Mudança de hábito
Kassab quer trocar a Cracolândia pela Lulândia. É só uma mudança de hábito: sai o crack e entra a pinga.
2 de fevereiro de 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
DIZQUEDIZ...
Então, Negromonte - o Mário que está saindo detrás do armário, diz que vai entregar sua carta de demissão à primeira-presidenta Dilma. E dizem que ela vai aceitar.
Dizem que o mais cotado para o lugar de Mário é Aguinaldo Ribeiro que, por acaso, responde a processo na Justiça por improbidade administrativa. Isso não dizem, mas é verdade. Dizem, isto sim, que não haverá impedimento.
Agora, diga: você empregaria como balconista da sua loja, ou abençoaria o casamento de sua filha com alguém que responde a processo na Justiça acusado de não ter retidão, integridade de caráter; honestidade; pundonor, honradez?!?
2 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Dizem que o mais cotado para o lugar de Mário é Aguinaldo Ribeiro que, por acaso, responde a processo na Justiça por improbidade administrativa. Isso não dizem, mas é verdade. Dizem, isto sim, que não haverá impedimento.
Agora, diga: você empregaria como balconista da sua loja, ou abençoaria o casamento de sua filha com alguém que responde a processo na Justiça acusado de não ter retidão, integridade de caráter; honestidade; pundonor, honradez?!?
2 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
DOIS BRAÇOS, DUAS PERNAS E UMA TOGA
O que é um juiz de Direito? Um servidor público, certamente concursado, supostamente qualificado para a função de julgar em nome da sociedade em que vive e desempenha a sua nobilíssima vocação.
Afora isso - desembargador por merecimento, ou ministro por unção - um juíz tem no máximo dois braços e duas pernas, como qualquer um que viva na sua jurisdição. E uma toga que usa para se proteger do frio, da chuva, do sol, da lei e da justiça...
Afora isso - desembargador por merecimento, ou ministro por unção - um juíz tem no máximo dois braços e duas pernas, como qualquer um que viva na sua jurisdição. E uma toga que usa para se proteger do frio, da chuva, do sol, da lei e da justiça...
O PRÓXIMO, QUEM SERÁ?
É notícia velha divulgar a queda de Mário Negromonte e a designação de Aguinaldo Ribeiro para o ministério das Cidades. Importante, mesmo, é saber quem será o próximo ministro a ser defenestrado. Porque candidatos, existem muitos, na relação daqueles que foram impostos pelos partidos e pelo ex-presidente Lula à presidente Dilma. Um a um, foram e estão sendo afastados os que ela não escolheu, de Antônio Palocci a Alfredo Nascimento, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novais, Orlando Silva, Carlos Lupi e agora Mário Negromonte.
Não adianta argumentar que, à exceção de Nelson Jobim, a estratégia de Dilma foi prestigiar todos os já agora ex-ministros, pedindo que resistissem e contraditassem as acusações de malfeitos de ordem variada em seus setores de atuação. Na verdade, apesar das aparências e das versões oficiais, todo o processo de mudanças parece haver seguido plano minucioso. Por isso é que Fernando Pimentel e Fernando Bezerra, apesar de atingidos pelo mesmo tipo de denúncias, continuam fagueiros e firmes como as pirâmides do Egito. Um por amizade pessoal, outro por altas razões partidárias, os ministros do Desenvolvimento Industrial e da Integração Nacional ficaram fora do processo de erosão que afastou os titulares da Casa Civil, dos Transportes, da Defesa, da Agricultura, do Turismo, dos Esportes, do Trabalho e agora das Cidades.
Tem outros na fila, sem dúvidas. Basta olhar para a fotografia inicial do ministério e marcar quais os que chegaram lá por influência ou imposição dos partidos ou do Lula. Um a um, tornaram-se alvo ostensivo ou encoberto. Quem quiser que fulanize os próximos, existindo sinais claros a respeito deles. Por exemplo: quais os que, passados um ano e um mês da posse de Dilma, ainda não despacharam isoladamente com ela, no gabinete do terceiro andar do palácio do Planalto? São pelo menos três. Seria bom, também, verificar os ministros que até agora não disseram a que vieram, que não apresentaram projetos nem realizações de vulto. Ou os que mantém seus ministérios como feudos dos partidos de origem, acolhendo lideres, dirigentes e lobistas ligados às respectivas legendas.
Há quem suponha estar o serviço de limpeza sendo feito pela metade, porque nas substituições, apenas na Casa Civil, na Defesa e nos Transportes foram escolhidos pessoalmente pela chefe do governo novos ministros desvinculados dos partidos da base oficial. Nos demais, mantiveram-se indicações partidárias, mesmo diante da exigência de Dilma de receber nomes de competência e probidade, qualidades que ainda precisam ser comprovadas.
Em suma, passo a passo vai sendo formada a equipe da presidente da República, através de milimétrico trabalho de erosão de quantos ela não escolheu.
TUDO TEM LIMITE
O jogo de compensações é intrínseco na política. Muitas vezes dá certo. Vale citar apenas um exemplo do passado remoto: Gustavo Capanema, secretário de governo de Olegário Maciel, era tido como escolha certa de Getúlio Vargas para ocupar o palácio da Liberdade, com a morte do governador. Só que não foi. De forma inusitada, o presidente escolheu Benedito Valadares. Mas o que fazer com Gustavo Capanema, fiel partidário do governo federal? Vargas o convidou para ministro da Educação, tendo por dez anos sido o mais brilhante e competente de todos, até hoje. Foi uma compensação feliz.
A historia se conta a propósito de outras compensações que, infelizmente, prenunciam-se desastradas. Uma delas está em curso. Marta Suplicy viu-se garfada na pretensão de concorrer à prefeitura de São Paulo. Lula preferiu Fernando Haddad e sua escolha virou lei. O que fazer com dona Marta, então, até para evitar que ostensivamente negasse apoio ao ex-ministro da Educação? Como vice-presidente do Senado, ela havia celebrado acordo com o senador José Pimentel para que, depois de um ano, cedesse o lugar a ele. Coisas do PT. Pois não é que com o apoio do Lula e o silêncio constrangido dos companheiros, Marta ficará na função por mais um ano? Mandaram Pimentel para o espaço em nome das compensações, mas que fica todo mundo mal, isso fica...
NOVOS TEMPOS
Décadas atrás, muita gente tremia ao ouvir salvas de canhão em Brasília, vindas das proximidades do Congresso. Estaria a Câmara dos Deputados sendo novamente invadida? Seria o general Silvio Frota capaz de insistir na derrubada do presidente Geisel?
Agora as coisas mudaram. Ontem, pela inauguração de mais uma sessão legislativa, os canhões ecoaram nos jardins fronteiriços ao palácio do Legislativo. Muita pólvora, fumaça, continências, toques de corneta e solene revista às tropas por José Sarney. E todo mundo tranqüilo. Valeu.
VELHOS TEMPOS
Na década de trinta havia um evento que nunca falhava. No sábado de Carnaval, a festa só se iniciava oficialmente, para valer, quando um grande bloco de funcionários públicos dava a partida, concentrados diante da Casa da Moeda e iniciando o desfile pelas principais ruas do Rio. A marchinha que eles cantavam, escolhida antes em acirrada disputa, era fatalmente a vencedora do Carnaval, entoada em todos os salões. Assim aconteceu, por exemplo, com “A Jardineira”, “O Teu Cabelo Não Nega” e outras que até hoje, quando os foliões estão desanimados nos bailes, as orquestras atacam e todo mundo sai cantando, até os jovens. São coisas da memória nacional.
Pois este ano quem sabe a moda do desfile possa ser revivida? Com a Casa da Moeda saneada e livre dos malandros que a ocupavam, que tal iniciar lá o Carnaval?Aceitam-se sugestões para a marchinha...
Por Carlos Chagas
Não adianta argumentar que, à exceção de Nelson Jobim, a estratégia de Dilma foi prestigiar todos os já agora ex-ministros, pedindo que resistissem e contraditassem as acusações de malfeitos de ordem variada em seus setores de atuação. Na verdade, apesar das aparências e das versões oficiais, todo o processo de mudanças parece haver seguido plano minucioso. Por isso é que Fernando Pimentel e Fernando Bezerra, apesar de atingidos pelo mesmo tipo de denúncias, continuam fagueiros e firmes como as pirâmides do Egito. Um por amizade pessoal, outro por altas razões partidárias, os ministros do Desenvolvimento Industrial e da Integração Nacional ficaram fora do processo de erosão que afastou os titulares da Casa Civil, dos Transportes, da Defesa, da Agricultura, do Turismo, dos Esportes, do Trabalho e agora das Cidades.
Tem outros na fila, sem dúvidas. Basta olhar para a fotografia inicial do ministério e marcar quais os que chegaram lá por influência ou imposição dos partidos ou do Lula. Um a um, tornaram-se alvo ostensivo ou encoberto. Quem quiser que fulanize os próximos, existindo sinais claros a respeito deles. Por exemplo: quais os que, passados um ano e um mês da posse de Dilma, ainda não despacharam isoladamente com ela, no gabinete do terceiro andar do palácio do Planalto? São pelo menos três. Seria bom, também, verificar os ministros que até agora não disseram a que vieram, que não apresentaram projetos nem realizações de vulto. Ou os que mantém seus ministérios como feudos dos partidos de origem, acolhendo lideres, dirigentes e lobistas ligados às respectivas legendas.
Há quem suponha estar o serviço de limpeza sendo feito pela metade, porque nas substituições, apenas na Casa Civil, na Defesa e nos Transportes foram escolhidos pessoalmente pela chefe do governo novos ministros desvinculados dos partidos da base oficial. Nos demais, mantiveram-se indicações partidárias, mesmo diante da exigência de Dilma de receber nomes de competência e probidade, qualidades que ainda precisam ser comprovadas.
Em suma, passo a passo vai sendo formada a equipe da presidente da República, através de milimétrico trabalho de erosão de quantos ela não escolheu.
TUDO TEM LIMITE
O jogo de compensações é intrínseco na política. Muitas vezes dá certo. Vale citar apenas um exemplo do passado remoto: Gustavo Capanema, secretário de governo de Olegário Maciel, era tido como escolha certa de Getúlio Vargas para ocupar o palácio da Liberdade, com a morte do governador. Só que não foi. De forma inusitada, o presidente escolheu Benedito Valadares. Mas o que fazer com Gustavo Capanema, fiel partidário do governo federal? Vargas o convidou para ministro da Educação, tendo por dez anos sido o mais brilhante e competente de todos, até hoje. Foi uma compensação feliz.
A historia se conta a propósito de outras compensações que, infelizmente, prenunciam-se desastradas. Uma delas está em curso. Marta Suplicy viu-se garfada na pretensão de concorrer à prefeitura de São Paulo. Lula preferiu Fernando Haddad e sua escolha virou lei. O que fazer com dona Marta, então, até para evitar que ostensivamente negasse apoio ao ex-ministro da Educação? Como vice-presidente do Senado, ela havia celebrado acordo com o senador José Pimentel para que, depois de um ano, cedesse o lugar a ele. Coisas do PT. Pois não é que com o apoio do Lula e o silêncio constrangido dos companheiros, Marta ficará na função por mais um ano? Mandaram Pimentel para o espaço em nome das compensações, mas que fica todo mundo mal, isso fica...
NOVOS TEMPOS
Décadas atrás, muita gente tremia ao ouvir salvas de canhão em Brasília, vindas das proximidades do Congresso. Estaria a Câmara dos Deputados sendo novamente invadida? Seria o general Silvio Frota capaz de insistir na derrubada do presidente Geisel?
Agora as coisas mudaram. Ontem, pela inauguração de mais uma sessão legislativa, os canhões ecoaram nos jardins fronteiriços ao palácio do Legislativo. Muita pólvora, fumaça, continências, toques de corneta e solene revista às tropas por José Sarney. E todo mundo tranqüilo. Valeu.
VELHOS TEMPOS
Na década de trinta havia um evento que nunca falhava. No sábado de Carnaval, a festa só se iniciava oficialmente, para valer, quando um grande bloco de funcionários públicos dava a partida, concentrados diante da Casa da Moeda e iniciando o desfile pelas principais ruas do Rio. A marchinha que eles cantavam, escolhida antes em acirrada disputa, era fatalmente a vencedora do Carnaval, entoada em todos os salões. Assim aconteceu, por exemplo, com “A Jardineira”, “O Teu Cabelo Não Nega” e outras que até hoje, quando os foliões estão desanimados nos bailes, as orquestras atacam e todo mundo sai cantando, até os jovens. São coisas da memória nacional.
Pois este ano quem sabe a moda do desfile possa ser revivida? Com a Casa da Moeda saneada e livre dos malandros que a ocupavam, que tal iniciar lá o Carnaval?Aceitam-se sugestões para a marchinha...
Por Carlos Chagas
CUBANACAN, A DITABRANDURA
Quando uma presidenta-sorridenta como Dilma não endurece nem perde a ternura e mostra respeito pelo respeito que os ditadores Castro têm pelos direitos humanos é que se descobre que nem sempre "a pior democracia é melhor do que a melhor ditadura".
02 de fevereiro de 2012
R. Stuckert F°/PR
A QUEDA DE BRAÇO
Teerã é uma enorme capital de mais de oito milhões de habitantes, enquadrada pelas montanhas Alborz e pelo deserto central iraniano. Os persas que nela habitam consideram-na orgulhosamente uma digna herdeira da sede do Império Aquemênida. Em seu apogeu no século quinto a.C., com Ciro o Grande, este domínio abrangia o Oriente Médio e todas as regiões ao redor do Mar Negro. O atual regime teocrático e militarista certamente tem a aspiração de recriar este império, ainda que com uma roupagem mais moderna. No rosto da maioria dos iranianos que vemos na televisão está estampada esta determinação fanática de afirmação nacional. Mas poucas nações modernas chegaram a um grau de isolamento comparável. Exceção feita à Rússia, o Irã é um país sem amigos relevantes no mundo.
A queda de braço entre as potências ocidentais e o Irã é a questão global mais grave do momento. Do resultado, dependerá o futuro político do Oriente Médio, o controle do petróleo da Península Arábica e a segurança de Israel. Depois da retirada das tropas americanas do Iraque, Teerã ganhou uma vantagem estratégica no Oriente Médio, já que consolidou uma influência decisiva nesse país-chave de maioria igualmente xiita. Acoplada ao grande peso que tem junto ao Hezbollah no Líbano e ao Hamas em Gaza, tal vantagem permite ao Irã avançar mais adiante no xadrez geopolítico da região do que nunca. A marcha batida rumo à posse de armas nucleares sublinha a determinação tanto de dotar-se de condições de dissuasão contra ataques de inimigos, como a ambição de usar este poderoso argumento para influir mais no seu entorno, em particular no mundo árabe e no âmbito global do petróleo.
Não é possível saber ao certo qual o grau de adiantamento do programa nuclear iraniano, embora ninguém com algum realismo duvide de que o objetivo é chegar à posse de armas de destruição de massa. O Irã pode estar muito perto ou não tanto dessa meta. As sanções podem estar funcionando para atrasar o programa mas podem não estar realmente abalando a determinação iraniana. As campanhas secretas para eliminar cientistas iranianos importantes podem ter afetado ou não seriamente as atividades de pesquisa e desenvolvimento. Mas nenhuma pessoa e, muito menos, nenhum governo ocidental pode deixar de encarar as piores hipóteses. Que acontecerá então?
Está afastada a ideia de uma negociação com o Irã. Todas as vias diplomáticas foram exploradas em vão e o Irã furtou-se sempre a aceitar uma renúncia séria e verificável às suas instalações nucleares pela Agência Internacional de Viena. O Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos e seus aliados europeus já atravessaram este Rubicão. Descarte-se igualmente, pelo menos no momento, a ideia, algumas vezes suscitada, de um ataque aéreo israelense e/ou americano. Seria uma operação de altíssimo custo político e militar, além de ter resultados incertos, que colocaria a região e o mundo inteiro em polvorosa, em abismo insondável. Alguns comentaristas, como Fareed Zakaria, da CNN, já afirmaram que um Irã atômico teria que ser objeto de coexistência, como a URSS no passado, pois apenas usaria as bombas como instrumento de dissuasão e influência. Este argumento ignora por completo, contudo, vários riscos potenciais gravíssimos — como a provável proliferação de armas nucleares na Arábia Saudita, na Turquia e no Egito, o fornecimento de materiais nucleares iranianos a países como a Venezuela ou a movimentos como Hezbollah e Hamas, entre outros. Por outro lado, não há como saber quanto tempo Israel e os Estados Unidos acompanharão, sem reagir militarmente, o desenrolar do programa atômico do Irã. Tampouco se conhece o real efeito das sanções já em ação ou o impacto dos recentes atos violentos de sabotagem sobre o programa nuclear iraniano.
Todas estas questões vão ocupar o primeiro plano das atenções internacionais e constituem um dos temas mais importantes da agenda global dos próximos anos. Porém, o duelo estratégico em que o Irã decidiu empenhar-se não tem resultado previsível, hoje. O pior cenário, que infelizmente não é possível descartar, é assustador: petróleo a 250 dólares, convulsão no mundo árabe, fortes crises militares no Golfo Pérsico, riscos graves para Israel, colapso do regime de não proliferação multilateral. Isto não é ficção científica, vimos um filme parecido em 1973. Esperemos que, por desígnio, exasperação ou acidente, deste duelo não resulte uma confrontação que tenha efeitos tão graves para a paz e a economia mundiais. Se não podemos dizer que o tempo é da diplomacia, pelo menos resta esperar que a marcha da folia possa ser interrompida antes do abismo.
1 de February de 2012
Luiz Felipe Lampreia
Fonte: O Estado de S. Paulo, 31/01/2012
A queda de braço entre as potências ocidentais e o Irã é a questão global mais grave do momento. Do resultado, dependerá o futuro político do Oriente Médio, o controle do petróleo da Península Arábica e a segurança de Israel. Depois da retirada das tropas americanas do Iraque, Teerã ganhou uma vantagem estratégica no Oriente Médio, já que consolidou uma influência decisiva nesse país-chave de maioria igualmente xiita. Acoplada ao grande peso que tem junto ao Hezbollah no Líbano e ao Hamas em Gaza, tal vantagem permite ao Irã avançar mais adiante no xadrez geopolítico da região do que nunca. A marcha batida rumo à posse de armas nucleares sublinha a determinação tanto de dotar-se de condições de dissuasão contra ataques de inimigos, como a ambição de usar este poderoso argumento para influir mais no seu entorno, em particular no mundo árabe e no âmbito global do petróleo.
Não é possível saber ao certo qual o grau de adiantamento do programa nuclear iraniano, embora ninguém com algum realismo duvide de que o objetivo é chegar à posse de armas de destruição de massa. O Irã pode estar muito perto ou não tanto dessa meta. As sanções podem estar funcionando para atrasar o programa mas podem não estar realmente abalando a determinação iraniana. As campanhas secretas para eliminar cientistas iranianos importantes podem ter afetado ou não seriamente as atividades de pesquisa e desenvolvimento. Mas nenhuma pessoa e, muito menos, nenhum governo ocidental pode deixar de encarar as piores hipóteses. Que acontecerá então?
Está afastada a ideia de uma negociação com o Irã. Todas as vias diplomáticas foram exploradas em vão e o Irã furtou-se sempre a aceitar uma renúncia séria e verificável às suas instalações nucleares pela Agência Internacional de Viena. O Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos e seus aliados europeus já atravessaram este Rubicão. Descarte-se igualmente, pelo menos no momento, a ideia, algumas vezes suscitada, de um ataque aéreo israelense e/ou americano. Seria uma operação de altíssimo custo político e militar, além de ter resultados incertos, que colocaria a região e o mundo inteiro em polvorosa, em abismo insondável. Alguns comentaristas, como Fareed Zakaria, da CNN, já afirmaram que um Irã atômico teria que ser objeto de coexistência, como a URSS no passado, pois apenas usaria as bombas como instrumento de dissuasão e influência. Este argumento ignora por completo, contudo, vários riscos potenciais gravíssimos — como a provável proliferação de armas nucleares na Arábia Saudita, na Turquia e no Egito, o fornecimento de materiais nucleares iranianos a países como a Venezuela ou a movimentos como Hezbollah e Hamas, entre outros. Por outro lado, não há como saber quanto tempo Israel e os Estados Unidos acompanharão, sem reagir militarmente, o desenrolar do programa atômico do Irã. Tampouco se conhece o real efeito das sanções já em ação ou o impacto dos recentes atos violentos de sabotagem sobre o programa nuclear iraniano.
Todas estas questões vão ocupar o primeiro plano das atenções internacionais e constituem um dos temas mais importantes da agenda global dos próximos anos. Porém, o duelo estratégico em que o Irã decidiu empenhar-se não tem resultado previsível, hoje. O pior cenário, que infelizmente não é possível descartar, é assustador: petróleo a 250 dólares, convulsão no mundo árabe, fortes crises militares no Golfo Pérsico, riscos graves para Israel, colapso do regime de não proliferação multilateral. Isto não é ficção científica, vimos um filme parecido em 1973. Esperemos que, por desígnio, exasperação ou acidente, deste duelo não resulte uma confrontação que tenha efeitos tão graves para a paz e a economia mundiais. Se não podemos dizer que o tempo é da diplomacia, pelo menos resta esperar que a marcha da folia possa ser interrompida antes do abismo.
1 de February de 2012
Luiz Felipe Lampreia
Fonte: O Estado de S. Paulo, 31/01/2012
OS UNGIDOS
Há um grupo de pessoas para quem a visão de mundo é muito mais relevante do que a própria realidade. Esta visão, ou ideologia, oferece um estado de graça especial para seus detentores. Aqueles que acreditam nesta visão pensam estar não apenas corretos, mas também em um plano moralmente superior aos demais. Para Thomas Sowell, esta postura caracteriza o que ele chamou de “a visão dos ungidos”.
Para os ungidos, há sempre uma necessidade urgente de ação para impedir uma catástrofe iminente, e esta deve partir quase sempre do governo. Uma minoria mais esclarecida deve decidir no lugar de milhões de pessoas, consideradas alienadas ou desinformadas, quando não motivadas por propósitos questionáveis. Argumentos contrários são ignorados com frequência, e as boas intenções dos próprios ungidos é o que importa. O foco nos resultados práticos dá lugar ao regozijo de sua cruzada moral.
Uma das coisas que chama a atenção de Sowell é a extraordinária habilidade de negar as evidências contrárias às suas medidas presente nos ungidos. Seus profetas preservam incrível aura de respeito apesar do histórico altamente negativo de suas previsões. As profecias apocalípticas dos neo-malthusianos, por exemplo, são refutadas de tempos em tempos, mas nada abala a confiança nestes profetas. Os termos messiânicos dos ungidos, tais como “guerra contra a pobreza” ou “guerra contra as drogas”, são empregados sem respaldo algum pelas consequências concretas de tais medidas.
Ainda que os mais céticos apontem ex ante os defeitos das medidas e seus prováveis fracassos, quando eles ocorrem são simplesmente ignorados pelos ungidos, ou então se alega que outros fatores imprevisíveis levaram a este resultado insatisfatório. Os ungidos se colocam acima de qualquer teste empírico, ou então torturam os dados estatísticos até eles confessarem o resultado desejado. O fato do curso dos eventos seguir um padrão diametralmente oposto àquele proclamado pelos ungidos não produz sequer uma reflexão sobre as premissas adotadas em suas políticas.
Os ungidos desejam chegar até a “raiz” dos problemas sociais, para então oferecer “soluções”. Sowell considera esta característica fundamental para distinguir a visão dos ungidos da visão alternativa, que pode ser considerada trágica. Nesta, há a consciência de que somos seres limitados, e que a vida consiste em uma série de “trade-offs”, onde uma escolha pressupõe abrir mão de algo; naquela, os principais males sociais podem ser solucionados. O crime, a violência, a miséria, tudo isso pode ser extirpado do mundo. Um novo mundo é possível, assim como um novo homem.
Para a visão trágica, a natureza humana é falha, e cada indivíduo é potencialmente um agente de maldades, ou ao menos de atos maldosos isolados. O mecanismo de incentivos se torna, portanto, crucial para reduzir os estragos na sociedade. O crime, por exemplo, deve ser combatido com punição. Além disso, cada indivíduo possui conhecimento extremamente limitado para apreender de forma holística o funcionamento da sociedade. Por isso a relevância da tradição, da descentralização na tomada de decisões, dos pesos e contrapesos na política, das liberdades individuais para se obter, por tentativa e erro, melhorias (graduais) na sociedade.
Já para os ungidos, o ser humano comete erros por alienação, falta de conhecimento, ou necessidade (miséria). O crime, por esta ótica, passa a ser culpa da “sociedade”, nunca do próprio criminoso. Ele não deve ser combatido com a firmeza das punições, mas com “medidas sociais”. A polícia é vista com desdém, enquanto os agentes sociais das ONGs são tomados por “salvadores da pátria”. A natureza humana é quase infinitamente elástica, e, dependendo das circunstâncias, todos podem se tornar pessoas maravilhosas e altruístas, assim como os próprios ungidos. O alerta de Kant, de que da madeira torta de que é feito o homem nada inteiramente reto pode ser talhado, é solenemente descartado pelos ungidos.
A realidade imperfeita incomoda profundamente, e os ungidos confrontam esta imperfeição com sua visão utópica de mundo, concluindo automaticamente que “algo” deve ser feito. Este “algo” será feito, naturalmente, pela imposição do governo. Os ungidos possuem uma insistente mania de se intrometer na vida dos outros, ainda que para seu próprio bem.
Enquanto núcleo autônomo de decisão, a família representa um obstáculo a esta vontade de controle centralizado do processo social. Os engenheiros sociais, portanto, encontram-se constantemente em colisão com a família tradicional. É fácil identificar os ungidos com base nesta tendência de atacar os valores familiares. O poder decisório deve ser transferido das famílias para o estado, que passará a ter uma função paternalista de tutela dos cidadãos, vistos como incapazes desta tarefa.
O mesmo ocorre com o público consumidor, que deve ser protegido pelos ungidos dos capitalistas exploradores, ainda que a própria escolha deste público diga o contrário. Se os consumidores desejam A enquanto os ungidos querem B, então os consumidores são alienados e necessitam da luz proveniente da sabedoria dos ungidos para escolher de forma “correta”. Como não é uma boa bandeira política atacar todos os consumidores, a responsabilidade do “erro” é colocada sobre os ombros dos produtores e vendedores, que manipulariam os consumidores indefesos.
Responsabilidade individual, aliás, é um conceito totalmente inexistente para os ungidos, pois sozinho ele seria capaz de derrubar quase todas as suas crenças, dispensando sua ajuda messiânica. Os ungidos necessitam de seres autômatos e de determinismos sócio-culturais para “venderem” suas fantásticas habilidades de solucionar os problemas no mundo. O acaso tampouco existe, pois toda desgraça precisa de um culpado. Se a miséria na luta pela sobrevivência sempre foi a norma da vida humana, isso não interessa: a culpa pela miséria atual só pode ser dos ricos!
Os ungidos segregam o mundo em classes, colocam-nas em conflito, e depois se oferecem como os únicos capazes de solucionar os problemas oriundos destes conflitos. Esta nobre visão retroalimentada é o que garante a persistência deste grupo de pessoas, pois sempre haverá muita gente disposta a sacrificar o foco nos resultados em nome de sua própria imagem perante os outros e o espelho, via auto-engano. A vaidade enraizada na natureza humana é uma importante aliada dos ungidos. E, afinal de contas, vaidade das vaidades, tudo é vaidade!
2 de February de 2012
Rodrigo Constantino
Fonte: Ordem Livre
Para os ungidos, há sempre uma necessidade urgente de ação para impedir uma catástrofe iminente, e esta deve partir quase sempre do governo. Uma minoria mais esclarecida deve decidir no lugar de milhões de pessoas, consideradas alienadas ou desinformadas, quando não motivadas por propósitos questionáveis. Argumentos contrários são ignorados com frequência, e as boas intenções dos próprios ungidos é o que importa. O foco nos resultados práticos dá lugar ao regozijo de sua cruzada moral.
Uma das coisas que chama a atenção de Sowell é a extraordinária habilidade de negar as evidências contrárias às suas medidas presente nos ungidos. Seus profetas preservam incrível aura de respeito apesar do histórico altamente negativo de suas previsões. As profecias apocalípticas dos neo-malthusianos, por exemplo, são refutadas de tempos em tempos, mas nada abala a confiança nestes profetas. Os termos messiânicos dos ungidos, tais como “guerra contra a pobreza” ou “guerra contra as drogas”, são empregados sem respaldo algum pelas consequências concretas de tais medidas.
Ainda que os mais céticos apontem ex ante os defeitos das medidas e seus prováveis fracassos, quando eles ocorrem são simplesmente ignorados pelos ungidos, ou então se alega que outros fatores imprevisíveis levaram a este resultado insatisfatório. Os ungidos se colocam acima de qualquer teste empírico, ou então torturam os dados estatísticos até eles confessarem o resultado desejado. O fato do curso dos eventos seguir um padrão diametralmente oposto àquele proclamado pelos ungidos não produz sequer uma reflexão sobre as premissas adotadas em suas políticas.
Os ungidos desejam chegar até a “raiz” dos problemas sociais, para então oferecer “soluções”. Sowell considera esta característica fundamental para distinguir a visão dos ungidos da visão alternativa, que pode ser considerada trágica. Nesta, há a consciência de que somos seres limitados, e que a vida consiste em uma série de “trade-offs”, onde uma escolha pressupõe abrir mão de algo; naquela, os principais males sociais podem ser solucionados. O crime, a violência, a miséria, tudo isso pode ser extirpado do mundo. Um novo mundo é possível, assim como um novo homem.
Para a visão trágica, a natureza humana é falha, e cada indivíduo é potencialmente um agente de maldades, ou ao menos de atos maldosos isolados. O mecanismo de incentivos se torna, portanto, crucial para reduzir os estragos na sociedade. O crime, por exemplo, deve ser combatido com punição. Além disso, cada indivíduo possui conhecimento extremamente limitado para apreender de forma holística o funcionamento da sociedade. Por isso a relevância da tradição, da descentralização na tomada de decisões, dos pesos e contrapesos na política, das liberdades individuais para se obter, por tentativa e erro, melhorias (graduais) na sociedade.
Já para os ungidos, o ser humano comete erros por alienação, falta de conhecimento, ou necessidade (miséria). O crime, por esta ótica, passa a ser culpa da “sociedade”, nunca do próprio criminoso. Ele não deve ser combatido com a firmeza das punições, mas com “medidas sociais”. A polícia é vista com desdém, enquanto os agentes sociais das ONGs são tomados por “salvadores da pátria”. A natureza humana é quase infinitamente elástica, e, dependendo das circunstâncias, todos podem se tornar pessoas maravilhosas e altruístas, assim como os próprios ungidos. O alerta de Kant, de que da madeira torta de que é feito o homem nada inteiramente reto pode ser talhado, é solenemente descartado pelos ungidos.
A realidade imperfeita incomoda profundamente, e os ungidos confrontam esta imperfeição com sua visão utópica de mundo, concluindo automaticamente que “algo” deve ser feito. Este “algo” será feito, naturalmente, pela imposição do governo. Os ungidos possuem uma insistente mania de se intrometer na vida dos outros, ainda que para seu próprio bem.
Enquanto núcleo autônomo de decisão, a família representa um obstáculo a esta vontade de controle centralizado do processo social. Os engenheiros sociais, portanto, encontram-se constantemente em colisão com a família tradicional. É fácil identificar os ungidos com base nesta tendência de atacar os valores familiares. O poder decisório deve ser transferido das famílias para o estado, que passará a ter uma função paternalista de tutela dos cidadãos, vistos como incapazes desta tarefa.
O mesmo ocorre com o público consumidor, que deve ser protegido pelos ungidos dos capitalistas exploradores, ainda que a própria escolha deste público diga o contrário. Se os consumidores desejam A enquanto os ungidos querem B, então os consumidores são alienados e necessitam da luz proveniente da sabedoria dos ungidos para escolher de forma “correta”. Como não é uma boa bandeira política atacar todos os consumidores, a responsabilidade do “erro” é colocada sobre os ombros dos produtores e vendedores, que manipulariam os consumidores indefesos.
Responsabilidade individual, aliás, é um conceito totalmente inexistente para os ungidos, pois sozinho ele seria capaz de derrubar quase todas as suas crenças, dispensando sua ajuda messiânica. Os ungidos necessitam de seres autômatos e de determinismos sócio-culturais para “venderem” suas fantásticas habilidades de solucionar os problemas no mundo. O acaso tampouco existe, pois toda desgraça precisa de um culpado. Se a miséria na luta pela sobrevivência sempre foi a norma da vida humana, isso não interessa: a culpa pela miséria atual só pode ser dos ricos!
Os ungidos segregam o mundo em classes, colocam-nas em conflito, e depois se oferecem como os únicos capazes de solucionar os problemas oriundos destes conflitos. Esta nobre visão retroalimentada é o que garante a persistência deste grupo de pessoas, pois sempre haverá muita gente disposta a sacrificar o foco nos resultados em nome de sua própria imagem perante os outros e o espelho, via auto-engano. A vaidade enraizada na natureza humana é uma importante aliada dos ungidos. E, afinal de contas, vaidade das vaidades, tudo é vaidade!
2 de February de 2012
Rodrigo Constantino
Fonte: Ordem Livre
FICAM MANTIDOS OS PODERES DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
02/02/2012
STF mantém poderes do CNJ
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram, por maioria de votos, manter os poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Desta forma, o órgão vai continuar investigando magistrados, independentemente da atuação das corregedorias dos tribunais locais. “Com a decisão do STF a Justiça sai mais fortalecida e próxima do cidadão. Não há vencidos nem vencedores. Ganha a sociedade.”, disse o presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) questionava ainda a publicidade das sessões e os ministros optaram pela transparência. “Nenhuma autoridade pode temer o escrutínio público”, disse o ministro Celso de Mello durante o julgamento. Outros itens analisados pelos ministros também foram decididos nesta quinta (2).
Dentre eles, ficou certo que o conselho não pode impor deveres às corregedorias dos tribunais.
02/02/2012
STF mantém poderes do CNJ
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram, por maioria de votos, manter os poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Desta forma, o órgão vai continuar investigando magistrados, independentemente da atuação das corregedorias dos tribunais locais. “Com a decisão do STF a Justiça sai mais fortalecida e próxima do cidadão. Não há vencidos nem vencedores. Ganha a sociedade.”, disse o presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) questionava ainda a publicidade das sessões e os ministros optaram pela transparência. “Nenhuma autoridade pode temer o escrutínio público”, disse o ministro Celso de Mello durante o julgamento. Outros itens analisados pelos ministros também foram decididos nesta quinta (2).
Dentre eles, ficou certo que o conselho não pode impor deveres às corregedorias dos tribunais.
02/02/2012
QUANTO TEMPO DE DESPOTISMO É NECESSÁRIO PARA QUE UM ESQUERDISTA RECONHEÇA UMA DITADURA DE ESQUERDA?
Eu gostaria de saber o que fez Helio Bicudo mudar de ideia quanto ao PT, que abandonou em 2005, e, por conseguinte, a mudar de ideia também em relação a Cuba, que, segundo ele “hoje é uma ditadura”.
Esse “hoje” começou quando? Por acaso em 1980, quando ele ajudou a fundar o PT, e quando Castro comemorava 21 anos no poder, Cuba ainda não era uma ditadura? Se já era, por a que apoiava, junto com o partido? Quanto tempo de despotismo é necessário para que um esquerdista reconheça uma ditadura de esquerda? Trinta anos? Quarenta?
2 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
Esse “hoje” começou quando? Por acaso em 1980, quando ele ajudou a fundar o PT, e quando Castro comemorava 21 anos no poder, Cuba ainda não era uma ditadura? Se já era, por a que apoiava, junto com o partido? Quanto tempo de despotismo é necessário para que um esquerdista reconheça uma ditadura de esquerda? Trinta anos? Quarenta?
2 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
ANOTAÇÕES DO SANATÓRIO
PORTA DOS FUNDOS
Então tá, Negromonte vai dizer que está saindo porque "não tem condições políticas para ajudar ao governo com o seu partido". Uma saída desonrosa para quem sai pelas portas dos fundos apedrejado por denúncias de corrupção, propinas, favorecimentos e malfeitos. Vai ser substituído por um clone.
A CULPA
Tremores no centro do Rio, bem onde desabaram os três prédios na semana passada, provocaram pânico na população que vive naquelas cercanias. Mas o tremor tem seu lado positivo. Basta olhar a vida com bons olhos. Está desfeito o mistério da tragédia dos prédios que desabaram: foi a natureza.
PAUTA QUASE POSITIVA
A mídia brasileira está preocupada com a batalha campal no futebol egípcio. Já esqueceu as explosões dos bueiros no centro da cidade e o desabamento da região serrana do Rio. E nem sequer fala nada sobre o deslizamento, rampa abaixo, do ministério de Dilma.
QUE CRISE?
Cezar Beluso: "Justiça não está em crise". Claro que não. Esse é o comportamento normal da Justiça no Brasil. Um núcleo de domínio social que se julga acima do bem e do mal; capaz de só julgar e jamais ser julgado.
UNS E OUTROS
No Egito as autoridades garantem: "Os culpados serão julgados". E todo mundo sabe, os mortos sepultados.
CORPORE SANO
Mais de 600 ações contra juízes estão suspensas. Grande coisa, só aguardam que juízes resolvam julgar juízes.
MUNDO, VELHO MUNDO
Assim caminha a humanidade: cientistas descobrem que crianças e idosos são obesos. E a gente sabe que a juventude continua idiota como sempre. Exploda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo.
2 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Então tá, Negromonte vai dizer que está saindo porque "não tem condições políticas para ajudar ao governo com o seu partido". Uma saída desonrosa para quem sai pelas portas dos fundos apedrejado por denúncias de corrupção, propinas, favorecimentos e malfeitos. Vai ser substituído por um clone.
A CULPA
Tremores no centro do Rio, bem onde desabaram os três prédios na semana passada, provocaram pânico na população que vive naquelas cercanias. Mas o tremor tem seu lado positivo. Basta olhar a vida com bons olhos. Está desfeito o mistério da tragédia dos prédios que desabaram: foi a natureza.
PAUTA QUASE POSITIVA
A mídia brasileira está preocupada com a batalha campal no futebol egípcio. Já esqueceu as explosões dos bueiros no centro da cidade e o desabamento da região serrana do Rio. E nem sequer fala nada sobre o deslizamento, rampa abaixo, do ministério de Dilma.
QUE CRISE?
Cezar Beluso: "Justiça não está em crise". Claro que não. Esse é o comportamento normal da Justiça no Brasil. Um núcleo de domínio social que se julga acima do bem e do mal; capaz de só julgar e jamais ser julgado.
UNS E OUTROS
No Egito as autoridades garantem: "Os culpados serão julgados". E todo mundo sabe, os mortos sepultados.
CORPORE SANO
Mais de 600 ações contra juízes estão suspensas. Grande coisa, só aguardam que juízes resolvam julgar juízes.
MUNDO, VELHO MUNDO
Assim caminha a humanidade: cientistas descobrem que crianças e idosos são obesos. E a gente sabe que a juventude continua idiota como sempre. Exploda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo.
2 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
AMIGO DE LULA NATURALIZADO EM TEMPO RECORDE TRABALHAVA NO GOVERNO ILEGAL.MENTE. SÓ NO BRASIL DE LULA!
O espanhol José Lopez Feijoo, amigo de Lula, furou a fila e obteve nacionalidade brasileira no prazo recorde de duas semanas, passando à frente de processos tramitando até há seis anos. Foram sete instâncias, percorridas a jato, da Polícia Federal em São Paulo ao gabinete do ministro da Justiça, em Brasília.
Antes, foi nomeado ilegalmente assessor especial da Secretaria Geral da Presidência, em ato de Antonio Palocci (Casa Civil), quando recebeu R$ 7 mil em diárias no Conselho da Secretaria de Desenvolvimento Social da Presidência da República, entre 2009 e 2011 – ano em que deixou de ser imigrante da Galícia. Pela Constituição, ele não poderia ocupar cargo público, por ser estrangeiro, nem tampouco embolsar diárias. O Portal da Transparência mostra que Feijoo embolsou R$ 5,6 mil em diárias de viagens entre SP-Brasília e Brasília-Rondônia, em 2010.
A Secretaria-Geral diz que a nomeação de Feijoo foi “cancelada” e refeita após a naturalização, mas não mostrou atos que o comprovem.
Lula queria Feijoo, ex-CUT, na diretoria do BNDES e depois o colocou na lista de “ministeriáveis” do Trabalho, para substituir Carlos Lupi. É mole?
2 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
Antes, foi nomeado ilegalmente assessor especial da Secretaria Geral da Presidência, em ato de Antonio Palocci (Casa Civil), quando recebeu R$ 7 mil em diárias no Conselho da Secretaria de Desenvolvimento Social da Presidência da República, entre 2009 e 2011 – ano em que deixou de ser imigrante da Galícia. Pela Constituição, ele não poderia ocupar cargo público, por ser estrangeiro, nem tampouco embolsar diárias. O Portal da Transparência mostra que Feijoo embolsou R$ 5,6 mil em diárias de viagens entre SP-Brasília e Brasília-Rondônia, em 2010.
A Secretaria-Geral diz que a nomeação de Feijoo foi “cancelada” e refeita após a naturalização, mas não mostrou atos que o comprovem.
Lula queria Feijoo, ex-CUT, na diretoria do BNDES e depois o colocou na lista de “ministeriáveis” do Trabalho, para substituir Carlos Lupi. É mole?
2 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
DE COMO PERDI UM EMPREGO
Está ficando cada vez mais difícil para as esquerdas ir a Cuba e falar da viagem. Tanto Tarso como Luciana Genro voltaram de cabeça gacha e nada disseram sobre o país. Falaram muito, isto sim, contra os Estados Unidos. De Guantánamo e do embargo.
Tarso chegou a falar em bloqueio. Ora, bloqueio naval foi o que decretou John Kennedy, em 1962, para obrigar um desmoralizado Castro a devolver à União Soviética os mísseis e ogivas que Kruschov lhe enviara. Terminada a crise, terminou o bloqueio.
O que existe agora é embargo comercial. Embargo para inglês ver, pois boa parte dos países ocidentais está negociando com Cuba. Dona Dilma, por exemplo, foi levar à Disneylândia das esquerdas um aporte de US$ 523 milhões, questão de dar um pouco de oxigênio a uma ditadura cuja economia agoniza na UTI.
Por falar em Dona Dilma... nenhum pio sobre direitos humanos. Para justificar seu silêncio, chegou a acusar seu próprio país de ferir direitos humanos. Atabalhoada, juntou duas expressões proverbiais que nada têm a ver uma com a outra, para justiticar sua omissão: “"Quem atira a primeira pedra tem telhado de vidro. Nós no Brasil temos o nosso”. O dito é outro: não atira pedra quem tem telhado de vidro. Quem atira a primeira, pode muito bem não ter telhado de vidro.
E dê-lhe o mantra: Estados Unidos, Guantánamo, embargo. Comunista adora ir a Cuba. Para falar dos Estados Unidos. Cuba é a melhor tribuna do mundo para xingar o Império. Sobre Cuba, silêncio obsequioso. O muro caiu há mais de duas décadas, a União Soviética também, a palavra comunista virou palavrão, mas as esquerdas não ousam, até hoje, dizer um ai que seja sobre a ditadura dos Castro.
Aconteceu em 1992. Com a queda do Muro de Berlim e o desmoronamento da União Soviética, os velhos comunistas brasileiros, para satisfazer as platéias no exterior, andaram batendo com a língua nos dentes. Na época, a revista soviética Literaturnaia Gazeta, ao anunciar a ruptura de Jorge Amado com a ditadura cubana, assim titulou um artigo sobre o baiano:
“ADEUS FIDEL, VOCÊ SE TRANSFORMOU EM DITADOR”
Escândalo entre os camaradas tupiniquins. Onde se viu chamar Fidel de ditador? Vai ver que Amado andou exagerando no vinho ou queria bancar o avançadinho junto à imprensa estrangeira. Coube a Reali Júnior, correspondente do Estadão em Paris, o encargo de salvar a honra de Amado. Escreve o correspondente, em 25 de outubro de 1992:
- O artigo foi montado com trechos de entrevistas do escritor publicadas por outros órgãos de imprensa. O Proceso, do México e o La Stampa, da Itália, mas num contexto diverso, nem sempre primando pela fidelidade ao texto original. A notícia correu o mundo e o telefone de Jorge Amado em Paris tocou sem parar. Seus amigos e editores de Roma, Milão, Madri, Lisboa e mesmo do Brasil buscavam informações sobre as razões que teriam Jorge Amado a formalizar esta ruptura.
O que pensa Amado sobre Cuba, segundo o correspondente, estaria dito no prefácio que escreveu para o livro do jornalista italiano Gianni Mina, Cuba na tormenta da perestroika.
- “No México e no Brasil, o problema da miséria continua sem solução”, afirma Amado que não costuma desmentir entrevistas que não correspondam exatamente a seu pensamento. Ele prefere deixar as coisas correrem, acreditando que sua posição correta acaba prevalecendo. Neste texto ele exalta a epopéia revoluiconária, o símbolo representado pelos barbudos de Sierra Maestra, lembrando que “um escritor brasileiro não pode se levantar contra Cuba e injuriar a Revolução”.
Amado dixit. Do alto de sua mansão às margens do Sena, com vista para a Notre Dame. É muito confortável ditar normas para escritores brasileiros sobre nada dizer contra Cuba, quando se mora Paris. Mutatis mutandis, foi mais ou menos o que disse Tarso Genro, do alto do Piratini, em sua volta de Cuba.
- Tenho claro, também, que os democratas progressistas e a esquerda em geral devem ser solidários ao governo e ao povo cubano, nesta movimentação que estão iniciando, até porque muitas conquistas duramente obtidas neste período devem ser preservadas, como nas áreas da educação e da saúde pública.
Só pode ser amor. Eterno e incondicional. Castro pode fuzilar, torturar, prender dissidentes, levar um país à miséria, fazer enfim tudo que as esquerdas condenam quando a ditadura é de direita, mas continua sendo amado.
Eu trabalhava no Estadão na época. O despacho do Reali caiu em minhas mãos para titular e fazer a linha fina. Foi o que fiz.
JORGE AMADO NEGA ROMPIMENTO COM FIDEL
“Um escritor brasileiro não pode se levantar contra Cuba e injuriar a Revolução”, diz o romancista em seu apartamento em Paris
Foi o último título que fiz no Estadão. Foi também minha última jornada de trabalho. Aquele “diz o romancista em seu apartamento em Paris” podia estar tecnicamente correto. Mas soava à ironia. E se um escritor brasileiro não pode se levantar contra Cuba e injuriar a Revolução, um jornalista também não pode fazer ironias com quem diz que um escritor brasileiro não pode se levantar contra Cuba e injuriar a Revolução.
02 de fevereiro de 2012
janer cristaldo
Tarso chegou a falar em bloqueio. Ora, bloqueio naval foi o que decretou John Kennedy, em 1962, para obrigar um desmoralizado Castro a devolver à União Soviética os mísseis e ogivas que Kruschov lhe enviara. Terminada a crise, terminou o bloqueio.
O que existe agora é embargo comercial. Embargo para inglês ver, pois boa parte dos países ocidentais está negociando com Cuba. Dona Dilma, por exemplo, foi levar à Disneylândia das esquerdas um aporte de US$ 523 milhões, questão de dar um pouco de oxigênio a uma ditadura cuja economia agoniza na UTI.
Por falar em Dona Dilma... nenhum pio sobre direitos humanos. Para justificar seu silêncio, chegou a acusar seu próprio país de ferir direitos humanos. Atabalhoada, juntou duas expressões proverbiais que nada têm a ver uma com a outra, para justiticar sua omissão: “"Quem atira a primeira pedra tem telhado de vidro. Nós no Brasil temos o nosso”. O dito é outro: não atira pedra quem tem telhado de vidro. Quem atira a primeira, pode muito bem não ter telhado de vidro.
E dê-lhe o mantra: Estados Unidos, Guantánamo, embargo. Comunista adora ir a Cuba. Para falar dos Estados Unidos. Cuba é a melhor tribuna do mundo para xingar o Império. Sobre Cuba, silêncio obsequioso. O muro caiu há mais de duas décadas, a União Soviética também, a palavra comunista virou palavrão, mas as esquerdas não ousam, até hoje, dizer um ai que seja sobre a ditadura dos Castro.
Aconteceu em 1992. Com a queda do Muro de Berlim e o desmoronamento da União Soviética, os velhos comunistas brasileiros, para satisfazer as platéias no exterior, andaram batendo com a língua nos dentes. Na época, a revista soviética Literaturnaia Gazeta, ao anunciar a ruptura de Jorge Amado com a ditadura cubana, assim titulou um artigo sobre o baiano:
“ADEUS FIDEL, VOCÊ SE TRANSFORMOU EM DITADOR”
Escândalo entre os camaradas tupiniquins. Onde se viu chamar Fidel de ditador? Vai ver que Amado andou exagerando no vinho ou queria bancar o avançadinho junto à imprensa estrangeira. Coube a Reali Júnior, correspondente do Estadão em Paris, o encargo de salvar a honra de Amado. Escreve o correspondente, em 25 de outubro de 1992:
- O artigo foi montado com trechos de entrevistas do escritor publicadas por outros órgãos de imprensa. O Proceso, do México e o La Stampa, da Itália, mas num contexto diverso, nem sempre primando pela fidelidade ao texto original. A notícia correu o mundo e o telefone de Jorge Amado em Paris tocou sem parar. Seus amigos e editores de Roma, Milão, Madri, Lisboa e mesmo do Brasil buscavam informações sobre as razões que teriam Jorge Amado a formalizar esta ruptura.
O que pensa Amado sobre Cuba, segundo o correspondente, estaria dito no prefácio que escreveu para o livro do jornalista italiano Gianni Mina, Cuba na tormenta da perestroika.
- “No México e no Brasil, o problema da miséria continua sem solução”, afirma Amado que não costuma desmentir entrevistas que não correspondam exatamente a seu pensamento. Ele prefere deixar as coisas correrem, acreditando que sua posição correta acaba prevalecendo. Neste texto ele exalta a epopéia revoluiconária, o símbolo representado pelos barbudos de Sierra Maestra, lembrando que “um escritor brasileiro não pode se levantar contra Cuba e injuriar a Revolução”.
Amado dixit. Do alto de sua mansão às margens do Sena, com vista para a Notre Dame. É muito confortável ditar normas para escritores brasileiros sobre nada dizer contra Cuba, quando se mora Paris. Mutatis mutandis, foi mais ou menos o que disse Tarso Genro, do alto do Piratini, em sua volta de Cuba.
- Tenho claro, também, que os democratas progressistas e a esquerda em geral devem ser solidários ao governo e ao povo cubano, nesta movimentação que estão iniciando, até porque muitas conquistas duramente obtidas neste período devem ser preservadas, como nas áreas da educação e da saúde pública.
Só pode ser amor. Eterno e incondicional. Castro pode fuzilar, torturar, prender dissidentes, levar um país à miséria, fazer enfim tudo que as esquerdas condenam quando a ditadura é de direita, mas continua sendo amado.
Eu trabalhava no Estadão na época. O despacho do Reali caiu em minhas mãos para titular e fazer a linha fina. Foi o que fiz.
JORGE AMADO NEGA ROMPIMENTO COM FIDEL
“Um escritor brasileiro não pode se levantar contra Cuba e injuriar a Revolução”, diz o romancista em seu apartamento em Paris
Foi o último título que fiz no Estadão. Foi também minha última jornada de trabalho. Aquele “diz o romancista em seu apartamento em Paris” podia estar tecnicamente correto. Mas soava à ironia. E se um escritor brasileiro não pode se levantar contra Cuba e injuriar a Revolução, um jornalista também não pode fazer ironias com quem diz que um escritor brasileiro não pode se levantar contra Cuba e injuriar a Revolução.
02 de fevereiro de 2012
janer cristaldo
A VITÓRIA DA MULHER DE MENTIRA SOBRE A MULHER DE VERDADE?
Artigos - Movimento Revolucionário
A cultura feminista/homossexual coloca o homem abaixo da mulher, e a mulher abaixo do homossexual.
Não era melhor a cultura “patriarcal”, onde o homem era cabeça, e na hora do perigo, salvavam-se as mulheres primeiro?
A mulher de verdade tinha valor no passado? Meu artigo “As mulheres e o futuro da humanidade”, publicado em 2008, mostra o que os homens faziam pelas mulheres:
“No passado, onde o feminismo acusa que as mulheres não tinham valor, não eram necessárias placas ‘Preferência para mulheres grávidas’. A própria responsabilidade social dos homens impunha respeito e proteção às mulheres — sem placas. Quando um navio afundava, as mulheres tinham direito prioritário de salvamento. Aliás, em todas as outras situações de grande perigo, as mulheres e crianças recebiam prioridade absoluta. Os homens ficavam em último plano, muitas vezes perdendo suas vidas para que mulheres e crianças pudessem viver”.
Então, vieram as feministas e disseram para as mulheres: “Vocês só são objetos dos homens!” Mas já viu, no momento do afundamento de um navio, um homem colocar todos seus objetos pessoais no bote salva-vidas e dizer:
“Primeiro, meus objetos! Perco minha vida, mas salvo meus objetos.”
Os homens faziam questão de abrir a porta para as mulheres e ajudá-las no que fosse possível. Se uma mulher gritasse, “Há um homem no banheiro feminino!”, outros homens viriam e dariam uma surra no sem-vergonha. A proteção à mulher era garantida.
Hoje, um homem pode entrar no banheiro feminino, desde que disfarçado de mulher, e os homens de verdade não podem bater no sem-vergonha. Eles não podem nem mesmo abrir a boca porque o movimento feminista os castrou. Eles têm medo da mulher de verdade e da mulher de mentira, por causa da cobertura estatal sobre ambas.
De forma igual, as mulheres pouco ou nada podem fazer contra um homem disfarçado de mulher no banheiro feminino, pois a mulher de mentira, fortalecida pelo movimento feminista, tem agora prioridade sobre a mulher de verdade.
A mulher de verdade calou-se quando a mulher feminista exigiu a queda e rebaixamento do homem. Quem falará agora pela mulher de verdade quando a mulher de mentira exigir sua queda e rebaixamento, não só no banheiro, mas também em todas as outras áreas?
“Ah, o Estado poderá nos ajudar! O Estado moderno sempre disse que nos protegeria dos homens!” Isso é verdade — até o aparecimento da mulher de mentira. A vez das mulheres de verdade está indo. O que está vindo agora é a preferência às mulheres de mentira.
O Estado continuará dando preferência para as mulheres em todos os casos envolvendo homens.
Mas nos casos envolvendo homens disfarçados de mulher, as mulheres de verdade levarão a pior. Mesmo quando a mulher de verdade é apenas uma menina de dez anos, a mulher de mentira — um marmanjo sem vergonha — leva a melhor.
Com a igualdade sexual imposta pelo movimento feminista e a castração dos homens, já vimos que quando um barco está afundando, homens e mulheres brigam igualmente pelos botes salva-vidas. Viva a igualdade sexual, não?
E o que foi que aconteceu com a “tradição patriarcal masculina” de se dar preferência para as mulheres e crianças? Esse lugar foi ocupado pela mulher de mentira. Os holofotes agora estão sobre essas mulheres falsificadas (também conhecidas pela sigla LGBT), que têm a preferência da mídia e do governo.
Aliás, mulheres e homens serão obrigados a ceder os botes salva-vidas às mulheres de mentira, sob risco de serem acusados de “homofobia” no próprio afundamento do navio.
Depois, poderão entrar nos botes crianças que foram doutrinadas a adorar o homossexualismo. Depois, as feministas pró-aborto e pró-homossexualismo. Por último, os homens castrados.
Os cristãos e todas as pessoas conservadoras, inclusive mulheres e crianças que se opõem à agenda gay, serão deixados no navio que está afundando.
A cultura feminista/homossexual coloca o homem abaixo da mulher, e a mulher abaixo do homossexual.
Não era melhor a cultura “patriarcal”, onde o homem era cabeça, e na hora do perigo, salvavam-se as mulheres primeiro?
Os homens “patriarcais” davam a vida pelas mulheres.
Quem hoje dará a vida por elas?
Julio Severo, 02 Fevereiro 2012
A cultura feminista/homossexual coloca o homem abaixo da mulher, e a mulher abaixo do homossexual.
Não era melhor a cultura “patriarcal”, onde o homem era cabeça, e na hora do perigo, salvavam-se as mulheres primeiro?
A mulher de verdade tinha valor no passado? Meu artigo “As mulheres e o futuro da humanidade”, publicado em 2008, mostra o que os homens faziam pelas mulheres:
“No passado, onde o feminismo acusa que as mulheres não tinham valor, não eram necessárias placas ‘Preferência para mulheres grávidas’. A própria responsabilidade social dos homens impunha respeito e proteção às mulheres — sem placas. Quando um navio afundava, as mulheres tinham direito prioritário de salvamento. Aliás, em todas as outras situações de grande perigo, as mulheres e crianças recebiam prioridade absoluta. Os homens ficavam em último plano, muitas vezes perdendo suas vidas para que mulheres e crianças pudessem viver”.
Então, vieram as feministas e disseram para as mulheres: “Vocês só são objetos dos homens!” Mas já viu, no momento do afundamento de um navio, um homem colocar todos seus objetos pessoais no bote salva-vidas e dizer:
“Primeiro, meus objetos! Perco minha vida, mas salvo meus objetos.”
Os homens faziam questão de abrir a porta para as mulheres e ajudá-las no que fosse possível. Se uma mulher gritasse, “Há um homem no banheiro feminino!”, outros homens viriam e dariam uma surra no sem-vergonha. A proteção à mulher era garantida.
Hoje, um homem pode entrar no banheiro feminino, desde que disfarçado de mulher, e os homens de verdade não podem bater no sem-vergonha. Eles não podem nem mesmo abrir a boca porque o movimento feminista os castrou. Eles têm medo da mulher de verdade e da mulher de mentira, por causa da cobertura estatal sobre ambas.
De forma igual, as mulheres pouco ou nada podem fazer contra um homem disfarçado de mulher no banheiro feminino, pois a mulher de mentira, fortalecida pelo movimento feminista, tem agora prioridade sobre a mulher de verdade.
A mulher de verdade calou-se quando a mulher feminista exigiu a queda e rebaixamento do homem. Quem falará agora pela mulher de verdade quando a mulher de mentira exigir sua queda e rebaixamento, não só no banheiro, mas também em todas as outras áreas?
“Ah, o Estado poderá nos ajudar! O Estado moderno sempre disse que nos protegeria dos homens!” Isso é verdade — até o aparecimento da mulher de mentira. A vez das mulheres de verdade está indo. O que está vindo agora é a preferência às mulheres de mentira.
O Estado continuará dando preferência para as mulheres em todos os casos envolvendo homens.
Mas nos casos envolvendo homens disfarçados de mulher, as mulheres de verdade levarão a pior. Mesmo quando a mulher de verdade é apenas uma menina de dez anos, a mulher de mentira — um marmanjo sem vergonha — leva a melhor.
Com a igualdade sexual imposta pelo movimento feminista e a castração dos homens, já vimos que quando um barco está afundando, homens e mulheres brigam igualmente pelos botes salva-vidas. Viva a igualdade sexual, não?
E o que foi que aconteceu com a “tradição patriarcal masculina” de se dar preferência para as mulheres e crianças? Esse lugar foi ocupado pela mulher de mentira. Os holofotes agora estão sobre essas mulheres falsificadas (também conhecidas pela sigla LGBT), que têm a preferência da mídia e do governo.
Aliás, mulheres e homens serão obrigados a ceder os botes salva-vidas às mulheres de mentira, sob risco de serem acusados de “homofobia” no próprio afundamento do navio.
Depois, poderão entrar nos botes crianças que foram doutrinadas a adorar o homossexualismo. Depois, as feministas pró-aborto e pró-homossexualismo. Por último, os homens castrados.
Os cristãos e todas as pessoas conservadoras, inclusive mulheres e crianças que se opõem à agenda gay, serão deixados no navio que está afundando.
A cultura feminista/homossexual coloca o homem abaixo da mulher, e a mulher abaixo do homossexual.
Não era melhor a cultura “patriarcal”, onde o homem era cabeça, e na hora do perigo, salvavam-se as mulheres primeiro?
Os homens “patriarcais” davam a vida pelas mulheres.
Quem hoje dará a vida por elas?
Julio Severo, 02 Fevereiro 2012
SAI O ALHO E ENTRA O BUGALHO
Confirmado o que já era fava contada: Aguinaldo Ribeiro entrou no lugar de Negromonte na pasta das Cidades. É o caçula dos ministros candidatos a novos escândalos e a um previsível pedido de demissão precoce, mania aloprada de Dilma governar.
Nesse episódio, nem Dilma demitiu Negromonte e, muito menos, escolheu Aguinaldo. Pesou a velha amizade com o Partido Progressista e, decerto, o vasto currículo do mais recente aprendiz de malfeitorias na Esplanada dos Ministérios.
Com cara de folha-corrida, o histórico do deputado que virou ministro, reúne os pré-requisitos essenciais para chegar ao status de ministro de Estado nesse complemento de uma década de domínio petista.
No ano passado, como líder do PP, ele enviou uma indicação para Negromonte incrementar o programa Minha Casa, Minha Vida em Pilar (PB), município distante 55 quilômetros da capital João Pessoa que, casualmente, é administrado por sua mãe, Virgínia Maria Veloso Borges.
E foi também do alto de sua liderança que o agora novo empastelador das Cidades favoreceu no Orçamento de 2012 o curral eleitoral da irmã, a deputada estadual paraibana Daniella Ribeiro (PP), pré-candidata a prefeita de Campina Grande (Paraíba) este ano.
Nem precisava tanto, mas além disso Aguinaldo tem dois processos por improbidade rolando no Supremo. Quer dizer, um prontuário do tamanho e do feitio que o ministério de Dilma gosta e que esse terceiro mandato lulático merece.
Em tudo isso, no entanto, o que mais contou nessa troca do alho Negromonte pelo bugalho Aguinaldo é que Dilma foi eleita para governar, mas se deixa dominar.
2 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Nesse episódio, nem Dilma demitiu Negromonte e, muito menos, escolheu Aguinaldo. Pesou a velha amizade com o Partido Progressista e, decerto, o vasto currículo do mais recente aprendiz de malfeitorias na Esplanada dos Ministérios.
Com cara de folha-corrida, o histórico do deputado que virou ministro, reúne os pré-requisitos essenciais para chegar ao status de ministro de Estado nesse complemento de uma década de domínio petista.
No ano passado, como líder do PP, ele enviou uma indicação para Negromonte incrementar o programa Minha Casa, Minha Vida em Pilar (PB), município distante 55 quilômetros da capital João Pessoa que, casualmente, é administrado por sua mãe, Virgínia Maria Veloso Borges.
E foi também do alto de sua liderança que o agora novo empastelador das Cidades favoreceu no Orçamento de 2012 o curral eleitoral da irmã, a deputada estadual paraibana Daniella Ribeiro (PP), pré-candidata a prefeita de Campina Grande (Paraíba) este ano.
Nem precisava tanto, mas além disso Aguinaldo tem dois processos por improbidade rolando no Supremo. Quer dizer, um prontuário do tamanho e do feitio que o ministério de Dilma gosta e que esse terceiro mandato lulático merece.
Em tudo isso, no entanto, o que mais contou nessa troca do alho Negromonte pelo bugalho Aguinaldo é que Dilma foi eleita para governar, mas se deixa dominar.
2 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
O CONCEITO DE "REVOLUÇÃO PERMANENTE" ISLÂMICO E TROTSKISTA
Artigos - Movimento Revolucionário
O conceito trotskista de “revolução permanente” apareceu pela primeira vez na História, devidamente estruturado, no Corão (ou Alcorão, como alguns fazem questão). A “revolução permanente” aparece no Corão através de uma ideologia de “batalha permanente” que se pretende que elimine e erradique os inimigos do Islão [os inimigos da revolução].
A simples existência do infiel (ou seja, aquele que não é muçulmano) é vista pelo Corão como uma “injustiça ontológica” que tem que ser eliminada ao serviço de um imperativo superior. A própria existência do infiel — o facto de o infiel viver — e do relapso [o traidor] é vista como uma injustiça [Alcorão 5,33]. Podemos traçar aqui um paralelismo cultural e ideológico entre o Islamismo e a esquerda marxista e neo-marxista contemporânea, que inclui o marxismo cultural. Por exemplo, para um apologeta do Bloco de Esquerda ou do Partido Comunista, a minha simples existência — ou a existência de um conservador — é, em si mesma, uma injustiça ontológica que deve ser erradicada da face da Terra.
Porém, se por um lado podemos traçar um paralelismo entre o Islamismo e o marxismo, por outro lado podemos fazer uma referência à situação histórica a que assistimos durante o período do reinado de D. João II, mas principalmente durante o reinado de Manuel I que coincidiu com a governança dos Reis Católicos espanhóis que expulsaram os judeus da Península Ibérica, causando assim o início da decadência dos reinos português e espanhol. Contudo, existe no caso da acção política dos reis católicos uma grande diferença em relação à ideologia da “revolução permanente” do Islão e do marxismo [e do nazismo]: na península ibérica, os judeus foram expulsos pelos católicos, mas não foram mortos ou eliminados; e esta diferença não deve ser escamoteada.
O que aconteceu com a acção dos reis católicos espanhóis em relação aos judeus foi uma deriva ideológica que não se fundamentou nos textos bíblicos. Por exemplo, no Corão existem 189 referências ou apelos à “morte dos infiéis”, 27 destas de modo imperativo, mas nem uma referência ao amor entre seres humanos; em contraponto, nos Evangelhos encontramos apenas uma referência metafórica à violência religiosa em Mateus 10, 34 : “Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada.”
Porém é preciso ter em atenção as características de cada um dos evangelhos sinópticos: pessoalmente, gosto do Evangelho de S. Marcos e principalmente de S. Lucas, mas não tanto de S. Mateus e ainda menos de S. João. Se eu tivesse que recomendar a leitura de um Evangelho a um neomarxista, recomendaria o Evangelho segundo S. Mateus: 1) a salvação é sobretudo a salvação do nosso pecado (o equivalente da auto-crítica revolucionária marxista); 2) não há nenhum ser humano que satisfaça as exigências da condição humana (traduz a exigência do super-homem gnóstico e revolucionário); 3) todos os seres humanos estão implicados em redes econômicas que nos tornam também culpados pela injustiça e exploração no mundo, e pela destruição da natureza (o equivalente da ecologia contemporânea e da obsessão pela igualdade expressa pelo politicamente correcto). De todos os Evangelhos, o Evangelho segundo S. Mateus é o mais “politicamente correcto”.
A “revolução permanente” islâmica elege como principal inimigo interno, a mulher. A relação da ideologia islâmica com a mulher é paradoxal: trata-se de uma “misoginia libertina”: por um lado, a misoginia islâmica é evidente; e por outro lado, a poligenia/poligamia islâmica introduz um traço libertino a essa mesma misoginia. Ora este fenómeno de “misoginia libertina” paradigmática não aconteceu na Europa medieval cristã, tal como escrevi aqui; e, por outro lado, essa misoginia libertina afirmou-se na Europa, como paradigma cultural, com o Iluminismo e principalmente durante o século XIX.
Essa “misoginia libertina” é também um dos traços culturais da nossa cultura contemporânea ocidental marcada pelo marxismo cultural e pela revolução sexual — embora assente em paradigmas éticos diferentes — e que justifica, por exemplo, o aborto como sendo do interesse da mulher, assim como o Islamismo justifica a repressão da expressão do feminino como sendo do interesse da própria mulher.
Orlando Braga, 02 Fevereiro 2012
O conceito trotskista de “revolução permanente” apareceu pela primeira vez na História, devidamente estruturado, no Corão (ou Alcorão, como alguns fazem questão). A “revolução permanente” aparece no Corão através de uma ideologia de “batalha permanente” que se pretende que elimine e erradique os inimigos do Islão [os inimigos da revolução].
A simples existência do infiel (ou seja, aquele que não é muçulmano) é vista pelo Corão como uma “injustiça ontológica” que tem que ser eliminada ao serviço de um imperativo superior. A própria existência do infiel — o facto de o infiel viver — e do relapso [o traidor] é vista como uma injustiça [Alcorão 5,33]. Podemos traçar aqui um paralelismo cultural e ideológico entre o Islamismo e a esquerda marxista e neo-marxista contemporânea, que inclui o marxismo cultural. Por exemplo, para um apologeta do Bloco de Esquerda ou do Partido Comunista, a minha simples existência — ou a existência de um conservador — é, em si mesma, uma injustiça ontológica que deve ser erradicada da face da Terra.
Porém, se por um lado podemos traçar um paralelismo entre o Islamismo e o marxismo, por outro lado podemos fazer uma referência à situação histórica a que assistimos durante o período do reinado de D. João II, mas principalmente durante o reinado de Manuel I que coincidiu com a governança dos Reis Católicos espanhóis que expulsaram os judeus da Península Ibérica, causando assim o início da decadência dos reinos português e espanhol. Contudo, existe no caso da acção política dos reis católicos uma grande diferença em relação à ideologia da “revolução permanente” do Islão e do marxismo [e do nazismo]: na península ibérica, os judeus foram expulsos pelos católicos, mas não foram mortos ou eliminados; e esta diferença não deve ser escamoteada.
O que aconteceu com a acção dos reis católicos espanhóis em relação aos judeus foi uma deriva ideológica que não se fundamentou nos textos bíblicos. Por exemplo, no Corão existem 189 referências ou apelos à “morte dos infiéis”, 27 destas de modo imperativo, mas nem uma referência ao amor entre seres humanos; em contraponto, nos Evangelhos encontramos apenas uma referência metafórica à violência religiosa em Mateus 10, 34 : “Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada.”
Porém é preciso ter em atenção as características de cada um dos evangelhos sinópticos: pessoalmente, gosto do Evangelho de S. Marcos e principalmente de S. Lucas, mas não tanto de S. Mateus e ainda menos de S. João. Se eu tivesse que recomendar a leitura de um Evangelho a um neomarxista, recomendaria o Evangelho segundo S. Mateus: 1) a salvação é sobretudo a salvação do nosso pecado (o equivalente da auto-crítica revolucionária marxista); 2) não há nenhum ser humano que satisfaça as exigências da condição humana (traduz a exigência do super-homem gnóstico e revolucionário); 3) todos os seres humanos estão implicados em redes econômicas que nos tornam também culpados pela injustiça e exploração no mundo, e pela destruição da natureza (o equivalente da ecologia contemporânea e da obsessão pela igualdade expressa pelo politicamente correcto). De todos os Evangelhos, o Evangelho segundo S. Mateus é o mais “politicamente correcto”.
A “revolução permanente” islâmica elege como principal inimigo interno, a mulher. A relação da ideologia islâmica com a mulher é paradoxal: trata-se de uma “misoginia libertina”: por um lado, a misoginia islâmica é evidente; e por outro lado, a poligenia/poligamia islâmica introduz um traço libertino a essa mesma misoginia. Ora este fenómeno de “misoginia libertina” paradigmática não aconteceu na Europa medieval cristã, tal como escrevi aqui; e, por outro lado, essa misoginia libertina afirmou-se na Europa, como paradigma cultural, com o Iluminismo e principalmente durante o século XIX.
Essa “misoginia libertina” é também um dos traços culturais da nossa cultura contemporânea ocidental marcada pelo marxismo cultural e pela revolução sexual — embora assente em paradigmas éticos diferentes — e que justifica, por exemplo, o aborto como sendo do interesse da mulher, assim como o Islamismo justifica a repressão da expressão do feminino como sendo do interesse da própria mulher.
Orlando Braga, 02 Fevereiro 2012
HUNGRIA DESAFIA CRÍTICOS COM NOVA LEI PRÓ-FAMÍLIA
Artigos - Direito
Por que tanta fúria contra a Hungria? Simples. O país promulgou uma nova Constituição respeitando e valorizando a cultura cristã do povo húngaro. Ou seja: uma verdadeira afronta à elite tecnocrata européia, à imprensa internacional, ONG´s globalistas e os tais "órgãos multilaterais".
Líderes húngaros aprovaram uma lei que protege a família tradicional, desafiando continuas críticas de que sua nova constituição restringiria o aborto e a homossexualidade.
A nova lei diz que a família, baseada no casamento de um homem e uma mulher cuja missão é cumprida através da criação de filhos, é uma “comunidade autônoma… estabelecida antes do surgimento da lei e do Estado” e que o Estado tem de respeitá-la como questão de sobrevivência nacional. A nova lei diz: “A vida embrionária e fetal deverá ter garantido o direito à proteção e respeito desde o momento da concepção”, e o Estado tem de incentivar “circunstâncias favoráveis” para o cuidado das crianças. A lei obriga os meios de comunicação a respeitar o casamento e a responsabilidade de criar e educar filhos e concede aos pais, em vez de ao Estado, a responsabilidade principal na proteção dos direitos da criança. A lei enumera as responsabilidades para os menores de idade, inclusive o respeito e o cuidado dos pais idosos.
O propósito da lei é “criar um ambiente legislativo previsível e seguro para a proteção da família e a promoção do bem-estar familiar, e o cumprimento da Lei Fundamental”, a nova Constituição da nação, a qual entrou em vigor em 1 de janeiro e foi aprovada por uma votação de 262 contra 44 em abril passado.
A Lei Fundamental anulou a constituição húngara da era comunista e data sua democracia desde a revolução contra a União Soviética em 1956 e o colapso soviético em 1990. A Hungria é a última nação da Europa Central a aprovar uma Constituição pós-era comunista.
A Constituição pede a proteção da vida desde a concepção e proíbe a tortura, tráfico humano, eugenia e clonagem humana. Ela reconhece o casamento como a “união matrimonial de um homem e uma mulher”.
A Anistia Internacional disse que o artigo que protege a vida desde a concepção poderá “minar os direitos das mulheres e meninas” que estão “consagrados em vários tratados assinados e ratificados pela República da Hungria, tais como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (conhecida pela sigla em inglês CEDAW), o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) e a Convenção dos Direitos das Crianças (CDC)”. A organização disse que o artigo que define o casamento “poderá preparar o terreno para a introdução de uma proibição explícita aos casamentos de mesmo sexo, o que viola as normas antidiscriminação internacionais e europeias… consagradas pelo Artigo 23 do PIDCP [Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos]”.
De forma semelhante, a organização Human Rights Watch invocou os tratados de direitos humanos da ONU numa carta exortando o presidente da Hungria a “fazer uma emenda à constituição para garantir o respeito aos direitos reprodutivos das mulheres”. O golias dos direitos humanos expressou a preocupação de que a cláusula antidiscriminação de “raça, cor, sexo, deficiência física, idioma, religião, opinião, origem ou condição política, nacional ou social, nascimento e quaisquer outras circunstâncias” exclui referência à orientação sexual ou identidade de gênero que eles disseram estava garantida no PIDCP.
Especialistas legais internacionais repudiaram as alegações das organizações de direitos humanos dizendo que a Hungria tem o direito de aprovar uma Constituição sem interferência. Eles apontaram para o fato de que nenhum tratado da ONU chega a mencionar aborto, orientação sexual ou identidade de gênero e que a Assembleia Geral da ONU nunca aceitou tais redefinições.
Roger Kiska, especialista legal europeu, vê as novas leis da Hungria como parte de uma tendência crescente entre os países europeus de recuar em tais interpretações e proteger a vida e a família. Mark Palmer, ex-embaixador americano na Hungria, disse que a expulsão da Hungria da UE é “agora não mais impensável”, mas Julia Lakatos, analista húngara, minimizou a polêmica, dizendo ao jornal CSMonitor: “Grande parte das críticas do exterior são exageradas”.
Susan Yoshihara, 02 Fevereiro 2012
Publicado no site do C-FAM.
Tradução: Julio Severo
Por que tanta fúria contra a Hungria? Simples. O país promulgou uma nova Constituição respeitando e valorizando a cultura cristã do povo húngaro. Ou seja: uma verdadeira afronta à elite tecnocrata européia, à imprensa internacional, ONG´s globalistas e os tais "órgãos multilaterais".
Líderes húngaros aprovaram uma lei que protege a família tradicional, desafiando continuas críticas de que sua nova constituição restringiria o aborto e a homossexualidade.
A nova lei diz que a família, baseada no casamento de um homem e uma mulher cuja missão é cumprida através da criação de filhos, é uma “comunidade autônoma… estabelecida antes do surgimento da lei e do Estado” e que o Estado tem de respeitá-la como questão de sobrevivência nacional. A nova lei diz: “A vida embrionária e fetal deverá ter garantido o direito à proteção e respeito desde o momento da concepção”, e o Estado tem de incentivar “circunstâncias favoráveis” para o cuidado das crianças. A lei obriga os meios de comunicação a respeitar o casamento e a responsabilidade de criar e educar filhos e concede aos pais, em vez de ao Estado, a responsabilidade principal na proteção dos direitos da criança. A lei enumera as responsabilidades para os menores de idade, inclusive o respeito e o cuidado dos pais idosos.
O propósito da lei é “criar um ambiente legislativo previsível e seguro para a proteção da família e a promoção do bem-estar familiar, e o cumprimento da Lei Fundamental”, a nova Constituição da nação, a qual entrou em vigor em 1 de janeiro e foi aprovada por uma votação de 262 contra 44 em abril passado.
A Lei Fundamental anulou a constituição húngara da era comunista e data sua democracia desde a revolução contra a União Soviética em 1956 e o colapso soviético em 1990. A Hungria é a última nação da Europa Central a aprovar uma Constituição pós-era comunista.
A Constituição pede a proteção da vida desde a concepção e proíbe a tortura, tráfico humano, eugenia e clonagem humana. Ela reconhece o casamento como a “união matrimonial de um homem e uma mulher”.
A Anistia Internacional disse que o artigo que protege a vida desde a concepção poderá “minar os direitos das mulheres e meninas” que estão “consagrados em vários tratados assinados e ratificados pela República da Hungria, tais como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (conhecida pela sigla em inglês CEDAW), o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) e a Convenção dos Direitos das Crianças (CDC)”. A organização disse que o artigo que define o casamento “poderá preparar o terreno para a introdução de uma proibição explícita aos casamentos de mesmo sexo, o que viola as normas antidiscriminação internacionais e europeias… consagradas pelo Artigo 23 do PIDCP [Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos]”.
De forma semelhante, a organização Human Rights Watch invocou os tratados de direitos humanos da ONU numa carta exortando o presidente da Hungria a “fazer uma emenda à constituição para garantir o respeito aos direitos reprodutivos das mulheres”. O golias dos direitos humanos expressou a preocupação de que a cláusula antidiscriminação de “raça, cor, sexo, deficiência física, idioma, religião, opinião, origem ou condição política, nacional ou social, nascimento e quaisquer outras circunstâncias” exclui referência à orientação sexual ou identidade de gênero que eles disseram estava garantida no PIDCP.
Especialistas legais internacionais repudiaram as alegações das organizações de direitos humanos dizendo que a Hungria tem o direito de aprovar uma Constituição sem interferência. Eles apontaram para o fato de que nenhum tratado da ONU chega a mencionar aborto, orientação sexual ou identidade de gênero e que a Assembleia Geral da ONU nunca aceitou tais redefinições.
Roger Kiska, especialista legal europeu, vê as novas leis da Hungria como parte de uma tendência crescente entre os países europeus de recuar em tais interpretações e proteger a vida e a família. Mark Palmer, ex-embaixador americano na Hungria, disse que a expulsão da Hungria da UE é “agora não mais impensável”, mas Julia Lakatos, analista húngara, minimizou a polêmica, dizendo ao jornal CSMonitor: “Grande parte das críticas do exterior são exageradas”.
Susan Yoshihara, 02 Fevereiro 2012
Publicado no site do C-FAM.
Tradução: Julio Severo
SEM LEI NEM LEI: A REPÚBLICA DO PÃO E CIRCO
Artigos - Cultura
O golpe de estado perpetrado pelo marechal Deodoro da Fonseca foi um retrocesso em todos os sentidos. Começando pela censura à imprensa, cujos jornais eram empastelados e seus jornalistas, presos.
O Estado de Direito continua sitiado no país. Não mais pelos militares e, sim, pelos próprios civis, através do autodenominado “movimento social”, que não passa da velha política de cabresto dos coronéis por outros meios.
Em breve, o Brasil terá uma nova Constituição. Trata-se da Lei Geral da Copa, que revoga todas as disposições em contrário, começando pela soberania da nação e a cidadania dos indivíduos. Em seu período de vigência, durante a Copa do Mundo de 2014, a Lei Geral da Copa irá revogar garantias constitucionais e tornará nulas várias leis federais, estaduais e municipais. Executivo, Legislativo e Judiciário terão seus poderes suspensos e o Estado brasileiro ficará entregue ao governo da Fifa (Federação Internacional de Futebol). O povo brasileiro, que sempre viveu de pão e circo, vai consolidar sua imagem no mundo: a de País do futebol e do carnaval, em que as pessoas são destituídas de cérebro, pois só funcionam da cintura para baixo — as mulheres rebolando e os homens jogando bola.
Como chegamos a isso? É provável que logo no início da colonização do País, quando foram criadas as Capitanias Hereditárias e um português lascivo se apoderou da carne devoluta de negras e índias. Mas é possível que a transformação do Brasil numa espécie de zoológico humano de europeus e norte-americanos — e um dos principais celeiros do turismo sexual no mundo — tenha se agravado em 15 de novembro de 1989, quando a Proclamação da República fez do Brasil uma verdadeira “Banana Republic” (“República de Banana”), termo cunhado pelo escritor norte-americano O. Henry (1862-1910), pseudônimo de William Sydney Porter, no livro Cabbages and Kings (“Repolhos e Reis”). A obra trata da fictícia República de Anchúria, inspirada nas republiquetas despóticas da América Central, especialmente Honduras, onde o próprio William Sidney Porter se escondera antes de ser preso por fraude bancária.
A expressão “banana republic” e seu equivalente “República de Bananas”, em que pese não constar nem no Aurélio nem no Houaiss, foi dicionarizada em língua inglesa e consta do dicionário Collins, publicado desde 1819. Nele, “República de bananas” é definida como sendo um pequeno país hispânico da América Central, politicamente instável e com uma economia dominada por interesses estrangeiros, geralmente dependente da exportação de um só produto, como as bananas. Conforme observa o bioquímico Gregory Petsko, em artigo a respeito das pesquisas sobre o genoma humano, essa definição é um tanto imprecisa, pois há ditaduras politicamente estáveis. Por outro lado, acrescento, Cuba é uma típica “Republiqueta de Bananas”, em que pese fingir não se curvar a interesses estrangeiros. E o que dizer do Brasil, que também não é um pequeno país hispânico e, sim, um quase continente?
Libelo contra a República
A resposta a essa pergunta está num delicioso livro do ensaísta Eduardo Prado (1860-1901), intitulado Fastos da Ditadura Militar no Brasil (Editora Martins Fontes, 2003), uma reunião de seis artigos do autor publicados na “Revista de Portugal” a partir de dezembro de 1889 e transformados em livro em 7 de setembro de 1890. Trata-se do primeiro libelo contra a República, publicado sob o pseudônimo de “Frederico de S.” no calor dos acontecimentos que levaram o marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892) do pijama ao trono. Sim, trono mesmo, pois a República no Brasil, como se vê ainda hoje, nunca deixou de tratar seus presidentes como verdadeiros reis, transformando o país num quintal de suas idiossincrasias. Ao inaugurar uma dinastia de generais ditadores, que se revezam no poder com civis populistas, o Marechal Deodoro instaurou abaixo do Equador a maior República de Bananas da história.
É o que mostra Eduardo Prado, descrevendo, com verve, os desmandos de nossos primeiros ditadores fardados. Cidadão do mundo, que morava em Paris e viajava constantemente por toda a Europa, especialmente para Londres e Roma, o aristocrata Eduardo Prado foi amigo do grande escritor Eça de Queirós (1845-1900) e chegou a inspirar o personagem Jacinto do romance A Cidade e as Serras. Ao contrário de seus irmãos Antônio e Martinho, que serviram ao Império e à República, Eduardo Prado não era um político, mas quase foi preso por suas ideias. Não por conta dos artigos de Fastos da Ditadura Militar no Brasil, uma vez que estava na Europa quando de sua publicação e, sim, por seu outro livro, A Ilusão Americana, publicado em 1893, quando já tinha voltado ao Brasil, que estava sob estado de sítio. Este outro livro é uma crítica aos republicanos que queriam macaquear os Estados Unidos, inclusive no novo nome oficial do País — “Estados Unidos do Brasil”.
Todavia, Eduardo Prado não era antiamericano. Era apenas um realista, que sabia notar as diferenças culturais e históricas entre os Estados Unidos e o Brasil, percebendo que nem tudo o que é bom para os norte-americanos é bom para os brasileiros. Mas, ao contrário da democrática monarquia de Dom Pedro II, que engolia as catilinárias do escritor José de Alencar (1829-1877), a sensível República de Floriano Peixoto (1839-1895), o “Marechal de Ferro”, não aceitava nem esse tipo de crítica e Eduardo Prado, para não ser preso por conta da publicação de “A Ilusão Americana”, fugiu a cavalo de sua fazenda no interior de São Paulo. Segundo Octaciano Nogueira, no prefácio de Fastos da Ditadura Militar no Brasil, Eduardo Prado, para escapar de seus algozes republicanos, “embrenhou-se na aventura que o levou a cruzar desde os sertões de Minas e da Bahia até Salvador, onde logrou tomar o navio que o levou como emigrado a Portugal”.
Jornalistas como “fezes sociais”
Nas críticas de Eduardo Prado é possível perceber que a Proclamação da República não passou de um aborto histórico. Assim como a monarquia já havia abolido a escravidão, outras reformas, como o sufrágio universal, estavam prestes a ser enviadas ao Legislativo para serem votadas. O golpe de estado perpetrado pelo marechal Deodoro da Fonseca foi, na verdade, um retrocesso em todos os sentidos. Começando pela censura à imprensa, cujos jornais eram empastelados e seus jornalistas, presos. O “crime de imprensa” foi comparado ao de “sedição militar” e os críticos do novo regime, mesmo que por meras palavras, foram chamados de “fezes sociais” no Decreto 85-A, editado pouco depois da Proclamação da República. Como nota Marco Antonio Villa, n’A História das Constituições Brasileiras” (Editora Leya, 2011), essa linguagem abusivamente ditatorial era até então desconhecida nos documentos oficiais do país.
E como seria recorrente na história do Brasil, não faltaram as “vivandeiras de quartel” nos primórdios da República. Rui Barbosa (1849-1923), ministro da Fazenda do Marechal Deodoro, era um deles, apesar de ter sido monarquista até a véspera do golpe de estado de 1889. Eduardo Prado não o perdoa, vergastando o que chama de “bacharelice revolucionária” do antológico jurista: “Os militares, que no dia 15 de novembro necessitaram de alguns bacharéis com boa prosódia para reduzirem a escrita a revolução do quartel, não andaram mal, chamando, entre outros assessores, o sr. Rui Barbosa”. E ironiza a República para inglês ver que Rui Barbosa propagandeava profusamente para a Europa através dos cabos submarinos do telégrafo: “O sr. Rui Barbosa, ministro das Finanças (e, ao que parece, ministro do fio elétrico), tem o telegrama fácil, fluido, longo, monótono, por vezes infeliz e frequentemente contraditório”.
Federalismo de fancaria
Premonitório, uma vez que, convém lembrar, escrevia em 1890, no alvorecer da República, Eduardo Prado já alertava o País: “Em todos os países cultos e livres aprende-se nas escolas que todos os poderes são delegações da nação, que o povo é soberano e governa-se a si mesmo por meio dos seus representantes livremente eleitos. À geração nova no Brasil, a ditadura está ensinando que o Exército e a Armada têm o poder de destruir e de constituir governos — aviltante monstruosidade que envenenará por muitos anos a consciência nacional”. E um dos efeitos imediatos desse poder foi o federalismo de fancaria forjado por uma República proclamada no grito, sem quase nenhum lastro social. Como observa Marco Antonio Villa, na última eleição parlamentar do Império, realizada em 30 de agosto de 1889, dos 125 parlamentares eleitos, apenas dois eram republicanos.
Como a República não passava de uma ficção intelectual da religião positivista que vicejava na Corte, quem mais lucrou com ela foram os coronéis dos grotões, que logo aderiram ao movimento. “O temor de que o imperador — ou sua sucessora constitucional, a princesa Isabel — apoiasse um programa de reformas econômico-sociais acabou acelerando o nascimento da República”, afirma Marco Antonio Villa. O historiador acrescenta: “A introdução do novo regime federativo, com a transferência de grande parte dos poderes do governo central para as oligarquias estaduais, propiciou a adesão em massa dos antigos monarquistas. No dia 16 de novembro de 1889 todos eram republicanos”. Ou seja, longe significar uma modernização do país, o advento da República foi um rearranjo dos segmentos atrasados da própria monarquia, apoiados pelos militares.
Eduardo Prado observa, acertadamente, que o civilismo do imperador Dom Pedro II, que não cultivava a caserna, traçou o destino da monarquia. “O imperador Dom Pedro II elevou o nível intelectual de seu país sendo um rei civil. Ora, o Brasil, em vez de uma sociedade, seria hoje um quartel, se o imperador fosse não um rei constitucional, mas um major instrutor coroado. Se, em vez de um rei sábio, o Brasil tivesse durante esse período um soberano soldado que, em lugar das bibliotecas, frequentasse os quartéis, em lugar dos museus e das universidades, visitasse os acompanhamentos e as fortalezas, a monarquia ainda existiria decerto no Brasil. O divórcio do imperador das coisas militares, entendidas à espanhola, foi o que salvou a civilização brasileira, mas foi o que perdeu a monarquia”, escreve o ensaísta.
Politização das casernas
Citando o escritor e político francês Alphonse de Lamartine (1790-1869), Eduardo Prado defendia a “obediência passiva” dos militares, isto é, o seu apego à ordem e à disciplina, sem participação política. “Onde não há obediência passiva, surge logo o militar político, entidade cuja presença num país é o mais seguro indício do atraso de sua civilização”. O historiador Marco Antonio Villa explica: “O juízes e militares poderiam ser eleitores e eleitos para qualquer cargo. Isso gerou um sem-número de problemas. Partidarizava as Forças Armadas e o Poder Judiciário e colocava em risco constantemente a lisura das eleições, especialmente nos Estados onde os coronéis exerciam enorme poder político”. Excetuando-se os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, os militares chegaram a ser governadores em grande parte dos Estados menores, o que comprova o caráter militarizado da República.
Esse cenário de caserna fez da Constituição de 1891 uma letra morta. A pressão militar era até maior do que a exercida no reinado de Dom Pedro I, quando foi votada a primeira Constituição do País. Se naquele tempo, os irmãos Andrada (José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco) pediam ao imperador que recuasse as tropas que ficavam nas imediações da Casa legislativa, na primeira Constituinte republicana simplesmente elas estavam dentro do próprio plenário. “O Congresso estava ocupado por soldados à paisana e policiais. Os constituintes militares estavam armados no interior do recinto de votação”, conta Marco Antonio Villa. Ameaçados de ver o Congresso fechado, os constituintes referendaram, com 125 votos, o Marechal Deodoro na primeira eleição republicana, em 25 de fevereiro de 1891. O candidato de oposição, Prudente de Morais, recebeu 97 votos.
Nove meses depois, em novembro de 1891, quando a República completava dois anos, o presidente Deodoro da Fonseca fechou o Congresso. Vinte dias depois, ameaçado de golpe por rebelados do Exército e da Marinha, renunciou ao cargo e o poder foi entregue ao vice-presidente (também militar), o marechal Floriano Peixoto, apesar de a Constituição determinar que deveria ser convocada nova eleição. Mas Floriano Peixoto, “nosso primeiro jurista de espada”, conforme expressão de Marco Antonio Villa, entendeu que o dispositivo constitucional não seria aplicável ao primeiro mandato presidencial, só aos sucessores. A oposição recorreu ao Supremo, mas a ditadura prevaleceu sobre a lei. Joaquim Nabuco (1849-1910), que permaneceu monarquista, escreveu a um amigo republicano, ironizando: “Eu pensei sempre que seria mais fácil embarcar uma família do que licenciar um Exército”.
Pantomima de farda
O grau de militarismo da República proclamada pelo Marechal Deodoro num surto de irritação beirava o ridículo. Chegou a ser criado especialmente para ele (e por ele) um posto inexistente no Exército: o de “generalíssimo”. A bizarrice se deu nas comemorações do aniversário de segundo mês do regime, em 15 de janeiro de 1890, quando desfilaram pelas ruas do Rio de Janeiro, em pompa e circunstância, as tropas do Exército e da Marinha (Santos Dumont e os irmãos Wright ainda não tinham inventado o avião, portanto não havia Aeronáutica). O historiador Marco Antonio Villa conta que Serzedelo Correa, secretário de Benjamin Constant (1836-1891), prócer civil da República, açulou os populares a ovacionarem Deodoro com os gritos de “viva o generalíssimo”. O velho marechal gostou da bajulação e, por meio de um decreto, criou para si o referido título, justificando a promoção como resultado da “aclamação popular”.
Não satisfeito com a pantomima, Deodoro, que como Benjamin Constant era admirador da Argentina, aproveitou o aniversário da República vizinha, comemorado em 25 de maio, e, celebrando a data, estendeu para todos os ministros civis a patente de “general de brigada”, quatro meses depois de ele próprio se proclamar “generalíssimo”. No decreto, o governo republicano alegou que “honras militares constituem a maior remuneração que excepcionalmente se pode prestar aos beneméritos da pátria, e os ministros civis, por sua dedicação e amor à causa pública, se tornam credores dessa distinção”. Do dia para a noite, Rui Barbosa e seus colegas civis do ministério eram tratados como “generais” pelo “generalíssimo” Deodoro. Eduardo Prado, que narra o episódio, comenta implacável: “Aquilo já não é militarismo, nem ditadura, nem república. O nome daquilo é carnaval”.
Sem dúvida, uma síntese do Brasil, que permanece atual, haja vista a constante marcha dos desocupados de toda ordem que reivindicam ainda mais direitos. Por isso, o Estado de Direito continua sitiado no país. Não mais pelos militares e, sim, pelos próprios civis, através do autodenominado “movimento social”, que não passa da velha política de cabresto dos coronéis por outros meios. Hoje, milhares de organizações não governamentais — estimuladas pela ONU, apoiadas pelas universidades e financiadas público — ditam a pauta do Congresso Nacional em questões sociais importantes. Elas substituem o eleitor, sem passar pelo crivo das urnas. A famigerada “Lei da Palmada” — aprovada na Câmara Federal sem nem mesmo passar pelo plenário da Casa — é um exemplo desse poder ditatorial. Trata-se de uma absurda tese da ONU encampada pela USP e que será enfiada goela abaixo da população. É a síndrome da ditadura indolor, que finge participação e parece democracia, mas, no fundo, é a pior das tiranias, perpetrando o mal travestido de bem.
José Maria e Silva é jornalista e sociólogo.
Publicado no Jornal Opção de 18 de dezembro de 2011.
O DIA EM QUE A MENTIRA ROUBOU A ROUPA DA VERDADE
Quem mandou a verdade, burra, ingênua, pura tomar banho nua, no lago?
Não contava, mas devia contar e se prevenir contra a astúcia da mentira!
Já àquela altura rondava e às escondidas espiava, para onde a verdade fosse!
Deveria prever e não deixar de fora a sua imaculadamente branca paramenta,
como deixou, para a mentira roubá-la, como roubou!
Hoje, defecada e nojenta vai disfarçada em caríssimos cortes e talhos
de marca exclusiva dos reis e rainhas, de Brasília, não de branco,
mas na mais descarada e deslavada mentira!
Pobre verdade! Mirrada se esconde e vai hoje qual frágil criança
mal nutrida, aviltada e servindo de escárnio e chacota aos ratos
vestidos de ARMANI, perfume importado e outras ferraris e barcos
que só lhes falta voar!
Apesar de voarem a maior parte do tempo de cá para lá e de lá para cá,
a-torto-e-a-direito!
E olhem bem, o que a mentira vestida dessa gente fez:
Quando ouvimos frases como as escritas abaixo, infelizmente temos que engolir e ficar quietos!!!
"O Brasil não é um país sério" (Charles de Gaule).
"Que país é este que junta milhões numa marcha gay, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?" (07/07/2011 Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol El País)
Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata!
Um ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da casa do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage.
Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda uma Região Militar ou uma grande fração do Exército.
Um diretor sem diretoria do Senado, cujo título é só para justificar o salário, ganha o dobro do que ganha um professor universitário federal concursado, com mestrado, doutorado e prestígio internacional.
Um assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título para justificar seus ganhos, mas que não passa de um "aspone" ou um mero estafeta de correspondências, ganha mais que um cientista-pesquisador da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo buscando curas e vacinas para salvar vidas.
O SUS paga a um médico, por uma cirurgia cardíaca com abertura de peito, a importância de R$ 70,00, bem menos do que uma diarista cobra para fazer a faxina num apartamento de dois quartos.
02 de fevereiro de 2012
Postado por julio
NOTA AO PÉ DO TEXTO
"O Brasil é um país que não deve ser levado a sério." Frase atribuída ao general, mas de origem negada por historiadores. Eles dizem que a frase é do embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza, dita ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na época correspondente do "Jornal do Brasil" em Paris.
Depois de discutir com De Gaulle a "guerra da lagosta", em 1962, quando barcos franceses pescavam o crustáceo na costa brasileira, Souza relatou a Edgar o encontro dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco "A lagosta é nossa", das caricaturas que faziam dele (De Gaulle), terminando a conversa assim: "Edgar, le Brésil n'est pas un pays sérieux".
O jornalista mandou o despacho para o jornal e a frase acabou outorgada a De Gaulle. (Citações equivocadas).
m.americo
Não contava, mas devia contar e se prevenir contra a astúcia da mentira!
Já àquela altura rondava e às escondidas espiava, para onde a verdade fosse!
Deveria prever e não deixar de fora a sua imaculadamente branca paramenta,
como deixou, para a mentira roubá-la, como roubou!
Hoje, defecada e nojenta vai disfarçada em caríssimos cortes e talhos
de marca exclusiva dos reis e rainhas, de Brasília, não de branco,
mas na mais descarada e deslavada mentira!
Pobre verdade! Mirrada se esconde e vai hoje qual frágil criança
mal nutrida, aviltada e servindo de escárnio e chacota aos ratos
vestidos de ARMANI, perfume importado e outras ferraris e barcos
que só lhes falta voar!
Apesar de voarem a maior parte do tempo de cá para lá e de lá para cá,
a-torto-e-a-direito!
E olhem bem, o que a mentira vestida dessa gente fez:
Quando ouvimos frases como as escritas abaixo, infelizmente temos que engolir e ficar quietos!!!
"O Brasil não é um país sério" (Charles de Gaule).
"Que país é este que junta milhões numa marcha gay, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?" (07/07/2011 Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol El País)
Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata!
Um ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da casa do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage.
Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda uma Região Militar ou uma grande fração do Exército.
Um diretor sem diretoria do Senado, cujo título é só para justificar o salário, ganha o dobro do que ganha um professor universitário federal concursado, com mestrado, doutorado e prestígio internacional.
Um assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título para justificar seus ganhos, mas que não passa de um "aspone" ou um mero estafeta de correspondências, ganha mais que um cientista-pesquisador da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo buscando curas e vacinas para salvar vidas.
O SUS paga a um médico, por uma cirurgia cardíaca com abertura de peito, a importância de R$ 70,00, bem menos do que uma diarista cobra para fazer a faxina num apartamento de dois quartos.
02 de fevereiro de 2012
Postado por julio
NOTA AO PÉ DO TEXTO
"O Brasil é um país que não deve ser levado a sério." Frase atribuída ao general, mas de origem negada por historiadores. Eles dizem que a frase é do embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza, dita ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na época correspondente do "Jornal do Brasil" em Paris.
Depois de discutir com De Gaulle a "guerra da lagosta", em 1962, quando barcos franceses pescavam o crustáceo na costa brasileira, Souza relatou a Edgar o encontro dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco "A lagosta é nossa", das caricaturas que faziam dele (De Gaulle), terminando a conversa assim: "Edgar, le Brésil n'est pas un pays sérieux".
O jornalista mandou o despacho para o jornal e a frase acabou outorgada a De Gaulle. (Citações equivocadas).
m.americo
DILMA DESANDOU
São improcedentes as críticas à presidente Dilma Rousseff por sua recusa em abordar as violações dos direitos humanos sob a ditadura que vigora em Cuba há meio século. Mas ela merece ser criticada - duramente - pelo palavrório com que tentou justificar em Havana o seu silêncio em face da política repressiva do regime dos irmãos Castro.
Dilma foi a Cuba, na sua primeira visita de Estado à ilha, para promover os interesses econômicos brasileiros. Por intermédio do BNDES, o País banca 70% do mais ambicioso empreendimento privado ali em curso - a transformação do Porto de Mariel em um dos maiores da América Latina, ao custo aproximado de US$ 1 bilhão.
A obra é tocada pela construtora brasileira Odebrecht. O Brasil, apenas o quarto parceiro comercial de Cuba, só tem a ganhar com a ampliação da sua presença econômica na ilha, a exemplo do que fizeram, sobretudo no setor de turismo, a Espanha e o Canadá. Ganhará tanto mais - e esse deve ser o raciocínio estratégico de Brasília - se e quando se normalizarem as relações entre Havana e Washington. Trata-se de estar desde logo ali onde a concorrência virá com tudo.
Nesse quadro, não se deveria esperar que a presidente usasse a mesma mão com que assinou, metaforicamente, os cheques do novo espaço que o empresariado brasileiro ambiciona ocupar em Cuba para investir de dedo em riste contra os seus anfitriões.
Nos últimos dois anos, o ditador Raúl Castro iniciou um programa de abertura econômica que, embora tropeçando na pachanga local, pretende ser uma versão caribenha do modelo chinês: economia de mercado com mordaça política.
A propósito, desde que a China se abriu, a nenhum chefe de governo brasileiro ocorreu condenar as suas políticas liberticidas - e a nenhum comentarista ocorreu condená-lo por isso.
É também descabida a evocação da visita ao Brasil, sob a ditadura militar, do então presidente americano Jimmy Carter - que não só fez chegar ao homólogo Ernesto Geisel seu protesto pelo que se passava nos porões do regime, como ainda recebeu um dos maiores defensores dos direitos humanos no País, o cardeal dom Paulo Evaristo Arns.
É verdade que militantes como Dilma Rousseff, que sentiram literalmente na carne o que era se opor aos generais, devem ter se regozijado com a iniciativa de Carter. Logo, ela deveria imitá-lo em Havana.
Lembre-se, no entanto, que o que trouxe Carter ao Brasil foi o contencioso desencadeado pelo acordo nuclear do País com a Alemanha, tido em Washington como o atalho aberto pelos militares para chegar à bomba atômica. Sem falar nas pressões das entidades americanas de direitos humanos pela condenação ao Brasil - o que inexiste aqui em relação a Cuba.
Critique-se Dilma não pelo que calou, mas pelo que falou. Exprimir-se, como se sabe, é uma peleja para a presidente - talvez por isso seja tão avara com as palavras em público. (Há quem diga que quem não fala bem não pensa bem, mas esse, quem sabe, é outro assunto.) Perguntada pelos jornalistas que a acompanhavam sobre direitos humanos em Cuba, Dilma desandou.
Poderia ter respondido protocolarmente que, dada a sua condição de chefe de Estado visitante, não poderia se manifestar sobre questões internas do país anfitrião, como seria inadmissível que um hóspede oficial do governo brasileiro fizesse algo do gênero em relação ao País - e ponto final.
Em vez disso, saiu-se com um bestialógico sobre o "telhado de vidro" sob o qual estaria o mundo inteiro, democracias e ditaduras, nessa matéria.
Ainda na linha da "primeira pedra", disparou incongruentemente um torpedo contra os Estados Unidos, pela "base aqui que se chama Guantánamo".
À parte a trôpega retórica, ao se referir à instalação americana em Cuba, onde 171 acusados de terrorismo mofam sem direito a julgamento, a incontinência verbal levou Dilma a virar contra si a "arma de combate político-ideológico" que, segundo ela - neste caso com razão - não deve predominar no debate sobre direitos humanos seja onde for.
Resta ver, na hipótese de lhe perguntarem sobre Guantánamo na visita que um dia fizer aos Estados Unidos, em retribuição à do presidente Obama, se ela falará dos presos políticos cubanos.
Editorial
O Estado de S. Paulo
2 de fevereiro de 2012
Dilma foi a Cuba, na sua primeira visita de Estado à ilha, para promover os interesses econômicos brasileiros. Por intermédio do BNDES, o País banca 70% do mais ambicioso empreendimento privado ali em curso - a transformação do Porto de Mariel em um dos maiores da América Latina, ao custo aproximado de US$ 1 bilhão.
A obra é tocada pela construtora brasileira Odebrecht. O Brasil, apenas o quarto parceiro comercial de Cuba, só tem a ganhar com a ampliação da sua presença econômica na ilha, a exemplo do que fizeram, sobretudo no setor de turismo, a Espanha e o Canadá. Ganhará tanto mais - e esse deve ser o raciocínio estratégico de Brasília - se e quando se normalizarem as relações entre Havana e Washington. Trata-se de estar desde logo ali onde a concorrência virá com tudo.
Nesse quadro, não se deveria esperar que a presidente usasse a mesma mão com que assinou, metaforicamente, os cheques do novo espaço que o empresariado brasileiro ambiciona ocupar em Cuba para investir de dedo em riste contra os seus anfitriões.
Nos últimos dois anos, o ditador Raúl Castro iniciou um programa de abertura econômica que, embora tropeçando na pachanga local, pretende ser uma versão caribenha do modelo chinês: economia de mercado com mordaça política.
A propósito, desde que a China se abriu, a nenhum chefe de governo brasileiro ocorreu condenar as suas políticas liberticidas - e a nenhum comentarista ocorreu condená-lo por isso.
É também descabida a evocação da visita ao Brasil, sob a ditadura militar, do então presidente americano Jimmy Carter - que não só fez chegar ao homólogo Ernesto Geisel seu protesto pelo que se passava nos porões do regime, como ainda recebeu um dos maiores defensores dos direitos humanos no País, o cardeal dom Paulo Evaristo Arns.
É verdade que militantes como Dilma Rousseff, que sentiram literalmente na carne o que era se opor aos generais, devem ter se regozijado com a iniciativa de Carter. Logo, ela deveria imitá-lo em Havana.
Lembre-se, no entanto, que o que trouxe Carter ao Brasil foi o contencioso desencadeado pelo acordo nuclear do País com a Alemanha, tido em Washington como o atalho aberto pelos militares para chegar à bomba atômica. Sem falar nas pressões das entidades americanas de direitos humanos pela condenação ao Brasil - o que inexiste aqui em relação a Cuba.
Critique-se Dilma não pelo que calou, mas pelo que falou. Exprimir-se, como se sabe, é uma peleja para a presidente - talvez por isso seja tão avara com as palavras em público. (Há quem diga que quem não fala bem não pensa bem, mas esse, quem sabe, é outro assunto.) Perguntada pelos jornalistas que a acompanhavam sobre direitos humanos em Cuba, Dilma desandou.
Poderia ter respondido protocolarmente que, dada a sua condição de chefe de Estado visitante, não poderia se manifestar sobre questões internas do país anfitrião, como seria inadmissível que um hóspede oficial do governo brasileiro fizesse algo do gênero em relação ao País - e ponto final.
Em vez disso, saiu-se com um bestialógico sobre o "telhado de vidro" sob o qual estaria o mundo inteiro, democracias e ditaduras, nessa matéria.
Ainda na linha da "primeira pedra", disparou incongruentemente um torpedo contra os Estados Unidos, pela "base aqui que se chama Guantánamo".
À parte a trôpega retórica, ao se referir à instalação americana em Cuba, onde 171 acusados de terrorismo mofam sem direito a julgamento, a incontinência verbal levou Dilma a virar contra si a "arma de combate político-ideológico" que, segundo ela - neste caso com razão - não deve predominar no debate sobre direitos humanos seja onde for.
Resta ver, na hipótese de lhe perguntarem sobre Guantánamo na visita que um dia fizer aos Estados Unidos, em retribuição à do presidente Obama, se ela falará dos presos políticos cubanos.
Editorial
O Estado de S. Paulo
2 de fevereiro de 2012
MAIS UM! MAIS UM! MAIS UM!
Agora cai o sétimo ministro do atual governo. O ministro das cidades, sabe-se lá para que serve um ministério desse tipo, a não ser aumentar os custos da União!
Motivo: desvio de verbas, ou seja, trapaças já conhecidas.
Entra em ação o Clube do Bolinha, com a mesma performance de sempre, o meliante entrega uma carta de demissão, como se estivesse saindo por vontade própria, na tentativa de abafar as denúncias de irregularidades em sua 'gestão'.
Ao sair, "seus lucros" ficam para o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Mário Silvio Mendes Negromonte
O FEUDO DE NEGROMONTE
É casado com Vilma Negromonte, atual prefeita de Glória, tem três filhos, um deles, Mário Negromonte Júnior, foi eleito deputado estadual da Bahia (eleições de 2010.
Foi filiado ao PMDB (1986-1988), PSDB (1988-2001), PPB (2001/2003) e PP desde 2003. Ainda pelo PSDB elegeu-se deítado estadual na Bahia em 1990. Em 1994 foi eleito deputado federal, primeiro de seus cinco mandatos consecutivos (1998, 2002, 2006 e 2010). Em dezembro de 2010, foi indicado pela presidente-eleita Dilma Rousseff para ocupar o ministério das cidades.
Quanto ao dinheiro desviado, ... nunca será devolvido e jamais haverá qualquer tipo de punição.
2 de fevereiro de 2012
Motivo: desvio de verbas, ou seja, trapaças já conhecidas.
Entra em ação o Clube do Bolinha, com a mesma performance de sempre, o meliante entrega uma carta de demissão, como se estivesse saindo por vontade própria, na tentativa de abafar as denúncias de irregularidades em sua 'gestão'.
Ao sair, "seus lucros" ficam para o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Mário Silvio Mendes Negromonte
O FEUDO DE NEGROMONTE
É casado com Vilma Negromonte, atual prefeita de Glória, tem três filhos, um deles, Mário Negromonte Júnior, foi eleito deputado estadual da Bahia (eleições de 2010.
Foi filiado ao PMDB (1986-1988), PSDB (1988-2001), PPB (2001/2003) e PP desde 2003. Ainda pelo PSDB elegeu-se deítado estadual na Bahia em 1990. Em 1994 foi eleito deputado federal, primeiro de seus cinco mandatos consecutivos (1998, 2002, 2006 e 2010). Em dezembro de 2010, foi indicado pela presidente-eleita Dilma Rousseff para ocupar o ministério das cidades.
Quanto ao dinheiro desviado, ... nunca será devolvido e jamais haverá qualquer tipo de punição.
2 de fevereiro de 2012
SE LIGA, BRASIL!!!
A Fifa cobra celeridade do Brasil no andamento das obras para a Copa de 2014 e aproveitou, ontem, a contagem regressiva para o início do seu tradicional evento-teste — a Copa das Confederações de 2013, de 15 a 30 de junho —, como mais um despertador para o país sede das duas competições.
Ontem, a entidade máxima do futebol acionou o alarme de 500 dias (499 a contar de hoje) para o pontapé inicial da nona edição do simulado para o Mundial, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
A ferramenta utilizada para pressionar ainda mais o Brasil foi o lançamento da logomarca da Copa das Confederações. Bem mais bonito e criativo do que o da Copa do Mundo, o ícone faz referência a um sabiá-laranjeira.
A ave nativa da fauna brasileira foi declarada em 3 de outubro de 2002 "o centro de interesse para as festividades do Dia da Ave".
Comum na América do Sul, o animal tem têm um canto melodioso durante a época de reprodução e apresenta como diferencial a cor de ferrugem no ventre.
Batizada pelo site oficial da Fifa de "Festival de Campeões", a Copa das Confederações vai reunir no Brasil oito seleções. Cinco já estão classificadas: o anfitrião Brasil, a atual campeã mundial Espanha, além dos vencedores da Copa América (Uruguai), da Copa Ouro (México) e da Copa da Ásia (Japão).
Os representantes da Oceania e da Europa vão ser conhecidos no meio deste ano. A tabela será conhecida em 1º de dezembro, em São Paulo, mas ficará com uma lacuna.
O enviado da África só terá nome a pouco mais de 100 dias do início do torneio, na Copa Africana de Nações de 2013.
"Para nós, do Comitê Organizador Local (COL), a Copa das Confederações da Fifa é muito mais do que um torneio preparatório para a Copa do Mundo da Fifa", comentou no site oficial do torneio o ídolo Ronaldo, o Fenômeno, membro do Conselho de Administração do COL.
"Estamos empenhados em preparar uma grande festa no ano que vem, um verdadeiro festival de campeões", assegurou.
Além de Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte e Rio de Janeiro receberão partidas da competição. Recife e Salvador estão de sobreaviso e dependem do andamento da obra para também entrar na tabela.
"Acho que teremos aqui, no Brasil, o grupo de seleções mais forte desde a criação do torneio", opina Ronaldo. "Será uma grande oportunidade para os torcedores brasileiros assistirem a um futebol de alto nível nos novos estádios e mostrarem ao mundo um pouco da nossa hospitalidade", afirmou Ronaldo.
Fevereiro 02, 2012
camuflados
Correio
SERÁ QUE TEMOS CARA DE IDIOTA? SEI NÃO, MAS ACHO QUE SIM...
Brasileiro, profissão otário.
Essa conversinha mole dos "ecochatos" de plantão dizendo que as sacolinhas de plástico dos supermercados são as grandes vilãs da ecologia mundial é um baita de um estelionato ideológico.
O lixo plástico irá continuar sendo produzido no Brasil. nas gafrrafas PET, nas embalagens de alimentos e nos saquinhos de frutas que os próprios supermercados continuam oferecendo para seus clientes.
Sem contar que com o fim das sacolas de plástico o povo vai ter que mudar de habito e começar a usar sacos de lixo para o descarte doméstico, que por incrivel que pareça, os sacos de lixo SÃO de plástico.
Será que o plástico reciclavel usado nos sacos de lixo são menos nocivos ao meio ambiente do que as sacolinhas dos supermercados?
A verdade nessa conversa é que os supermercadistas estão com uma previsão de economia com o fim das sacolas plásticas na casa dos R$ 190 milhões ao ano só na cidade de São Paulo.
Ou seja, os unicos que ganham com o fim das sacolas plásticas são os supermercadistas do Brasil. O meio ambiente, os donos de fábricas de saquinhos, e o povo em geral se phoderam de vez.
E o mais odioso é que os supermercados "VENDEM" as sacolas "ecológicamente corretas" e até as retornáveis que são fabricadas com saco de farinha velho lá no Vietnã.
Cada sacola retornável custa em média R$ 3,00, sem contar que o mercado vende a sacola e ainda faz propaganda de graça e o cliente paga para portar o logotipo da rede de supermercado em sua reluzente e ecológicamente sacola retornável.
Ou seja, além dos mercadistas economizarem os tubos com o fim das plásticas, ainda ganham vendendo tranqueira "chinesa" para o consumidor e ganham na mídia que cada sacola acaba se tornando nas ruas.
Uma sacada genial do ponto de vista capitalista. Mas uma puta sacanagem no ponto de vista social. O consumidor está sendo vítima de um estelionato e as autoridades se fazendo de mortas.
O correto é cada supermercado dar em descontos em cada compra, um percentual de acordo com o valor consumido pelo cliente como benefício pelo fim das sacolinhas.
E cada supermercado tem que apresentar as notas fiscais das compras de embalagens feitas nos últimos 5 anos para fazer uma média do quanto irão economizar em sacolinhas e calcular sobre esse valor, a quantia que irá ser creditada em favor do cliente.
Pois do jeito que vai, o povo brasileiro está sendo esfolado vivo e ainda pensa que está ajudando o planeta.
02 de fevereiro de 2012
o mascate
PONTO POSITIVO
STF define que todos os julgamentos do CNJ devem ser públicos
Ao retomar nesta quinta-feira o julgamento sobre os limites de atuação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o Supremo Tribunal Federal manteve o entendimento de que todos os julgamentos de magistrados devem acontecer em sessão pública.
Os ministros entenderam que é constitucional a parte da resolução do CNJ que estabelece a publicidade de todas as sessões que julgam processos disciplinares.
A AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), autora da ação contra o conselho, argumentava que, nos processos que pedem a punição de “advertência” e “censura” de juízes, as sessões deveriam ser secretas. Isso porque a Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nancional) define que essas duas sanções tem caráter sigiloso.
Apenas os ministro Luiz Fux e o presidente do tribunal, Cezar Peluso, entendiam que tais julgamentos não deveriam ser abertos. Os demais afirmaram que a Constituição Federal define a publicidade de todas as decisões do Judiciário.
“A cultura do biombo foi excomungada pela Constituição”, afirmou Carlos Ayres Britto. “Esse tipo de processo era das catacumbas. Isso é próprio de ditadura, não é próprio de democracia”, completou Cármen Lúcia.
A frase da ministra incomodou Fux, que respondeu: “No meu caso, não tem nenhuma ideia antidemocrática, nem das catacumbas”.
O ponto mais polêmico, sobre os poderes de investigação do CNJ, ainda não começou a ser debatido.
(…)
02/02/2012
Felipe Seligman, na Folha Online
Por Reinaldo Azevedo
Ao retomar nesta quinta-feira o julgamento sobre os limites de atuação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o Supremo Tribunal Federal manteve o entendimento de que todos os julgamentos de magistrados devem acontecer em sessão pública.
Os ministros entenderam que é constitucional a parte da resolução do CNJ que estabelece a publicidade de todas as sessões que julgam processos disciplinares.
A AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), autora da ação contra o conselho, argumentava que, nos processos que pedem a punição de “advertência” e “censura” de juízes, as sessões deveriam ser secretas. Isso porque a Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nancional) define que essas duas sanções tem caráter sigiloso.
Apenas os ministro Luiz Fux e o presidente do tribunal, Cezar Peluso, entendiam que tais julgamentos não deveriam ser abertos. Os demais afirmaram que a Constituição Federal define a publicidade de todas as decisões do Judiciário.
“A cultura do biombo foi excomungada pela Constituição”, afirmou Carlos Ayres Britto. “Esse tipo de processo era das catacumbas. Isso é próprio de ditadura, não é próprio de democracia”, completou Cármen Lúcia.
A frase da ministra incomodou Fux, que respondeu: “No meu caso, não tem nenhuma ideia antidemocrática, nem das catacumbas”.
O ponto mais polêmico, sobre os poderes de investigação do CNJ, ainda não começou a ser debatido.
(…)
02/02/2012
Felipe Seligman, na Folha Online
Por Reinaldo Azevedo
CARTA DO IMPERADOR VESPASIANO PARA SEU FILHO TITO
Estamos nos aproximando da Copa do Mundo de 2014. Ontem foi devulgada a logomarca da Copa das Confederações que vai acontecer no Brasil no ano quem, evento promovido pela Fifa e que serve de teste para a Copa do ano seguinte.
Os estádios para o Mundial devem ficar prontos no ano anterior para que a entidade máxima possa verificar se o país sede está em condições para promover a Copa com total sucesso.
Aqui no Brasil está acontecendo uma verdadeira corrida para construir estádios para receber as 31 seleções que estão no Brasil em 2014. O texto a seguir, de autoria de José Robetto Torero, publicado na 'Folha de São Paulo', que retrata muito bem o que acontecendo por aqui, mas que já era uma prática observada no Império Romano, lá pelos idos dos anos 70 d.C. É alguma coisa sobre a construção do famoso Coliseu de Roma. Parece que é hoje:
Onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio?
Futebol também é cultura. Hoje, para júbilo e gáudio dos amantes das letras clássicas, publicarei uma carta do imperador Vespasiano a seu filho Tito. Vamos a ela:
"22 de junho de 79 d.C.
"Tito, meu filho, estou morrendo. Logo eu serei pó e tu, imperador. Espero que os deuses te ajudem nesta árdua tarefa, afastando as tempestades e os inimigos, acalmando os vulcões e os jornalistas. De minha parte, só o que posso fazer é dar-te um conselho: não pare a construção do Colosseum. Em menos de um ano ele ficará pronto, dando-te muitas alegrias e infinita memória.
"Alguns senadores o criticam, dizendo que deveríamos investir em esgotos e escolas. Não dê ouvidos a esses poucos. Pensa: onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio? Num estádio, é claro.
"Será uma imensa propaganda para ti. Ele ficará no coração de Roma por omnia saecula saeculorum, e sempre que o olharem dirão: 'Estás vendo este colosso? Foi Vespasiano quem o começou e Tito quem o inaugurou'.
"Outra vantagem do Colosseum: ao erguê-lo, teremos repassado dinheiro público aos nossos amigos construtores, que tanto nos ajudam nos momentos de precisão.
"Moralistas e loucos dirão que mais certo seria reformar as velhas arenas. Mas todos sabem que é melhor usar roupas novas que remendadas. Vel caeco appareat (Até um cego vê isso).
"Portanto deves construir esse estádio em Roma, assim como a gente de Brasília construirá monumentais estádios em Natal, Cuiabá e Manaus, mesmo que nem haja ludopédio por esses lugares.
"Só para você ter uma ideia, o campeonato de Mato Grosso teve média inferior a mil pessoas por partida, e a Arena Pantanal, em Cuiabá, terá capacidade para 43.600 espectadores. Em Recife haverá um novo estádio, mas todos os grandes clubes já têm o seu. Pior será a arena de Manaus: terá 47 mil lugares e, no campeonato estadual, juntando os 80 jogos, o público total foi de 37.971.
"As gentes da Terra Papagalli não ligaram nem mesmo para o exemplo dos sul-africanos, que construíram cinco novos estádios e quatro são deficitários.
"Enfim, meu filho, desejo-te sorte e deixo-te uma frase: Ad captandum vulgus, panem et circenses (Para seduzir o povo, pão e circo).
"Esperarei por ti ao lado de Júpiter."
PS: Vespasiano morreu no dia seguinte à carta. Tito não inaugurou o Coliseu com um jogo de Copa, mas com cem dias de festa. Tanto o pai quanto o filho foram deificados pelo senado romano.
* Clunis são as nádegas em latim.
2 de fevereiro de 2012
Postado por Airton Leitão
Os estádios para o Mundial devem ficar prontos no ano anterior para que a entidade máxima possa verificar se o país sede está em condições para promover a Copa com total sucesso.
Aqui no Brasil está acontecendo uma verdadeira corrida para construir estádios para receber as 31 seleções que estão no Brasil em 2014. O texto a seguir, de autoria de José Robetto Torero, publicado na 'Folha de São Paulo', que retrata muito bem o que acontecendo por aqui, mas que já era uma prática observada no Império Romano, lá pelos idos dos anos 70 d.C. É alguma coisa sobre a construção do famoso Coliseu de Roma. Parece que é hoje:
Onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio?
Futebol também é cultura. Hoje, para júbilo e gáudio dos amantes das letras clássicas, publicarei uma carta do imperador Vespasiano a seu filho Tito. Vamos a ela:
"22 de junho de 79 d.C.
"Tito, meu filho, estou morrendo. Logo eu serei pó e tu, imperador. Espero que os deuses te ajudem nesta árdua tarefa, afastando as tempestades e os inimigos, acalmando os vulcões e os jornalistas. De minha parte, só o que posso fazer é dar-te um conselho: não pare a construção do Colosseum. Em menos de um ano ele ficará pronto, dando-te muitas alegrias e infinita memória.
"Alguns senadores o criticam, dizendo que deveríamos investir em esgotos e escolas. Não dê ouvidos a esses poucos. Pensa: onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio? Num estádio, é claro.
"Será uma imensa propaganda para ti. Ele ficará no coração de Roma por omnia saecula saeculorum, e sempre que o olharem dirão: 'Estás vendo este colosso? Foi Vespasiano quem o começou e Tito quem o inaugurou'.
"Outra vantagem do Colosseum: ao erguê-lo, teremos repassado dinheiro público aos nossos amigos construtores, que tanto nos ajudam nos momentos de precisão.
"Moralistas e loucos dirão que mais certo seria reformar as velhas arenas. Mas todos sabem que é melhor usar roupas novas que remendadas. Vel caeco appareat (Até um cego vê isso).
"Portanto deves construir esse estádio em Roma, assim como a gente de Brasília construirá monumentais estádios em Natal, Cuiabá e Manaus, mesmo que nem haja ludopédio por esses lugares.
"Só para você ter uma ideia, o campeonato de Mato Grosso teve média inferior a mil pessoas por partida, e a Arena Pantanal, em Cuiabá, terá capacidade para 43.600 espectadores. Em Recife haverá um novo estádio, mas todos os grandes clubes já têm o seu. Pior será a arena de Manaus: terá 47 mil lugares e, no campeonato estadual, juntando os 80 jogos, o público total foi de 37.971.
"As gentes da Terra Papagalli não ligaram nem mesmo para o exemplo dos sul-africanos, que construíram cinco novos estádios e quatro são deficitários.
"Enfim, meu filho, desejo-te sorte e deixo-te uma frase: Ad captandum vulgus, panem et circenses (Para seduzir o povo, pão e circo).
"Esperarei por ti ao lado de Júpiter."
PS: Vespasiano morreu no dia seguinte à carta. Tito não inaugurou o Coliseu com um jogo de Copa, mas com cem dias de festa. Tanto o pai quanto o filho foram deificados pelo senado romano.
* Clunis são as nádegas em latim.
2 de fevereiro de 2012
Postado por Airton Leitão
UTOPIA
Continua de pé a utopia de manter um blog realmente livre, apesar das controvérsias e repetidas brigas entre comentaristas.
Jamais pensei em manter um blog, mas acabei me envolvendo nisso, inadvertidamente. Concordo com Helio Fernandes em que o jornal impresso, aquele que reúne as informações mais importantes e depois circula nos chamados clippings, ainda tem repercussão bem maior. No futuro, quem sabe?
Veja-se aqui o caso da Tribuna da Internet. Determinados artigos e matérias são verdadeiramente devastadores, e até podemos avaliar imediatamente sua repercussão, porque o blog é monitorado pelo site norte-americano de controle Histats, que nos dá, em tempo real, quantas pessoas estão lendo, em qual lugar do planeta, e que matéria está sendo acessada.
É muito interessante acompanhar isso. Constata-se que as matérias mais acessadas são um artigo de Helio Fernandes, postado há mais de um ano sobre a evolução da dívida interna e que continua tendo leitura diária, e a transcrição de uma entrevista mais recente do professor Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras no primeiro governo Lula, na qual ele denuncia como José Dirceu entregou a Eike Batista, que o contratara como consultor, a exploração de riquíssimas áreas do Pré-Sal. É claro que Dirceu não entregou diretamento, apenas “trabalhou” a Petrobras para fazê-lo.
Essas matérias da Tribuna ganham o mundo na internet, mas não tem a mesma repercussão de uma publicação em jornal diário, impresso no papel, que veio para ficar e ninguém apaga (ou deleta) nunca. Nesse ponto, Helio Fernandes tem razão.
Mas não há dúvida de que o blog é muito importante, os artigos e matérias são reproduzidos cada vez mais (muitas vezes, sem citarem a fonte) e até circulam nos mais diferentes países. Uma das curiosidades é o crescente número de leitores na Austrália, que às vezes até supera os leitores dos Estados Unidos, como ocorreu alguns dias atrás, para nossa surpresa.
Quanto à utopia de fazer um blog realmente livre, é preciso que todos os participantes entendam que existem limites. A liberdade de emitir opinião, seja até estapafúrdia, estará sempre garantida. Mas é preciso que os debatedores se respeitem, não se ofendam, troquem opiniões democraticamente.
Nem sempre isso acontece, então é preciso moderar alguns comentários. Às vezes me confundo, bobeio e deixo passar algum comentário ofensivo. Isso aconteceu esta semana com o José Carlos Werneck, ele se aborreceu comigo, pedi desculpas, mas não adiantou nada. É pena.
Infelizmente, as ofensas entre comentaristas se repetem. Mas não se pode permitir, por exemplo, que classifiquem de “fascistas” as pessoas de direita, nem de “alienados mentais” os que ainda defendem o marxismo (que na verdade até hoje não foi implantado, em país algum).
Sem a menor dúvida, há pessoas do bem na direita e na esquerda. Defendem os mesmos fins, só divergem quanto aos meios de alcançá-los. Este é o meu entendimento. Espero não estar equivocando.
###
CONFIRA AS CONTRIBUIÇÕES AO BLOG
No mês de janeiro, as contribuições chegaram a R$ 1,504,08, segundo o extrato da Caixa Econômica que segue abaixo. Como sempre, antes de publicar no Blog, enviamos o extrato bancário aos comentaristas Martim Berto Fuchs, Carlo Germani e Luiz Fernando Binder, que funcionam com uma espécie de curadores do Blog.
Binder anda sumido, sentimos muito a falta dele. Outros comentaristas também fazem falta, como a Ofélia Alvarenga, mas o Paulo Sólon já voltou e, mesmo morando nos Estados Unidos, segue enviando seus artigos, digitados sem acentos e cedilhas, dão um trabalhão para revisar.
Segue abaixo o extrato de janeiro, lembrando que a data corresponde ao dia em que a contribuição entrou na conta, e não ao dia do depósito. Assim, se você depositou dia 31 de janeiro, por exemplo, pode ser que a entrada em conta só ocorra nos primeiros dias de fevereiro.
Agradeço a todos que ainda têm conseguido colaborar para manter o Blog. Muito obrigado e vamos em frente, enquanto tivermos condições de fazê-lo.
Carlos Newton
02 de fevereiro de 2012
Jamais pensei em manter um blog, mas acabei me envolvendo nisso, inadvertidamente. Concordo com Helio Fernandes em que o jornal impresso, aquele que reúne as informações mais importantes e depois circula nos chamados clippings, ainda tem repercussão bem maior. No futuro, quem sabe?
Veja-se aqui o caso da Tribuna da Internet. Determinados artigos e matérias são verdadeiramente devastadores, e até podemos avaliar imediatamente sua repercussão, porque o blog é monitorado pelo site norte-americano de controle Histats, que nos dá, em tempo real, quantas pessoas estão lendo, em qual lugar do planeta, e que matéria está sendo acessada.
É muito interessante acompanhar isso. Constata-se que as matérias mais acessadas são um artigo de Helio Fernandes, postado há mais de um ano sobre a evolução da dívida interna e que continua tendo leitura diária, e a transcrição de uma entrevista mais recente do professor Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras no primeiro governo Lula, na qual ele denuncia como José Dirceu entregou a Eike Batista, que o contratara como consultor, a exploração de riquíssimas áreas do Pré-Sal. É claro que Dirceu não entregou diretamento, apenas “trabalhou” a Petrobras para fazê-lo.
Essas matérias da Tribuna ganham o mundo na internet, mas não tem a mesma repercussão de uma publicação em jornal diário, impresso no papel, que veio para ficar e ninguém apaga (ou deleta) nunca. Nesse ponto, Helio Fernandes tem razão.
Mas não há dúvida de que o blog é muito importante, os artigos e matérias são reproduzidos cada vez mais (muitas vezes, sem citarem a fonte) e até circulam nos mais diferentes países. Uma das curiosidades é o crescente número de leitores na Austrália, que às vezes até supera os leitores dos Estados Unidos, como ocorreu alguns dias atrás, para nossa surpresa.
Quanto à utopia de fazer um blog realmente livre, é preciso que todos os participantes entendam que existem limites. A liberdade de emitir opinião, seja até estapafúrdia, estará sempre garantida. Mas é preciso que os debatedores se respeitem, não se ofendam, troquem opiniões democraticamente.
Nem sempre isso acontece, então é preciso moderar alguns comentários. Às vezes me confundo, bobeio e deixo passar algum comentário ofensivo. Isso aconteceu esta semana com o José Carlos Werneck, ele se aborreceu comigo, pedi desculpas, mas não adiantou nada. É pena.
Infelizmente, as ofensas entre comentaristas se repetem. Mas não se pode permitir, por exemplo, que classifiquem de “fascistas” as pessoas de direita, nem de “alienados mentais” os que ainda defendem o marxismo (que na verdade até hoje não foi implantado, em país algum).
Sem a menor dúvida, há pessoas do bem na direita e na esquerda. Defendem os mesmos fins, só divergem quanto aos meios de alcançá-los. Este é o meu entendimento. Espero não estar equivocando.
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CONFIRA AS CONTRIBUIÇÕES AO BLOG
No mês de janeiro, as contribuições chegaram a R$ 1,504,08, segundo o extrato da Caixa Econômica que segue abaixo. Como sempre, antes de publicar no Blog, enviamos o extrato bancário aos comentaristas Martim Berto Fuchs, Carlo Germani e Luiz Fernando Binder, que funcionam com uma espécie de curadores do Blog.
Binder anda sumido, sentimos muito a falta dele. Outros comentaristas também fazem falta, como a Ofélia Alvarenga, mas o Paulo Sólon já voltou e, mesmo morando nos Estados Unidos, segue enviando seus artigos, digitados sem acentos e cedilhas, dão um trabalhão para revisar.
Segue abaixo o extrato de janeiro, lembrando que a data corresponde ao dia em que a contribuição entrou na conta, e não ao dia do depósito. Assim, se você depositou dia 31 de janeiro, por exemplo, pode ser que a entrada em conta só ocorra nos primeiros dias de fevereiro.
Agradeço a todos que ainda têm conseguido colaborar para manter o Blog. Muito obrigado e vamos em frente, enquanto tivermos condições de fazê-lo.
Carlos Newton
02 de fevereiro de 2012
CACOETE IDEOLÓGICO EM CUBA
OPINIÃO
Dilma frustra, ao imitar Lula na primeira viagem oficial a Cuba
Na primeira visita a Cuba, a presidente Dilma Rousseff foi traída pelo passado. Não se esperava que abordasse o tema dos direitos humanos em público. Mas decidiu fazê-lo, numa cerimônia no Memorial José Martí, e cometeu o grave erro de tentar relativizar os fartos e conhecidos crimes cubanos nesta área, incluindo numa infeliz pensata os delitos cometidos pelos americanos na base de Guantánamo, na ilha, uma nódoa, de fato, na História dos Estados Unidos. Mas misturou coisas diferentes, na visível tentativa de, como é praxe em parte da esquerda brasileira, passar a mão na cabeça dos irmãos Castro. Dilma pontificou que não se deve usar direitos humanos como arma política. De fato, mas, dito isto, incorreu neste mesmo erro.
Ali, logo no início da viagem oficial, transformou-se em decepção a esperança que dissidentes tinham de que Dilma não repetiria a desastrada passagem de Lula pela ilha, no mesmo dia da morte de Orlando Zapata, um dos presos políticos de Fidel e Raul em greve de fome. De volta ao Brasil, comparou-os a prisioneiros comuns. O fato de o Brasil ter concedido visto à dissidente Yoani Sánchez, para ela vir ao país ao lançamento de um filme sobre a resistência em Cuba, alimentou as expectativas otimistas. Não que Dilma fosse discursar a favor dos cubanos perseguidos. Mas o silêncio em público poderia até levar a supor que o tema seria tratado em contatos privados.
— Ela agiu como Lula e não se interessou pelo povo cubano — desabafou Berta Soler, porta-voz das Damas de Branco, grupo formado por mulheres e familiares em geral de presos políticos. Foi mais forte, infelizmente o cacoete ideológico da extrema esquerda brasileira do final da década de 60 e início dos anos 70. Vem deste grupo, marcado pela luta armada apoiada por Cuba, a paixão cega da juventude pelo castrismo. Não importa para eles que a ilha seja, ao lado da Coreia do Norte, o último bolsão de stalinismo medieval, quase um pleonasmo.
Contaminado, também, por antiamericanismo atávico, o cacoete levou a presidente a tentar equiparar um regime brutal com uma das mais sólidas democracias do mundo, que carrega, é verdade, a mancha de Guantánamo. É risível, porém, tentar colocar no mesmo verbete uma ditadura de mais de meio século, com inúmeros crimes cometidos contra os direitos humanos — fuzilamentos, greves de fome e mortes, perseguições, etc — no currículo.
O Brasil como nação e Estado pode e deve ajudar Cuba na transição para um regime mais arejado. Com a subida de Raúl Castro, na doença do irmão, ocorrem tentativas de alguma liberação na economia, mas ainda aquém do necessário a que alguns ingredientes do livre mercado possa aumentar a produção de alimentos, para livrar os cubanos de um já histórico racionamento. Investimentos como os em curso na infraestrutura cubana, com apoio financeiro e tecnológico brasileiro, são ações também bem-vindas.
Mas de nada adianta fingir que Cuba não continua a ser uma ditadura violenta. A relativização na leitura da História é sempre perigosa. Por meio dela termina-se até “entendendo” por que Hitler fez o que fez com judeus, ciganos, homossexuais e artistas.
02 de fevereiro de 2012
Fonte O Globo
Dilma frustra, ao imitar Lula na primeira viagem oficial a Cuba
Na primeira visita a Cuba, a presidente Dilma Rousseff foi traída pelo passado. Não se esperava que abordasse o tema dos direitos humanos em público. Mas decidiu fazê-lo, numa cerimônia no Memorial José Martí, e cometeu o grave erro de tentar relativizar os fartos e conhecidos crimes cubanos nesta área, incluindo numa infeliz pensata os delitos cometidos pelos americanos na base de Guantánamo, na ilha, uma nódoa, de fato, na História dos Estados Unidos. Mas misturou coisas diferentes, na visível tentativa de, como é praxe em parte da esquerda brasileira, passar a mão na cabeça dos irmãos Castro. Dilma pontificou que não se deve usar direitos humanos como arma política. De fato, mas, dito isto, incorreu neste mesmo erro.
Ali, logo no início da viagem oficial, transformou-se em decepção a esperança que dissidentes tinham de que Dilma não repetiria a desastrada passagem de Lula pela ilha, no mesmo dia da morte de Orlando Zapata, um dos presos políticos de Fidel e Raul em greve de fome. De volta ao Brasil, comparou-os a prisioneiros comuns. O fato de o Brasil ter concedido visto à dissidente Yoani Sánchez, para ela vir ao país ao lançamento de um filme sobre a resistência em Cuba, alimentou as expectativas otimistas. Não que Dilma fosse discursar a favor dos cubanos perseguidos. Mas o silêncio em público poderia até levar a supor que o tema seria tratado em contatos privados.
— Ela agiu como Lula e não se interessou pelo povo cubano — desabafou Berta Soler, porta-voz das Damas de Branco, grupo formado por mulheres e familiares em geral de presos políticos. Foi mais forte, infelizmente o cacoete ideológico da extrema esquerda brasileira do final da década de 60 e início dos anos 70. Vem deste grupo, marcado pela luta armada apoiada por Cuba, a paixão cega da juventude pelo castrismo. Não importa para eles que a ilha seja, ao lado da Coreia do Norte, o último bolsão de stalinismo medieval, quase um pleonasmo.
Contaminado, também, por antiamericanismo atávico, o cacoete levou a presidente a tentar equiparar um regime brutal com uma das mais sólidas democracias do mundo, que carrega, é verdade, a mancha de Guantánamo. É risível, porém, tentar colocar no mesmo verbete uma ditadura de mais de meio século, com inúmeros crimes cometidos contra os direitos humanos — fuzilamentos, greves de fome e mortes, perseguições, etc — no currículo.
O Brasil como nação e Estado pode e deve ajudar Cuba na transição para um regime mais arejado. Com a subida de Raúl Castro, na doença do irmão, ocorrem tentativas de alguma liberação na economia, mas ainda aquém do necessário a que alguns ingredientes do livre mercado possa aumentar a produção de alimentos, para livrar os cubanos de um já histórico racionamento. Investimentos como os em curso na infraestrutura cubana, com apoio financeiro e tecnológico brasileiro, são ações também bem-vindas.
Mas de nada adianta fingir que Cuba não continua a ser uma ditadura violenta. A relativização na leitura da História é sempre perigosa. Por meio dela termina-se até “entendendo” por que Hitler fez o que fez com judeus, ciganos, homossexuais e artistas.
02 de fevereiro de 2012
Fonte O Globo
ROMBO NA BALANÇA: US$ 1,29 BILHÃO
"PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO" COM A MAMULENGA E "GERENTONA" DE NADA E COISA NENHUMA : DESBALANCEADA! ROMBO NA BALANÇA , US$ 1,29 bilhão.
O comércio exterior brasileiro estreou 2012 produzindo um rombo na balança comercial como não se via há 39 anos em meses de janeiro.
O mau resultado representa a outra face de uma moeda conhecida:
o enfraquecimento da indústria nacional. As perspectivas são cada vez mais sombrias.
Em janeiro, o déficit comercial foi de US$ 1,29 bilhão, o maior para o mês desde 1973 e o primeiro resultado negativo na balança brasileira em dois anos. Com isso, inaugura-se um ano em que o desempenho do comércio internacional do país certamente será cadente.
Estima-se que o Brasil só conseguirá produzir um pequeno superávit em 2012 - se conseguir. Os cálculos variam, mas indicam que o saldo pode cair a apenas US$ 3 bilhões, no prever da Associação de Comércio Exterior Brasileiro (AEB).
Será uma reversão expressiva ante os US$ 29,8 bilhões de saldo de 2011 e, mais ainda, ante os US$ 40 bilhões registrados em 2007.
As transações comerciais brasileiras com o exterior estão cada vez mais dependentes de produtos básicos. No geral, as matérias-primas já somam 62% das exportações nacionais.
Mais que isso, dentro das cadeias dos produtos mais importantes da nossa pauta vende-se cada vez mais os itens de menor valor agregado. Por exemplo, comercializa-se mais soja em grão do que óleo e farelo; mais açúcar em bruto do que refinado.
Além disso, a dependência em relação à China é crescente e cavalar: do saldo obtido no ano passado, 39% deveram-se ao país asiático. E do que segue para lá, nada menos que 84% são commodities e matérias-primas.
Somos hoje, em termos comerciais, a colônia e eles, a metrópole.
Neste janeiro, como os chineses diminuíram suas compras de minério de ferro, o resultado da balança brasileira despencou, indicando quão o nosso desempenho externo está ligado a Pequim. Também pesou a crise que assola a União Europeia, que neste início de ano comprou 25% menos do Brasil do que em janeiro de 2011.
A outra face da moeda do desbalanceado comércio exterior brasileiro é o enfraquecimento da produção industrial nacional, que cada vez mais perde espaço para concorrentes estrangeiros.
No ano passado, a participação dos produtos importados no consumo interno de bens industriais atingiu recorde de 22,8%, mostra o Valor Econômico.
Ou seja, praticamente uma de cada quatro peças consumidas nos processos produtivos internos veio de fora. Há nove anos, apenas uma em cada dez (11,1%, para ser mais preciso) era importada, segundo cálculos da LCA Consultores.
Em alguns segmentos, a penetração externa é ainda mais contundente. Nos têxteis, por exemplo, um quarto do consumo interno é atendido por concorrentes estrangeiros. Em 2011, enquanto a fabricação local diminuiu 15%, o volume importado pelo setor cresceu 8,8%.
Consequência direta é que 15 mil a 20 mil postos de trabalho foram fechados nas tecelagens.
A indústria brasileira padece de males conhecidos, como altos custos de financiamento, logística deficiente e câmbio desfavorável, para falar apenas dos mais gritantes.
Neste ambiente, não surpreende que o nível de produção atual do setor seja praticamente o mesmo de setembro de 2008, quando eclodiu a crise mundial que ainda não se dissipou.
"Todo o desempenho ao longo desses mais de três anos só nos fez recuperar o patamar alcançado então. O PIB deve ter acumulado um crescimento de cerca de 10% no período, mas a indústria parou", escreveu Antonio Corrêa de Lacerda ontem na Folha de S.Paulo.
Diante de resultados tão feios, o governo federal voltou a prometer medidas para melhorar o desempenho exportador brasileiro. Fala-se, mais uma vez, em ampliação de financiamento, simplificação de trâmites e incentivos para que empresas de menor porte exportem. Nenhuma novidade, portanto.
Não é de hoje que promessas desta natureza vêm sendo reiteradas, mas quase nada produziram de relevante até agora. Um dos exemplos mais emblemáticos é a dita "política industrial" batizada de Brasil Maior.
Por ora, sequer os setores que seriam beneficiados pelo programa com reduções tributárias receberam o que o Planalto prometeu. O máximo que se produziu foram indesejáveis barreiras protecionistas tópicas.
A regressão da indústria nacional tem impactos negativos diretos sobre a obtenção de divisas para o país e, mais importante, sobre a geração de valor e a criação de empregos de melhor qualidade.
O recuo do setor já vem se dando há bastante tempo a olhos vistos. As oportunidades para agir estão acabando.
02 de fevereiro 2012
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Balança desbalanceada
O comércio exterior brasileiro estreou 2012 produzindo um rombo na balança comercial como não se via há 39 anos em meses de janeiro.
O mau resultado representa a outra face de uma moeda conhecida:
o enfraquecimento da indústria nacional. As perspectivas são cada vez mais sombrias.
Em janeiro, o déficit comercial foi de US$ 1,29 bilhão, o maior para o mês desde 1973 e o primeiro resultado negativo na balança brasileira em dois anos. Com isso, inaugura-se um ano em que o desempenho do comércio internacional do país certamente será cadente.
Estima-se que o Brasil só conseguirá produzir um pequeno superávit em 2012 - se conseguir. Os cálculos variam, mas indicam que o saldo pode cair a apenas US$ 3 bilhões, no prever da Associação de Comércio Exterior Brasileiro (AEB).
Será uma reversão expressiva ante os US$ 29,8 bilhões de saldo de 2011 e, mais ainda, ante os US$ 40 bilhões registrados em 2007.
As transações comerciais brasileiras com o exterior estão cada vez mais dependentes de produtos básicos. No geral, as matérias-primas já somam 62% das exportações nacionais.
Mais que isso, dentro das cadeias dos produtos mais importantes da nossa pauta vende-se cada vez mais os itens de menor valor agregado. Por exemplo, comercializa-se mais soja em grão do que óleo e farelo; mais açúcar em bruto do que refinado.
Além disso, a dependência em relação à China é crescente e cavalar: do saldo obtido no ano passado, 39% deveram-se ao país asiático. E do que segue para lá, nada menos que 84% são commodities e matérias-primas.
Somos hoje, em termos comerciais, a colônia e eles, a metrópole.
Neste janeiro, como os chineses diminuíram suas compras de minério de ferro, o resultado da balança brasileira despencou, indicando quão o nosso desempenho externo está ligado a Pequim. Também pesou a crise que assola a União Europeia, que neste início de ano comprou 25% menos do Brasil do que em janeiro de 2011.
A outra face da moeda do desbalanceado comércio exterior brasileiro é o enfraquecimento da produção industrial nacional, que cada vez mais perde espaço para concorrentes estrangeiros.
No ano passado, a participação dos produtos importados no consumo interno de bens industriais atingiu recorde de 22,8%, mostra o Valor Econômico.
Ou seja, praticamente uma de cada quatro peças consumidas nos processos produtivos internos veio de fora. Há nove anos, apenas uma em cada dez (11,1%, para ser mais preciso) era importada, segundo cálculos da LCA Consultores.
Em alguns segmentos, a penetração externa é ainda mais contundente. Nos têxteis, por exemplo, um quarto do consumo interno é atendido por concorrentes estrangeiros. Em 2011, enquanto a fabricação local diminuiu 15%, o volume importado pelo setor cresceu 8,8%.
Consequência direta é que 15 mil a 20 mil postos de trabalho foram fechados nas tecelagens.
A indústria brasileira padece de males conhecidos, como altos custos de financiamento, logística deficiente e câmbio desfavorável, para falar apenas dos mais gritantes.
Neste ambiente, não surpreende que o nível de produção atual do setor seja praticamente o mesmo de setembro de 2008, quando eclodiu a crise mundial que ainda não se dissipou.
"Todo o desempenho ao longo desses mais de três anos só nos fez recuperar o patamar alcançado então. O PIB deve ter acumulado um crescimento de cerca de 10% no período, mas a indústria parou", escreveu Antonio Corrêa de Lacerda ontem na Folha de S.Paulo.
Diante de resultados tão feios, o governo federal voltou a prometer medidas para melhorar o desempenho exportador brasileiro. Fala-se, mais uma vez, em ampliação de financiamento, simplificação de trâmites e incentivos para que empresas de menor porte exportem. Nenhuma novidade, portanto.
Não é de hoje que promessas desta natureza vêm sendo reiteradas, mas quase nada produziram de relevante até agora. Um dos exemplos mais emblemáticos é a dita "política industrial" batizada de Brasil Maior.
Por ora, sequer os setores que seriam beneficiados pelo programa com reduções tributárias receberam o que o Planalto prometeu. O máximo que se produziu foram indesejáveis barreiras protecionistas tópicas.
A regressão da indústria nacional tem impactos negativos diretos sobre a obtenção de divisas para o país e, mais importante, sobre a geração de valor e a criação de empregos de melhor qualidade.
O recuo do setor já vem se dando há bastante tempo a olhos vistos. As oportunidades para agir estão acabando.
02 de fevereiro 2012
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Balança desbalanceada
SICÁRIO COMENTOU SOBRE...
Beto...
Para quem abraçou Battisti e o protegeu; para quem enriqueceu a família e os amigos de quadrilha; para quem defende Cuba; para quem viveu às custas de sindicato; para quem se aposentou por perder um dedo inútil; para quem se orgulha ser um estúpido; para quem não devolveu passaportes ilegítimos; para quem que, com todos estes deméritos ainda é idolatrado por uma maioria imbecil...deixo a pergunta:
o que tem demais fazer um favorzinho para um "amigo"?
Para quem mandou entregar lutadores cubanos que queriam asilo; para quem emprega guerrilheiro "casado" com membro da quadrilha; para quem posa em fotos com criminosos dos movimentos ditos populares e sociais; para quem enriquece ilicitamente; essa amizade toda deveria ser alvo de investigação da revista Veja, nossa única aliada.
A ficha corrida deste novo amigo deve ser extensa.
abs.
02/02/2012
Sicário
*** *** ***
ESTÁ NA COLUNA DO Claudio Humberto
Ilegal, amigo de Lula ganhou diárias do governo.
Além de ter sido naturalizado a jato, como revelou esta coluna, José Lopez Feijoo, espanhol amigo pessoal de Lula, ex-CUT, recebeu R$ 7 mil em diárias no Conselho da Secretaria de Desenvolvimento Social da Presidência da República, entre 2009 e 2011 – ano em que deixou de ser imigrante da Galícia.
Pela Constituição, ele não poderia ocupar cargo público, por ser estrangeiro, nem tampouco embolsar diárias.
*** *** ***
02/02/2012
Ilegalidade confirmada
A Secretaria-Geral diz que só depois da naturalização vapt-vupt José Feijoo tomou posse no cargo... para o qual fora nomeado ilegalmente.
Matéria da coluna do Claudio Humberto.
Para quem abraçou Battisti e o protegeu; para quem enriqueceu a família e os amigos de quadrilha; para quem defende Cuba; para quem viveu às custas de sindicato; para quem se aposentou por perder um dedo inútil; para quem se orgulha ser um estúpido; para quem não devolveu passaportes ilegítimos; para quem que, com todos estes deméritos ainda é idolatrado por uma maioria imbecil...deixo a pergunta:
o que tem demais fazer um favorzinho para um "amigo"?
Para quem mandou entregar lutadores cubanos que queriam asilo; para quem emprega guerrilheiro "casado" com membro da quadrilha; para quem posa em fotos com criminosos dos movimentos ditos populares e sociais; para quem enriquece ilicitamente; essa amizade toda deveria ser alvo de investigação da revista Veja, nossa única aliada.
A ficha corrida deste novo amigo deve ser extensa.
abs.
02/02/2012
Sicário
*** *** ***
ESTÁ NA COLUNA DO Claudio Humberto
Ilegal, amigo de Lula ganhou diárias do governo.
Além de ter sido naturalizado a jato, como revelou esta coluna, José Lopez Feijoo, espanhol amigo pessoal de Lula, ex-CUT, recebeu R$ 7 mil em diárias no Conselho da Secretaria de Desenvolvimento Social da Presidência da República, entre 2009 e 2011 – ano em que deixou de ser imigrante da Galícia.
Pela Constituição, ele não poderia ocupar cargo público, por ser estrangeiro, nem tampouco embolsar diárias.
*** *** ***
02/02/2012
Ilegalidade confirmada
A Secretaria-Geral diz que só depois da naturalização vapt-vupt José Feijoo tomou posse no cargo... para o qual fora nomeado ilegalmente.
Matéria da coluna do Claudio Humberto.
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