"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 26 de março de 2013

QUANTA SENSIBILIDADE!!!


(...)
Para que os craques do desperdício (e a montanha de malas atulhadas de mercadorias italianas) circulassem com conforto e segurança, foram alugados um carro blindado de luxo, sete veículos sedan com motorista, quatro vans executivas com capacidade para 15 assageiros, um microônibus, um caminhão-baú e dois furgões.
Esse colosso sobre rodas fez a gastança subir para mais de meio milhão de reais. Uma casa popular custa cerca de R$ 60 mil. Dilma e seu bando torraram quase dez numa única viagem.



A diária da suíte Via Veneto (foto) custa R$ 7.300
 

 
Uma das casas destruídas pelas chuvas em Petrópolis, onde 33 pessoas morreram soterradas. Nenhuma das 6 mil casas prometidas em 2011 foi construída até agora.
 
26 de março de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




26 de março de 2013

A SIMPATIA INTERESSADA DOS BRICS

 

Simpatia no vocabulário nem sempre é sinal de atos de amor. Em se tratando da diplomacia, e especialmente da diplomacia comercial que sempre ronda os encontros oficiais entre governos, muito menos.
 
Pois, uma sequência de palavras e expressões que nos inspiram sentimentos muito simpáticos estão novamente sendo usadas durante a 5ª reunião de cúpula dos países do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que ocorre na cidade sul-africana de Durban, nestes dias 26 e 27.
 
Uma enorme e variada quantidade de organizações da sociedade civil desses cinco países tem expressado suas preocupações com a simpatia vocabular expressa neste encontro dos BRICS, que leva o nome de “Os BRICS e a África: parceria para o desenvolvimento, integração e industrialização”.
 
Temem que por trás de toda essa simpatia estejam os interesses de corporações, principalmente brasileiras e chinesas, que precisam justificar politicamente seus planos de expansão para acessar os recursos naturais ainda imensos da África. Uma espécie de simpatia interessada para explorar a natureza presente nos 54 países africanos, usando a África do Sul como porta de entrada.
 
Assim, centenas dessas organizações, que se reúnem no evento “BRICS desde abaixo”, ou os “BRICS por seus povos”, desconfiam que, em verdade, esteja sendo colocado em marcha um plano dos BRICS para ocuparem um novo papel na geopolítica internacional.
 
Avaliam que, em decorrência de mais uma crise de acumulação capitalista iniciada nos EUA e que não para de bater às portas da Europa, os BRICS tenham vislumbrado a oportunidade de se encaixar de forma mais firme e sistemática nas franjas de uma ordem internacional ainda chefiada por Washington e, subsidiariamente, pela Europa. E a forma de fazê-lo seria explorando ainda mais intensamente a África.
 
Assim, usando e abusando da imagem simpática que os vocábulos encarnam, querem investir em tudo ao mesmo tempo: de hidrelétricas e usinas atômicas a rodovias, passando por portos, grandes infraestruturas de mineração e plantations de grãos e oleaginosas variados para produzir combustível agrícola “verde”, e fazer desta uma forma de encontrar soluções de mercado para a crise climática global.
 
Ou seja, implementando a versão século 21, ecologicamente correta, do velho e convencional modelo de acumulação baseado no intensivo uso de recursos públicos para explorar e exportar natureza sob variadas formas, com pouca atenção à legislação ambiental e praticando muita violação de direitos humanos para apressar o ciclo de conclusão de projetos e, assim, realizar lucros no mais curto espaço de tempo.
 
Claro que nada disso está escrito dessa forma em qualquer documento oficial da 5ª Cúpula dos BRICS – afinal, transparência de intensões não é o forte de nenhum dos BRICS, como, aliás, de nenhum governo nacional. Mas, após monitorar durante décadas os impactos causados por projetos de infraestrutura econômica em seus próprios países, está claro para essas organizações da sociedade civil quais são a natureza dos movimentos oficiais e os objetivos escondidos atrás deles.
 
O tempo mostrará se os BRICS apostam de fato em alguma novidade ou se se limitam a fazer apenas mais do mesmo.

26 de março de 2013
Carlos Tautz, jornalista, é coordenador do Instituto Mais Democracia – Transparência e controle cidadão de governos e empresas.

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




26 de março de 2013

ESCALAS DE DILMA NO EXTERIOR CUSTARAM R$ 433 MIL AOS COFRES PÚBLICOS

 

A gastança da comitiva de Dilma Rousseff em Roma, onde ficou três dias para um encontro de meia hora com o Papa Francisco não foi uma exceção. É o que comprova a reportagem publicada pela BBC Brasil nesta segunda-feira.
Só durante uma escala de duas horas em Praga, em abril de 2011, a presidente e seus acompanhantes gastaram R$ 75.000,00. Ou seja, R$ 625,00 por minuto.


João Fellet

Escalas em viagens internacionais da presidente Dilma Rousseff em que ela não teve compromissos oficiais e, em alguns casos, realizou passeios turísticos custaram R$ 433 mil aos cofres públicos.

O valor inclui despesas apenas com hospedagem e diárias em visitas a Atenas (Grécia), Praga (República Tcheca) e Granada (Espanha), que ocorreram durante escalas de viagens de Dilma e sua comitiva à Ásia.
 
Em nota, a assessoria da Presidência disse que as visitas da presidente a Atenas, Praga e Granada foram “escalas obrigatórias de caráter técnico”, programadas conforme os limites de autonomia do avião presidencial.
 
Dados do Ministério de Relações Exteriores obtidos pela BBC Brasil por meio da Lei de Acesso à Informação revelam ainda que as 35 viagens presidenciais em 2011 e 2012 custaram R$ 11,6 milhões.
Desse montante, R$ 7,8 milhões se referem a gastos com hospedagem e R$ 3,8 milhões a despesas com diárias, item que inclui alimentação e transporte.
Os valores incluem também gastos com a preparação das viagens.
 
A viagem sem compromissos oficiais de Dilma mais cara, ao custo de R$ 244 mil, foi para Atenas, em abril de 2011. A presidente e sua comitiva passaram uma noite na capital grega antes de prosseguir para a China.
 
Na ocasião, ela visitou o Partenon, um dos principais pontos turísticos do país, e fez visita de cortesia ao então premiê George Papandreou. Interpelada por jornalistas, ela se recusou a responder perguntas, dizendo estar “a passeio”.
 
Na volta da viagem à China, Dilma parou em Praga. A escala, que durou duas horas, custou R$ 75 mil.
 
Em março de 2012, a presidente voltou a fazer escala prolongada em viagem à Ásia. Antes de ir à Índia para uma cúpula dos Brics, ela passou por Granada, cidade turística no sul da Espanha.
Acompanhada pelos ministros Aloízio Mercadante (Educação) e Antonio Patriota (Relações Exteriores), Dilma visitou a Alhambra, complexo de palácios de arquitetura mourisca considerado patrimônio da humanidade pela Unesco.
 
A viagem, que durou cerca de sete horas, custou R$ 89 mil. Os gastos da comitiva que acompanhou o ministro de Relações Exteriores somaram outros R$ 24,5 mil.
 
Marrocos e Jordânia - A primeira lista que o Itamaraty enviou à BBC Brasil com gastos de todas as viagens presidenciais continha ainda despesas em Marrakech (Marrocos) e Amã (Jordânia), ocorridas entre março e abril de 2012, mesmo período da viagem de Dilma à Índia.
 
Após a Presidência ser avisada da reportagem, o ministério enviou nova tabela, excluindo as despesas nas duas cidades. O órgão não explicou a mudança. A presidente, no entanto, não visitou os dois países.
 
A assessoria do Planalto não respondeu que critérios nortearam a composição da comitiva presidencial nas escalas em Atenas, Praga e Granada e nem por que Dilma foi acompanhada por ministros em passeios turísticos.
 
Segundo a assessoria de Dilma, as escalas não foram incluídas na agenda oficial porque apenas o local de partida e o destino final das viagens presidenciais são registrados.
 
O órgão afirma ainda que a presença da presidente em qualquer ponto do Brasil ou do exterior, independentemente do tempo de permanência, “deve ser precedida por equipes com profissionais responsáveis por garantir sua segurança e o atendimento das necessidades da comitiva, o que explica a ocorrência de despesas com essas equipes técnicas”.
 
Na semana passada, os gastos da viagem de Dilma a Roma para a posse do papa Francisco geraram críticas e pedidos de explicação entre opositores. A visita, que custou R$ 324 mil, durou três dias.

Outras viagens presidenciais tiveram custos muito mais elevados. Em dezembro de 2011, uma visita de Dilma a Paris que também durou três dias custou R$ 1,23 milhão. A presidente se hospedou com sua comitiva no hotel Bristol, um dos mais luxuosos da capital francesa.
 
A viagem de Dilma a Londres durante as Olimpíadas, em julho de 2012, custou R$ 1,08 milhão. Em setembro de 2011, uma visita a Nova York durante a Assembleia Geral da ONU custou R$ 917 mil, gasto ligeiramente superior a visita à mesma cidade no ano passado (R$ 884 mil).
 
Em suas viagens, Dilma tem optado por pernoitar em hotéis, evitando se hospedar nas casas de embaixadores brasileiros.
 
A viagem mais barata da presidente, em junho de 2011, foi para Assunção, capital paraguaia. A visita, durante cúpula do Mercosul, durou um dia e custou R$ 84 mil.

26 de março de 2013
Augusto Nunes

A MATA ATLÂNTICA E OS CICLOS DA VIDA

A Mata Atlântica e os Ciclos da Vida – 1

 

O Filme

Já que o filme foi pirateado pelo Youtube você fica com a opção de assisti-lo aqui, no site do autor
 
A Mata Atlântica e os Ciclos da Vida – 2

O Texto

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Foto FLM
 
A pedido de telespectadores reproduzo o texto do roteiro do documentário A Mata Atlântica e os Ciclos da Vida que filmei em 2006 e acabei de escrever em 2007
 
Mata Atlântica. Peça fundamental do sistema de reciclagem da atmosfera terrestre. Avó das florestas do mundo, resistiu a duas eras glaciais. Cobria grande parte do litoral atlântico das Américas Central e do Sul. Hoje está reduzida a oito por cento do que já foi.
Sua beleza misteriosa remete à idéia de paraíso perdido. Parece a Terra antes que o homem começasse a modificá-la. Mas, é preciso resistir ao mito! Viver é muito perigoso! Viver sempre foi muito perigoso!
 
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Foto João Lara Mesquita
(…)
Neste cenário intrincado, onde se deixar ver quase sempre significa a morte, não se vêm coisas; só se vê movimentos. Mas, aí começa o problema: para crescer e se multiplicar, é preciso se mover…
(…)
Quando chega a primavera, o macuco sente a necessidade de atrair um parceiro para a procriação. Mas o chamado para perpetuar a espécie é o mesmo que atrai o predador que pode acabar com ela.
Do outro lado da floresta ele provoca uma resposta. É o anuncio do inicio de uma marcha que nenhum risco poderá deter. Aqui, segurança é sinônimo de imobilidade e silêncio. Mas o instinto de perpetuação da espécie é mais forte que o de preservação. Assim, o chamado vai ser retomado e respondido num longo diálogo que orientará a travessia da floresta pelos dois macucos e por seus predadores, até o encontro final entre dois deles.
 
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(…)
Mas nossa história começa muito longe daqui. Os primeiros sinais de vida na Terra registram-se há cerca de 3 bilhões de anos. Onze bilhões já se tinham passado desde a grande explosão que criou o Universo.
Em algum momento desse passado distante, a vida se divide em duas correntes de desenvolvimento. Uma, segue o caminho das proteínas e gera o mundo móvel dos animais, de onde vem o Homo sapiens. Hoje, seis e meio bilhões deles tentam viver do planeta Terra…
Outra toma a forma dos carboidratos e dá origem ao reino menos móvel das plantas. A certa altura, elas ganham os frutos e as flores. E isso sela o casamento entre o mundo animal e o vegetal.
 
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Entram em cena os “agricultores alados” ocupados em trocar néctares e frutas pelo transporte de sementes e pólen. E então, as florestas cobrem o mundo e aceleram a reformulação da atmosfera terrestre.
Nós mesmos só passamos a existir porque as florestas fabricaram um ar que podemos respirar e que nos protege dos efeitos mortíferos da luz não filtrada do Sol.
A Mata Atlântica não está onde está por acaso. Cresce por baixo deste grande regador de Deus que é permanentemente alimentado pelo ar úmido que vem do mar. Este ar bate na serra, sobe, condensa-se com a temperatura mais baixa e volta em forma de chuva.
(…)
 
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Existem mais tipos diferentes de formas de vida aqui do que em todos os outros ambientes da Terra.
Por que?
A floresta é um organismo vivo. Nada, aqui, é igual ao que foi ontem. Tudo está em evolução…
É a luta pela luz que molda o mundo vegetal. Nesta região de vales e montanhas, com faces apontadas para todos os quadrantes, há um regime de incidência de luz diferente quase para cada metro quadrado de chão.
Isso cria diversos “nichos de mercado” que exigem das plantas diferentes estratégias de captação.
 
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Foi através de ensaio e erro, adaptação ou morte, que cada tipo de vegetação aprendeu a encontrar a configuração adequada ao seu lugar na floresta. A longo prazo, esse esforço de adaptação foi conduzindo a novas espécies.
Os gigantes da Mata Atlântica precisam da luz direta do sol. Por isso, aprenderam a investir toda sua energia no crescimento. Vão retas para cima, sem se preocupar com o desenvolvimento de galhos e folhas inúteis. Só depois de alcançar o dossel é que vão tratar de engrossar.
Tomando carona nelas estão as epífitas. Milhares de variações. Algumas têm sementes dispersas pelo vento. Outras são levadas de árvore em árvore pelos pássaros. Tudo isso — sua forma, sua localização e sua tática de reprodução — foi “aprendido” num longo processo de evolução.
 
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Na sombra do segundo andar, palmeiras e samambaias produzem folhas quase transparentes, umas por cima das outras. Assim, a luz que passa por uma é absorvida pela outra.
As trepadeiras buscam apoio em qualquer coisa que as leve para mais perto do Sol. Distribuem suas folhas de modo que uma não faça sombra sobre a outra e consigam captar luz a qualquer hora do dia.
Algumas plantas arbustivas produzem repelentes de insetos. Outras não. Investem na produção de folhas, sem se preocupar com estratégias de defesa. Deixam-se comer e produzem mais e mais folhas para substituir as estragadas.
 
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Lá no chão, grandes painéis são necessários para a captação da pouca luz que chega. Dispensadas de carregar peso, as rasteiras priorizam o armazenamento de água em caule e folhas com grande densidade de líquido.
As oportunistas, como embaúbas e bambus, têm sementes leves que se espalham por toda a parte. Havendo sol, germinam. Antes, aproveitavam a insolação das margens dos rios ou funcionavam como “cicatrizantes” dos “canyons de luz” abertos pela queda de grandes árvores. Com as derrubadas, estão cada vez mais presentes…
(…)
 
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A forma das árvores conta a história de cada trecho da floresta. O regime mais racionado dos espigões; o excesso de água das baixadas; os anos de seca ou de chuva abundante, ficam registrados nos meandros mais ou menos tortuosos dos seus galhos.
Plantas inclinam-se sobre o “vão livre” dos rios.
A queda de uma grande árvore, abrindo uma nova “janela de luz” no “teto” da mata, desvia o rumo anterior do crescimento de suas vizinhas.
Gigantes da floresta debruçam-se sobre as encostas para alcançar um buraco no dossel. São massas enormes que se deslocam; complicados jogos de peso e contra peso, o que requer amarrações especiais das raízes para que elas se mantenham equilibradas
 
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Como as pessoas, as plantas também ficam marcadas pela história de suas vidas e pelo ambiente onde ela transcorreu.
(…)
Com os demais seres vivos, também é assim: a necessidade e a floresta vão desenhando os animais que, por sua vez, vão redesenhando a floresta.
Necessidades de defesa; diferentes estratégias de alimentação e acasalamento levaram ao desenvolvimento de capacidades especiais de visão; à adaptação de formas e cores ao ambiente; a formas diversas de vocalização; ao desenvolvimento de aptidões físicas especializadas; ao domínio dos diferentes níveis da floresta por diferentes espécies animais.
 
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Nos beija-flores, o coração é quase um terço do peso total da ave. É o motor necessário para sustentar as altíssimas rotações em que essas pequenas máquinas funcionam.
Já Zabelês, guaçus, urus e macucos se adaptaram bem à vida no chão, onde encontram comida com mais facilidade. Neste ambiente cheio de obstáculos, o vôo passou a ser um recurso só para emergências. E o corpo dessas aves foi mudando…
O macuco é a ave que tem a menor relação entre tamanho do coração e volume do corpo. Mas, aqui embaixo, há ainda mais predadores que lá em cima. Assim, ele teve de se transformar num mestre da sutileza e do cuidado.
Estudos indicam que até o seu pio pode ter sido alterado, ao longo da evolução, para aumentar seu arsenal de medidas defensivas. Hoje, ele se propaga de tal forma que só outro macuco consegue localizar, com precisão, de onde ele partiu. É mais um poderoso recurso para despistar seus predadores.
 
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(…)
Plantas ou animais, a lei é a mesma: adaptação ou morte. Assim, foi sendo estabelecido quem viveria em que parte da floresta. O chão é dos muito atentos ou dos muito fortes. O nível médio — a vida no labirinto dos troncos e dos galhos — requer agilidade e leveza. Lá em cima, no mundo das extremidades flexíveis das folhas e dos frutos, “braços extras” precisaram ser desenvolvidos. E os predadores de cada grupo, em processo paralelo de evolução, foram adaptando seu porte e suas aptidões para continuar atuando sobre eles.
(…)
Outro recurso que não se despreza, no permanente desafio da luta pela vida na Mata Atlântica, é a escuridão. É à noite que a floresta ferve na busca de sexo e comida pela maior parte dos seus habitantes. Todos desenvolveram visão noturna melhor que a do homem. Mas, como conseguem se orientar quando a escuridão é total?
 
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O chão da floresta é todo cheio de caminhos. Alguns animais usam sempre os mesmos, de dia e de noite. Eles passam diariamente por eles e vão limpando o trajeto de pequenos obstáculos. Esses “carreiros” passam também a ser “trilhas de cheiro”, através das quais eles podem se orientar no escuro.
Mas o que será que acontece no pânico da fuga? Eles fogem pelos carreiros ou a descarga de adrenalina dispara corridas cegas pela noite, aos trancos e barrancos?
Mistérios da Mata Atlântica…
Mas, nem todos estão suficientemente aparelhados para enfrentar a escuridão. Quando a noite cai, o macuco trata de buscar proteção.
É o momento em que todos se manifestam, para marcar território.
 
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Como todo mundo, na natureza, o macuco leva uma vida de fugitivo. No poleiro, evita até evacuar para não denunciar sua posição. E precisa mudar de endereço constantemente.
Lá no alto, sua segurança é relativa. Aqui todos os predadores sabem subir em árvores. Assim, pode-se até fazer barulho por baixo do poleiro sem que o macuco reaja. Mas, qualquer toque na árvore desencadeia a fuga…
(…)
Na sombra do chão da floresta a oportunidade de reprodução das plantas pode levar muito tempo… Por isso, muitas evoluíram para armazenar energia em torno de suas sementes, desenvolvendo frutos polpudos. Essa polpa não tem papel direto no processo de multiplicação da planta. Serve só para prolongar a vida das sementes até que encontrem as condições ideais de germinação e também para atrair os animais que vão carregá-las para pontos mais distantes.
 
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Só as plantas de sementes leves, “aero-transportáveis”, reaparecem nas matas que não têm contato direto com matas mais antigas. As de sementes pesadas não conseguem mais migrar até elas. Por isso correm maior risco de extinção.
(…)
Por baixo do que está à vista, existe um outro mundo de enorme diversidade. Alem dos milhões de bactérias invisíveis, existe mais variedade de fungos aqui, do que todas as plantas da Mata Atlântica e dos outros biomas brasileiros somados. Eles são formas de vida super especializadas. Cada grupo ocorre apenas em um determinado segmento da planta.
 
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Há também os especialistas em decomposição. Mas, a maioria dos fungos ajuda as plantas a viver e se proteger. Eles são atores coadjuvantes essenciais a todas as funções vitais da planta.
Pode estar neles o segredo da longevidade ou a solução para inúmeras doenças ainda incuráveis.
(…)
A fome impõe disciplina ao mundo animal. Como os que estão sendo caçados só continuam a existir porque sabem fugir dos que os estão caçando, não há almoço grátis… Também na natureza, é preciso trabalhar muito para comer. E quem fracassa por muitos dias nessa tarefa, vai enfraquecendo até se transformar num candidato preferencial a ser caçado. Caçar e ser caçado está no código genético de todos os seres vivos; o homem inclusive…
 
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A evolução tratou de atrelar a capacidade de multiplicação de cada animal à sua posição na cadeia alimentar. Na base estão os mais caçados. São os que produzem as maiores proles e também os mais “descuidados” com a sua proteção. Já, os animais com baixa taxa de multiplicação tendem a ser os mais esquivos. Como as pacas, que só saem de suas tocas nos períodos de mais completa escuridão.
(…)
Morte e transformação: é esta a essência da receita da vida. Existe uma cadeia alimentar, da qual todos os seres vivos fazem parte. É ela, que mantém as populações em equilíbrio. Os organismos produtores, as plantas, fabricam seu próprio alimento. Os consumidores, herbívoros ou carnívoros se alimentam de plantas ou de outros animais.
 
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Existem os carnívoros secundários, os terciários e adiante, que se alimentam, até, de outros carnívoros. E acima de todos, junto com os porcos e as aves de rapina, estamos nós, os onívoros, que comemos tanto organismos produtores quanto consumidores.
À espera de todos, estão os decompositores. Insetos, bactérias e fungos que desagregam as moléculas que, um dia, compuseram os corpos destas plantas e animais mortos. Eles as devolvem à terra para que possam ser reabsorvidas por plantas e animais vivos.
(…)
Nada se perde; tudo se transforma.
 
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Em ação paralela, os componentes inertes do sistema estão passando por processos de reciclagem que vão transformá-los em elementos que poderão ser utilizados na continuação da vida. Cada pequeno córrego que corta a grande muralha da Serra de Paranapiacaba é um ramal do sistema de captação das águas produzidas pelos ciclos de evaporação e chuva que sustentam a exuberância vegetal da Mata Atlântica.
O trabalho persistente da água roçando a terra vai comendo barrancos, solapando raízes, derrubando árvores e, aos poucos, escavando o perfil geológico da floresta. É através deles que vai começar a corrida dessas águas em direção ao mar. Ela mói e carrega, ano a ano, pedras, terra, restos de vegetais e animais, que alimentam outros seres vivos ao longo do caminho. Depois de descer a serra, esses detritos, reduzidos a pó, vão abastecer os oceanos de nutrientes para o fitoplâncton, elo primário da cadeia alimentar. E todo o ciclo recomeça…
 
São Sebastião Unit, Brazil.
 
Tudo acaba sendo reduzido às mesmas partículas essenciais, que se articulam e rearticulam de infinitas maneiras. Isso quer dizer que alguns átomos de carbono que compõem a pele desta mão podem, algum dia, ter feito parte de uma folha, da carcaça de um dinossauro ou até mesmo de uma pedra…
Um dia, esta mesma pele vai voltar para a terra, para ser transformada em alguma outra coisa.
Sem estes ciclos de transformação e reciclagem o planeta se transformaria numa grande lata de lixo.
(…)
Não é só a Mata Atlântica. Tudo à nossa volta está em evolução. Os próprios continentes já andaram navegando pelo globo…
 
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O sertão, de fato, já foi mar, e o mar já foi sertão. O que um dia foi trópico hoje está próximo dos pólos. O Norte já foi Sul e o Leste já foi Oeste…
Mata Atlântica, campos, cerrados, hiléia amazônica, tundra canadense, desertos da Mongólia; tudo é uma coisa só. E a própria Terra está inserida num grande “ecossistema” intergaláctico, onde cada peça é essencial ao equilíbrio do todo.
(…)
A criação dos macucos começa entre os meses de agosto e novembro. É o início da primavera, quando a oferta de comida aumenta muito. As primeiras chuvas rápidas começam a devolver a cor à mata. Com a seca, termina também o silêncio dos meses do outono e do inverno. A floresta vai se encher de cantos diversos, anunciando a temporada de acasalamento.
 
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Depois daquela travessia tão cheia de perigos, aquele namoro, que começou lá naquela primeira troca de pios, termina num momento sublime.

O canto de trêmula satisfação da fêmea
recém coberta, que ficou para traz…
(…)
A floresta está toda dividida em territórios delimitados. Existe uma espécie de lei econômica que rege a sua ocupação pelos diferentes animais e plantas. Pássaros, répteis e mamíferos de todos os tamanhos convivem numa mesma área, em grupos contados de machos e fêmeas. As quantidades são estabelecidas pela disponibilidade de comida e pelas táticas de reprodução. Qualquer invasor da mesma espécie que entre em território alheio é rechaçado de imediato…
 
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O direito de procriar é exclusivo dos mais fortes. Para garantir trocas genéticas, as crias de cada espécie se misturam às dos territórios vizinhos para formar novas famílias.
Menos de 30 hectares podem bastar para uma família de macucos. Outros mamíferos e predadores ocupam territórios maiores, sobrepostos aos dos pássaros e animais de menor porte…
Uma irara pode requerer um território de caça de mais de 20 km². Já uma onça pintada, o maior predador das Américas, pode andar mais de 40 km, numa única noite, atrás de presas e parceiros.
(…)
Em ambientes ecologicamente saudáveis, o aumento da população de uma espécie aumenta também o número de seus predadores.
 
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Esse mecanismo, que condiciona o tamanho das populações à capacidade da área em que elas vivem de repor, num ciclo anual, o que é necessário para sustentá-las, é que define o conceito de sustentabilidade.
(…)
O ato do acasalamento do macuco é apenas o prenúncio dos mais de 40 dias de pesadelo que vão se seguir.
Para aumentar as chances de perpetuação da espécie, é o macho que choca os ovos. Depois de construírem o ninho juntos, a fêmea sai a procura de um novo parceiro para garantir mais uma postura. Ele vai permanecer 19 dias sobre os ovos, saindo apenas uma vez por dia para se alimentar. Nos últimos dias, nem isso vai fazer. E durante esse tempo todo, vai ficar exposto, dia e noite, aos predadores. E, as ameaças serão muitas…
 
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Qualquer contato visual ou movimento suspeito muito próximo fará com que ele abandone definitivamente o ninho.
Se sobreviverem, entre o 19º e o 20º dia, os ovos serão picados e os filhotes nascerão.
Na ultima noite, o quarto filhote finalmente pica o ovo e sai da casca. Agora a família está completa. Mas o perigo será redobrado.
O esforço da procriação impõe um reforço na alimentação. Por isso, de insetos a carnívoros, a ação predatória chegará ao auge neste período em que pais e filhotes estão mais vulneráveis. Ninguém é poupado…
Agora vão ser mais 20 dias no chão, numa corrida contra o relógio, até que os filhotes cresçam o suficiente para conseguir voar, ainda que seja até um poleiro baixo. Se algum deles falhar nesse primeiro vôo, dificilmente sobreviverá.
 
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(…)
Até há 60, 70 anos, ainda sobrava Mata Atlântica bastante para que a chegada de bandos de milhares de jacutingas que migravam todos os anos entre o Sul da Bahia e o Norte da Argentina fizesse parte do calendário de festas de diversas populações do litoral brasileiro.
Como vinham fazendo há 50 milhões de anos, elas acompanhavam as temporadas de produção das diversas fruteiras do mato que, com as variações de latitude e temperatura, cobriam o ano inteiro.
Hoje, com a Mata Atlântica confinada a pouco mais que trechos da Serra do Mar de São Paulo e Paraná, as jacutingas estão limitadas a migrações entre o nível do mar e o Planalto, onde as variações de altitude e temperatura distribuem o período de frutificação por alguns meses do ano. Podemos ser a ultima geração a conviver com elas…
 
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(…)
O resto da criação vive das florestas e trabalha para a sua manutenção. O homem vai na direção contrária. Nunca houve o “bom selvagem”. O que a ciência indica é que há 4 mil gerações, o fogo tem sido o principal instrumento de interação entre o Homo sapiens, ele próprio um produto das savanas, e as florestas.
Há apenas 13 mil anos, nossos ancestrais estavam domesticando as 12 espécies vegetais e 5 animais com as quais, até hoje, atendemos mais de 80% das nossas necessidades. Desde então, vimos empurrando tudo o mais que vive no planeta para abrir espaço apenas para aquilo que elegemos para nos sustentar.
 
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A penicilina foi o golpe de misericórdia. Libertou-nos de vez da lei de seleção natural. A partir daí, o homem passou a se multiplicar nas proporções de uma praga. E cada nova vitória da medicina piora a situação.
É este o grande paradoxo da condição humana: quanto maior o sucesso do nosso desempenho como espécie, maior será a ameaça que pesará contra a continuação desse sucesso.
Não há respostas fáceis para esse dilema. Com ou sem um discurso “verde”, o problema ambiental é cada um de nós. É o espaço que ocupamos no planeta, usurpado de todos os outros seres que, junto conosco, atravessaram os milênios e venceram as infinitas armadilhas da evolução, para conquistar o direito de continuar vivos, aqui e agora.
 
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Na crescente solidão da paisagem uniforme de que nos vamos cercando, temos trabalhado como loucos para destruir o sistema que tornou a nossa própria existência possível.
Mas romantismo e ações policiais pouco poderão fazer para reverter esse quadro. Os abatedouros industriais e a comida sem sangue dos supermercados não anulam a nossa condição essencial, de presas e predadores que continuamos fazendo parte da mesma cadeia alimentar que sempre amarrou uns aos outros todos os seres vivos e vem sustentando a renovação dos ciclos da vida.
Mas nós somos, também, o único animal que pode mudar o seu próprio destino…
 
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Para que possa frutificar, esse nosso propalado amor à natureza tem de ser integralmente consumado. Temos de nos reeducar para voltarmos a ter intimidade com aquilo que resta dessa natureza essencial. Temos de reviver o ritual da nossa relação orgânica com o resto da criação. Temos de reaprender com ela a aplicar mecanismos econômicos para induzir a distribuição de espaço e populações de forma sustentável.
Talvez isso nos de tempo para negociar com ela algum tipo de reconciliação, antes que ela nos imponha a sua própria solução, com a força e a indiferença daquilo que é eterno.
(…)
 
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No pouco que resta do mundo como Deus o fez, as coisas seguem sendo como nunca deixaram de ser. Na disputa por um lugar num espaço que sempre foi limitado, cada vitória tem de ser arrancada dos braços da morte, e requer o uso de aptidões conquistadas durante milênios de evolução.
Mais uma vez testadas, essas aptidões filtraram a nossa família de macucos, até que sobrassem apenas os mais preparados.
Agora, tudo recomeçará, cada um por si, como foi desde sempre, e como continuará sendo, se sua majestade o homem assim o permitir.

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26 de março de 2013
in vespeiro

BARBOSA NEGA MAIS PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DE RECURSOS DE RÉUS DO MENSALÃO

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, negou os pedidos dos advogados do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e do empresário Ramon Hollerbach, para que os prazos de apresentação de recursos contra a decisão da Ação Penal 470, o processo do mensalão, fosse ampliado.



Condenado a dez anos e dez meses de prisão por formação de quadrilha e corrupção ativa, Dirceu pediu ao STF que os votos escritos dos ministros no julgamento da ação penal fossem divulgados antes da publicação do acórdão. Na prática, o pedido de Dirceu, se aceito, resultaria na ampliação da data limite para a defesa recorrer da sentença, já que o prazo para a apresentação de recursos começa a contar a partir da publicação do acórdão, que tardaria mais a ser divulgado, caso a íntegra dos votos dos ministros tivesse que ser divulgada antes.

Os advogados de Hollerbach queriam a mesma coisa, pedindo a prorrogação por 30 dias da data limite para a apresentação de embargos de declaração. Ex-sócio do publicitário Marcos Valério, Hollerbach foi condenado a mais de 29 anos de prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, evasão de divisas e peculato (desvio e roubo de dinheiro público).

O embargo de declaração é um recurso rotineiro, apresentado ao juiz ou tribunal que emitiu uma sentença sobre a qual restam dúvidas, por qualquer uma das partes interessadas no processo. Normalmente, esclarecidas as dúvidas pontuais, a decisão judicial é mantida em sua essência e, se necessário, pequenos ajustes são feitos, esclarecendo os pontos obscuros.

Os advogados de Dirceu justificavam a necessidade de divulgação prévia dos votos com base na “complexidade da presente ação penal” e da “exiguidade do prazo” para a apresentação de embargos de declaração. Ao indeferir o pedido de Dirceu, o presidente do STF apontou que “os votos proferidos durante o julgamento da AP 470 foram amplamente divulgados, tendo sido inclusive transmitidos pela TV Justiça”.

Já ao negar o pedido de Hollerbach, cuja defesa também questionava a exiguidade do prazo legalmente previsto para a apresentação dos embargos de declaração, Barbosa insistiu que o julgamento da ação penal foi realizado em sessões públicas, com a participação dos interessados e transmissão televisiva.

“Disso decorre a inegável conclusão de que, embora o acórdão ainda não tenha sido publicado, o seu conteúdo já é do conhecimento de todos”, salientou. “Noutras palavras, as partes que eventualmente pretendam opor embargos de declaração já poderiam tê-los preparado (ou iniciado a preparação) desde o final do ano passado, quando o julgamento se encerrou”, concluiu o ministro.

26 de março de 2013
Alex Rodrigues (Agência Brasil)

METADE DO PLANETA PODE FICAR SEM ÁGUA ATÉ 2030

 


Sertão no mar – Na última sexta-feira (22), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que quase metade da população do planeta não terá acesso à água em 2030. O desperdício do recurso natural e as consequências das mudanças climáticas são as principais causas apontadas pelo representante da ONU.

O anúncio foi realizado durante um evento em comemoração ao Dia Mundial da Água, na sede da ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas destacou que a água é um recurso natural comum, de suma importância para o desenvolvimento sustentável, e que deve ser compartilhado por todos os países de forma responsável e sem desperdícios.

Ao longo do evento, Ban Ki-moon também chamou atenção para a escassez de água potável que já existe no mundo e para a falta de saneamento básico, já que 2,5 bilhões de pessoas no planeta não têm acesso a banheiro, e que 4.500 crianças morrem todos os dias, em decorrência da falta de água potável.

O representante das Nações Unidas também lembrou que 2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água, e que a economia do planeta tem sido afetada pela escassez do recurso natural, prejudicando a produtividade em todos os setores.

De acordo com os dados apresentados pelas Nações Unidas, em 17 anos, a demanda por água deverá superar a oferta em 40%, e as mudanças climáticas vão intensificar a falta do recurso. “Mudanças climáticas impactam a água. Por quê? O resultado das mudanças climáticas são secas mais longas, enchentes mais intensas e, portanto, impactos que afetam diretamente o sistema hídrico”, revelou Benedito Braga, Presidente do Conselho Mundial da Água da Organização das Nações Unidas à Rádio ONU.

A ONU vem promovendo a colaboração global de todos os setores por meio de suas agências. O Programa para o Desenvolvimento (PNUD) apoia um acordo político para a divisão de águas, como na base do rio Nilo. A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e a Comissão Econômica para a Europa (Unece) também estão empenhadas em projetos que envolvem o desenvolvimento sustentável.

(Do CicloVivo)
26 de março de 2013
 

BOM SENSO ZERO DO DEPUTADO "BIG BROTHER"

Inconformado com decisão do PSC, deputado “Big Brother” ameaça com radicalização em todo o País

 
É no mínimo absurda a declaraçERão do deputado federal Jean Wyllys (PSol-RJ), que diante da decisão do PSC de manter o pastor Marco Feliciano (SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) disse que os movimentos sociais em todo o País adotarão a radicalização. Considerando que o conceito de radicalização é absolutamente vago e amplo, ao mesmo tempo, em um país sério a declaração do ex-BBB seria considerada incitação à violência.
 
Como citamos em matéria anterior, os contrários à permanência de Marco Feliciano no comando CDHM conseguiram a proeza de reeleger o pastor, com antecedência, para mais um mandato parlamentar, o que acontecerá somente em 2014.
 
Ratificando o que foi largamente noticiado pelo ucho.info, o que se busca com esses protestos é criar uma plataforma político-eleitoral para uma minoria parlamentar que não consegue olhar o País como um todo e trabalhar em busca do bem comum. A aquiescência dos partidos com a tutela imposta pelo Palácio do Planalto faz com que o extremismo se transforme no único atalho que leva à sobrevivência política.
 
O Brasil enfrenta uma preocupante crise econômica que é puxada pelo descontrole da inflação, mas alguns políticos estão preocupados em criar exceções à regra, cuja flexibilidade é amplamente abrigada na Constituição Federal e no conjunto legal do País.
 
Imaginar que o Brasil tem solução é acreditar que todo ser humano que chega ao mundo foi trazido confortavelmente pela cegonha. É impossível caminhar rumo ao desenvolvimento com políticos tão despreparados e míopes quando o assunto é o interesse geral. Jean Wyllys, que pouco até agora como parlamentar, precisa de um espetáculo pirotécnico para garantir sua permanência em Brasília.
 
Quando o ucho.info afirma que os que protestam na Câmara dos Deputados contra Marco Feliciano são baderneiros financiados com o dinheiro público, muitos se revoltam e cobram explicações, as quais damos com base na lógica do raciocínio. Imagens gravadas nos corredores da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (26) mostraram manifestantes com faixas e bandeiras com a inscrição da União Nacional dos Estudantes, entidade que se ajoelha diante do poder e regularmente passa no caixa do Palácio do Planalto.
 
Enquanto isso, os brasileiros desembolsam quase R$ 1 bilhão por ano para que deputados federais ignorem os problemas do País, olhem apenas para seus interesses e transformem a Câmara em um lupanar de quinta em quintal de periferia.

26 de março de 2013
ucho.info

DECLARAÇÃO DE LULA SOBRE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA BEIRA AO CINISMO, DIZ ROBERTO FREIRE

 

Camisa de força – “O que Lula fala não se escreve”, ironizou o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), ao comentar a declaração do ex-presidente que, ao defender o financiamento público de campanha, afirmou que financiamento privado deveria ser considerado crime inafiançável.

“Em alguns momentos (Lula) beira ao cinismo; ele que tem estreita ligação com financiamentos espúrios, como o mensalão, com a corrupção e, atualmente, com lobby para empreiteiras vem a público com uma declaração como essa? É piada”, disse Freire.

Ele lembrou que em um primeiro momento da descoberta do Mensalão do PT, Lula pediu desculpas à nação e afirmou que aqueles recursos eram produto de caixa dois de campanha. “Não podemos nos esquecer de que ele é o maior beneficiário do esquema do mensalão”.

Segundo o presidente do PPS, o ex-presidente não tem responsabilidade em suas declarações, “que não são sérias”, e na maioria das vezes “caem no ridículo”. Lula, na avaliação de Freire, vive “um processo de decadência muito mais acentuado do que se imaginava”.

26 de março de 2013
ucho.info

QUE TAL SER UM DEPUTADO FEDERAL E GOZAR DE FANTÁSTICAS MORDOMIAS?

Quanto custa e o que ganha um deputado federal
 

Medidas anunciadas e promessa de reajuste salarial elevam custo de cada gabinete, em média, de R$ 122 mil para R$ 142 mil mensais. Confira quais são os atuais benefícios e como eles ficarão com as mudanças em curso na Câmara
Parlamentares têm direito a uma série de benefícios. Clique aqui para ampliar a imagem
Salário de quase R$ 30 mil por mês. Ajuda de custo para mudar para Brasília. Verba de aproximadamente R$ 30 mil mensais para pagar alimentação, pesquisas, aluguéis, combustível, consultoria. Até 25 funcionários, um gabinete, apartamento funcional com telefone liberado. Tudo isso e muito mais são os direitos e benefícios que cada um dos 513 deputados federais no Brasil tem à sua disposição para desempenhar suas atividades, como apresentar projetos, relatar outras propostas, votar, aprovar, rejeitar, fiscalizar o governo, apoiar o governo, representar a sociedade, ou a parte dela que o elegeu.
Como mostrou ontem (25) o Congresso em Foco, um deputado e seu gabinete custavam R$ 122 mil por mês até o início de 2011, quando o salário tinha acabado de subir para R$ 26.723,13. Mas, agora, com medidas tomadas no final da gestão de Marco Maia (PT-RS) e outras em curso na administração de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), um gabinete deve custar R$ 142 mil por mês.
O salário dos deputados deve subir para R$ 28 mil por mês, graças à PEC da Bondade, negociada pelos parlamentares com o aval de Henrique Eduardo Alves. O “cotão”, a verba multiuso que paga da refeição à passagem de avião, vai passar de R$ 29 mil por mês em média, para R$ 33 mil.
E o auxílio-moradia vai de R$ 3 mil para R$ 3,8 mil por mês. Quem não recebe o benefício geralmente mora em um dos 432 apartamentos funcionais que ficam na Asa Sul e na Asa Norte, áreas nobres de Brasília. O presidente da Câmara tem direito a residência oficial no Lago Sul. Com os aumentos em curso, a conta final para o contribuinte será de quase R$ 1 bilhão por ano.
Carandiru e Amarelinho
Os gabinetes funcionam nos anexos III e IV da Câmara. Os primeiros têm 33,7 metros quadrados, mas não dispõem de banheiro privativo. Pela falta de conforto, os deputados apelidaram o edifício de “Carandiru”. O anexo IV é aquele prédio amarelo de dez andares, ao qual se tem acesso pelo subterrâneo por meio de uma esteira rolante. Lá tem restaurante na cobertura e vários elevadores. Os gabinetes têm banheiro próprio e possuem de 39 a 40 metros quadrados.
Carro oficial não é como no Senado, onde cada um dos 81 parlamentares daquela Casa tem direito a um. Na Câmara, só 11 deputados têm esse benefício: o presidente, os outros seis membros da Mesa, como vice-presidente e secretários, o ouvidor-geral, o procurador parlamentar, a procuradora da mulher e o presidente do Conselho de Ética.
Quer saber mais? Veja a tabela com o levantamento completo aqui.
Tudo sobre verbas e cotas
26 de março de 2013
EDUARDO MILITÃO - Congresso em foco