"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 23 de maio de 2012

O RENASCIMENTO DOS BANCOS DE VAREJO

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Tecnologia está evoluindo rapidamente, encorajando os clientes a interagirem com os bancos de novas maneiras (Reprodução/Economist)
Ao longo dos próximos anos, eles se tornarão a parte mais interessante do setor bancário

Apesar de todas as esperanças de que a internet transformaria os bancos, a maior parte dos bancos online inaugurados no fim da década de 90 fecharam as suas portas virtuais.
A promessa dos bancos online parecia óbvia: a maior parte das pessoas já não usa muito dinheiro vivo, de modo que a economia já está em boa parte digitalizada; ir ao banco não é exatamente uma atividade prazerosa, então a maioria das pessoas ficaria satisfeita em ter um banco apenas virtual, do mesmo modo como se habituaram à ideia de comprar livros e discos na internet.

Contudo, exceto em países muito ricos, há hoje de 10% a 20% a mais de bancos de varejo pelo mundo. Em vez de tornar os bancos obsoletos, a internet os tornou um pouco mais convenientes. Os bancos convencionais adicionaram serviços online ao mesmo tempo em que expandiram as suas agências reais.

Durantes o anos da bolha digital, os bancos de varejo eram uma rua sem saída para profissionais ambiciosos. Os salários eram maiores nos bancos de investimento, e mesmo nas agências os cargos mais elevados destinavam-se àqueles gerentes que haviam atingido o mercado de investimentos.

Agora a área de varejo dos bancos tem recebido muito mais atenção: os maiores talentos estão sendo alocados nessa área para reduzir os custos e recuperar a lucratividade. Por outro lado, a tecnologia está evoluindo rapidamente, encorajando os clientes a interagirem com os bancos de novas maneiras.
Ao longo dos próximos anos, os bancos de varejo se tornarão a parte mais interessante do setor bancário.

Uma razão é que as pessoas ainda dão importância especial ao dinheiro, recusando-se muitas vezes a trocar de banco mesmo quando estão insatisfeitas com o serviço prestado. Outra é que, em certo sentido, os bancos são empresas de tecnologia. Muitos têm centenas, quiçá milhares, de funcionários trabalhando em departamentos de tecnologia de informação e a maioria está pronta para adotar novas maneiras de servir seus clientes.

23 de maio de 2012
opinião e notícia

GABEIRA LEMBRA QUE "PARIS É UMA FESTA"

Faz sucesso na internet um artigo de Fernando Gabeira, que foi derrotado por Sergio Cabral na disputa do governo do Rio. Justamente quando denunciava as negociatas com a Delta de Fernando Cavendish, Gabeira teve de suspender as denúncias, por ordem da Justiça estadual, vejam só a que ponto chegamos. O artigo foi enviado pelo comentarista Mário Assis, sempre atento ao lance.

PARIS É UMA FESTA
Fernando Gabeira

Publiquei um artigo no Estadão, ‘O Fator Delta’, afirmando que existia uma conspiração de muitos poderes em torno de Sérgio Cabral no Rio. Cabral levou seis anos descobrindo o mundo e jamais tinha visto uma reportagem, com texto e fotos, sobre suas luxuosas aventuras internacionais.

Na quinta-feira à noite, participei de um debate com Alan Riding, correspondente cultural do New York Times na França, para o lançamento do seu livro “Paris, a Festa continuou”. Foi na livraria Travessa do Leblon.
O livro tem no titulo uma clara alusão ao célebre Paris é Uma Festa, de Ernest Hemingway. Mas fala de como os franceses e parisienses continuaram se divertindo, mesmo durante a ocupação militar alemã.

As duas atividades se entreleçaram com a revelação, pelo Blog do Garotinho, de alguns vídeos mostrando a intimidade do dono da Delta, Fernando Cavendish, com Cabral, no suntuoso restaurante do hotel Ritz, que, por sinal, também foi usado pelo estado maior alemão.

Como sabem, o TRE tirou meu programa partidário do ar, em 2010, e determinou multa por ter falado da amizade Cavendish-Cabral.

http://www.gabeira.com.br/wordpress/wp-content/uploads/hotelritz_sapatos.jpg

Não preciso falar muito. Nem fazer legenda para a foto dessas mulheres exibindo em Paris os sapatos Christian Louboutin, que custam até R$ 10 mil reais. Elas o exibem como os caçadores exibem a cabeça de um leão, um troféu valioso que vale ser mostrado.
Não costumo fazer legenda para fotos eloqüentes. Lembro apenas que, além de mulher do governador, Sra. Adriana Ancelmo, está nessa foto a mulher do Secretario de Saúde Sérgio Cortes. Ele, aparece também, numa outra foto, com uma toalha na cabeça dançando ao lado de Cavendish.

Toda minha campanha foi feita para denunciar os laços de Cabral com as empreiteiras. Fiz até programas na obra estagnada do Arco Metropolitano. Mas o centro mesmo era a corrupção na saúde, com Toesas e Locantys, botando para quebrar.

Sérgio Cortes foi protegido pela Globo que interrompeu uma série de reportagens sobre corrupção na saúde para não influenciar as eleições e enfraquecer Cabral.
Corrupção na saúde mata.

A mesma Globo fez uma excelente reportagem mostrando como funcionam as licitações nos hospitais públicos. Mas as investigações não avançaram. As empresas deram a impressão de que tudo era culpa de seus funcionáricos açodados que queriam fechar negócio de qualquer maneira.

E o governo fingiu que não era com ele. Os fatos durante a campanha e agora em 2012 revelam que a corrupção na saúde continuou.
Sérgio Cortes com a toalha na cabeça e sua mulher exibindo sapatos caros em Paris me indignam porque ele comanda a saúde no Rio. Um estado que convive alegremente com a corrupção na saúde, enquanto os responsáveis pelo setor festejam em Paris, chegou a um ponto de degradação interna que só um grande movimento popular pode superar.

A Assembleia está com eles, a grande imprensa está com eles, o Judiciário está com eles. As eleições mostraram que a maioria da população também está. Será que ela continuará com eles, mesmo sabendo de tudo?
Nesse caso, um dos caminhos é o exílio na própria cidade.

PS; Creio que é necessário informar que o secretário de urbanismo da prefeitura do Rio – Sérgio Dias, o homem do Cabral na prefeitura do Paes - também participou da esbórnia parisiense.

PCdoB:A FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA DOS COMUNISTAS BRASILEIROS

O movimento revolucionário mundial socialista e comunista conviveu, desde o século XIX, com correntes reformistas de diferentes tipos. Os pais fundadores do marxismo – Marx, Engels, Lenin –, assim como teóricos do comunismo e dirigentes revolucionários da estatura de A. Gramsci e R. Luxemburgo, tiveram que levar adiante uma luta sem tréguas contra os reformistas do seu tempo.

Os reformistas precisaram justificar sempre a adoção de políticas de conciliação de classes, ou seja, de políticas baseadas em concessões às classes dominantes e no abandono dos objetivos revolucionários do proletariado e dos seus aliados; políticas de caráter evolucionista, marcadas pela negação do momento revolucionário, indispensável, segundo os marxistas, para a conquista do poder político pelos trabalhadores, única maneira efetiva de realizar as transformações revolucionárias necessárias para a construção de uma nova sociedade, livre da exploração do homem pelo homem.

Nesse esforço de justificação, os reformistas precisaram e ainda precisam recorrer à falsificação da História, inclusive da História do movimento operário e revolucionário, em busca de argumentos que contribuam para a aceitação de suas posições por amplos setores sociais, argumentos de prestígio, que sirvam de aval para sua atuação política.

A postura atual do PCdoB constitui exemplo edificante de semelhante tentativa de avalizar sua política atual recorrendo à falsificação da História dos comunistas brasileiros. Na medida em que o PCdoB passou a trilhar o caminho reformista da chegada ao poder sem revolução, tornou-se natural sua adesão às escolhas feitas por Lula e a direção do PT, na virada do século XX para o XXI, e agora mantidas por Dilma.

Foram escolhas reveladoras da capitulação de Lula e da direção do PT diante dos interesses do grande capital internacionalizado, em especial, do capital financeiro, ou seja, dos banqueiros internacionais. Tal capitulação ocorreu após três tentativas frustradas de alcançar o poder, nas eleições presidenciais de 1989, 1994 e 1998. Para conquistar a presidência, em 2002, foi escolhido o caminho mais seguro:

O governo do PT, sem coragem de afrontar os interesses constituídos, sem nenhuma disposição para arriscar uma mudança na postura do Estado que o tornasse capaz de enfrentar os problemas experimentados pelo país, escolheu a reafirmação da lógica perversa que já estava em curso e a entrega total do Brasil às exigências da acumulação privada. [1]

Da mesma maneira que nos governos de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso, nos Governos Lula e Dilma o capital financeiro permanece hegemônico, embora esteja em curso uma reforma do neoliberalismo, voltada para a construção de uma “nova versão do modelo capitalista neoliberal”[2].

A adesão por parte do PCdoB a semelhante política de reforma do capitalismo o conduziu à tentativa de buscar no passado heróico dos comunistas brasileiros – embora eivado de erros provocados pela presença de falsas concepções – o aval para seu comportamento político atual.

Tirando proveito do jubileu de 90 anos da fundação do Partido Comunista no Brasil, os atuais dirigentes do PCdoB divulgam uma versão falsificada da História desse partido.
Distorcendo a realidade, apresentam a História do PC como uma sucessão retilínea de êxitos, cujo apogeu seria a política atual do PCdoB.

Ao mesmo tempo, silenciam sobre as teses oriundas de uma falsa concepção nacional-libertadora da revolução brasileira, responsável pelas ilusões nas possibilidades de um “capitalismo autônomo”, cujo corolário foi o abandono, na prática, da luta pela revolução socialista no Brasil, concepção que esteve presente tanto na história do antigo PCB quanto na de quase todos os seus “filhotes”, inclusive o PCdoB.

São distorcidos os fatos relacionados com a cisão de 1962, quando um grupo de dirigentes do antigo PCB, discordando das posições políticas aprovadas no seu V Congresso (1960), usou o pretexto da mudança do nome do partido com vistas ao seu registro eleitoral, para criar outro partido – o PCdoB.
Partido este que, durante várias décadas, combateu com violência o PCB e o seu ex-secretário-geral Luiz Carlos Prestes. Partido este que, durante toda a década de 1980, foi insistentemente criticado por Prestes pela postura oportunista de entendimentos espúrios com os governantes para alcançar o registro eleitoral e de apoio à candidatura de Tancredo Neves nas eleições indiretas de 1985 e, em seguida, de apoio ao governo de José Sarney.
Segundo Prestes, tratava-se do abandono de todo compromisso com os interesses dos trabalhadores e com os ideais de verdadeiras transformações socialistas em nosso país.

É este partido, o PCdoB, que trata hoje de apropriar-se indevidamente do legado de Prestes para, tirando proveito do prestígio do Cavaleiro da Esperança, justificar-se perante amplos setores populares. Tal falsificação deve ser denunciada, pois a permanência de uma versão distorcida da trajetória dos comunistas brasileiros, difundida por um partido que se apresenta como comunista e fala em nome do socialismo, serve aos desígnios dos inimigos da emancipação social dos trabalhadores brasileiros, contribui para a manutenção da exploração capitalista em nossa terra, dificultando o caminho efetivo da construção de uma sociedade socialista no Brasil.

[1] PAULANI, Leda Maria. Quando o medo vence a esperança (um balanço da política econômica do primeiro ano do governo Lula). Crítica Marxista, n. 19, outubro de 2004, p. 23.

[2] BOITO, Armando. O Governo Lula e a reforma do neoliberalismo. Revista da Adusp, maio de 2005. (www.cecac.org.br)

SORRISO DE MARCIO THOMAZ BASTOS, AO LADO DE CACHOEIRA ERA IMORAL...



                                                                             Reprodução do site da Folha

Um dos maiores jornalistas da geração passada, no Rio de Janeiro, sem dúvida foi Carlos Vinhais. Sua criatividade para bolar manchetes destinadas a aumentar a venda do jornal jamais foi igualada.

Na Luta Democrática ou em O Dia, Vinhais dava show bolando manchetes. Por favor, me corrijam se estiver atribuindo a ele todas essas manchetes geniais, mas a maioria, tenho absoluta certeza, era da lavra do Vinhais.

Matou a família e foi ao cinema”, que já inspirou dois filmes, um de Julio Bressane e outro de Neville D’Almeida; “Violada no auditório”, quando Sergio Ricardo quebrou o violão no festival da Record e o atirou no público; “Cachorro fez mal à moça”, quando uma jovem comeu um cachorro-quente e teve de ser internada; “Seduzida pelo macaco”, no caso de um macaco que invadiu uma casa e a dona não notou, pensando que fosse o marido que estivesse mexendo em seu cabelo, quando ela lavava roupa; e “O gemido era imoral”, sobre uma briga num hotel, com hóspedes reclamando dos gemidos no quarto ao lado.

Esta quarta-feira, seguindo a trilha de Vinhais, uma bela manchete seria “O sorriso era imoral”, a propósito da conduta do advogado Marcio Thomaz Bastos, que ficou ao lado de Carlinhos Cachoeira na CPI, sorrindo para as câmaras de TV e para os fotógrafos, em estado de puro êxtase, ao dar cobertura a um dos criminosos mais execráveis do país. A reprodução da foto de Sergio Lima, da Folha, vale por mil palavras.

23 de maio de 2012
Carlos Newton

APENAS UMA QUESTÃO DE PONTO DE VISTA, OU A PAISAGEM VISTA DA PONTE



23 de maio de 2012

COMO ESTAMOS NO COMBATE À CORRUPÇÃO?

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                           Brasileiros têm sensação que corrupção piorou no país (Reprodução/Internet)
Especialistas acreditam que o Brasil está evoluindo, mas que ainda há muito a avançar   

O discurso foi inspirador. Em sua vinda ao Brasil, em meados de abril, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse que a presidente Dilma Rousseff está estabelecendo um “padrão mundial” na luta contra a corrupção. Dilma, por sua vez, cobrou mais transparência do setor privado. Porém, as declarações aconteceram em meio a uma série de denúncias envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira, políticos, servidores e empresários. Estamos tão bem assim no combate à corrupção como defende a secretária do governo Obama? A população brasileira tem esse sentimento de que as coisas estão melhorando? Ela ainda se choca diante de escândalos de corrupção?

Para o professor de Ciência Política e diretor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), Geraldo Tadeu Moreira Monteiro, “nós não estamos tão bem quanto pensa Hillary Clinton, mas também não estamos tão mal quanto nós mesmos acreditamos”. Se considerarmos, por exemplo, o Corruption Perception Index 2011, ranking da corrupção mundial calculado pela ONG Transparency International, veremos que o Brasil é o 73º numa lista de 187 países, o que nos coloca como uma nação de corrupção mediana. Entre os países da América Latina, o Brasil é considerado um dos menos corruptos, só perdendo para Uruguai e Chile. E entre os Brics (grupo de países emergentes formado por Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul), o resultado também é positivo na avaliação do especialista: só perdemos para a África do Sul. Monteiro considera, no entanto, que apesar disso, o país ainda perde muito por conta da corrupção:

“Um estudo realizado em 2009 pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) calculou os prejuízos econômicos e sociais que a corrupção causa ao país. O valor estimado é de R$ 69 bilhões por ano, o que representa 1,07% do PIB de 2009”.
O professor de Ciência Política e consultor do Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais (CEIRI) Marcelo Suano também acredita que estamos começando a combater a corrupção: “No discurso da secretária norte-americana fica nítido a crença em valores que são sagrados e claros para os estadunidenses, mas ainda não são completamente entendidos pelos brasileiros. Um deles é o papel da sociedade civil no combate à corrupção e no trabalho pela transparência. Lá, a sociedade se organiza, reivindica, pressiona os partidos e o governo.
É isso que significa a retórica de Hillary de que a sociedade civil deve estar no controle da transparência dos governos. Ela, infelizmente, não consegue dimensionar que há grandes diferenças entre a sociedade civil norte-americana, que pode entender o que ela pede, e a brasileira, que não consegue entender sua declaração completamente”, diz ele, referindo-se à fala da secretária sobre a necessidade de participação da sociedade civil no controle da transparência dos governos.

Suano acredita que nossa sociedade ainda está em gestação e reduz sua participação no combate à corrupção na denúncia dos atos criminosos dos políticos, jogando a execução da fiscalização para a imprensa. “Mais incrível ainda é atribuir ao governo também este papel, esperando que ele crie leis e órgãos para tanto, esquecendo que o governo é composto por pessoas investigáveis, que trabalham tanto pela transparência quanto para impedir que ela se dirija a elas”, afirma o professor. Para Suano, as descobertas feitas pela mídia servem apenas para afastar o acusado de um cargo, mas não da política e também não são capazes de obrigar os políticos a restituírem o que eles desviaram.

“Estão ocorrendo investigações, afastamentos de cargos e punições políticas, mas raramente jurídicas e criminais. Os que estão no poder e querem a manutenção do status quo em que vivem acabam aceitando que se mude alguma coisa pontualmente, mas não estruturalmente, para que tudo permaneça como está. As perguntas-chaves são: quanto do que foi desviado e descoberto já foi devolvido? E, quantos dos envolvidos estão presos? Como se pode ver, não estamos tão bem quanto entende a secretária de Estado dos EUA”, diz Suano.

A transparência propagada por Dilma no encontro com Hillary deve ser elogiada, na opinião de Monteiro, que cita como exemplo a adoção de pregões eletrônicos virtuais ou presenciais e a disponibilização de informações ao contribuinte via Internet. “O Portal da Transparência tem recebido vários prêmios por seu trabalho. Evidentemente, muita coisa ainda tem de ser feita, especialmente para abrir as caixas-pretas das licitações públicas”, pondera ele.

Suano é mais cauteloso. Ele também elogia a aprovação da Lei de acesso a informações públicas, de novembro de 2011, mas defende que ainda há distorções a serem corrigidas:
“A discussão em torno do sigilo acabou sendo borrada pelas questões de direitos humanos, passado recente, etc. Não será surpresa que aconteça o que é tradição no Brasil: faz-se uma lei; com ela aplaca-se a cólera do povo, ou acalma-se a oposição e não se dá recursos (materiais, financeiros, humanos e tecnológicos) para a sua aplicação. Com isso, temos mais uma lei que se desgasta e cai no ridículo, apesar de ser essencial para a vida do povo e o crescimento da sociedade”.

Suano acredita ainda que os afastamentos que ocorreram no governo foram por necessidade política e por sobrevivência, e não por defesa da transparência. “Deve-se, contudo, ressaltar que Dilma herdou um governo praticamente montado e tem uma enorme tarefa de reorganizá-lo, dando-lhe sua configuração específica sem incorrer no rompimento com sua base, partido e consequente isolamento, gerando ingovernabilidade. Não concordo com a alegação de transparência, mas não se pode discordar que ela (Dilma) tem tentado fazer neste aspecto mais do que foi feito nos últimos 20 anos, independentemente de isso ser consciente, ou não, voluntário, ou como último recurso”.

Apesar das declarações de Hillary e Dilma, Monteiro diz que pesquisas mostram que, entre a população brasileira, há um sentimento de que as coisas estão piorando. “Os inúmeros casos de corrupção denunciados pela imprensa com base em investigações da Polícia Federal e do Ministério Público fazem com que a população tenha esse sentimento. Embora os governantes aleguem que agora a corrupção está sendo combatida, o que é um argumento plausível, a percepção generalizada é de aumento da corrupção”.

Suano também acredita que, diante dos resultados recentes de escândalos e afastamentos de políticos, mas não de punição ou restituição dos bens expropriados, fica a sensação de que as coisas estão mais difíceis, mas continua a impunidade. “No limite, as pessoas veem que os corruptos sabem que terão de trabalhar mais para não serem pegos, mas, se forem, não serão punidos, por isso não deixarão de se arriscar. Os mais esclarecidos percebem que o problema é estrutural e não adiantará muito medidas pontuais se reformas estruturais não forem realizadas”.

Fernanda Dias
23 de maio de 2012

A LEI NATURAL, A MINHA SAMAMBAIA E A ÉTICA

Aristóteles, na obra Ética a Nicômaco, cita que: “É impossível para uma pedra, que tem um movimento natural para baixo, conseguir reverter esse movimento, passando a se movimentar para cima, mesmo se alguém tentar 10 mil vezes inculcar esse hábito nela; nem fazer o fogo se movimentar para baixo, ou se mudar a direção de qualquer ente, atribuído pela natureza…”.

A natureza fascina. Tenho uma samambaia entre duas janelas e costumo trocá-la de foco, fechando um dos lados e abrindo o outro, para vê-la mover seus ramos, paulatinamente, em direção ao lado com maior luz. A ação dela é sempre a mesma! Está amarrada a um código da natureza que a obriga a escolher a claridade para se manter viva e ao qual obedece como uma escrava.
Aliás, uma escrava pode recusar a obedecer, decidindo, inclusive, a não viver, mas a minha samambaia nem isso pode. Claro, se um obstáculo a impedir de fabricar o seu alimento básico – a glicose – cuja matéria-prima é a luz solar, a água e o dióxido de carbono, coletado pelas raízes e ramos, ela morre.

Com o animal não humano não é diferente. A natureza também lhe deu uma vida para proteger e cuidar. Não lhe impôs limites mecânicos, como fez com os vegetais, mas lhe deixou para sempre dois mestres, o prazer e a dor, e um potente órgão sensitivo que o avisa dos perigos iminentes ou da sede e fome, induzindo-o a fugir ou reagir, a beber água ou a caçar, mas cada ação não vai além da “presa à boca”, sem quaisquer provisões para o futuro. Intriga a natureza tê-lo proibido de se suicidar: diferente do homem, ele não atenta contra a vida.
 
O homem também foi condicionado ao prazer e à dor, mas a natureza lhe deu liberdade para escolher os valores que vão ajudá-lo na proteção da vida e no cuidado de mantê-la. Para isso, incutiu-lhe uma poderosa consciência, com capacidade de conhecimento ilimitado.
Muniu-o com um sistema mental complexo, em que os sentidos captam as imagens e informações que se transformam em conceitos guardados na memória para a razão analisar e agir, sempre com vistas a melhorar o nível de vida. Trabalha, poupa, investe em métodos longos de produção, faz plano, minimiza os riscos da falta de matérias-primas, insumos e bens e serviços, base do seu sustento e prazer.

O homem não precisaria de guia para orientar as suas escolhas e ações. Mas ele se faz necessário, como um código de ética, pois a natureza criou-os desiguais, surgindo a cobiça e a afronta, ação condenada assim por Ayn Rand: “Nenhum homem – ou grupo, sociedade ou governo – pode iniciar o uso da força contra outro homem, a não ser em retaliação a quem a iniciou… ou obter qualquer valor de outro recorrendo à força”.

Esse código não é diferente, na essência, do da minha samambaia. Para ela, o mal é tudo que atente contra a vida e o trabalho na busca da luz, da água e do ar, necessários para fabricar seu alimento, a glicose. O bem é tudo que engrandeça esses valores morais. Sem ele, ela morre. Com o homem não é diferente…

23 de maio de 2012
Alfredo Marcolin Peringer
Fonte: Zero Hora, 22/05/2012

O ESQUELETO AMEAÇA SAIR DA TUMBA! POIS DO ARMÁRIO JÁ SAIU...

QUE PAURA!!!


Depois do silêncio sepulcral na CPMI apressada que comeu cru e quente, a defesa garante que Carlinhos Cachoeira falará em depoimento à Justiça. Sabe o que vai acontecer se Cachoeira não falar? Se o chefe da máfia não abrir o bico... Vai preso. Que paura!

Processo duro pela frente


Essa fanfarra toda do Bruxo dos Grandes Tribunais, Márcio Thomaz Bastos, com relação à série interminável de habeas corpus para tirar Cachoeira da cadeia é só fantasia de uma doce aventura outonal.

Bastos está mesmo preocupado é com o julgamento no Tribunal de Goiás, onde e quando Carlinhos Cachoeira pode ser condenado de 20 a 30 anos de prisão por tudo que silencia confessando o que fez e o que não fez.

Se der o que Bastos sabe que vai dar, terá um processo duro pela frente: a quitação dos honorários que saltitam entre 15 e 18 milhões de reais, nunca antes desmentidos no quartel de Abrantes.
23 de março de 2012
sanatório da notícia

PAÍSES DA ZONA DO EURO SE PREPARAM PARA SAÍDA GREGA

Recomendação de preparo para saída da Grécia é resultado de um acordo feito na segunda-feira, 21, durante teleconferência da Equipe de Trabalho do Eurogrupo

REUTERS
 
BRUXELAS - Cada país da zona do euro deve preparar um plano de contingência individual na eventualidade de a Grécia decidir deixar a moeda única, afirmaram nesta quarta-feira, 23, três autoridades da zona do euro, citando um acordo fechado esta semana.

O acordo foi feito durante teleconferência da Equipe de Trabalho do Eurogrupo na segunda-feira.

Além da confirmação de três autoridades, a Reuters teve acesso a um rascunho de memorando de um Estado-membro detalhando alguns dos elementos que os países da zona do euro deveriam considerar.

A Equipe de Trabalho do Eurogrupo consiste em autoridades que preparam reuniões de ministros das Finanças e também formam a diretoria do fundo de resgate temporário, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês).
 
"A Equipe de Trabalho do Eurogrupo concordou que cada país da zona do euro deve preparar um plano de contingência, individualmente, para as consequências potenciais de uma saída da Grécia do euro", disse uma autoridade da zona do euro familiar com o que foi discutido na teleconferência.

"Nada foi preparado até agora a respeito de zona do euro, por temores de vazamento", disse a autoridade.

Uma outra autoridade confirmou o acordo da equipe na segunda-feira.

O documento visto pela Reuters detalhava os custos potenciais para Estados-membros individuais a partir de uma saída da Grécia e informava que se isso acontecesse, um "divórcio amigável" deve ser buscado.

O documento dizia ainda que se a Grécia decidir deixar o bloco, poderia ser dado apoio da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) de até 50 bilhões de euros para ajudar o país.

 23 de maio de 2012
(Reportagem de Jan Strupczewski e Claire Davenport)

SABOTAGEM NAS LINHAS DO METRÔ

Ministério Público de SP deve receber documentos sobre sabotagem nas linhas do Metrô e da CPTM


Pingo nos is – Nesta quarta-feira (23), dia em que a cidade de São Paulo parou por causa da greve irresponsável e eleitoreira greve dos metroviários, o Ministério Público paulista deve receber os indícios da sabotagem que recentemente paralisou o tráfego de trens da CPTM e do Metrô, além de provocar um acidente na Zona Leste paulistana.

A entrega dos tais indícios será feita pelo líder do PTB na Assembleia Legislativa, deputado estadual Campos Machado, que protocolou pedido de investigação dos recentes acidentes ocorridos nas linhas das duas empresas de transporte público. O parlamentar aguarda o envio de fotos em poder do Metrô que podem comprovar a ação de vândalos que agiram com o fim específico de embaralhar a disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo.

Por ocasião dos acidentes nas linhas do Metrô e da CPTM, o ucho.info foi o único veículo de comunicação do País que levantou a possibilidade de uma premeditada ação de sabotagem, com fins eleitoreiros. Agora, com a decisão do deputado Campos Machado, fica provado que nada no mundo da política e suas adjacências acontece por acaso. Especialmente quando está em jogo um dos maiores orçamentos públicos do País.

23 de maio de 2012
ucho.info

TÍTULO DE CIDADÃO PAULISTANO, MAS... O QUE ELE QUIS DIZER COM ISSO?

No dia em que os políticos da base comprada da cidade de São Paulo homenagearam o Ex presidente o Enfermo Defuntus Sebentus com o "nobre" título de cidadão paulistano.
Entre todas as bizarrices conhecidas que são capazes de promover uma cangalha de políticos imorais e baba ovos, essa da imagem é a mais sui generis.
Durante seu discurso para uma patuléia de puxa sacos pagos com o dinheiro, público, o Velho Sebento disse que o mensalão foi uma tentativa de golpe para derruba-lo do governo, entre outras insanidades.
Durante o discurso ainda mentiu mais um bocado, acusou os governos de São Paulo de tudo, o que é imaginável, fez campanha para o Haddad, tudo ao mais velho modo nada democrático de fazer política rastaquera, coisa que ele sempre soube fazer muito bem.

Os anos passaram o Sebento se tornou um velho acabado, tai a imagem que não me deixa mentir. E de evolução humana mesmo ele já está próximo a um Orangotango, quem sabe em mais uma ou duas décadas ele consiga se aproximar de um Chimpanzé. E a teoria de Darwin poderá um dia ser verdadeiramente comprovada.
Mas o que chama mesmo a atenção na foto, além é claro, do puxa saco ao lado do Sebento ser impressionantemente parecido com o tal "Almadinejade" do Irã.
É o dedinho maroto do homenageado segurando a medalha.
O que é que ele quis dizer com esse gesto hein?

E não venham com falso moralismo dizer que é acidental. É proposital!! E na minha opinião, ele quer mais é que SP se phoda, mas que vote no Haddad.
E para os hipócritas de plantão, tai a imagem do piloto americano, Dale Robbin Hersh, que foi preso pela PF em 2004, quando na identificação dos cidadãos americanos que chegavam ao Brasil, mesma forma de tratamento aplicada aos brasileiros nos EUA por medidas antiterror.
Os Brazucas da pocilga ficaram indignados de morte com o gesto do Gringo, mas...e esse do Sebento? Ninguém percebeu?
omascate
23 de maio de 2012
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Não sei... Posso estar enganado, mas esse gesto que já ganhou certa universalidade, creio que também  já se tornou um gesto simbólico do repertório petista. Ou Será mero equívoco e Genoíno apenas enxuga uma lágrima pelo mensalão? E no caso de Lula seria apenas senilidade?
Observem o dedinho...
Do americano Dale, trata-se de puro sarcasmo.
m.americo

FATO NOVO FURA BLINDAGEM DO PT À DELTA NA CPI


No mesmo dia em que o silêncio de Carlinhos Cachoeira frustrou os congressistas, surgiu uma novidade com potencial para arrancar a CPI do marasmo. Descobriu-se que Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções no Centro-Oeste dispunha de autorização escrita para movimentar as contas bancárias da matriz da empreiteira, sediada no Rio de Janeiro.

Com isso, abriu-se uma fenda no escudo que o PT, em associação com o PMDB, oferecia à Delta e ao seu ex-presidente Fernando Cavendish. Antes improvável, a quebra dos sigilos fiscal e bancário da maior tocadora de obras do PAC e do amigo do governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) tornou-se imperiosa.

Coube a um representante do DEM na CPI, o deputado gaúcho Onyx Lorenzoni, revelar o fato novo que pode alterar a dinâmica da comissão. Ao inquirir Cachoeira, que não respondeu a nenhuma pergunta, Onyx contou que tivera acesso à prova que desmonta a versão segundo a qual o raio de ação de Cláudio Abreu estava restrito aos negócios da Delta na região central do país.
Depois, em texto veiculado no site do DEM, Onyx detalhou o achado. Contou que Cláudio Abreu e um outro ex-diretor da Delta, Heraldo Puccini, que representava a empresa em São Paulo, “tinham autorização para operar as contas [bancárias] nacionais da construtora e não apenas do Centro-Oeste.” O documento consta de processo que resultou da Operação Saint Michel, conduzida pelo Ministério Público do Distrito Federal.
Na quinta-feira (17) da semana passada, a CPI aprovara requerimento requisitando o papelório desse inquérito, que corre na 5ª Vara Criminal da Justiça do DF. Ouvido após a sessão em que Cachoeira escorou-se no direito constitucional de calar para não se autoincriminar, o relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), confirmou a existência da procuração mencionada por Onyx.
Espremido pelos repórteres, Odair viu-se compelido a reconhecer: diante dos indícios de que Cláudio Abreu movia-se com o respaldo da diretoria e da presidência da Delta nacional, potencializaram-se as chances de quebra dos sigilos bancário e fiscal da matriz da empreiteira.
A nova manifestação de Odair teve um quê de guinada. Na semana passada, o relator petista recusara-se a submeter a voto na CPI os requerimentos que pediam a abertura dos sigilos da Delta nacional e de Fernando Cavendish.
Alegara que as providências fugiam do “foco” da comissão. Quem quiser que faça “a CPI da Delta”, dissera Odair. Terminou-se aprovando apenas requerimentos que tinham como alvo Cláudio Abreu e as filiais da Delta no Centro-Oeste. Como o ex-diretor regional dispunha da procuração nacional, a CPI atingiu, de cambulhada, uma conta bancária com o CNPJ da matriz.
A mudança de rumos pode dar um novo norte à CPI. No inquérito da Operação Monte Carlo, a Polícia Federal descobrira que a Delta depositara R$ 39 milhões nas contas bancárias de empresas de fachada da quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Em seus relatórios, a PF destilou a suspeita de que o dinheiro azeitou campanhas eleitorais.
Nas páginas do processo, Carlinhos Cachoeira e o amigo-senador Demóstenes Torres são tratados pela PF e pela Procuradoria-Geral da República como “sócios ocultos” da Delta. Ambos negam. Para tentar desmenti-los, não resta aos membros da CPI senão mergulhar nos papéis e cruzar os dados fiscais e bancários.

Ex-procurador da República, o senador Pedro Taques (PDT-MT) vale-se de sua experiência para tentar refazer o caminho dos milhões que migraram das arcas da Delta para as caixas registradoras das empresas de fancaria da quadrilha de Cachoeira. Busca matéria prima nos processos guardados na sala-cofre da CPI.
Incomodado com a ênfase atribuída à oitiva de depoimentos, Taques disse, na sessão desta terça (22): “Essa reunião nos dá o norte de que precisamos. Não estamos num filme americano em que o acusado chega aqui e confessa. Devemos votar os requerimentos de afastamento de sigilo fiscal e bancário hoje. Não podemos aguardar o dia 5 de junho.” Só nesse dia a CPI realizará nova sessão administrativa. O apelo em favor da antecipação foi ignorado.
O ex-procurador absteve-se de dirigir questionamentos a Cachoeira. Sem descer aos detalhes, Taques insinuou que sua pesquisa começa a produzir resultados: “Existem documentos nos autos que mostram que dinheiro saiu da Delta, foi para empresas como a Alberto & Pantoja e a Brava Construções [duas das logomarcas de fachada da quadrilha], dali foram para Giovani [Pereira da Silva, tesoureiro de Cachoeira] e chegaram a pessoas importantes da República.”

Pelos planos originais do relator Odair Cunha, a Delta nacional e Fernando Cavendish não constariam da pauta da sessão administrativa do dia 5 de junho. Na noite passada, integrantes da bancada do PT na CPI reconheciam que a inclusão talvez tenha se tornado inevitável.
Titular da 5ª Vara Criminal do DF, a juíza Ana Cláudia Barreto, facilitou o trabalho da CPI. Na última sexta-feira (19), ela determinou abertura de ação penal para apurar os malfeitos esquadrinhados na Operação Saint Michel. Ordenou a quebra dos sigilos de Cachoeira, de Cláudio Abreu, da Delta, do tesoureiro Giovani e de outros cinco investigados.

Apura-se nesse processo de Brasília uma tentativa de manipulação do resultado de licitação da área de transportes coletivos do governo petista de Agnelo Queiroz (DF). Negócio de R$ 6 milhões. Todo o material que resultará das providências adotadas pela juíza Ana Cláudia chegará à CPI. De mão beijada.
JOSIAS DE SOUZA
23 DE MAIO DE 2012

STALINISTA DE PLANTÃO DA FSP REAFIRMA DOGMA DA GUERRILHA


Ao fazer a defesa do direito de resistência e comparar o assalto ao poder pelas esquerdas no Brasil nos anos 60 – e bem antes de 64, é bom salientar – à resistência francesa, escreve o stalinista de plantão da Folha de São Paulo:

- "Toda violação dos direitos humanos será investigada." Com essa frase, Gilson Dipp, um dos integrantes da Comissão da Verdade, procurou constranger setores da esquerda que procuram levar a cabo as exigências de punição aos crimes da ditadura militar. Trata-se de pressupor que tanto o aparato estatal da ditadura militar quanto os membros da luta armada foram responsáveis por violações dos direitos humanos. É como se a verdadeira função da Comissão da Verdade fosse referendar a versão oficial de que todos os lados cometeram excessos equivalentes, por isso o melhor é não punir nada.

Os mentores da dita Comissão da Verdade reiteram a toda hora que sua finalidade é o reestabelecimento dos fatos, e não a punição dos envolvidos. Vladimir Safatle se trai ao afirmar que, segundo a Comissão, o melhor seria não punir nada. No fundo, vê como alvo da Comissão a punição dos envolvidos. Mas atenção: apenas dos militares. A guerrilha, que matou gente que nada tinha a ver com o peixe, e inclusive executou militantes, não pode ser punida.

Esta postura das esquerdas está longe de ser nova. Em 2008, Dilma Rousseff, Tarso Genro, Paulo Vanucchi, então ministros de Lula, levantaram a tese de que tortura é crime imprescritível e portanto seus autores devem ser punidos. Para sustentar a exótica idéia, alegaram que tortura é crime comum, não é crime político, e portanto não está coberta pela Lei da Anistia. Ora, salta aos olhos que a tortura, na ocasião, teve razões políticas. Tortura como crime comum é esta tortura praticada cotidianamente em praticamente todas as prisões do país e que não merece a preocupação de ninguém. Aliás, a preocupação com a tortura só surgiu no Brasil quando os meninos da classe média entraram no pau. Quando só os pobres eram torturados, não víamos ninguém falar em direitos humanos.

Ao que tudo indica, os ilustres celerados, no afã do revanchismo, esqueceram de examinar com mais cuidado a Constituição, que reza em seu artigo XLIII:

- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.

E no XLIV:

- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

Foi preciso que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, refrescasse a memória dos sedentos ministros de Lula. "Essa discussão sobre imprescritibilidade tem dupla face. O texto constitucional também diz que o crime de terrorismo é imprescritível", disse Mendes. E emendou: "Tenho uma posição muito clara em relação a isso. Repudio qualquer manipulação ou tentativa de tratar unilateralmente casos de direitos humanos. Direitos humanos valem para todos: presos, ativistas políticos. Não é possível dar prioridade a determinadas pessoas que tenham determinada atuação política. Direitos humanos não podem ser ideologizados, é bom que isso fique claro".

Tarso Genro, ministro da Justiça, apressou-se em pôr o bigodinho stalinista de molho. Em declaração à Folha de São Paulo, afirmou que os grupos de esquerda que adotaram a luta armada contra a ditadura militar "não podem ser classificados como terroristas". Haja malabarismo verbal para provar que seqüestros de diplomatas, assassinatos de pessoas inocentes, assaltos a bancos e execuções sumárias de colegas de armas não constituem terrorismo.

Para sustentar sua tese esdrúxula, Tarso afirmou na época que "o terrorismo é sempre uma ação bélica que atinge uma comunidade indeterminada de inocentes que estão fora do conflito". O ministro dizia aceitar as leis internacionais e a Constituição, que "tornam o crime de terrorismo perfeitamente enquadrável" como imprescritível. Mas reiterava que as organizações de esquerda contrárias à ditadura não se guiaram por esse princípio. "Houve atos isolados."

Quantos atos isolados? Se os militares mataram 376 pessoas, os gentis militantes das esquerdas mataram 116. Não são atos tão isolados assim. Sem falar que a guerrilha não foi uma resposta à ditadura. A ditadura é que foi, isto sim, uma resposta à guerrilha. O palavroso ministro pareceu esquecer que antes de 64 Francisco Julião já montava a guerrilha comunista, com armas recebidas de seu bom amigo Fidel Castro.

Para as esquerdas, anistia tem um lado só. É perdão de seus crimes, jamais dos crimes dos adversários. Para começar, anistia nada tem a ver com perdão. Anistia é esquecimento. É como se as partes em conflito decidissem: em nome do bom entendimento da nação, esqueçamos as barbaridades do passado. Nenhum crime será perdoado. Mas será esquecido. Eu esqueço teus crimes, tu esqueces os meus. E vamos em frente. As esquerdas jamais aceitaram a dupla mão da instituição.

Continua o stalinista de plantão da Folha de São Paulo:

- Os resistentes franceses também fizeram atos violentos contra colaboradores do Exército alemão durante a Segunda Guerra, e nem por isso alguém teve a ideia estúpida de criminalizar suas ações.

Safatle não nasceu ontem. É de supor-se que saiba ler. Portanto deve saber muito bem que raros foram os colaboradores executados e dezenas de milhares foram os franceses que colaboraram com o invasor sem que tivessem sido punidos. Pelo contrário, o mundo literário e artístico francês conviveu amigavelmente com os ocupantes, a ponto de imprimir programas de ópera em alemão, para conforto dos invasores amantes do bel canto. Durante a ocupação, os parisienses continuaram cantando e dançando junto com o inimigo. Mitterrand, por exemplo, esse ícone das esquerdas, foi condecorado com a medalha Francisque pelo governo de Pétain. Se alguns franceses reagiram com violência, estavam reagindo contra um inimigo definido, declarado.

Não foi o caso das esquerdas no Brasil, que estabeleceram um dogma para uso próprio: estavam lutando contra a ditadura. Para começar, negam, contra a evidência dos fatos, que estivessem preparando um assalto ao poder antes da ditadura. No início dos 60, já havia guerrilheiros sendo treinados na União Soviética e Cuba. Moscou preparava uma reedição da fracassada Intentona de 35. Os militares reagiram, instauraram um regime de exceção e o que era luta para instalar um regime comunista virou, de repente, luta contra a ditadura. Ora, a luta era bem outra. A guerrilha toda foi de inspiração marxista. Quando, na história, alguém viu um marxista lutando por democracia?

Continua Safatle:

- Àqueles que se levantam para afirmar que "a guerrilha matou tal soldado, tal financiador da Operação Bandeirantes", devemos dizer: "Tais ações não podem ser julgadas como crimes, pois elas eram ações de resistência contra um Estado criminoso e ditatorial".

O mesmo poderia ser dito a favor dos militares. Que mataram lutando contra uma filosofia criminosa e ditatorial. Agiram com mão pesada? Deveriam então ser punidos. Ocorre que foram anistiados. Como também os guerrilheiros. Mas Safatle tem uma visão diferente:

- Como se não bastasse, integrantes da Comissão da Verdade que dizem querer investigar ações dos grupos de resistência "esquecem" que os membros da luta armada julgados por crimes de sangue não foram anistiados. Eles apenas receberam uma diminuição das penas. Ou seja, os únicos anistiados foram os militares, graças a uma lei que eles mesmos fizeram, sem negociação alguma com a sociedade civil.

Há uma imprecisão em sua afirmação. Melhor diria se afirmasse que os únicos apenas anistiados foram os militares. Os demais membros da guerrilha foram não só anistiados como também regiamente recompensados. Mais ainda, sobraram benesses para vigaristas que sequer pegaram em armas e alegaram ser vítimas da ditadura, como Ziraldo e Carlos Heitor Cony. Em 2010, segundo o Estadão, pelo menos R$ 4 bilhões de indenizações aos ditos perseguidos políticos já haviam sido pagas ou aprovadas pela Comissão da Anistia.

Safatle, como bom stalinista, defende o sagrado direito de celerados lutarem por ditaduras, desde que comunistas. Lutar contra os que lutam por ditaduras é que é crime.


23 de maio de 2012
janer cristaldo

COMUNISTAS PROMOVEM O CAOS EM SÃO PAULO

 AGITAÇÃO FAZ PARTE DA CAMPANHA ELEITORAL DO PT. VERGONHOSO!
 
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cancelou os compromissos que tinha na manhã desta quarta-feira para acompanhar a greve dos trens e Metrô, que causou diversos transtornos hoje na cidade. O congestionamento chegou a mais de 200 km, recorde do ano, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Alckmin disse que a greve foi causada por um "grupelo, com motivação político-eleitoral", conforme o Bom Dia Brasil.
 
"Os grevistas não ouviram a proposta da juíza, porque deixaram a audiência. É um 'grupelho' radical, com motivação político-eleitoral, que está prejudicando a população trabalhadora de São Paulo. Nós vamos acompanhar junto à Justiça, para que se resolva rapidamente, e estamos 24 horas trabalhando para colocar os trens em circulação", afirmou o governador. Apesar da previsão de paralisação total nas linhas do Metrô na manhã de hoje, as linhas começaram a operar pouco depois do horário normal. Do portal Terra
 
23 de maio de 2012
in aluizio amorim

A ORDEM DOS FATORES

    
          Artigos - Cultura        
A principal tarefa do consenso acadêmico há 200 anos tem sido precisamente a de impor a autoridade do erro como padrão supremo de racionalidade em todos os campos do conhecimento humano, e acabar sendo sempre desmentido por um ou dois gênios isolados, teimosos e mal subsidiados.

No estudo admirável que publicou em 1994 sob o título The Soviet Tragedy, Martin Malia pergunta por que os sovietólogos ocidentais, tão prestigiosos, tão bem pagos, tão dotados de amplos meios de investigação, não atinaram nem por um momento com a queda iminente da URSS, e, ao contrário, continuaram prevendo, até a véspera do desenlace, uma nova era de progresso espetacular para o gigante de pés de barro.


O caso mais patético foi o de Paul Kennedy, historiador da Yale University, cujo livro Ascensão e Queda das Grandes Potências, anunciando para breve a queda dos EUA e a ascensão da URSS como potência dominante, virou um best-seller mundial, foi traduzido em 23 idiomas e celebrado como o nec plus ultra em matéria de análise estratégica. Isso foi em 1987: três anos antes que o curso das coisas o desmentisse fragorosamente, provando, pela milésima vez, que o aplauso universal da mídia reflete apenas o entusiasmo de uma multidão de cegos tagarelas pelos cegos ainda mais tagarelas que os guiam.

Em contraste, assinala Malia, os dissidentes internos, Bukovski, Soljenítsin, Zinoviev e tantos outros, nunca cessaram de insistir que o comunismo era irreformável, que sua autodestruição era apenas questão de tempo, mas eram recebidos com ceticismo no ambiente acadêmico ocidental, que os via como sonhadores incapazes de atinar com o poder de auto-renovação do regime soviético.

Pior ainda, os desertores da KGB e do serviço militar soviético, que traziam inside information da melhor qualidade, anunciando que o sistema estava consciente de ter de desmantelar-se até mesmo para salvar o que restasse do movimento comunista mundial, foram desprezados como "teóricos da conspiração" pelos serviços de inteligência ocidentais, isto é, pelos mais autorizados sovietólogos do mundo, porque os diagnósticos que ofereciam vinham só dos altos círculos governantes, sem levar em conta – alegava-se – as realidades sociais e econômicas do regime. O mais brilhante desses desertores, Anatolyi Golytsin, cujas previsões acabariam depois se revelando acertadas em pelo menos 94 por cento, foi o mais criticado e ridicularizado pelos bem-pensantes.

Martin Malia pergunta-se como foi possível que erros tão colossais se tornassem verdades indiscutíveis para toda uma elite acadêmica espalhada pelas maiores universidades, institutos de pesquisa, think tanks e serviços da inteligência da Europa e dos EUA, praticamente sem uma única voz discordante.

Ele poderia ter respondido, genericamente, que a principal tarefa do consenso acadêmico há 200 anos tem sido precisamente a de impor a autoridade do erro como padrão supremo de racionalidade em todos os campos do conhecimento humano, e acabar sendo sempre desmentido por um ou dois gênios isolados, teimosos e mal subsidiados.

Mas ele preferiu dar uma ilustração mais detalhada dessa resposta.
Os estudos sovietológicos no Ocidente, no seu empenho de tornarem-se cientificamente respeitáveis, seguiram em linhas gerais as duas tradições mais badaladas no campo da sociologia histórica, o positivismo e o marxismo. Segundo essas duas escolas, o rumo das coisas na esfera político-ideológica é, ao menos a longo prazo, determinado por fatores mais básicos de ordem econômico-social.

Esse princípio servia portanto, uniformemente, para analisar tanto as sociedades ocidentais como a soviética. Dele os sovietólogos concluíam que o "potencial de crescimento" da sociedade soviética terminaria por prevalecer sobre a rigidez ideológica da elite governante, forçando-a modernizar o regime para liberar, como diria Marx, as "forças produtivas".

Nesse diagnóstico, diz Malia, não contavam com dois fatores: a força avassaladora da elite revolucionária, que ao longo de seis décadas diluíra e remoldara a seu bel-prazer uma sociedade passiva e inerme, e a rigidez imutável das instituições de controle governamental criadas por essa mesma elite, capazes, no máximo, de variar a dose de violência repressiva que aplicavam a cada momento, porém jamais de reformar-se de alto a baixo. Na URSS, em suma, não vigorava a hierarquia marxista de uma "infraestrutura" econômico-social a determinar os rumos da "superestrutura" ideológica e política. A superestrutura havia se fortalecido e enrijecido a tal ponto, que já não podia refletir as mudanças da infraestrutura: o regime soviético só podia eternizar-se, estrangulando a sociedade, ou suicidar-se para deixar a sociedade viver. O plano reformista de Gorbachov fracassou e o governo soviético foi repentinamente suicidado por um bêbado corajoso. Quod erat demonstrandum.

Ao consentir em usar as categorias de infra-estrutura e superestrutura como instrumentos essenciais de análise do fenômeno soviético, os sovietólogos ocidentais mostraram ter-se deixado hipnotizar pelos esquemas mentais do inimigo, tentando apenas usá-los com signo político invertido. Isso nunca funciona.

Os dissidentes, ao contrário, jogaram o marxismo fora junto com a discurseira oficial do Kremlin e buscaram categorias de pensamento radicalmente novas, inspiradas em parte na filosofia da religião, em parte na lógica matemática, em parte na própria tradição literária russa, chegando a desvendar os mais íntimos segredos do sistema soviético ao ponto de diagnosticar com clareza o seu estado terminal.

Nossos liberais e conservadores teriam algo a aprender com essa lição, mas quem pode com gente de casca grossa e miolo mole? Metade deles acredita que a economia move o mundo (como se hoje em dia não fosse ela o mais volátil dos fatores), a outra metade imagina que o melhor que tem a fazer é macaquear o programa cultural da esquerda.
23 de maio de 2012
Olavo de Carvalho

NÃO CONSEGUIRAM

O explosivo e o modus operandi, segundo dizem os peritos, levam a assinatura do ETA, o bando terrorista espanhol que vem delinqüindo com as FARC, com o auspício e os dólares de Hugo Chávez e a vista cúmplice e facilitadora deste governo.

Fernando Londoño fez o que todo mundo acreditava ser impossível: no primeiro ano do governo de Álvaro Uribe conseguiu aumentar o número de efetivos do Exército em mais de cem mil homens dotando-os de armamento de primeiro nível, e os preparou para enfrentar os bandos terroristas guerrilheiros. Ao mesmo tempo, nomeou o coronel Alfonso Plazas Vega na Direção Nacional de Estupefacientes para que golpeasse diretamente o narcotráfico aonde lhe dói mais: em suas finanças. E assim se fez.

Entretanto, a máfia, que tem seus tentáculos nos órgãos de justiça e investigação, pôs em funcionamento toda sua maquinaria conseguindo que o procurador Maya Villazón permitisse a volta da delinqüência... O Dr. Londoño foi sancionado pela Procuradoria por ter-se atrevido a desmascarar o juiz Suárez Vacca que deixou livres os mafiosos Rodríguez Orejuela, financiadores da campanha de Ernesto Samper. Em pouco tempo, o coronel Plazas Vega também foi destituído e depois preso com a desculpa dos fatos do Palácio da Justiça.
Com o Dr. Londoño e o coronel Plazas Vega sem estorvá-los, o caminho ficou livre para fazer suas festas e, ao mesmo tempo, demonstrar ao país que a narcoguerrilha estava mais forte do que nunca.

Então, enquanto o coronel Plazas Vega foi posto preso graças às artimanhas da então Promotora Ángela María Buitrago que se fazia acompanhar por bandidos do M-19, como René Guarín, para destruir o coronel, o Dr. Londoño abriu seu programa de rádio La Hora de la Verdad, na rádio Súper, para dar sua titânica batalha pela democracia.

Desde os microfones do seu programa de rádio viu como Juan Manuel Santos tirava a máscara e exibia ante o mundo sua vergonhosa traição sobre a Colômbia. E, embora esta verdade brutal pudesse ter demolido a qualquer um, surtiu um efeito contrário no ex-ministro.

Desde então, este patriota cabal tomou as bandeiras da decência e, junto com outros valentes em seu programa e em outros, liderou com ardor o esforço para tirar a Colômbia da ignorante preguiça que impediu a muitos entender que aqui quem governa é a delinqüência organizada.

Porque Fernando Londoño sempre defendeu a liberdade sem necessidade de ir caçar patos com Mancuso nem de subir em avionetas da máfia casanarenha [1], tampouco a guarda de suas convicções levaram-no a conspirar com a guerrilha e os narcos para derrubar governos ou nomear bandidos em cargos públicos. E menos ainda inventou antepassados gloriosos para suprir alguma desordem megalomaníaca.

Por isso, pela esmero de suas atuações e pela retidão de suas convicções, este governo o detestou e lhe pôs os apelidos mais infames de “Mão Negra”, “ultra-direitista”, “retrógrado” e outros mais. Hoje, esses epítetos do governo de Santos e seus áulicos quase lhe custam a vida. Quando se dirigia à sua residência fizeram o carro voar em pedaços, assassinado a duas de suas escoltas.

O explosivo e o modus operandi, segundo dizem os peritos, levam a assinatura do ETA, o bando terrorista espanhol que vem delinqüindo com as FARC, com o auspício e os dólares de Hugo Chávez e a vista cúmplice e facilitadora deste governo. O mesmo bando que tem uma velha amizade com os guerrilheiros do M-19.

Como Londoño sempre se opôs às aberrações da gestão de Santos, no que tem a ver com a Lei de Vítimas e Terras - que não é mais que um despojo a favor das guerrilhas -, criticando também o diálogo com os bandos terroristas que vêm sendo impulsionado por Santos, Vargas Lleras e o Promotor Montealegre, o crime organizado já enquistado nas instituições decidiu eliminá-lo.

Todos já sabemos que o governo de Santos tem dialogado há muitos meses com as guerrilhas do ELN e das FARC. E sabemos também que tais diálogos não têm outro objetivo que o de legislar e levar adiante o necessário para blindar estes criminosos com impunidade, tal e como já fizeram no passado com terroristas do M-19 como Gustavo Petro e Antonio Navarro Wolf, e com seqüestradores assassinos como León Valencia, hoje contratado do governo Santos.

Em pleno debate da aprovação do “Marco Jurídico para a Paz” na Câmara de Representantes, esta mistura delinqüencial de dialogantes quis pôr broche de ouro em sua estratégia de abrandamento do povo colombiano para levá-lo ao ponto de clamar medrosamente por um urgente diálogo com a guerrilha: atentaram contra a vida de seu principal crítico, o Dr. Fernando Londoño Hoyos.

E é que esta estratégia de abrandamento a vêm implantando quase que desde o começo mesmo deste governo. Centenas de soldados e policiais foram sacrificados pelas FARC com a permissão do governo, com a finalidade de nos conduzir à uma histeria coletiva, a um medo irracional, a um cansaço de sangue para que aceitemos como borregos a impunidade para os terroristas que o governo está buscando.

Porém, lhes saiu mal a volta. Fernando Londoño ficou vivo e isso nos fortalece mais para continuar desmascarando este regime criminoso e desumano ao qual não lhe interessa que milhares de colombianos morram assassinados, se essas mortes servem para permutá-las pelo Nobel da Paz, pelas novas rotas de narcotráfico, pela oportunidade de negócio no tráfico de armas ou pelo prazer arrivista de tomar chá com a rainha da Inglaterra.

Gustavo Petro, assinante com Santos de pactos carentes de delicadeza, esteve na Clínica del Country visitando o Dr. Londoño. A imagem me enojou como a de um abutre que quer verificar se sua vítima agoniza ou não. Em todo caso, chegou lá esse criminoso indultado saudando todo mundo com aperto de mão, como uma estrela de cinema. Porém deu de cara com dona Thania Vega de Plazas, a esposa do coronel, que o deixou com a mão estendida ao mesmo tempo em que lhe cantava suas verdades dizendo-lhe que, para ela, ele continuava sendo um terrorista e homicida. Petro deu de ombros desprezando o comentário dela, uma de suas vítimas, e entrou no quarto do Dr. Londoño. Lá, este homenzinho teve que suportar outra reprimenda do ex-ministro.

O camarada Santos também esteve visitando Londoño. E me enojou - também - porque não era um abutre senão uma hiena ávida de sangue. O Dr. Londoño também o atendeu como correspondia.
Samper também odeia Fernando Londoño, porém não teve a ousadia de seus iniciados para visitá-lo.
Santos, ao ver que Fernando Londoño estava mais vital do que nunca, desatou toda uma estratégia maligna de imprensa. Por todos os lados seus comunicadores chupa-mídias saíram a guinchar que isto havia sido um atentado da “direita”, um auto-atentado do Dr. Londoño com o objetivo de frear a aprovação do projeto de lei, auspiciado pelos terroristas, que se discutia no Congresso.

Do mesmo modo, a Câmara de Representantes, sem dar a menor importância, aprovou este engendro com o qual vendem os colombianos, entregando-os nas mãos dos mais sangrentos assassinos que temos sofrido.
O deslocado Santos que vimos na mídia balbuciando que as FARC não tinham nada a ver com o atentado e que se investigaria “o assunto a fundo”, não estava preocupado com o atentado, senão com o fracasso do mesmo. Eu tenho a íntima convicção de que esta tentativa de assassinato foi forjada pelo governo em conchavo com as guerrilhas. A mensagem que ele quis enviar à oposição era de que estava além da justiça e que podia fazer o que quisesse, inclusive matar o esmero na conduta deste país.

Não quero pôr o ponto final sem manifestar a profunda admiração que sinto por este grande mestre e incondicional amigo que é Fernando Londoño Hoyos. A Colômbia deve se sentir afortunada de tê-lo como um de seus mais preclaros servidores.

Hoje, Londoño Hoyos se levantou como um gigante dentre as ruínas retorcidas e fumegantes da bomba. Todos o vimos caminhar com a dignidade e a fortaleza de um colosso, ferido e sangrando mas com a hercúlea convicção de possuir a verdade ao seu lado.

Somente se derrubou quando se inteirou de que suas escoltas, Rosemberg Guzmán e Ricardo Rodríguez, haviam sido assassinados.
E foi aí que chorou inconsolável, como um menino.

Ricardo Puentes Melo
23 de maio de 2012

Nota da tradutora:
[1] Relativo ao estado Casanare
Tradução: Graça Salgueiro

O QUE FOI MESMO QUE A VEJA PUBLICOU EM NOVEMBRO SOBRE MEDEIROS?

Como essa revista gosta de atrapalhar a vida de certos patriotas!!!

Os dois posts abaixo tratam de um flagrante asqueroso de extorsão envolvendo o ex-deputado Luiz Antônio de Medeiros, que foi secretário das Relações do Trabalho do governo Lula, na gestão do então ministro Carlos Lupi. Em novembro do ano passado, VEJA — como esta revista gosta de atrapalhar a vida dos patriotas, Deus meu! — publicou uma reportagem sobre cobrança de propina no Ministério do Trabalho. Protagonista: Medeiros! E olhem que o denunciante não era, assim, alguém que o petismo pudesse chamar “golpista”. Era um cutista.
Releiam post publicado aqui no dia 26 de novembro.


Sindicalista denuncia: turma de Lupi pediu R$ 1 milhão para aceitar registro de novo sindicato; outros foram achacados; esquema não se limita a ONGs

Pois é… A presidente Dilma Rousseff decidiu esconder Carlos Lupi debaixo do tapete, fazendo mau uso da vassoura. O previsto é que o homem fique ao menos até a reforma ministerial de janeiro.
Raramente Brasília assistiu a um espetáculo tão patético como a sucessão de mentiras em que o ministro foi flagrado.
Agora, as coisas se complicam um tantinho mais — para Lupi, claro!, mas também para Dilma e, ora vejam, para Luiz Inácio Lula da Silva. A acusação não parte de um “inimigo do governo”.
Ao contrário. Quem sustenta que a turma de Lupi cobra propina para reconhecer sindicato é um… sindicalista ligado ao PT! Acusação feita agora, só para tentar tomar o ministério do PDT? Pois é, não!

Isso que vocês vêem abaixo são fragmentos de um documento que o mecânico Irmar Silva Batista enviou à presidente Dilma Rousseff em fevereiro deste ano denunciado o achaque. Lula também foi advertido quando presidente.
denuncia-lupi-dilma
Leiam trecho da reportagem de Hugo Marques na VEJA desta semana.
(…)
Descobre-se agora que o governo foi advertido sobre as traficâncias no ministério muito antes de eclodir o primeiro escândalo. Há nove meses, sindicalistas ligados ao PT alertaram o Palácio do Planalto sobre a existência de um esquema de extorsão envolvendo assessores da confiança do ministro [Carlos Lupi]. Um esquema que tinha como vítimas não apenas as ONGs, como revelado por VEJA há um mês, mas também os sindicatos.
 
Essa nova face da máquina clandestina operada pela cúpula do PDT funcionava de uma forma bem simples: no Ministério do Trabalho, registro sindical era concedido mediante o pagamento de propina. O mecânico Irmar Silva Batista foi uma das vítimas dessa engrenagem.
No papel, ele conseguiu criar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios no Estado de São Paulo (Sirvesp). Irmar garante ter apresentado toda a documentação necessária para transformar o sindicato em realidade.
Depois de registrar o CNPJ na Receita Federal, bateu à porta do ministério para concluir o processo.

Foi justamente aí que esbarrou em dificuldades. Ele descobriu que o processo de registro estava à margem da lei. Para ter prosseguimento, precisava ser acompanhado do pagamento de pedágio. Em 2008, Irmar foi tratar do assunto com o então secretário de Relações do Trabalho do ministério, Luiz Antonio de Medeiros, um dos fundadores da Força Sindical, entidade intimamente ligada ao PDT. Antes que a conversa ganhasse corpo, Medeiros o levou à sala do assessor Eudes Carneiro. O Medeiros disse o seguinte: ‘Irmar, o que o Eudes acertar está acertado’.”

Era o prenúncio do achaque. O mecânico conta que estranhou o comportamento de Eudes. “Ele pediu que a gente desligasse os celulares.” Era a iminência do achaque. Em seguida, ele pediu 1 milhão de reais para liberar o registro do sindicato.”
(…)

Leia a íntegra na reportagem da revista impressa. VEJA traz também uma entrevista com Irmar, de que reproduzo um trecho:

(…)
O senhor fala em esquema, o que sugere que seu caso não foi o único.
Vários sindicatos foram extorquidos, mas o pessoal tem medo de aparecer. Há outros sindicatos que também foram vítimas disso, que aceitaram pagar propina.

O senhor denunciou a mais alguém a corrupção no ministério?
Na época eu mandei carta para o presidente Lula. Mandei agora para a presidente Dilma, mandei para a Advocacia-Geral da União. Avisei o governo em fevereiro. Falei para todos que um dia a casa ia cair no ministério.
(…)

23 de maio de 2012
Reinaldo Azevedo