imprensa, goza de uma grande popularidade em seu país.
Apenas o partido de extrema esquerda Die Linke, formado por alguns ex-membros do partido comunista que governava a RDA, critica ferozmente Gauck, que é pastor luterano.
22 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
Carlos Newton
Em meio à sagrada e bem-vinda volúpia do Carnaval, os jornais brasileiros deram pouco destaque à renúncia do presidente da Alemanha, Christian Wulff, que está sendo investigado por atos de corrupção. Aqui no Blog da Tribuna, o assunto só não passou batido porque o comentarista Martim Berto Fuchs se encarregou de abordá-lo duas vezes, reproduzindo a seguinte informação:
“A confiança dos cidadãos foi afetada. Portanto, não posso seguir exercendo minha função. Por isso renuncio”, declarou Wulff.
Na noite de quinta-feira (16/2), a Procuradoria de Hannover (no norte do país) havia reclamado que sua imunidade fosse suspensa por suspeitas de corrupção por ele ter obtido várias vantagens de amigos empresários.
A chanceler Angela Merkel, a promotora da eleição de Wulff, cancelou de última hora sua visita à Itália, onde deveria se reunir com o primeiro-ministro Mario Monti, para fazer uma declaração na qual pediu consenso para designar o próximo presidente alemão.
Desde meados de dezembro, Wulff, de 52 anos, é alvo de críticas dos meios de comunicação alemães que o acusam de ter tentado abafar um caso de crédito privado obtido da esposa de um amigo industrial, quando era chefe do governo regional da Baixa Saxônia.”
Vejam que diferença para o Brasil, onde sete ministros são afastados por corrupção, no prazo de apenas 13 meses, e não acontece nada. Analisem, por exemplo, o caso do governador Sergio Cabral. Quando suas ligações com os empreiteiros que vivem ás custas do erário ficaram evidentes, naquele fim de semana na Bahia, ao invés de renunciar, ele simplesmente mandou redigir um Código de Conduta, como se não soubesse o que é certo ou errado para um homem público fazer. Sinceramente…
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NOVO PRESIDENTE É ESCOLHIDO
O ex-ativista de direitos humanos da Alemanha Oriental, Joachim Gauck, será o próximo presidente da Alemanha, disse a chanceler Angela Merkel neste domingo.
Os partidos cristãos de Merkel (CDU/CSU) e seu aliado liberal (FDP), o Partido Social Democrata (SPD) e os Verdes contavam com uma cômoda maioria para que Gauck, de 72 anos, fosse eleito.
Gauck foi o candidato do SPD e dos Verdes em junho de 2010 contra Wulff, a quem Merkel acabou escolhendo sem muitas dificuldades.
O futuro presidente alemão, a quem Merkel chamou de “professor da democracia” durante sua coletiva de imprensa, goza de uma grande popularidade em seu país.
Apenas o partido de extrema esquerda Die Linke, formado por alguns ex-membros do partido comunista que governava a RDA, critica ferozmente Gauck, que é pastor luterano.
22 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
PESQUISA: CARIOCA É CONTRA MACONHA, ABORTO E CASAMENTO GAY
Depois do carnaval, o deputado federal Arolde de Oliveira, um dos principais líderes do PSD no Rio, levará ao partido o resultado de uma pesquisa de opinião que encomendou para detalhar o perfil do eleitor da região metropolitana.
Os números mostram que 68,5% dos entrevistados são contra a legalização do aborto, porcentual que sobe para 82,4% entre os evangélicos.
Oitenta por cento disseram ser contra a legalização da maconha (89,4% entre os evangélicos).
No quesito casamento entre homossexuais, os entrevistados se mostraram mais tolerantes: 46,6% se disseram contrários. Entre os evangélicos, no entanto, o resultado é muito diferente: 71,6% rejeitam a união gay e apenas 18,8% aprovam.
A pesquisa é do instituto GPP, que entrevistou 800 pessoas entre os dias 14 e 15 de janeiro. 'Fiz a pesquisa porque queria ter uma ideia do pensamento médio da população e comparar com minha tábua de valores', diz Arolde.(Do Estadão)
22 de fevereiro de 2012
Os números mostram que 68,5% dos entrevistados são contra a legalização do aborto, porcentual que sobe para 82,4% entre os evangélicos.
Oitenta por cento disseram ser contra a legalização da maconha (89,4% entre os evangélicos).
No quesito casamento entre homossexuais, os entrevistados se mostraram mais tolerantes: 46,6% se disseram contrários. Entre os evangélicos, no entanto, o resultado é muito diferente: 71,6% rejeitam a união gay e apenas 18,8% aprovam.
A pesquisa é do instituto GPP, que entrevistou 800 pessoas entre os dias 14 e 15 de janeiro. 'Fiz a pesquisa porque queria ter uma ideia do pensamento médio da população e comparar com minha tábua de valores', diz Arolde.(Do Estadão)
22 de fevereiro de 2012
QUERO VOLTAR A SER FELIZ
“Fui criada com princípios morais comuns. Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os “lanterninhas” dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo.
Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder deseducadamente à policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades.
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos.
Por tudo que meus netos um dia temerão. Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos.
Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial. Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas. Policiais em blitz é abuso de autoridade.
Regalias em presídios é matéria votada em reuniões. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem é ser otário. Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.
Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos. O que aconteceu conosco? Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Crianças morrendo de fome!
Que valores são esses?
Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano. Celulares nas mochilas dos recém saídos das fraldas. TV, DVD, vídeo-game…
O que vai querer em troca desse abraço, meu filho?
Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale um telão do que um papo. Mais vale um baseado do que um sorvete. Mais valem dois vinténs do que um gosto.
Que lares são esses...
Jovens ausentes, pais ausentes. Droga presente. E o presente? uma droga! O que é aquilo? Uma árvore, uma galinha, uma estrela, ou uma flor?
Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo? Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho? Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo? Quando foi que me fechei?
Quero de volta a minha dignidade, a minha paz. Quero de volta a lei e a ordem. Quero liberdade com segurança! Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores! Quero sentar na calçada e ter a porta aberta nas noites de verão. Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho. Quero a vergonha, a solidariedade. Quero a esperança, a alegria. Teto para todos, comida na mesa, saúde a mil.
Quero calar a boca de quem diz: “a nível de”, enquanto pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”! E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum, como eu.
Adoro o meu mundo simples e comum. Vamos voltar a ser “gente”? Ter o amor, a solidariedade, a fraternidade como base. A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito… Discordar do absurdo. Construir sempre um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.
Utopia? Não… …hein? Quem sabe?… …se você e eu fizermos nossa parte e contaminarmos mais pessoas, e essas pessoas contaminarem mais pessoas…”
De e-mail recebido do amigo Antonio Álvaro Massareto.
21 de fevereiro de 2012
Sara Maria Binatti dos Anjos
Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder deseducadamente à policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades.
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos.
Por tudo que meus netos um dia temerão. Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos.
Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial. Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas. Policiais em blitz é abuso de autoridade.
Regalias em presídios é matéria votada em reuniões. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem é ser otário. Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.
Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos. O que aconteceu conosco? Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Crianças morrendo de fome!
Que valores são esses?
Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano. Celulares nas mochilas dos recém saídos das fraldas. TV, DVD, vídeo-game…
O que vai querer em troca desse abraço, meu filho?
Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale um telão do que um papo. Mais vale um baseado do que um sorvete. Mais valem dois vinténs do que um gosto.
Que lares são esses...
Jovens ausentes, pais ausentes. Droga presente. E o presente? uma droga! O que é aquilo? Uma árvore, uma galinha, uma estrela, ou uma flor?
Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo? Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho? Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo? Quando foi que me fechei?
Quero de volta a minha dignidade, a minha paz. Quero de volta a lei e a ordem. Quero liberdade com segurança! Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores! Quero sentar na calçada e ter a porta aberta nas noites de verão. Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho. Quero a vergonha, a solidariedade. Quero a esperança, a alegria. Teto para todos, comida na mesa, saúde a mil.
Quero calar a boca de quem diz: “a nível de”, enquanto pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”! E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum, como eu.
Adoro o meu mundo simples e comum. Vamos voltar a ser “gente”? Ter o amor, a solidariedade, a fraternidade como base. A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito… Discordar do absurdo. Construir sempre um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.
Utopia? Não… …hein? Quem sabe?… …se você e eu fizermos nossa parte e contaminarmos mais pessoas, e essas pessoas contaminarem mais pessoas…”
De e-mail recebido do amigo Antonio Álvaro Massareto.
21 de fevereiro de 2012
Sara Maria Binatti dos Anjos
GREVE DE FOME DE PRESO PALESTINO REABRE DEBATE SOBRE JUSTIÇA MILITAR ISRAELENSE
Reportagem de Ana Cárdenes, da agência EFE, mostra que os mais de 60 dias de greve de fome do palestino Khader Adnan, preso por Israel sem acusações, voltaram a pôr sobre a mesa o debate sobre a aplicação da justiça militar com a qual Israel julga os palestinos nos territórios ocupados e sua denunciada falta de imparcialidade.
Adnan foi detido a 17 de dezembro pelo Exército israelense sob o amplo conceito de “detenção administrativa”, uma ferramenta que permite prender indefinidamente os palestinos sem acusação de delito algum.
Ex-porta-voz do grupo islamita palestino Jihad Islâmica, Adnan é um dos 307 palestinos nesse limbo legal, uma situação que o levou a se negar a ingerir alimentos desde o dia seguinte a sua detenção.
“Nos casos de detenção administrativa como este não temos direito sequer de ver o dossiê de acusação, porque se considera ‘material secreto’ que nem o detido nem seu advogado podem conhecer”, detalhou à Efe Sahar Francis, diretora de uma organização não governamental palestina de apoio a prisioneiros.
Esta advogada explicou que “na audiência judicial há duas partes, uma na qual o advogado pode fazer perguntas ao promotor, mas que este não contesta argumentando segredo, e outra entre o promotor e o juiz, na qual se decide tudo sem a presença da defesa”.
A detenção administrativa pode estender-se a cada seis meses, o que permite que algumas pessoas estejam anos sem saber por que estão detidas nem o que podem fazer para ser libertados.
“Na Primeira Intifada houve presos que passaram oito anos em detenção administrativa e agora há vários que estão há três anos e meio nessa situação”, garantiu Francis.
Para ela, há três problemas fundamentais no sistema: a indefinição dos delitos, os procedimentos que violam direitos básicos do detido e a excessiva dureza das penas, com prisão de até um ano por jogar uma pedra sem atingir ninguém.
A lei militar permite que os detidos estejam até oito dias sem apresentar-se perante um juiz (em vez das 24 horas em Israel) e dá às forças de segurança 180 dias para interrogá-los, que podem ser estendidos ilimitadamente.
Outra das carências do sistema, ressaltou Francis, é que “a maioria de acusações se baseiam em confissões que outros presos fazem durante interrogatórios nos quais a tortura e o maus-tratos estão muito difundidos. Há poucos casos que apresentam provas materiais”.
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CONFISSÕES EM HEBRAICO
Os interrogatórios são em árabe, mas os presos assinam a declaração em hebraico, idioma que muitos não entendem. Os advogados têm um acesso limitado a seus clientes e os julgamentos transcorrem em hebraico, com um jovem sem formação de tradutor legal entre 18 e 21 anos que realiza o serviço militar obrigatório narrando em árabe aos acusados o que ocorre.
Outro problema é que Israel julga em seus tribunais militares não só questões de segurança, mas também crimes civis como infrações de trânsito e multas, que podem levar os palestinos à prisão.
Para Francis, o fato de “mais de 90% dos casos serem fechados com acordos entre promotor e advogado e menos de 1% ser declarados inocentes” demonstra a inexistência de um julgamento justo.
22 de fevereiro de 2012
tribuna da internet
Adnan foi detido a 17 de dezembro pelo Exército israelense sob o amplo conceito de “detenção administrativa”, uma ferramenta que permite prender indefinidamente os palestinos sem acusação de delito algum.
Ex-porta-voz do grupo islamita palestino Jihad Islâmica, Adnan é um dos 307 palestinos nesse limbo legal, uma situação que o levou a se negar a ingerir alimentos desde o dia seguinte a sua detenção.
“Nos casos de detenção administrativa como este não temos direito sequer de ver o dossiê de acusação, porque se considera ‘material secreto’ que nem o detido nem seu advogado podem conhecer”, detalhou à Efe Sahar Francis, diretora de uma organização não governamental palestina de apoio a prisioneiros.
Esta advogada explicou que “na audiência judicial há duas partes, uma na qual o advogado pode fazer perguntas ao promotor, mas que este não contesta argumentando segredo, e outra entre o promotor e o juiz, na qual se decide tudo sem a presença da defesa”.
A detenção administrativa pode estender-se a cada seis meses, o que permite que algumas pessoas estejam anos sem saber por que estão detidas nem o que podem fazer para ser libertados.
“Na Primeira Intifada houve presos que passaram oito anos em detenção administrativa e agora há vários que estão há três anos e meio nessa situação”, garantiu Francis.
Para ela, há três problemas fundamentais no sistema: a indefinição dos delitos, os procedimentos que violam direitos básicos do detido e a excessiva dureza das penas, com prisão de até um ano por jogar uma pedra sem atingir ninguém.
A lei militar permite que os detidos estejam até oito dias sem apresentar-se perante um juiz (em vez das 24 horas em Israel) e dá às forças de segurança 180 dias para interrogá-los, que podem ser estendidos ilimitadamente.
Outra das carências do sistema, ressaltou Francis, é que “a maioria de acusações se baseiam em confissões que outros presos fazem durante interrogatórios nos quais a tortura e o maus-tratos estão muito difundidos. Há poucos casos que apresentam provas materiais”.
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CONFISSÕES EM HEBRAICO
Os interrogatórios são em árabe, mas os presos assinam a declaração em hebraico, idioma que muitos não entendem. Os advogados têm um acesso limitado a seus clientes e os julgamentos transcorrem em hebraico, com um jovem sem formação de tradutor legal entre 18 e 21 anos que realiza o serviço militar obrigatório narrando em árabe aos acusados o que ocorre.
Outro problema é que Israel julga em seus tribunais militares não só questões de segurança, mas também crimes civis como infrações de trânsito e multas, que podem levar os palestinos à prisão.
Para Francis, o fato de “mais de 90% dos casos serem fechados com acordos entre promotor e advogado e menos de 1% ser declarados inocentes” demonstra a inexistência de um julgamento justo.
22 de fevereiro de 2012
tribuna da internet
APOLOGIA AO COMUNISMO NO CARNAVAL!
A RALÉ BRASILEIRA, BURRA E IGNORANTE POR OPÇÃO, VAI SENDO LEVADA PELA CONVERSA DOS VELHACOS COMUNISTAS CUJO IMUNDO REGIME MATOU 100 MILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO! E QUE CONTINUA MATANDO EM CUBA, COREIA DO NORTE, CHINA ENTRE OUTRAS.
AQUI A GENTALHA RECEBEDORA DO “BOLSA ESMOLA” DO PT FAZ APOLOGIA DESCARADA DO COMUNISMO NO CARNAVAL CARIOCA. A ESCOLA DE SAMBA IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE SAIU HOMENAGEANDO O COMUNISTA JORGE AMADO, O MAIS BURGUES DOS NOSSOS COMUNISTAS, E EM UMA ALA CHAMADA “ENGAJAMENTO POLITICO” ESTAMPARAM UMA FANTASIA QUE DAVA DESTAQUE ESPECIAL AO SIMBOLO DA TIRANIA COMUNISTA, A FOICE E O MARTELO, CARREGADA NO PEITO E NO VERSO (UM ATENTADO A SOBERANIA NACIONAL) DA BANDEIRA BRASILEIRA ESTAVA A BANDEIRA VERMELHA DO PARTIDO COMUNISTA COM O FAMIGERADO SIMBOLO COMUNISTA.
É ASSIM AOS POUCOS QUE OS COMUNISTAS VÃO INOCULANDO O SEU VENENO MALDITO SEM QUE NINGUÉM RECLAME OU SE INCOMODE...
TAL COMO COLOCAR UM SAPO EM CALDEIRÃO DE AGUA FRIA E LEVÁ-LO AO FOGO.. A AGUA VAI ESQUENTANDO AOS POUCOS E O SAPO NÃO NOTA NADA A PRINCÍPIO, DEPOIS COMEÇA A FICAR MAIS QUENTE E ELE JÁ ESTÁ SE ACOSTUMANDO COM O CALORZINHO... ENFIM, EXPLODE A TEMPERATURA E ENTÃO É TARDE DEMAIS! O SAPO MORRE SEM PODER PULAR FORA DO CALDEIRÃO.
A SOCIEDADE BRASILEIRA É TAL QUAL O SAPO DESSA FABULA..
VÃO VER O TAMANHO DO ESTRAGO, QUANDO ESTA MERDA CHAMADA BRASIL VIRAR UMA CUBA!
O POVINHO BRASILEIRO, AMANTE DA PREGUIÇA, DA MALANDRAGEM, DA CACHAÇA, DA NOVELA E DO FUTEBOL, HÁ QUE SOFRER OS HORRORES DO COMUNISMO ATEU E ANTI-HUMANO PARA PODER APRENDER A VALORIZAR A LIBERDADE E DISTINGUIR O JOIO DO TRIGO!
22 de fevereiro de 2012
alarico trombeta
A DECISÃO DO STF E O FIM DAS OLIGARQUIAS
Não estaremos, é certo, protegidos totalmente contra a corrupção e outros abusos da prática política. Mas estamos, a partir de 1985, com avanços e recuos, nos livrando das oligarquias, e o processo deve continuar. A decisão do STF é talvez o passo mais importante nesse caminho.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil
Reconheça-se que a decisão do STF, na aprovação da Lei da Ficha Limpa, tal como ela foi concebida, foi tomada sob a pressão da cidadania. Essa pressão, ao contrário do que pensam os juristas puros, leitores apressados de Kelsen e outros, é sempre legítima - se moderada pela prudência. Quando houver o abuso nas decisões colegiadas de segunda instância, cabe aos tribunais superiores zelar pela proteção dos cidadãos contra as eventuais intrigas e chicanas.
A política é a mais necessária e a mais difícil das atividades humanas. Ela se exerce em todos os atos da vida, porque se trata de contratos cotidianos, de negociações mais difíceis e menos difíceis, sem as quais não seria possível a vida em comum. Esses convênios se dilatam no tempo e em suas dimensões e conseqüências, na construção dos estados e na administração do bem comum.
Ao longo da História, houve sempre o conflito entre a astúcia na luta pelo poder e a necessidade de que ele seja exercido por homens honrados. O grande problema é que, na imensa maioria dos casos, os homens honrados se sentem inibidos em reivindicar o poder político. Essa inibição abre espaço aos demagogos e aos aventureiros.
Daí a explicação de Disraeli para a solidez da Inglaterra, em seu tempo. Ali, dizia o Lord de Beaconsfield, aos homens de bem não faltava a audácia, um atributo normal dos canalhas. Não teem faltado, mesmo entre nós, homens de bem ousados, na defesa da República, e, graças a eles, a nação vem sendo construída.
22 de fevereiro de 2012
Mauro Santayana, Jornal do Brasil
Reconheça-se que a decisão do STF, na aprovação da Lei da Ficha Limpa, tal como ela foi concebida, foi tomada sob a pressão da cidadania. Essa pressão, ao contrário do que pensam os juristas puros, leitores apressados de Kelsen e outros, é sempre legítima - se moderada pela prudência. Quando houver o abuso nas decisões colegiadas de segunda instância, cabe aos tribunais superiores zelar pela proteção dos cidadãos contra as eventuais intrigas e chicanas.
A política é a mais necessária e a mais difícil das atividades humanas. Ela se exerce em todos os atos da vida, porque se trata de contratos cotidianos, de negociações mais difíceis e menos difíceis, sem as quais não seria possível a vida em comum. Esses convênios se dilatam no tempo e em suas dimensões e conseqüências, na construção dos estados e na administração do bem comum.
Ao longo da História, houve sempre o conflito entre a astúcia na luta pelo poder e a necessidade de que ele seja exercido por homens honrados. O grande problema é que, na imensa maioria dos casos, os homens honrados se sentem inibidos em reivindicar o poder político. Essa inibição abre espaço aos demagogos e aos aventureiros.
Daí a explicação de Disraeli para a solidez da Inglaterra, em seu tempo. Ali, dizia o Lord de Beaconsfield, aos homens de bem não faltava a audácia, um atributo normal dos canalhas. Não teem faltado, mesmo entre nós, homens de bem ousados, na defesa da República, e, graças a eles, a nação vem sendo construída.
22 de fevereiro de 2012
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