"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 12 de julho de 2012

LUGO RECLUTABA JÓVENES EN IGLESIAS PARA MANDARLOS A VENEZUELA

Desde sus tiempos como Obispo y luego como Presidente de Paraguay, Fernando Lugo organizó un esquema para envío de jóvenes a Venezuela y Cuba para su formación ideológica. La denuncia fue hecha por monseñor Rogelio Livieres Plano.

El obispo de la diócesis de Ciudad de Este, en declaraciones el 10JUL12 a su salida de una audiencia con el presidente Federico Franco (foto arriba) narró que Lugo prometió abandonar la política cuando se desempeñaba aún como obispo de la Iglesia Católica.
"Se comprometió solemnemente ante 17 obispos más el nuncio apostólico, pero después continuó como si nada y arrastró a buena parte del clero y a una cantidad de monjas, y las capillas y las parroquias se transformaron en comités políticos de Lugo".

Lugo renunció al obispado de San Pedro el 11ENE05 y en 2006 solicitó dispensa papal para alejarse de su condición clerical.

Monseñor Livieres, citado por el diario ABCcolor de Asunción, reveló que le consta que durante el gobierno de Lugo, a "los chicos de las capillas y de las parroquias se los entusiasmaba para ir a Venezuela por 15 días y les deban instrucción. No sé qué tipo de instrucción; supongo que ideológica", expresó.

Los jóvenes reclutados "si funcionaban los llevaban por un mes y volvían acá y los que seguían siendo útiles los llevaban a Cuba. Así es que esto es una cosa dramática que pasó en la Iglesia del Paraguay".

El obispo recordó que en el año 2008 había declarado que el obispo de San Pedro, Fernando Lugo, era "un puñal clavado en la espalda de la Iglesia Católica".

12 de julho de 2012
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CENTRALISMO ASFIXIA OPOSITORES

Foto del dia

Las entidades bajo su mando representan poco más del 56% de la población venezolana. En sus territorios se encuentran las ciudades más grandes del país. Todos ellos son gobernadores de Estado y el Alcalde Metropolitano de la ciudad capital, opositores al gobierno de Hugo Chávez. El 11JUL12 se encontraron en Caracas para analizar una situación que les es común: el gobierno nacional no les está transfiriendo los montos de los recursos presupuestarios que constitucionalmente les corresponden a sus entidades.

En la gráfica Henri Falcón (Lara); el alcalde Metropolitano de Caracas Antonio Ledezma; Adriana D' Elia (Miranda); José Gregorio Briceño (Monagas); César Pérez Vivas (Táchira); Henrique Salas Feo (Carabobo); Liborio Guaruya (Amazonas) y Pablo Pérez (Zulia).

12 de julho de 2012
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PERGUNTE AO CACHOEIRA...




12 de julho de 2012

LÉGUAS A PERCORRER

A cassação do mandato de Demóstenes Torres obviamente não piora, mas também não melhora a imagem do Senado que encerrou a carreira política de um de seus pares sem, contudo, quitar a imensa dívida que acumula com a sociedade.

Em pé, de braços cruzados, acompanhando a sessão com um quase imperceptível sorriso no rosto, Renan Calheiros era a materialização de uma evidência: Demóstenes não caiu em decorrência do rigor ético dos senadores, mas por um conjunto de circunstâncias para ele adversas.

Se o critério predominante fosse o zelo ao decoro parlamentar, Calheiros não teria assistido à cena em posição tão privilegiada.

Assistiu porque foi absolvido a despeito de ter tido contas particulares (a pensão da filha) pagas por um lobista de empreiteira, de ter mentido apresentando a seus pares documentos falsos na hora da defesa.

Descontados os detalhes, na essência comportamento tão indecoroso quanto o de Demóstenes, cuja situação se diferenciou basicamente por dois fatores: ausência da rede de proteção - no caso de Renan extensiva do Palácio do Planalto à sustentação de um partido de peso imenso (PMDB) passando pelo receio reverencial de senadores intimidados - e a contradição entre o personagem que encarnava e as ações ocultas que executava.

Ativos importantes com os quais não contou o agora ex-senador. Disso, aliás, deu notícia em seu pronunciamento final recheado de sofismas. Numa desassombrada conversão à lei não escrita da boa convivência na Casa assumiu o que na visão dele foi seu "único erro".

Qual? Ser "intolerante" com os demais, perceber que não vale a pena "buscar a fama" em cima do defeito alheio. Pediu perdão aos que "levianamente" ofendeu e a todos aconselhou: "Não entrem por esse caminho".

Como legado do processo deixa uma lição. A austeridade, ainda que estudada e presumida, não compensa.

Certamente não foi essa a intenção, mas quando se viu perdido por um Demóstenes Torres perdeu-se por mil, confessando que seu rigor ético era mesmo artificial, que almejava com ele notoriedade e que deveria ter-se preocupado menos com as causas que defendeu ao encarnar doutor Jekyll e mais com a tessitura dos laços de amizade que garantiriam proteção à sua face mister Hyde.

Foi-se Demóstenes, mas ficou o Senado às voltas com seu passivo. Suas excelências têm desde já uma chance de escolher se o aumentam ou o reduzem na decisão sobre o que fazer com o suplente do senador cassado.

Se valer o critério aplicado ao suplente de Joaquim Roriz, Gim Argelo, Wilder Pedro de Morais será recebido de braços abertos, não obstante seja acusado de ocultação de patrimônio à Justiça Eleitoral e tenha relações notórias com Carlos vulgo Cachoeira.

Calendas. Se já era difícil a Câmara dar continuidade ao trabalho do Senado que aprovou o fim do voto secreto, a cassação de Demóstenes Torres torna a hipótese ainda mais remota.
Saciados os apetites, arrefecerão as pressões e prevalecerá a alegação de que o voto sigiloso, afinal, não foi obstáculo para a cassação.

Lacuna. Lula, CUT, UNE e os demais sócios da versão de que em 2005 não houve um escândalo que revelou a existência de um esquema de cooptação de partidos e desvio de dinheiro público, mas um golpe "das elites" para derrubar o então presidente, todos incorrem em falha grave de roteiro.

Se não houve fatos, por que não denunciaram a conspiração? Lula, por exemplo, pediu desculpas. Isso antes de ir à televisão propagar a história de que o PT fez o "que todo mundo faz" e de usar a autoridade presidencial para defender o crime eleitoral como atividade corriqueira perfeitamente aceitável.

Daí a extemporaneidade das ameaças de manifestações contrárias ao curso (sem que se saiba qual será) do julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal.
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
12 ded julho de 2012

E AINDA RESTAM 19 DEMÓSTENES NO SENADO

demostenes6 g E ainda restam 19 Demóstenes no Senado
                                                                               Os advogados não podem tudo

Bastavam 41, mas foram 56 votos a favor da cassação do mandato do senador Demóstenes Torres, eleito pelo DEM de Goiás. Agora só resta descobrir quem foram os 19 senadores que votaram contra a cassação. Ou seja, acharam que ele era inocente e não fez nada de errado nas suas relaçoes especiais com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Cinco outros ficaram na dúvida e se abstiveram de votar, beneficiando o denunciado. Só um, Cloris Fecury (DEM-MA), faltou à sessão.

Embora o voto seja secreto, gostaria muito de saber quem são, o que pensam e o que levou quase um quarto dos nossos representantes no Senado Federal a votar pela manutenção do mandato de Demóstenes Torres, depois de tudo o que foi investigado e provado contra ele pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Devem pensar e agir como ele. Restaram, portanto, 19 outros Demóstenes.

Ao ouvir a bem fundamentada acusação feita pelo relator da comissão de ética, Humberto Costa (PT-PE), e os argumentos usados nos discursos dos senadores que se manifestaram na tribuna, todos a favor da cassação e em defesa da credibilidade da instituição, fiquei me perguntando: como Demóstenes conseguiu enganar os jornalistas e seus colegas parlamentares por tanto tempo, desde que assumiu seu primeiro mandato em 2003?

Entre muitas outras, este episódio nos ensinou uma singela lição: os advogados, por melhores e mais caros que sejam, não podem tudo. Quatro meses após o escândalo estourar, graças a um tal de rádio Nextel descoberto pela Polícia Federal, Demóstenes foi cassado e Carlinhos Cachoeira continua preso. Não fosse isso, e Demóstenes continuaria pontificando no Senado até 2018.

Já no desespero, sabendo que nem mesmo Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay, seria capaz de salvá-lo, Demóstenes tomou o lugar do advogado na tribuna para fazer a sua própria defesa. Depois de aparentar a humildade dos injustiçados e perseguidos, partiu para o ataque contra o relator Humberto Costa, querendo provar que são todos iguais.

Demóstenes não soube cair de pé. No final do seu discurso, foi duas vezes ingrato. Primeiro rifou o parceiro Carlinhos Cachoeira e depois se queixou da imprensa _ justamente as duas entidades que tanto o ajudaram a se tornar o paladino da ética, o maior e o último dos homens públicos honestos na República.

Foram três horas que vão ficar na história das nossas instituições democráticas. O Senado Federal lavou a alma e a sociedade brasileira ressuscitou por alguns instantes velhas esperanças de um dia poder viver num Brasil mais decente e mais justo.

12 de julho de 2012
balaio do kotscho

A APOSTA ERRADA DO GOVERNO

Rolf Kuntz
O governo continua apostando no mercado interno para enfrentar a crise global, mas até agora a aposta deu pouco ou nenhum resultado.
As políticas de estímulo resultaram quase exclusivamente no aumento do consumo, do endividamento, da insolvência e das importações. Jornais publicam longas matérias sobre os altos níveis de calote, em geral involuntário, e sobre como evitar as armadilhas do crédito.
O problema é importante, mas é apenas um dos muitos sintomas de um desarranjo muito mais amplo. Por nove semanas o mercado financeiro reduziu as projeções de crescimento econômico.
O último número é 2,01%, mediana das previsões coletadas pelo Banco Central (BC) para o Boletim Focus. O próprio BC já havia, em junho, baixado sua estimativa de 3,5% para 2,5%.

A economia brasileira teria crescido muito mais no ano passado e continuaria a expandir-se com folga, neste ano, se o aumento do produto interno bruto (PIB) fosse mais dependente do consumo privado e do custeio do setor público.

Foi essa, no entanto, a terapia básica adotada pelo governo. Teria dado resultados melhores, provavelmente, se os grandes problemas da produção nacional fossem conjunturais.
Não são, mas os formuladores da política oficial têm agido como se a maior ameaça econômica viesse de fora, isto é, das grandes potências em crise. Com essa interpretação, tão irrealista quanto confortável, o governo se dispensa de cuidar mais seriamente dos problemas reais, todos made in Brazil.

O governo se dispensa de cuidar mais seriamente dos problemas reais, todos made in Brazil
Gastança pública e estímulo ao consumo são bons para fazer a economia pegar no tranco, em tempos de desemprego e muita capacidade ociosa. A longo prazo, o crescimento depende mesmo é da taxa de investimento e da eficiência do capital investido.

Entre janeiro e março deste ano, o Brasil investiu o equivalente a 18,7% do PIB. Além de baixa, essa proporção foi inferior à do primeiro trimestre do ano passado (19,5%) e à de igual período de 2010 (19,2%). Mesmo para esse resultado abaixo de medíocre foi necessária a participação externa, porque a taxa de poupança, naqueles três meses, ficou em 15,7% do PIB (17% em 2011). O governo, como já foi comprovado muitas vezes, é o mais importante moedor de recursos e tem-se dedicado com empenho à despoupança.

O Ministério da Fazenda reduziu de 20,8% para 20,4% sua projeção da taxa de investimento. A nova estimativa apareceu em abril, no último boletim da série Economia Brasileira em Perspectiva. Esse tipo de correção tem sido frequente. O setor privado investe menos do que poderia, se enfrentasse menos entraves, e o governo, bem menos do que promete, por incapacidade gerencial. Neste ano, o governo federal acelerou os empenhos e desembolsos, num esforço para se antecipar às limitações do período eleitoral. Mesmo assim, os resultados foram ruins.

De janeiro a junho, o Tesouro aplicou R$ 18,9 bilhões, 2,1% mais que em igual período de 2011, descontada a inflação, mas 13,7% menos que no primeiro semestre de 2010. Além disso, o total desembolsado correspondeu a apenas 21% do valor previsto para 2012 no Orçamento Geral da União. Como sempre, restos a pagar, R$ 14,1 bilhões, compuseram a maior parte dos desembolsos.

A realização do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, continua deficiente e os números divulgados pelo governo são enfeitados. No primeiro semestre, 52,6% dos desembolsos foram financiamentos destinados aos programas habitacionais, como indica tabela divulgada pela organização Contas Abertas. A maior parte do PAC é executada mais lentamente. Também é ruim a execução dos projetos dependentes das estatais. Mesmo a mais eficiente, a Petrobrás, tem sido incapaz de entregar os resultados prometidos, como deixou claro a nova presidente, Graça Foster, em suas primeiras declarações depois de assumir o posto.

O baixo investimento seria compensado, em parte, se a produtividade do capital investido fosse mais alta. Não se pode, no entanto, contar com isso. No setor privado, é normal o esforço para extrair o máximo de cada real investido, mas a aplicação do dinheiro no setor público segue outros critérios.

Queimam-se recursos com emendas parlamentares de alcance paroquial. Montanhas de dinheiro são perdidas em projetos mal preparados, em contratos com empreiteiras malandras, em convênios com organizações delinquentes e em negócios com fornecedores despreparados. O escândalo do petroleiro João Cândido, lançado ao mar com discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e só entregue dois anos depois, é um exemplo especialmente pitoresco de como investir mal.

Tudo isso se reflete na balança comercial. Até a primeira semana de julho, as exportações foram 1,4% menores que as de um ano antes, as importações, 4% maiores e o superávit, 44,6% inferior.
O sistema produtivo está emperrado e só o governo insiste em desconhecer esse fato.

Rolf Kuntz
12 de julho de 2012
Fonte: O Estado de S. Paulo

EM BUSCA DO PLANEJAMENTO PERDIDO

Raul Velloso


Para quem atuou no governo antes dos anos 90, era fácil perceber que não existia mais planejamento de longo prazo no Brasil. Quase 100% das energias eram concentradas no equacionamento do problema central, a inflação crônica e ascendente, e seus desdobramentos nocivos. A sensação era de que o curto prazo era péssimo, mas uma hora as atenções se voltariam para o futuro, em que o Brasil sempre foi visto com muito otimismo. Não éramos o “país do futuro”?

Só que, mesmo tendo comemorado os 18 anos de vida do bem-sucedido Plano Real, o País parece ainda voltado basicamente para o curto prazo. Ou seja, falta planejamento estratégico de longo prazo, algo que é trivial para a maioria das empresas. Falo de algo bem simples: metas macroeconômicas básicas, diagnóstico dos principais problemas e delineamento de caminhos para chegar lá.
Os dirigentes políticos tendem a pensar principalmente na sua manutenção no poder, o que encurta fortemente o horizonte de tempo de suas análises
Em parte isso pode ser explicado pelas crises recentes. É difícil falar de longo prazo quando estouram crises da magnitude das crises americana e europeia. Mas o fato é que, no geral, os dirigentes políticos tendem a pensar principalmente na sua manutenção no poder, o que encurta fortemente o horizonte de tempo de suas análises, como se não fosse fundamental ter um roteiro básico de prazo mais longo para ir orientando os passos do País em suas ações diárias, anticrise ou não. Bom, esse roteiro pode até existir na cabeça de alguns, mas os sinais emitidos sobre o seu conteúdo são sempre muito fracos.

Seguem dois exemplos para ilustrar o significado da falta de planejamento de longo prazo.
Primeiro, a questão da poupança pública. Os dados sobre a decomposição da poupança interna do País são complicados de analisar, mas há pouca dúvida de que a tendência da taxa de poupança pública seja descendente nas últimas décadas, e talvez tenha sido mesmo negativa em vários anos mais recentes no âmbito federal. Isso explica a queda dos investimentos públicos e uma série de mazelas que a falta destes e a não substituição por um mínimo de inversões privadas têm causado. Como a carga tributária tem subido velozmente no mesmo período – o que é péssimo, por vários motivos conhecidos -, isso significa que os gastos correntes, não importa os seus eventuais efeitos favoráveis, têm crescido demasiadamente.

Como nenhum sinal na direção contrária tem sido emitido, é provável, tudo o mais mantido inalterado, que a poupança pública continue caindo à frente, e com ela os investimentos públicos e a capacidade de produção da economia, ou seja, o crescimento sustentável do Produto Interno Bruto (PIB). Com efeito, em estudo recente, elaborado com parceiros, ficou evidente que a tendência futura de queda da poupança pública federal é explosiva. Basta que se mantenham:

1) a atual regra de reajuste do salário mínimo, que prevê a correção anual pelo crescimento nominal do PIB;

2) mesmo apenas uma parte da intensidade dos reajustes salariais e do crescimento das contratações governamentais dos últimos anos; e

3) os demais parâmetros em vigor na área de assistência social.

Além disso, que os fatores demográficos prossigam na direção de transformar o Brasil num país de idosos daqui a algumas décadas, numa velocidade bem maior do que ocorreu nos países mais desenvolvidos.

Nesses termos, era preciso que o País formulasse um roteiro bem elaborado, mesmo que não fosse para corrigir a poupança pública negativa de hoje, mas ao menos para impedir que a situação continue a se deteriorar nos próximos anos. Mostrar à sociedade os problemas que ocorrerão ou se agravarão nos próximos anos – como os derivados do estado atual de terra arrasada na infraestrutura – pode ser um instrumento de defesa eficiente para conter as pressões por maiores gastos correntes cada vez mais presentes no dia a dia do Congresso Nacional.

A presidente está certa quando diz que não podemos brincar com o aumento de certo tipo de gasto num ambiente crítico como o atual. Mas faltou dizer que, com ou sem crise, é preciso cortar gastos correntes no setor público, para recolocar o País no trilho do maior crescimento sustentado. Alguém pode argumentar que é preciso o governo gastar mais quando a economia está cambaleando, como agora. A resposta é afirmativa, mas apenas em investimentos comprovadamente produtivos, e não em gastos correntes camuflados de investimento. Assim, reativa-se a economia e, ao mesmo tempo, amplia-se a capacidade de produzir.

Outro exemplo é a falta de uma discussão mais completa sobre as reais possibilidades de crescimento sustentado do País, tema central do planejamento estratégico global. Autoridades vibraram à época quando saiu o crescimento do PIB em 2010:7,5%.

Lá fora, muitos pensaram que o Brasil estava chegando ao patamar chinês de crescimento: 10% ao ano. Agora, diante da perspectiva de o PIB crescer menos de 2%, baixou uma depressão geral.
Ora, se olharmos os fatores objetivos, o Brasil não crescerá mais de 3,5% ao ano de forma sustentável, a não ser que muita coisa mude, uma delas a reversão da trajetória descendente de poupança pública acima mencionada.
Mas isso já é assunto demais para um único artigo.

12 de julho de 2012
Fonte: O Globo

REPUBLICANAGEM DA GROSSA...

Petrobras sobe preço do diesel. A alta para o consumidor será de 4%. Desde que a Graça Foster papuda e o escorregadio Mantega começaram a brigar pela TV que a gente sabia que a coisa ia sobrar pra nós.
O cálculo é simples de se fazer: quando sobe o diesel, sobe tudo que chega aos supermercados via transporte rodoviário para chegar depois na nossa mesa. Sua cenoura hoje tá mais cara, bobão. E o leitinho das crianças também.

MULTAS - Diga aí, rapidinho: quem tem mais multa para pagar, os partidos políticos por propaganda antecipada, ou o filho de Eike Batista por excesso de velocidade?

DESMEDIDA - Com as notícias que causam azia e informam que o crescimento brasileiro é de apenas 0,85% no ano, a primeira-mulher-presidenta disse num púlpito em Brasília que "uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para as suas crianças e para seus adolescentes", e não pela atividade econômica. Dilma Vana deve estar falando da Argh!entina.

O brincalhão Jeff Blatter acaba de admitir que sabia do pagamento de mais de R$ 45 milhões em propina para o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o seu antecessor João Havelange: "Não se pode julgar o passado com base nos padrões de hoje", falou e disse.

E é esse fanfarróide que manda o Jerome Valcke chutar os fundilhos dos organizadores da Copa aqui no Brasil. É ele e, com sobradas razões, pois o know how das falcatruas é pra lá de brasileiro. Não vai ter uma obra que não seja superfaturada até 2014. E outra coisa, Havelange e Teixeira, por acaso são esquimós, ou javaneses?!?

CRUZ E ESPADA - Agora que queimaram o filme pornopolítico de Demósfones Torres, a banda bandalha governista que manda na chanchada da CPI do Cachoeira, está entre a cruz e a espada:


se continuar, pode se chamuscar todinha, de fio a pavio; se for em frente "doa a quem doer" como precipitadamente mandou Lulalelé da Cuca, então deixa Zé Dirceu e seus 40 mensaleiros com calça de veludo na mãos e tudo de fora, no julgamento do Mensalão que, até agora, mais de dois anos depois de bravatear, Lula não conseguiu provar que era "uma farsa".
12 de julho de 2012
sanatório da notícia

A "BOLA PRA FRENTE" DE DEMÓSTENES

APÓS LICENÇA DE TREZE(13) ANOS REASSUME CARGO DE PROCURADOR NO MP-GO - SAL.R$24.000



O ex-senador Demóstenes Torres reassumiu nesta quinta-feira seu cargo de procurador no Ministério Público de Goiás, um dia depois ter seu mandato cassado e afastado da vida política até 2027.

O ex-senador tem direito a sala, dois assessores e até plaquinha com seu nome na porta já instalada.

Mas trabalho mesmo, só daqui a uma semana. Ele solicitou um abono funcional, um direito seu, para realizar sua mudança e, com isso, recomeça no emprego semana que vem. Seu salário será cerca de R$ 24 mil.

Demóstenes esteve pessoalmente nesta tarde no prédio do Ministério Público de Goiás e protocolou no órgão o "comunicado de exercício", o que significa que o ex-senador voltou formalmente à instituição, da qual estava licenciado há treze anos.

O ex-senador volta a ocupar as funções de procurador na área criminal, da 27ª Procuradoria daquele MP, campo em que atuou no passado. O cargo estava vago há algumas semanas. Seu substituto foi promovido. Os processos que ficarão sobre sua responsabilidade ainda serão distribuídos, quando começará, de fato, a despachar.

Os dias que terá para realizar sua mudança, o abono, é assegurado a ele pela Lei Orgânica do Ministério Público. Como procurador, terá direito a um assessor da procuradoria e um assistente da procuradoria.

A Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Goiás já informou que vai abrir procedimento disciplinar para investigar falta funcional por parte do ex-senador.

Se a investigação no MP goiano for adiante, Demóstenes poderá ser expulso do órgão e perder suas prerrogativas de foro. Terá de ser julgado como um cidadão comum no inquérito que hoje corre contra ele no Supremo Tribunal Federal.

As investigações contra Demóstenes, no entanto, podem não prosperar. Primeiro, porque o MP de Goiás é comandado pelo irmão do ex-senador, o procurador-geral de Justiça do Estado de Goiás, Benedito Torres.

Segundo, porque existe entre parte dos procuradores a avaliação de que os atos cometidos por Demóstenes não dizem respeito ao MP, já que ocorreram no exercício do mandato de senador, e não no cargo de procurador.

Demóstenes ficou afastado por 13 anos do MP-GO. Nesse período, foi secretário estadual de Segurança Pública de Goiás e eleito senador por duas vezes.


O Globo
12 de julho de 2012

PETEBRAS PODE TER PERDA MILIONÁRIA NOS EUA

 
A Petrobrás deve amargar prejuízo milionário com a venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Esse é um dos ativos que a estatal pretende ofertar ao mercado, no programa de desinvestimento que vai ajudar a financiar investimentos no pré-sal.

Após anos de batalha judicial com sua sócia, uma trading belga, a petroleira brasileira fechou há duas semanas um acordo para aquisição de 100% da refinaria.

Ao todo, a Petrobrás pagou US$ 1,18 bilhão, em duas etapas, para comprar uma refinaria que, há sete anos, custou US$ 42,5 milhões à sua agora ex-sócia - quase 28 vezes menos.

Fontes que acompanharam a operação em diferentes estágios asseguram que o valor de mercado hoje da refinaria texana, de baixa complexidade, é muito menor do que o valor gasto pela Petrobrás para a obtenção do controle. Poderia chegar a um décimo do que foi pago.

Os investimentos programados na época para dobrar a capacidade para 200 mil barris por dia e adequar a unidade ao processamento de óleo pesado brasileiro, tornando-a mais sofisticada, nunca foram feitos.

Perguntada se espera retorno para os US$ 1,18 bilhão, a Petrobrás afirmou, em nota, ter como princípio "trabalhar para agregar valor aos seus ativos, e para tanto analisa constantemente as oportunidades do mercado".

"Quando avaliamos a aquisição da refinaria, o cenário era de margens de refino crescentes, a demanda mundial também estava em crescimento e não havia previsões sobre a crise de 2008, com seus desdobramentos no segmento de refino", disse a companhia, na nota.

A Agência Estado antecipou, no início de maio, a possibilidade de venda da refinaria, em entrevista com o presidente da Petrobrás Americas, Orlando Azevedo.

Apesar de haver diferenças de custos entre unidades de refino, uma comparação de mercado poderia ser feita com a refinaria americana Trainer, também para óleo leve, comprada no fim de abril deste ano pela Delta Airlines por US$ 150 milhões. A refinaria processa 85% mais óleo do que a de Pasadena. A Delta ainda recebeu US$ 30 milhões em incentivos do governo para fechar o negócio com a ConocoPhilips.

O acordo em Pasadena, anunciado no último dia 29 pela Petrobrás, desvinculou a petroleira da sócia Transcor/Astra. Em 2006, a trading de energia belga vendeu 50% da refinaria à petroleira. A outra metade foi repassada no mês passado, após encerrada a briga judicial, travada por divergências entre os sócios sobre investimentos.

A trading é subsidiária do grupo NPM/CNP, controlado pela família Frère, com ações negociadas em Bruxelas.

A empresa belga comprou 100% da refinaria em janeiro de 2005 por US$ 42,5 milhões, segundo relatório financeiro enviado à bolsa europeia. Onze meses depois, em 16 de novembro de 2005, foi fechado memorando de entendimento para vender metade da refinaria à Petrobrás por mais de US$ 300 milhões.

Em setembro de 2006 foi oficializada a aquisição por cerca de US$ 360 milhões, um negócio que o controlador belga descreveu em seu balanço como "um sucesso financeiro acima de qualquer expectativa razoável". O negócio foi aprovado em conselho de administração.

Participaram da coletiva de imprensa nos EUA os ocupantes, na época, da presidência da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, da diretoria de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e da diretoria Internacional, Nestor Cerveró. O negócio foi fechado em um momento de pico das margens de refino no mercado, que depois caíram. Antes e depois do acordo a refinaria passou meses parada para manutenção ou por causa da passagem do furacão Rita.

Em 29 de junho deste ano, a Petrobrás anunciou o pagamento de mais US$ 820,5 milhões para encerrar processos na Justiça e comprar os 50% restantes da refinaria.

Sabrina Vallerio, O Estado de S. Paulo
12 de julho de 2012

A ENTREVISTA DE CARLOS LACERDA QUE DERRUBOU A CENSURA


Em 22 de fevereiro de 1945 uma entrevista de Carlos Lacerda entraria para a História.
Entrevistando o influente político José Américo para o jornal “Correio da Manhã”, do Rio de Janeiro, Lacerda decreta o fim da censura à imprensa no Estado Novo, o que enfraquece significativamente, a ditadura de Getúlio Vargas.
Lacerda foi jornalista, político e lutou contra a ditadura de Getúlio Vargas. Foi comunista e posteriormente lutou contra os comunistas por pensar que tal regime não é democrático.
ENTREVISTA CONCEDIDA PELO MINISTRO JOSÉ AMÉRICO AO JORNALISTA CARLOS LACERDA, DO JORNAL CORREIO DA MANHÃ, DO RIO DE JANEIRO, EM 22 DE FEVEREIRO DE 1945, ROMPENDO A CENSURA DA IMPRENSA

Para ler a entrevista, clique no link abaixo.

http://www.fcja.pb.gov.br/arquivos/docu
mentos_importantes_entrevista.shtml



Carlos Frederico Werneck de Lacerda nasceu no dia 30 de abril de 1914 em Vassouras, no Rio de Janeiro. Lacerda foi jornalista, escritor e um importante político brasileiro.
Inimigo assumido de Getúlio Vargas, Carlos Lacerda ficou conhecido pela polêmica e os discursos inflamados. Por causa de sua aparência e de sua voz forte ganhou o apelido de Corvo de seus adversários político. Lacerda foi o primeiro governador do extinto estado da Guanabara e é reconhecido até hoje como um dos maiores políticos do Brasil.
Ainda estudante, se uniu aos comunistas. Mas no final da década de 30 decidiu romper com o movimento por não considerar o comunismo democrático. A partir de então, Lacerda passou a criticar ferozmente os comunistas no país e se filiou à União Democrática Nacional.
As suas críticas se espalharam com força depois que o jornalista fundou a Tribuna da Imprensa em 1949. Lacerda usava o seu jornal para fazer oposição ao governo de Getúlio Vargas e atacar o também jornalista Samuel Wainer, que defendia o governo.
Em agosto de 1954, o político sofre um atentado no Rio de Janeiro, do qual saiu morto o Major Rubens Vaz, seu acompanhante. Ainda no hospital, Carlos Lacerda acusou o governo como responsável e em seguida publicou um artigo na Tribuna da Imprensa pedindo a imediata renúncia de Getúlio. Alguns ainda responsabilizam o deputado da UDN pelo suicídio do presidente, ocorrido em 24 de agosto de 1954.
Carlos Lacerda morreu no dia 21 de maio de 1977-Reprodução/Internet
Outro episódio inseriu Lacerda outra vez na história da política brasileira das últimas décadas. Como um dos líderes da UDN, ele não disfarçou seu descontentamento com a posse de Jango e aderiu ao golpe militar de 64.
Apesar do apoio, Lacerda não ficou muito tempo do lado do governo de Castelo Branco e chegou a anunciar que iria concorrer à Presidência. Com o fim das eleições diretas, suas pretensões acabaram.
Como novo opositor dos militares, Lacerda comandou ao lado de João Goulart e Juscelino Kubitschek a Frente Ampla, movimento de resistência à ditadura
No dia 13 de dezembro de 1968, o regime militar aprovou o Ato Institucional número 5 e apertou a repressão no país. No dia 30 do mesmo mês, Carlos Lacerda teve seus direitos políticos cassados por dez anos e, uma semana depois, foi preso.
Como escritor publicou uma série de livros sobre a política brasileira, entre eles O Caminho da liberdade de 1957 e Brasil entre a verdade e a mentira de 1965. Na década de 60, Lacerda fundou a editora Nova Fronteira. Pela empresa, lançou importantes autores nacionais e internacionais.
No dia 21 de maio de 1977, Carlos Larcerda morreu com 63 anos, no Rio de Janeiro.
12 de julho de 2012
Fonte: Opinião e Notícia

JUSTIÇA DO TRABALHO TEM 3,2 MILHÕES DE PROCESSOS ENCALHADOS


Confirma o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen: “Somados os processos provisoriamente arquivados, a Justiça do Trabalho fechou 2011 com 3,2 milhões de processos nos quais o trabalhador ainda não recebeu efetivamente aquilo que lhe é devido, o que resulta numa taxa de congestionamento de 76% em 2011”.

Para ele a causa principal está na legislação – “anacrônica, precária e ineficiente”. A execução, por exemplo, hoje é regida por três leis: a principal é a CLT, que data da década de 40, mas há ainda a Lei de Execuções Fiscais (Lei 6.830/1980) e o Código de Processo Civil (…)”.

Olvidou o ministro que até fevereiro de 2012, o TST já expediu 434 súmulas. Há, ainda, centenas de verbetes, vasta jurisprudência ainda não consolidada e mais de 4 mil normas trabalhistas, das quais 40% voltadas para a execução. Fora isso, duas novas leis tratam da execução e subsidiam o processo do trabalho, (Leis nº 11.232/05 e n° 5.569/06).

Neste momento está travado no Congresso Nacional o projeto 606/2011, que visa disciplinar a execução trabalhista, mas o texto é um “repeteco”, um estelionato jurídico. É cópia fraudada de tudo que já existe no âmbito do judiciário laboral, com exceção do superpoder concedido ao juiz, que tudo poderá com o agasalho desta nova lei, para expropriar bens, mesmo que arbitrariamente, como já ocorre em desalinho.

Penhorar o bem do devedor, ou pseudodevedor, ou terceiro, penhorando conta poupança, salário, de proventos de um civil, pode. Perguntamos: a lei prevê que pode ser expropriado um bem de empresa pública para satisfazer o crédito do trabalhador? Claro que não.

ESTÁ MAIS DO QUE NA HORA DE ACABAR COM A FIGURA DO SUPLENTE DE SENADOR


Quem é o suplente de senador? Geralmente é aquele figura que bancou financeiramente a campanha do parlamentar e quer algo em troca.

O que tem a ganhar o suplente de senador? Geralmente alguns meses de mandato em substituição ao titular durante o longo período de mandato parlamentar (oito anos), ou até o mandato inteiro, quando o senador é nomeado ministro ou vence eleição de presidente, governador ou senador. E ganha tambem prestígio.

Minas perdeu e muito com esta nefasta figura. Hélio Costa, senador eleito, assumiu o Ministério das Comunicações de Lula. Seu suplente, Wellington Salgado, estranha figura com estranha e exótica cabeleira, dono de Universidade Salgado Oliveira, assumiu o mandato. Não tinha ligações com Minas, não fazia política em Minas e nada fez por Minas.
Cuidou apenas de seus interesses.

Na atual Legislatura, Eliseu Resende faleceu e no seu lugar assumiu o suplente Clésio Andrade.
Itamar Franco faleceu e ironia, no seu lugar assumiu um indivíduo autodenominado Perrella embora não seja na verdade da familia Perrela. Falso até no nome. A familia está sendo denunciada em Minas por superfaturamento e licitações no mínimo suspeitas em merenda escolar e na alimentação de presídios. O Ministério Público está correndo atrás.


Em ambos os casos com tais suplentes perdeu Minas. Perdeu muito. Os suplentes não honram, não têm a grandeza e nem chegam perto dos senadores aos quais substituiram. Perdeu Minas.
Perdeu muito. Esta figura de suplente de senador precisa acabar, sumir, desaparecer. Assumem o poder sem ter nenhum voto!


Os políticos eleitos e com mandato, ao assumirem cargos no Poder Executivo deveriam obrigatoriamente ter de renunciar aos seus mandatos no Legislativo para assumirem os novos cargos, como ocorre nos EUA e outros países, sendo a secretária Hillary Clinton um exemplo dessa obrigatoriedade da renúncia.
As vagas em aberto seriam preenchidas por suplented que participaram de eleição e que tenham votos. Ou então que haja nova eleição.
Seria melhor para Minas. Seria melhor para o Brasil.

BLATTER, OUTRO LADRÃO DA FIFA, ALEGA QUE NOS ANOS 90 SUBORNO NÃO ERA CRIME NA LEI SUIÇA

Blatter dá sinais de que não vai reabrir o passado - Guido Montani/EFE - 23/4/2012


GENEBRA – Pressionado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, confirmou que ele está citado nos documentos do Tribunal de Zug que, na quarta-feira, revelou o escândalo do pagamento de propinas para João Havelange e Ricardo Teixeira.
Pelos documentos, fica claro que Blatter sabia de tudo e ainda defendeu na corte os brasileiros. Nesta quinta, em declaração ao site oficial da entidade, o cartola suíço se defendeu, alegando que nos anos 1990 o pagamento de subornos não era um crime na lei suíça e que, portanto, não tinha o que denunciar.

“Sabendo do que?”, questionou ao ser indagado se ele sabia do verdadeiro esquema de corrupção na entidade. Nos documentos, a corte apenas fala de um indivíduo marcado como P1. Mas diante da pressão, Blatter decidiu reconhecer que a referência no documento é sobre ele mesmo. “Sim, sou eu”.
Segundo ele, a decisão de manter seu nome de forma anônima no documento não foi dele, mas da própria corte, que decidiu que pessoas que não estava sendo acusadas teriam sua privacidade protegida. Blatter defende a ideia de que todo o documento fosse publicado, sem tarjas ou letras substituindo nomes, como no caso da empresas ligadas a Teixeira ou os nomes das redes de TV que deram dinheiro aos cartolas, inclusive no Brasil.

Blatter não falou com a imprensa e apenas respondeu perguntas feitas por sua própria assessoria de imprensa, em uma mensagem controlada.
“O senhor supostamente sabia (do pagamento de propinas)”, questionou o site da Fifa. “Saber o que? Que comissão eram pagas? Naquela época, tais pagamentos podiam ser deduzidos até mesmo de impostos como gastos de negócios”, disse. “Hoje, seriam punidas pelas lei. Não se pode julgar o passado com base nos padrões de hoje”, indicou. “Caso contrário, acabaria como justiça moral. Eu não poderia saber de uma ofensa que na época não era ofensa”, se defendeu.

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HAVELANGE, PRESIDENTE DE HONRA

Blatter dá todos os sinais de que não vai reabrir o passado. Segundo ele, a comissão de ética da Fifa apenas irá garantir que o mesmo não se repita a partir de agora. Sobre o futuro de Havelange como presidente de honra da entidade, o dirigente insiste que ele não tem poderes para decidir o que acontecerá com o brasileiro e que apenas o Congresso da Fifa pode tomar uma decisão, em 2013. “O Congresso nomeou como presidente honorário. Só o Congresso pode decidir o seu futuro”, disse.

Jamil Chade (Estadão)

COMÉDIA OU POLICIAL?


CARDÁPIO DO ESTADISTA

Vamos ver se consigo. É muito difícil que uma dissertação sobre política não seja lida sem que os leitores se instalem, provisoriamente ao menos, nas respectivas trincheiras. O que hoje trago para este espaço, no entanto, é uma reflexão sobre modos de ver a política que independem de devoções governistas ou oposicionistas e de alinhamentos ideológicos por tal ou qual banda. Estou fazendo uma aposta em que conseguirei ser entendido na perspectiva que proponho.

Vamos lá. Todo governante, sentado na cadeira das decisões, se defronta com esta questão: onde gastar os escassos recursos de que dispõe? Abrem-se, de hábito, dois caminhos. Num deles, os recursos podem ser gastos na conservação do estoque de bens públicos disponível, no aumento da oferta de serviços com ampliação dos empregos do setor, nas despesas de custeio e na distribuição de favores. No outro, priorizam-se os investimentos como forma de ampliar, através deles, as perspectivas do futuro.

O tema é relevante e se expressa na opção entre a possibilidade de governar mais para o presente e menos para o futuro ou de governar mais para o futuro e menos para o presente. Numa analogia bem singela, seria escolher entre comer feijão com arroz hoje ou preparar uma feijoada para amanhã.
A experiência política mostra que o feijão com arroz é eleitoralmente mais bem sucedido que a feijoada, embora a feijoada fique na memória e entre para a história.
Há muitos anos, muitos anos mesmo, a feijoada foi parar num canto remoto do cardápio nacional – e no Rio Grande do Sul não é diferente – graças a uma taxa de investimento incapaz de providenciar os mais modestos ingredientes de uma feijoada que mereça essa designação. As propagandas oficiais podem sobrevalorizar o que é investido, mas não passam disso mesmo: propaganda oficial. Aponto para a falência da educação no país e não preciso dizer mais nada para provar o que digo.

É na bandeja do dilema aqui exposto que o prato da oposição é servido. Se o governante optar pela feijoada, a oposição reclamará da falta do feijão com arroz; se ele escolher o feijão com arroz, a oposição cobrará a feijoada. E não há como escapar desse conflito, a menos que – numa situação absolutamente ilusória e imprudente – se proceda como se existissem recursos para fazer bem as duas coisas. É a usina do endividamento, da insegurança e do descrédito.

Não é por outra razão que a política deve ser confiada aos estadistas. Quem vota em qualquer um por razões menores deve, mesmo, ser governado por pigmeus. Para cuidar apenas do custeio, um gerente serve; para decidir sobre investimentos, precisa-se de um planejador; para escolher entre o bem e o mal basta ter uma consciência bem formada. Mas para priorizar despesas, escolher o mal menor (porque o bem nem sempre está disponível ou acessível), fazer na hora certa a opção correta entre custeio e despesa, se requer um estadista.

E nós só os teremos quando os partidos compreenderem que eleição é um episódio do processo democrático. A eleição passa mas a política permanece. E a política só corresponderá às expectativas sociais quando os partidos se preocuparem com formar (e os eleitores com eleger) estadistas. Eles existem e estão por aí, cuidando de outras coisas, porque a política não lhes dá espaço. Enquanto isso, ora falta feijão, ora falta arroz e a feijoada virou um sonho.

93% DOS RECURSOS DA JUSTIÇA TRABALHISTA SÃO PARA PAGAR SALÁRIOS DE MAGISTRADOS E SERVIDORES

Nenhuma nação do planeta, com exceção do Brasil, dispõe de tamanho complexo para tratar das relações de trabalho, composto do Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Justiça do Trabalho.

Para dar suporte a este trio estatal, são necessárias, centenas de Delegacias do Trabalho, seccionais do Ministério Público, 24 tribunais e 1,6 mil varas trabalhistas, agregando ainda outros milhares de varas estaduais, que suprem a lamentável ausência da JT em 4,6 mil cidades brasileiras.


O custo anual dessa justiça é de R$ 9,7 bilhões, e pode alcançar este ano R$ 14 bilhões, mas deixa na folha de pagamento dos servidores e juízes 93% desse total, um absurdo denunciado por esta coluna e que jamais foi contestado.

Da mesma forma que detectamos a deformidade material da Justiça Trabalhista, enfrentamos a realidade: decorridos quase dez anos de governo do PT, a reforma trabalhista foi empurrada ano a ano, sem que os principais temas fossem resolvidos. Dois deles: a redução da jornada de trabalho de 44 horas, para 40 horas semanais e a inclusão social dos 65 milhões de informais. Mas quem se interessa?

PENSAMENTO DO DIA

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)



12 DE JULHO DE 2012

SÃO PAULO. REVOLUÇÃO DE 1932

Arquivo/AE

A INFANTARIA PAULISTA AVANÇA SOB A METRALHA AÉREA
12 de julho de 2012

O MOVIMENTO PELA IMPUNIDADE DOS LADRÕES COMPANHEIROS FESTEJA A CHEGADA DO PRIMEIRO BATALHÃO DE COMBATENTES IMAGINÁRIOS

 

Fundado por José Dirceu durante o congresso de uma certa União da Juventude Socialista, o Movimento Popular pela Impunidade dos Companheiros Pecadores demorou exatamente um mês para festejar a aparição do primeiro batalhão de voluntários. Formada por combatentes recrutados na Central Única dos Trabalhadores, dispostos a tudo para livrar da cadeia o bando do mensalão, a tropa é comandada pelo bancário Vagner Freitas, novo presidente da CUT, que melhorou o humor do guerrilheiro de festim com a entrevista concedida à Folha de S. Paulo.


“Todos sabem que esse julgamento é uma batalha política”, viajou José Dirceu em 9 de junho. “O julgamento não pode ser político”, concordou Vagner Freitas em 9 de julho. “Essa batalha deve ser travada nas ruas também, com a mobilização das forças progressistas e dos movimentos populares, porque senão a gente só vai ouvir uma voz, a voz pedindo a condenação, mesmo sem provas”, viajou Dirceu em 9 de junho. “Se o julgamento não for técnico, nós questionaremos, iremos para a rua, porque a CUT não vai ficar olhando”, concordou Freitas em 9 de julho.


Como as “forças progressistas e movimentos populares” que só Dirceu enxerga, o batalhão de sindicalistas, por enquanto, só existe na cabeça de Freitas. E é provável que nunca saia de lá. Sem as duplas sertanejas, o oceano de tubaína e sanduíches de mortadela em quantidade suficiente para alimentar um Sudão, manifestações convocadas pela CUT juntam menos gente que quermesse de vilarejo. No dia 29 de junho, por exemplo, a entidade tentou vitaminar a candidatura de Fernando Haddad com um ato de protesto contra as carências do transporte público em São Paulo. Atenderam à convocação pouco mais de 2 mil militantes.


“Se eu ficar dez minutos batendo lata no Viaduto do Chá, reúno cinco mil pessoas”, dizia Jânio Quadros. A maior metrópole da América Latina tem público para tudo ─ até para malucos espancando bumbos de alumínio. Mas vai ficando cada vez mais complicado encontrar espectadores para as óperas bufas encenadas por velhacos que, tão dependentes da mesada do governo quanto a pelegagem que desancavam no século passado, não renunciam à pose de fundadores do sindicalismo moderno.


O raquitismo das plateias contrasta com a arrogância da turma no palanque e, sobretudo, escancara o abismo escavado entre o discurso oportunista dos líderes e os reais interesses dos supostos liderados. Pelo que dizem os dirigentes, os trabalhadores filiados à CUT têm no momento uma só preocupação e um único pleito: insones desde que souberam que o julgamento vai começar em 2 de agosto, sonham acordados com a absolvição dos réus. O resto é o resto.


A paralisação das universidades federais, as greves que se alastram por mais de 20 categorias do funcionalismo público, os solavancos da inflação, o emagrecimento da indústria, o PIB anêmico ─ tudo isso pode esperar. O que importa é obrigar o STF a inocentar os mensaleiros. Para tanto, é fundamental que o julgamento seja “técnico”. “Minha expectativa é que os ministros do Supremo Tribunal Federal julguem segundo os autos”, declamou nesta terça-feira o inevitável Rui Falcão. “E julgando segundo os autos não há base para condenação”, delirou de novo o presidente do PT.


A versão governista da história, diria Stanislaw Ponte Preta, já descambou para o perigoso terreno da galhofa. Investigações realizadas pela Polícia Federal e por uma CPI ergueram um himalaia de provas. A devastadora denúncia encaminhada ao STF pelo procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza foi encampada pelo Supremo. O processo tem quase 70 mil páginas. Mas a tribo dos cínicos não tem compromisso com o real: sem ficar ruborizada, réus e comparsas juram que o mensalão não existiu.


“O que houve foi uma tentativa de golpe contra o meu governo, tramada pela oposição com o apoio de setores da mídia”, mentiu Lula quatro anos depois do desbaramento da quadrilha. O principal beneficiário das bandalheiras deve a permanência no Palácio do Planalto à tibieza e à miopia política da oposição, que não se animou a apresentar o pedido de impeachment. Embora não leia, sabe que a imprensa independente contou a verdade. E está pronta para noticiar a história do golpe se Lula identificar ao menos os líderes da conspiração que inventou.


A mentira é declamada de meia em meia hora pelo chefe da seita ou algum devoto. “O que houve foi uma tentativa de golpe contra o presidente Lula”, repetiu nesta segunda-feira o eletricitário Artur Henrique, de saída da presidência da CUT. Ainda indignado com a destituição do companheiro Fernando Lugo, ele lembrou que “esse ataque à democracia pode acontecer no Brasil”. E formulou as perguntas tremendas: “Ou não foi isso que tentaram neste país em 2005?. Ou não tentaram depor e derrubar o presidente Lula com o apoio da imprensa?”


CONVERSA DE VIGARISTA

Se acredita nisso, Artur Henrique precisa comunicar urgentemente a Dilma Rousseff que está ameaçada de despejo do gabinete presidencial por um grupo de conspiradores que junta ministros do Supremo, dois procuradores-gerais da República, FHC e, claro, a mídia reacionária. O ex-ministro Márcio Thomaz também acha que é preciso prender a liberdade de imprensa. “A mídia tomou partido nesse caso e faz publicidade opressiva”, descobriu o ex-ministro da Justiça que prospera colecionando sentenças injustas.


Essa conversa de vigarista foi longe demais, advertem os brasileiros decentes. Como em qualquer julgamento, os ministros do STF devem decidir amparados nos autos. Lá estão as incontáveis provas dos crimes. Lá está a radiografia da quadrilha composta por figurões federais, parlamentares alugados, ministros bandalhos e empresários canalhas.


Quem sempre sonhou com um julgamento político foi Lula. Nestes seis meses, o estadista de eleição municipal andou visitando ministros que nomeou para comunicar que perdoar os pecadores companheiros seria uma bem-vinda demonstração de gratidão. Só soube agora que acrobacias malandras inverteram o sentido das palavras. Se inocentar os réus, o STF terá feito um julgamento técnico. Se optar pela condenação, terá promovido um julgamento político.


O acervo de espantos da Era Lula inclui um presidente que não sabe escrever e nunca leu um livro, uma presidente incapaz de dizer coisa com coisa, um senador que revogou o irrevogável, um ministro da Fazenda especializado no estupro de sigilo bancário e em assessorias de araque, um trem-bala que só apita no PAC, um ministro da Indústria que quebrou uma fábrica de tubaína com dois ou três conselhos, um ministro da Pesca que não sabe colocar minhoca em anzol, um ministro da Educação que acha certo falar errado, um advogado que virou ministro do STF depois de reprovado em dois concursos para o ingresso na magistratura e, entre tantas outras esquisitices, a única central sindical do mundo que se proclama única embora existam mais cinco.


Se tiver algum juízo, a CUT esquecerá a ideia de ampliar a coleção de assombros com o o primeiro movimento da história assumidamente a favor dos corruptos. Qualquer entidade pode discordar de uma decisão do STF. Nenhuma pode negar-se a respeitá-la, sob pena de virar um caso de polícia intolerável. Se for consumada a afronta inverossímil, a confederação sindical subordinada ao PT se transformará numa organização fora da lei em guerra contra o Estado de Direito.
Nada que uma boa cadeia não resolva.

12 de julho de 2012
Augusto Nunes