"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

BARULHO POR NADA

 

A CPI do Cachoeira não serviu de antídoto nem dividiu o interesse pelo julgamento do mensalão, assim como os trabalhos no Supremo Tribunal Federal não têm interferido no curso das campanhas eleitorais.

Enquanto estas andam mornas, aqueles só fazem esquentar sem que se possa identificar uma conexão entre um fato e outro. Vistos nessa perspectiva, os temores do PT parecem tão infundados quanto o espalhafato feito em torno da alegada má-fé na marcação da data do julgamento em ano eleitoral.

A oposição, ao menos por enquanto, não levou o tema às ruas. Uma referência feita recentemente de maneira velada pelo candidato a prefeito de São Paulo, José Serra, lembrando que "nós" - o PSDB por suposto - "não precisamos defender a honra no Supremo", poderia ser facilmente rebatida com a lembrança de que mais dia menos dia o tucano Eduardo Azeredo precisará defender-se de acusação semelhante na Justiça de Minas Gerais.

Talvez por isso a oposição ande arredia em relação ao assunto ou quem sabe avalie que a situação não valha o esforço, uma vez que o PT não largou de maneira promissora nas principais capitais do País independentemente do curso do julgamento.

Para um partido há dez anos no poder central, com dois presidentes altamente populares e cujo projeto era de construção de hegemonia política conquistando todos os espaços disponíveis, o PT está se saindo pior que a encomenda nessas eleições municipais.

Em São Paulo fez uma escolha já assumida como equivocada. Até entre os adversários corre a constatação de que diante da alta rejeição a Serra e do peso (no mau sentido) representado por Gilberto Kassab, Marta Suplicy teria enormes chances de vitória.

Por essa avaliação, se o PSDB soubesse que Fernando Haddad estaria nessa altura empacado nas pesquisas não teria convocado José Serra à candidatura e poderia ter feito outra aposta.

Em Belo Horizonte, Patrus Ananias está distante do prefeito Márcio Lacerda, candidato do senador Aécio Neves, que só tende a se consolidar com o início da campanha na televisão. Na Bahia perde de longe para a retomada do "carlismo" representado em Salvador por ACM Neto, na dianteira desde o começo.

No Rio caminha a reboque do PMDB com o prefeito Eduardo Paes ensaiando uma vitória no primeiro turno e no Recife mantém uma liderança que pode ser ameaçada pela força do governador. Eduardo Campos inventou um candidato para não ficar refém das brigas internas do PT e já começa a fazê-lo competitivo.

Noves fora, se fracassar nas capitais o PT não poderá jogar a culpa no Supremo nem nos ecos do mensalão.

Fôlego. Roseli Pantoja, em cujo nome está registrada uma das empresas fantasmas utilizada pela construtora Delta, chegou à CPI sem advogado, sem habeas corpus, sem invocação ao direito de calar e mostrou como faz quem não deve.

O contraste evidenciou as razões do silêncio dos que a antecederam naquela cadeira e o depoimento dela deixa a CPI diante da impossibilidade de embromar ou de cumprir o roteiro já desenhado pelo relator de restringir as ações da quadrilha investigada à Região Centro-Oeste.

Quando se demonstra que uma das maiores empreiteiras do País com negócios em quase todos os Estados, tendo sido a maior contratada das obras do PAC, com direção sediada no Rio de Janeiro operava com empresas fantasmas, o imperativo é a ampliação das investigações e, sobretudo, a mudança de procedimento em relação aos depoentes.

A escolha é da comissão: ou dá uma viravolta ou estará marcada pela suspeita de que patrocina deliberada proteção à Delta e suas circunstâncias político-partidárias.

Memória. Hoje virou argumento de defesa, mas já houve um tempo em que caixa 2 era definido como "coisa de bandido" pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

16 de agosto de 2012
Dora Kramer, O Estado de S.Paulo

FRASE DO DIA


"Fica ruim para o ex-presidente FHC criticar seu sucessor Lula por fazer política. Parece coisa reacionária, atrasada, preconceituosa."


José Dirceu, réu do mensalão, rebatendo FHC, que criticou a participação de Lula nas campanhas municipais

16 de agosto de 2012

IMAGEM DO DIA

  • Próxima Foto
  • Estudantes de escola hindu olham para fora da janela da sala de aula em Katmandu, no Nepal
    Estudantes de escola hindu olham para fora da janela da sala de aula em Katmandu, no Nepal - Niranjan Shrestha/AP

    16 de agosto de 2012

    PICARETAGEM!!! PACOTE DE DILMA REEMBALA VELHAS OBRAS DO PAC

    Plano ‘reembalou’ obras antigas do PAC. Concessão da BR-040 e da BR-116, por exemplo, estava programada desde 2008. Não há rodovias novas

    
Presidente Dilma durante a cerimônica de anúncio do programa de concessões de Rodovias e Ferrovias
Foto: Agência Brasil / Wilson Dias
    Presidente Dilma durante a cerimônica de anúncio do programa de concessões de Rodovias e Ferrovias Agência Brasil / Wilson Dias

    O Programa de Investimentos em Logística anunciado na quarta-feira inclui concessões já previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas que nunca saíram do papel. A concessão das rodovias BR-040 e BR-116, por exemplo, estava prevista no PAC desde 2008. No início deste ano, os leilões foram prorrogados e, no mês passado, os editais entraram em audiência pública. Os contratos devem ser assinados entre março e abril de 2013, pela previsão divulgada ontem. Em rodovias, não há nenhum trecho novo de obras, só recuperação, duplicação e manutenção.

    Algumas ferrovias incluídas no pacote deveriam ser construídas pela estatal Valec e agora serão transferidas à iniciativa privada por meio de concessão. Deixaram de ser alvo de licitação da Valec para virar concessões os trechos entre Uruaçu (GO) e Campos dos Goytacazes (RJ) da ferrovia Transoceânica.

    De acordo com a Lei 11.772 de 2008, a Valec detém a concessão desse trecho, assim como do ramal da Norte-Sul entre Açailândia (MA) e Vila do Conde (PA), que também migra agora para a iniciativa privada em forma de Parceria Público-Privada, mas depende da aprovação pelo Congresso de uma proposta que altere ou revogue essa lei.

    O mapa dos investimentos previstos para o transporte
    No caso das ferrovias, o governo engrossou o pacote de concessões retirando de sua responsabilidade a construção de infraestrutura que seria bancada com recursos de estatais. Nas rodovias, fez apenas ajustes no atual modelo de concessão, que tem apresentado dificuldades para os investimentos deslancharem.

    Os modelos de concessões têm mudado muito no Brasil, que não possui um marco regulatório forte no setor. Em São Paulo, estado com as melhores estradas do país segundo avaliações independentes e o mais antigo programa de concessões, há o pagamento de outorgas, valores que vão para o governo estadual. Estes recursos são direcionados para novas obras de logística.

    Além disso, recentemente, o governo local obrigou que o vencedor de alguns trechos com pedágio mantenham rodovias regionalmente importantes — porém com menos movimento — sem cobrar taxas. Em geral, até por causa das outorgas, algumas bilionárias, os pedágios estão entre os mais caros do país.

    No governo federal, as concessões começaram em 1995. Os primeiros trechos, incluindo a Via Dutra, a Ponte Rio-Niterói, a Rio-Teresópolis e a Rio-Juiz de Fora, eram encarados como emergenciais, inclusive por serem locais onde ocorriam diversos acidentes. No modelo do governo Fernando Henrique Cardoso, a concessão era vista como uma questão de engenharia e, por isso, era obrigatória a presença de uma empreiteira nos consórcios.

    As melhorias foram sentidas de forma rápida com a recuperação das pistas, mas muitas obras importantes ainda não saíram do papel, como a duplicação da Dutra na Baixada Fluminense, ainda incompleta.

    No governo Lula, que concedeu estradas importantes, como a Fernão Dias, a Régis Bittencourt e a BR-101 entre Niterói e a divisa com o Espírito Santo, a concessão passou a ser vista como um serviço público. Assim, não era obrigatória a presença de empresas de engenharia. O modelo também foi mais simples, com a avaliação técnica dos consórcios após a definição do vencedor, de acordo com a menor proposta de pedágio.

    Mais de 30 consórcios participaram do leilão, o que levou a preços muito baixos. Mas o que barateou mesmo os valores foi o modelo de negócio, com muito mais praças de pedágio, o que significa que mais usuários das estradas pagam, porém valores menores que os do governo FH. Porém, muitos problemas ocorreram, desde a construção das praças de pedágio, que atrasou muito. Diversas obras fundamentais não saíram do papel.

    TCU impede assinatura de contratos

    A qualidade dos serviços e das estradas também ficou inferior às privatizadas no primeiro leilão federal e às paulistas, segundo estudos de entidades independentes. O novo modelo de Dilma, de acordo com o anunciado ontem, tenta corrigir esta falha do investimento: a cobrança do pedágio só seria autorizada depois que 10% das obras estiverem concluídas.

    Questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU), que ajudaram a atrasar o processo de concessão das rodovias BR-040 e BR-116, impedem agora a assinatura dos contratos de concessão da BR-101 no Espírito Santo até a Bahia, cujo leilão ocorreu em janeiro. Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgado este ano mostrou também falhas nas concessões de rodovias feitas em 2007, no governo Lula.

    No fim do ano passado havia 38 problemas referentes ao atendimento parcial dos parâmetros de desempenho previstos no Plano de Exploração Rodoviária (PER) na fase de trabalhos iniciais em seis das sete concessões feitas. Entre essas estradas estão a Régis Bittencourt, em São Paulo; a Rodovia do Aço e a Autopista Fluminense, ambas no Rio.

    Essas rodovias começaram a cobrar pedágio sem terem cumprido as primeiras exigências do contrato, segundo a CGU. No modelo de concessões de rodovias anunciado ontem, o início da cobrança do pedágio pelo concessionário vencedor está vinculado ao cumprimento de ao menos 10% das obras previstas para os primeiros cinco anos de concessão.

    Dilma nega que pacote seja privatização

    Após a cerimônia de lançamento do programa de concessões para rodovias e ferrovias, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o pacote, que deverá ser ampliado para portos e aeroportos, não constitui medida de privatização.

    - Essa é uma questão absolutamente falsa, eu hoje estou tentando consertar alguns equívocos cometidos na privatização das ferrovias, hoje estou estruturando um modelo no qual vamos ter o direito de passagem de todos quantos precisarem de transportar a sua carga. Na verdade, é um resgate da participação do investimento privado em ferrovias, mas também o fortalecimento das estruturas de planejamento e regulação.

    De olho numa fatia considerável do bolo de investimentos que chega a R$ 80 bilhões para São Paulo, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou a defender Dilma das críticas de que o programa seja uma "privatização envergonhada".

    - O pacote anunciado hoje não é uma privatização envergonhada. A privatização é a venda de ativos. Na concessão o poder concedente é o governo, que traz a iniciativa privada por um tempo determinado. O governo Federal está no rumo certo. Sempre defendemos as concessões - defendeu Alckmin.

    A presidente Dilma destacou que um dos objetivos do programa é assegurar capacidade de planejamento na área de logística para ampliar a estrutura de transportes no Brasil, “compatível com o tamanho do país”.

    - Um país continental que não tem ferrovia, que usa suas estradas para transportar minérios, é um país que vai sucatear as estradas. Porque a ferrovia é compatível com o transporte de cargas altas. É importante que tenhamos ferrovias, é importante que conectemos - disse.

    Para a presidente, as medidas deverão evitar monopólios no controle dos transportes:

    - O que um operador independente vai fazer? Ele vai transportar a carga que achar necessária. Ninguém que é dono de uma carga pode controlar uma ferrovia, a ferrovia é de todos que querem passar carga, esse é o principio de quem tem rede.

    Dilma Rousseff afirmou que a intenção do programa é “reduzir o custo” do Brasil para permitir que o país cresça “numa taxa elevada, por um período longo”. Na visão da presidente, crescimento elevado seria em torno de 4,5% a 5%.

    - Isso é um processo que mexe com investimento e expectativa, nós esperamos estar construindo um ambiente adequado para o crescimento, agora, mas também no médio e longo prazo. Estamos olhando o investimento no curto, médio e longo prazo, este não é um programa de investimento que esteja desconectado do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ele está integrado ao PAC e faz parte de uma visão de médio e longo prazo.

    Segundo Dilma, a apresentação desta quarta-feira faz parte de um conjunto de apresentações. Nas próximas semanas haverá o lançamento do programa para portos, dos “grandes aeroportos” e de aeroportos regionais. Até meados de setembro deverá ser lançado o pacote de redução do custo da energia elétrica.

    Pacote vai ‘desatar nós’ e reduzir o custo Brasil, diz Dilma

    A presidente Dilma Rousseff disse que o programa de concessões para ferrovias e rodovias irá “desatar vários nós” da infraestrutura. Dilma destacou que os investimentos deverão diminuir o “custo Brasil”.

    - Temos de avançar na construção de um Brasil que, para continuar sendo justo, deve ter uma economia cada vez mais competitiva, com boa infraestrutura, com custo Brasil reduzido, porque o custo Brasil, hoje, é diferente do custo Brasil de 2003 que era o risco país de mil por cento. Um risco país que nós tínhamos que computar em todos os projetos de infraestrutura.

    Em seu discurso, Dilma aproveitou para mandar um recado aos servidores públicos em greve, de que a prioridade do governo é garantir emprego para aqueles “que não têm cobertura da estabilidade”. Do lado de fora do Planalto, um grupo de grevistas gritava palavras de ordem e usava cornetas para chamar a atenção.

    - Essa economia mais competitiva ela vai ter de ter custos mais baixos. Por isso que nós estamos olhando a questão da infraestrutura. Não é só porque é necessário que nós ampliemos os investimentos para assegurar os empregos da nossa população, principalmente a parte da população que não tem cobertura da estabilidade. Nós estamos fazendo esse programa também porque nós precisamos encontrar o caminho da construção de uma infraestutura que se porte e que se ofereça como sendo aquela mais módica possível.

    A presidente destacou o papel do setor privado nos investimentos:

    - Nós vamos reforçar a capacidade do Estado de planejar, organizar a logística, e compartilharemos com o seu o setor privado a execução dos investimentos e a prestação dos serviços (…) O nosso propósito com este programa e os que anunciaremos na seqüência para aeroportos e para portos é nos unirmos aos concessionários para obter o melhor que a iniciativa privada pode oferecer em eficiência, e o melhor que o Estado pode e deve oferecer em planejamento e gestão de recursos públicos, e mediação de interesses legítimos.

    Dilma Rousseff anunciou ainda a criação de uma empresa de planejamento e logística, que será criada por medida provisória.

    - Retomamos os investimentos com o Programa de Aceleração do Crescimento, em que pese a enorme lacuna existente no país no que se refere a planejamento, principalmente num país de dimensões continentais. Vamos readiquirir a capacidade de projetar, a médio e a longo prazo, um sistema de transporte eficiente e compatível com o desenvolvimento sustentável.

    16 de agosto de 2012
    Danilo Fariello, Vivian Oswald, Henrique Gomes Batista e Júnia Gama - O Globo

    NAS CEM MAIORES CIDADES DO PAÍS, 63,72% DO ESGOTO NÃO FOI TRATADO

     
    Estudo mostra que 8 bilhões de litros de esgoto são despejados por dia em rios e mares
    A universalização do saneamento básico, uma das principais promessas em período de campanha eleitoral, ainda está longe de ser alcançada no país. A última edição do levantamento Instituto Trata Brasil, divulgada nesta quinta-feira, mostrou que 63,72% do volume de esgoto gerado nas 100 maiores cidades do país, no ano de 2010, não passou por tratamento adequado. O total de resíduos despejados nos rios e mares, por dia, chegou, segundo a entidade, a cerca de 8 bilhões de litros, o que equivale ao volume de 3,2 mil piscinas olímpicas.


    A pesquisa apontou ainda que 40% da população das maiores cidades do país não têm acesso à coleta de resíduos, um total de 31 milhões de pessoas. No ranking de saneamento básico promovido pela entidade, a segunda cidade mais rica do país, o Rio de Janeiro ficou na 37ª posição, com um índice de coleta de esgoto de 70,12% da população. A capital fluminense ficou atrás de outras capitais como Brasília (11ª), Curitiba (12ª), São Paulo (18ª) e Salvador (32ª). Do total de 100 municípios consultados, um terço do total informou índices de coleta de esgoto superiores a 80% da população.

    Nas primeiras posições do ranking, com 100% de coleta de resíduos, estão Belo Horizonte (MG), Santos (SP), Jundiaí (SP), Piracicaba (SP) e Franca (SP). Outro um terço do total, por sua vez, apresentou percentuais entre 0% a 40%, como Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Belém (PA). A cidade de Niterói, que alcançou a 9ª posição no ranking, apresentou um índice de coleta de esgoto de 92,65% da população.

    A pesquisa apontou ainda que, em média, os 100 maiores municípios investiram em 2010 apenas 28% de sua receita em saneamento básico. A maioria deles, 60% do total, não investiu nem 20% de sua receita para ampliar a coleta de resíduos.

    O levantamento do Instituto Trata Brasil mostra um cenário diferente em relação à oferta de água tratada no país. Em 2010, 90,94% da população das maiores cidades do país tiveram acesso à água tratada, um total de 70 milhões de pessoas. O índice foi superior à média nacional, medida pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, do Ministério das Cidades, que foi de 81,1%.

    Na grande maioria das cidades pesquisadas, 89%, 80% ou mais da população é atendida com água tratada, tendo 20% delas oferta completa. No Rio de Janeiro, 91,16% da população tem acesso à água tratada. Em Niterói, o percentual chega a 100%.

    16 de agosto de 2012
    Gustavo Uribe - O Globo

    PROCURADORES CONSIDERAM ATAQUES DA GANGUE DE LUL A GURGEL INACEITÁVEIS

     Presidente do CNPG, Cláudio Lopes, abriu evento no Rio
     O presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), Cláudio Lopes, disse nesta quinta-feira que considera “inaceitável” os ataques feitos pelos advogados dos réus do mensalão ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, durante a fase de defesa dos réus.


    Cláudio Lopes ressaltou ainda:

    - Manifesto assim nossa plena e absoluta confiança e no trabalho realizado pelo Dr. Gurgel, que deve ser respeitado. Divergências processuais devem se ater às discussões fáticas e jurídicas e dispensar que descambem para um lado que não tem a ver com o objeto da lide, desvirtuando o verdadeiro foco da causa.

    Sobre a Proposta de Emenda Constitucional 37, que limita a atuação dos Ministérios Públicos, Cláudio Lopes declarou, durante a inauguração do congresso, que considera um retrocesso e uma afronta à democracia do país.

    - Repudiamos com veemência uma proposta de emenda constitucional que constitui uma verdadeira afronta à democracia. E o direito de segurança dos cidadãos, com famigerada PEC 37, a PEC da Impunidade, que, se aprovada, impedirá o Ministério Público de investigar e proteger a sociedade de eventuais desmandos e omissões policiais.

    Temos, no entanto, esperança que o bom senso prevalecerá no Congresso, o que rejeitará esta proposta. (...) Por sua vez, acreditamos que o STF, guardião da nossa Carta Magna, que já tem acenado de forma inequívoca quanto a esta questão, e, caso necessário, deverá se pronunciar, impedindo que este retrocesso sem precedente se consume.

    Durante o evento, serão firmados dois convênios. O primeiro será entre a Rede Judiciária Europeia e o CNPG, visando à agilização de informações entre autoridades e Promotores da Rede Europeia e os do Brasil, para facilitar as investigações. Já a Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, assinará um convênio com cada um dos MPs, para agilizar o encaminhamento de denúncias feitas ao Disque 100 para os Promotores da infância.

    16 de agosto de 2012
    Vera Araújo - O Globo

    ADORO SEPULCROS CAIADOS E LÁGRIMAS DE CROCODILO

     
    Eu adoro a estética da corrupção. Adoro a semiologia dos casos cabeludos sob suspeita, adoro a reação dos implicados, adoro o vocabulário das defesas, das dissimulações, as carinhas franzidas dos acusados na TV, ostentando dignidade, adoro ver ladrões de olhos em brasa, dedos espetados, uivos de falsas virtudes e, mais que tudo, lágrimas de crocodilo.

    Todos alegam que são sérios, donos de empresas "impecáveis". Vai-se olhar as empresas, e nunca nada rola normal, como numa padaria. As empresas sempre são "em sanfona", uma dentro da outra, en abîme , sempre têm holdings, subsidiárias, são firmas sem dono, sem dinheiro, sem obras, todas vagando num labirinto jurídico e contábil que leva a um precioso caos proposital, pois o emaranhado de ladrões dificulta apurações.

    Me emociona a amizade dentro das famílias corruptas, principalmente no Nordeste. Ohh, Deus! Lá, creio eu, há mais amor do que entre picaretas paulistas ou cariocas. Lá existe uma simbiose maior no parentesco, mais calor humano, mais "fio de bigode". São inúmeros os primos, tios, ex-sócios, ex-mulheres que assumem os contratos de gaveta, os recibos falsos, todos labutando unidos, como Ali Babás sincronizados. Baixa-me imensa nostalgia de uma família que não tenho e fico imaginando os cálidos abraços, os sussurros de segredo nos cantos das casas avarandadas, o piscar de olhos matreiros, as cotoveladas cúmplices quando uma verba é liberada pela Sudam em 24 horas, os charutos comemorativos; tenho inveja dos vastos jantares nordestinos, repletos de moquecas e gargalhadas, piadas, dichotes, sacanagens tão jucundas, tão "coisas nossas", tão "alagoas", que me despertam ternura pela preciosidade antropológica de imagens como a piscina verde em Canapi, a barriga de Joãozinho Malta (lembra m?), a careca do PC Farias e as sobrancelhas de Jader. Esses signos e símbolos muito nos ensinaram sobre o Brasil real.

    Adoro também ver as caras dos canalhas. Muitos são bochechudos, muitos têm cachaços grossos, contrastando com o style dos populares magros de seca, de fome, proletários chiques, elegantérrimos pela dieta da miséria.

    Todos acumulam as mesmas riquezas: piscinas, fazendas, lanchões, miamis, todos têm amantes, todos têm mulheres desprezadas e tristes, com filhos oligofrênicos, deformados pelas doenças atávicas dos pais e dos avós.

    Aprecio muito os bigodões e bigodinhos. Nas oligarquias, eles não usam a bigodeira severa de um Olívio Dutra, babando severidade, com um eco de stalinismo e machismo gaúcho, não. Os bigodes corruptos são matreiros, bigodes que ocultam origens humildes criadas à farinha d'água e batata-de-umbu, na clara ocultação de um acismo contra si mesmos, camuflando os ancestrais brancos cruzados com índios e negros, raquíticos por séculos de patrimonialismo.

    Também gosto muito do vocabulário dos velhacos e tartufos. É delicioso ver a ciranda das caras indignadas na TV, as juras de honestidade, é delicioso ouvir as interjeições e adjetivos raros : "ilibado", "estarrecido", "despautério", "infâmias", "aleivosias"...
    São palavras que ficam dormindo em estado de dicionário e só despertam na hora de negar as roubalheiras. São termos solenes, ao contrário das gravações em telefone, onde só rolam palavrões: "Manda a grana logo para o f.d.p. do banco, que é um grande *#@, senão eu vou #@** a mãe deste *#&@."

    Outra coisa maravilhosa nos canalhas é a falta de memória. Ninguém se lembra de nada nunca: "Como? D. Sirleide, aquela mulher ali, loura, popozuda, de minissaia? Não me lembro se foi minha secretária ou não".

    E o aparente descaso com o dinheiro? Na vida real, eles cheiram a grana como perdigueiros e, no entanto, se justificam: "Ihhh... como será que apareceu um milhão de reais na minha gaveta? Nem reparei. Ahhh... essa minha memória!..."

    Adoro também ver as fotos das placas da Sudam. Sempre aparece um terreno baldio com a placa da Sudam e o nome pomposo da empresa fantasma, onde, às vezes, ao longe, um burro pensativo pasta...

    E o objetivo "social" dos financiamentos da Sudam, da Sudene? Nunca é uma empresa para desenvolver algo; são ranários de 10 milhões, fabricas de componentes para piscinas, empresas de ursinhos de pelúcia, ou esta maravilhosa Usimar, que ia custar um bilhão de reais para fazer peças de carro, mais caro que três General Motors na caatinga.

    Amo também ver o balé jurídico da impunidade. Assim que se pega o gatuno, ali, na boca da cumbuca, ali, na hora da mão grande, surgem logo os advogados, com ternos brilhantes, sisudos semblantes, liminares na cinta, cínica serenidade de cafajestes e, por trás deles, vemos as faculdades malfeitas, as chicaninhas decoradas, os diplomas comprados.

    E logo acorrem os juízes das comarcas amigas, que dão liminares e mandados de segurança de madrugada, de pijama, no sólido apadrinhamento oligárquico, na cordialidade forense e freguesa, feita de protelações, desaforamentos,instâncias infinitas, até o momento em que surge um juiz decente e jovem, que condena alguém e é logo chamado exibicionista"...

    Adoro as imposturas, as perfídias, as tretas, as burlarias, os sepulcros caiados, os cantos de sereia, as carícias de gato, os beijos de Judas, os abraços de tamanduá.

    Adoro tudo, adoro a paisagem vagabunda de nossa vida brasileira, adoro esses exemplos de sordidez descarada, que tanto nos ensinam sobre o nosso Brasil.

    Sou-lhes grato pelas sujas lições de antropologia, verdadeiros "gilbertos freyres" da endêmica sem-vergonhice nacional.

    Só um sentimento me atormenta o coração: não sei porquê, também me passa pela cabeça a imagem dos corruptos chineses condenados e ajoelhados no chão, com o soldado alojando-lhes uma bala de fuzil na nuca.

    Penso nestas cenas e sinto uma grande inveja da China. Por que será?

    16 de agosto de 2012
    arnaldo jabor

    FALA, MARRETA!!!

    DO LEITOR MARRETA


    O leitor que assina Marreta, no dia 14/8, fez um interessante comentário, sobre o artigo Quadrilha de “Adevogados” – 8/8, que repasso.
    A Redação

    De quadrilheiros e advogados, na visão de Arnaldo Jabor, a qual assino embaixo homenageando os descobridores do orifício legal para absolver criminosos.

    Adoro sepulcros caiados e lágrimas de crocodilo. Eu adoro a estética da corrupção. Adoro a semiologia dos casos cabeludos sob suspeita, adoro a reação dos implicados, adoro o vocabulário das defesas, das dissimulações, as carinhas franzidas dos acusados na TV, ostentando dignidade, adoro ver ladrões de olhos em brasa, dedos espetados, uivos de falsas virtudes e, mais que tudo, lágrimas de crocodilo.

    Me emociona a amizade dentro das famílias corruptas, principalmente no Nordeste. Ohh, Deus! Lá, creio eu, há mais amor do que entre picaretas paulistas ou cariocas.

    Lá existe uma simbiose maior no parentesco, mais calor humano, mais “fio de bigode”. São inúmeros os primos, tios, ex-sócios, ex-mulheres que assumem os contratos de gaveta, os recibos falsos, todos labutando unidos, como Ali Babás sincronizados. Baixa-me imensa nostalgia de uma família que não tenho e fico imaginando os cálidos abraços, os sussurros de segredo nos cantos das casas avarandadas, o piscar de olhos matreiros, as cotoveladas cúmplices quando uma verba é liberada pela Sudam em 24 horas, os charutos comemorativos; tenho inveja dos vastos jantares nordestinos, repletos de moquecas e gargalhadas, piadas, dichotes, sacanagens tão jucundas, tão “coisas nossas”, tão “alagoas”, que me despertam ternura pela preciosidade antropológica de imagens como a piscina verde em Canapi, a barriga de Joãozinho Malta (lembram?), a careca do PC Farias e as sobrancelhas de Jader.
    Esses signos e símbolos muito nos ensinaram sobre o Brasil real.

    Leia mais: Arnaldo Jabor Adoro sepulcros caiados e

    16 de agosto de 2012
    in giulio sanmartini

    A PRIVATIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA

    Privatização da infraestrutura com financiamento do BNDES confirma a conhecida incapacidade do governo




    Prova dos nove – Ao deixar a solenidade em que a presidente Dilma Rousseff anunciou a privatização de setores da infraestrutura do País, o empresário Eike Batista chamou o plano de “kit felicidade”.
    Estimado em R$ 133 bilhões, o tal plano prevê investimentos de R$ 42 bilhões na duplicação e melhoria de nove trechos de estradas federais e R$ 91 bilhões para a construção de dez mil quilômetros de ferrovias, no prazo de 25 anos.

    Por certo o plano fará a felicidade dos empresários que entrarem no negócio, pois a juros subsidiados o BNDES financiará 80% do investimento, com prazo de carência de cinco anos. As empresas ou consórcios que participarem do projeto poderão cobrar pedágios nas rodovias e também pelo transporte de cargas nas ferrovias. O prazo da concessão – na verdade é privatização – é de trinta anos, renovável por igual período.

    Condições aparentemente convidativas, pois do contrário nenhum empresário ousaria colocar a mão no bolso. O plano que contempla a logística nacional, como anunciado, mostra a incompetência gerencial de um governo que financia com o suado dinheiro do contribuinte a terceirização do seu próprio papel.

    Quando o ucho.info afirma que o estrago deixado pelo messiânico e irresponsável Luiz Inácio da Silva exigirá dos brasileiros pelo menos cinco décadas de esforço continuado para ser revertido, alguns entendem ser exagero de nossa parte. A primeira prova incontestável que referenda nossa afirmação foi dada pela presidente Dilma Rousseff.
    Contudo, a parte hilária da história, que ninguém mais se recorda, é que Lula tem sido costumeiramente homenageado pelo mundo afora com títulos de doutor honoris causa e outros salamaleques correlatos, como se fosse a derradeira solução do Brasil. Enfim…

    16 de agosto de 2012
    ucho.info

    CONCESSÃO NÃO É PRIVATIZAÇÃO...

    Dilma se esforça para dizer que concessão não é privatização, mas ignora a falência do governo do PT


    (Foto: Folha de S. Paulo)


    Escondendo o jogo – A incompetência do governo do Partido dos Trabalhadores alcançou seu ápice na quarta-feira (15), durante cerimônia no Palácio do Planalto em que a presidente Dilma Rousseff, diante de três dezenas de empresários, anunciou a privatização de rodovias e ferrovias, como forma de salvar a infraestrutura do País e dar uma injeção de ânimo na economia verde-loura.

    O anúncio, que veio com atraso de pelo menos uma década, só não aconteceu antes por questões políticas. Centrado em um projeto de poder totalitarista, nos moldes do já existente na vizinha Venezuela, o PT tinha como foco criticar as privatizações ocorridas na era do tucano Fernando Henrique Cardoso, antecessor do messiânico Luiz Inácio da Silva.
    Durante os últimos dez anos, Lula e sua camarilha se dedicaram à defesa da maior participação do Estado em setores essenciais, no melhor estilo da velha União Soviética, que controlava tudo e todos.

    Caso adotasse a estratégia da privatização, como fez agora a presidente Dilma, o ex-metalúrgico no máximo teria chegado ao fim do seu primeiro mandato, pois sua eleição em 2002 se deu no vácuo de discursos ufanistas e absurdos, como os brasileiros de bem conhecem a fundo. Para manter em marcha o projeto de poder do PT, Lula entregou o País ao atraso, camuflando esse escárnio com esmolas sociais e anúncios pirotécnicos e mentirosos.

    A necessidade de preservar o projeto de poder obrigou a presidente Dilma Rousseff, durante a cerimônia palaciana, a afirmar que o plano anunciado não significava privatização, mas apenas concessão. O que Dilma tenta é esconder o sol com a peneira, pois é sabido que nenhum empresário há de colocar a mão no bolso para ajudar um governo marcado por incompetência e corrupção.

    E com o atual cenário da economia brasileira, entre concessão e privatização inexiste diferença.
    Resta torcer para que o povo tenha tempo suficiente de analisar os fatos e concatenar as ideias até as eleições municipais de outubro próximo.

    16 de agosto de 2012
    ucho.info

    PRIVATIZAÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS

    Após anúncio de privatização de rodovias e ferrovias, Planalto tem dois escândalos pela frente



    Ponto de bala – A presidente Dilma Rousseff não inovou desde que chegou ao poder central e tem repetido os antecessores, que durante suas respectivas gestões se valeram dos regulares anúncios de planos, muitos deles mirabolantes e que jamais saíram do papel.
    Tanto é assim, que uma área do Palácio do Planalto onde costumeiramente acontecem os tais lançamentos oficiais foi batizada pelos jornalistas políticos de “Cabo Canaveral”, ponto de partida dos muitos foguetes da agência espacial norte-americana.

    Enquanto o governo se dedica a criar factóides para camuflar os nefastos efeitos da crise, há em curso na Esplanada dos Ministérios pelo menos dois grandes escândalos, que podem vir à tona a qualquer momento.

    O primeiro deles envolve compras direcionadas e nada ortodoxas realizadas por um ministério, comandado por pessoa próxima à presidente Dilma Rousseff.
    E se o escândalo eclodir o efeito será devastador. O outro é de ordem pessoal, mas as consequências, que no mínimo podem ser classificadas como explosivas, devem tirar o cargo de um pomposo ministro que por causa da formação profissional tem planos mais ousados.

    Recentemente, quando um assunto conjugal alvejou dois destacados integrantes do staff do governo, a presidente chamou os litigantes para uma conversa reservada, em palácio, e cobrou uma solução imediata. O assunto saiu de pauta, mas o problema não foi resolvido.
    Se Dilma Rousseff não entrar em cena mais uma vez, a onda de escândalos voltará a rondar o Palácio do Planalto.

    16 de agosto de 2012
    ucho.info

    O MENSALÃO DO PT

    Relator do Mensalão do PT reforça acusações contra Marcos Valério e o petista João Paulo Cunha



    Sem saída – No décimo primeiro dia de julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470), o ministro Joaquim Barbosa, relator do caso, centrou as acusações em Marcos Valério Fernandes de Souza, publicitário mineiro responsável pela operação financeira do esquema, e João Paulo Cunha, deputado federal pelo PT paulista e então presidente da Câmara.

    Na opinião do magistrado, a agência de propaganda SMP&B, de propriedade de Marcos Valério, conseguiu desviar, com a anuência de João Paulo Cunha ,R$ 10 milhões da Câmara dos Deputados para contratos terceirizados. “O crime está materializado. Apenas 0,01% dos serviços prestados no contrato da empresa foram executados”, afirmou o ministro Joaquim Barbosa.

    Para o relator, o deputado petista já tinha uma assessoria, sob a responsabilidade da funcionária comissionada Arlete Milhomem. “Os contratos com a IFT foi uma forma de esse assessor atuar com João Paulo Cunha com uma remuneração maior do que as que atuam na Câmara”, disse Barbosa. De propriedade do jornalista Luiz Costa Pinto, a IFT (Idéias, Fatos e Texto) mantinha contrato com a Coca-Cola na mesma época em que assessorava o deputado João Paulo.

    O contrato com a Coca-Cola previa a defesa dos interesses da fabricante de bebidas no Congresso Nacional, onde a empresa na ocasião era alvo de denúncias. Fora isso, o dono da IFT deveria monitorar os trabalhos da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, para atender as necessidades dos veículo de comunicação que acompanhavam a queda de braços entre a Coca-Cola e o empresário Laerte Codonho, dono da Dolly. Pelo serviço, a empresa de Costa Pinto recebeu, entre novembro e dezembro de 2003, R$ 60 mil.

    Mais adiante, dando seguimento à leitura do relatório, Joaquim Barbosa foi taxativo ao falar sobre a participação de João Paulo Cunha no esquema. “Houve dolo no desvio de recursos públicos por parte de João Paulo Cunha? Para mim é certo. Em troca da subcontratação da SMP&B ele continuou tendo os serviços do jornalista Luiz Costa Pinto sem ter que pagá-lo”, afirmou.

    16 de agosto de 2012
    ucho.info

    RECORDAR É VIVER. VIVER???

    E no país dos escândalos.
     
    E no país dos escândalos.
    Depois da cassação do Demóstenes...
    Após a instalação da CPIzza do Cachoeira...
    E agora com o julgamento do mensalão...
    Ninguém mais abriu o bico para falar das imorais lanchas que foram compradas pelo Sinistério da caça pesca e pic nic.

    A EX Sinistra da caça pesca e pic nic, Ideli Salvatisequempuder, saiu ilesa de cú lambido e sem dar explicações sobre a baba de grana que enfiaram em inúteis lanchas que acabaram rendendo alguns milhares de Reaus para a campanha do PT no estado de Sta Cataroba, coincidentemente, o mesmo estado e o mesmo partido da Sinistra Ideli.

    E com um escândalo novo à cada dia, as maracutaias que são recorrentes acabam caindo no esquecimento popular.
    Esse é o jeito PTralha de governar.

    E as lanchas paradas, a grana sumiu, e o povo....
     
    16 de agosto de 2012
    omascate

    VERDADE SOTERRADA


    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=jFYRDwPRmO8

    Documentário produzido pelo jornal “Extra” denuncia a ineficiência jurídica na região serrana do Rio de Janeiro após tragédias recentes. A interrupção da busca por corpos impede familiares de vítimas a terem acesso à assistência por falta de documento de óbito.

    16 de agosto de 2012

    QUEM DISSE QUE DECISÃO DO SUPREMO NÃO TEM APELAÇÃO?!?

     

    Depois da modorrenta fase da defesa, o julgamento do mensalão entrou na prorrogação e tá valendo de tudo um pouco. Do peito pra baixo, tudo é canela.
    O Supremo não chega a ser um estádio; mais parece um barraco que serve de vestiário. Ali, durante a preleção, cada um veste a camiseta do seu próprio time e bola frente que atrás vem gente.

    Desde que o julgamento saiu da concentração de sete anos, a torcida é toda para dois ferrenhos competidores: o relator Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski.

    Volta e meia, uns lá que outros entram em campo à moda quarto árbitro e com ares de bandeirinhas por trás do gol. Mas, o grande clássico é Barbosa x Lewandowski.

    Mas o embate entre Lewandowski e Barbosa já não é mais um confronto de ministros, de julgadores.
    É o embate entre dois ciumentos, teimosos, dominadores, exorbitantes, sensíveis, cheios de mágoas, com enorme facilidade para se martirizarem quando o jogo não corre como eles querem.

    E o pior de tudo é que, quando deixarem de lado o exibicionismo e externarem sua decisão, o Brasil inteiro, muito mais que os réus - sejam lá quais forem os seus destinos - baixará a cabeça e, jenuflexo, terá que dizer amém.

    Decisão de Supremo Tribunal Federal, não tem volta. É gol e está acabado o assunto. Não tem apelação.

    Quer dizer, tem sim. Esses dois andam apelando há muito tempo. Barbosa e Lewandowski são pura apelação.

    O CIRCO ESTÁ ARMADO

     

    O circo já está armado no Congresso. Caso Zé Dirceu seja absolvido no Supremo, ele será anistiado por seus seguidores de "fidelidade canina" na grande casa de tolerância nacional. E então o governo de Dilma Vana vai virar um inferno.
    Parece impossível, mas não é. Dirceu quer muito mais o lugar de Dilma do que Lula. Tanto é que o super-homem que venceu o nó na garganta conseguiu o milagre de fazer Marisa Letícia falar e dar o recado cifrado para Dilma Vana: "Lula não é candidato ao Palácio. Eles estava 'brincando' no programa do Ratinho"...

    Se a primeira-mulher-presidenta não entendeu, abra o olho, porque para Zé Dirceu ficou tudo muito claro. É só livrar-se do Supremo Tribunal Federal que a anistia parlamentar é líquida e certa.

    Dar o golpe fatal em Dilma Vana, então, nem se fala. É como tirar a rede da trapezista que acabou de dar o salto triplo mortal. E o espetáculo continua...
     
    16 de agosto de 2012
    sanatório da notícia

    DEBATENDO O JULGAMENTO DO MENSALÃO ( 1 / 4 )

    Debatendo o julgamento do mensalão (4)


    No quarto encontro, os colunistas Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo, o historiador Marco Antonio Villa e o advogado Miguel Reale Júnior comentam o comportamento dos ministros do STF no início efetivo do maior julgamento da história do Brasil .


    09/08/2012
    Vídeos: Entrevista

    Debatendo o julgamento do mensalão (3)

    No terceiro debate sobre o julgamento do mensalão, o colunista, Reinaldo Azevedo, o historiador Marco Antonio Villa e o advogado Roberto Podval comentam o papel da imprensa no caso e as estratégias de defesa dos reús.


    04/08/2012
    Vídeos: Entrevista

    Debatendo o julgamento do mensalão (2)

    Reinaldo Azevedo, Marco Antonio Villa, Roberto Podval e o colunista comentam, entre outros temas, a excelente performance do procurarador-geral da República, Roberto Gurgel.

    PARTE 1


    PARTE 2


    03/08/2012
    Vídeos: Entrevista

    Debatendo o julgamento do mensalão (1)

    No debate sobre a abertura do julgamento do mensalão, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo, Roberto Podval e Marco Antonio Villa comentam, entre outros temas, a obscena tabelinha entre o advogado Márcio Thomaz Bastos e o ministro Ricardo Lewandowski, forjada para atrasar o desfecho do caso, e a participação no processo do ministro Dias Toffoli, que se recusou a enxergar motivos para declarar-se impedido de julgar ex-chefes e velhos companheiros.

    PARTE 1


    PARTE 2

    BOLSA-ATLETA, OU DAR PEDRAS PARA COMER A DESDENTADOS

     

    O que significa uma medalha olímpica a não ser... que é apenas uma medalha olímpica?
    Alguém estaria se importando com o amarelão da Fabiana Murer ou com perder para o México no futebol se vivêssemos em um país adiantado como a Noruega, por exemplo?
    Claro que não, porque saberíamos que teriam sido apenas acidentes, e não fatos derivados da falta de preparação, do excesso de improvisação e do complexo do já ganhou - tipo de atitude deplorável que é endêmica no Brasil em todas as atividades.
    Como aqui se acha que não é o bom senso e sim o dinheiro que resolve tudo, desde votos até saltos com vara, agora me vem esse senhor Aldo Rebelo ministro dos Esportes, acenando com bolsas-atleta de R$ 5 mil até R$ 15 mil para os vinte melhores atletas ranqueados do país em cada modalidade. Segundo ele, esse dinheiro vai ajudar aos atletas a contratarem nutricionistas, preparadores, etc., como se todos tivessem competência para gerir suas carreiras.
    Aliás, como tudo por aqui é improvisado, Aldo entende tanto de esportes quanto eu de física nuclear. Talvez a única coisa que esse comunista que reza novenas saiba sobre o assunto é a escalação do seu time de futebol o FC Lokomotiv Moskva, mesmo assim, antes da queda do muro.
    16 de agosto de 2012

    BIZARRO: IMAGEM DO DIA (1)


    16 de agosto de 2012

    OPOSIÇÃO TAMBÉM TEM MEMÓRIA CURTA E FAZ CRÍTICA FRACOTE E RIDÍCULA DO PACOTE FURADO


    O pacote furado da Dilma serviu pelo menos para mostrar que ainda existe um simulacro de oposição no Brasil. Uma coisa fraquinha e tímida que tende ao desparecimento completo, até que o Brasil adquira o deletério status de países como Cuba e Venezuela, onde o Estado onipotente destruiu esses países.
     
    Se tudo der certo, mais adiante o PT cumprirá o seu programa de socializar o Brasil, quando então passará a expropriar as propriedades privadas. Isto apenas é o começo. A oposição com seus punhos de renda cumpre o doloroso dever de dizer que ainda existe. Tanto é que esta reportagem da Folha de S. Paulo é o bastante para corrobar in totum o que estou declinando aqui.
     
    A crítica oposicionista é fracote, para não dizer ridícula. Já se esqueceram os próceres tucanos daqueles tempos em que a turba petista berrava o dia inteiro: Fora FHC!
    E acreditem: com o PT no poder nada mudará. Nada. E tudo tende a ficar muito pior.
     
    Quero viver o bastante para ver comprovado o meu vaticínio. Para variar, este box da matéria principal sobre a reação da Oposição acabou fechando com chave enferrujada o texto, ouvindo nada menos que Lula. A zeloza patrulha petista da redação da Folha usou as verborragia do Lula para concluir o texto.
    Eis o que dizem os nobres oposicionistas sobre a papagaiada da Dilma e seus sequazes:
    O lançamento do pacote de concessões foi alvo de ironia do PSDB, que divulgou nota cumprimentando a presidente Dilma "por ter aderido ao programa de privatizações".
    O partido foi criticado -pelo PT, em campanhas eleitorais anteriores, por patrocinado medidas semelhantes.
     
    "Lamentamos o atraso dessas iniciativas que, a curto prazo, não poderão atenuar o decepcionante crescimento do PIB brasileiro. Porém, reconhecemos que esta mudança de rumo adotada pelo governo significa avanços para o país."
     
    A presidente anunciou que repassará ao setor privado concessões para a exploração de rodovias e ferrovias, com as quais o governo espera viabilizar investimentos de R$ 133 bilhões ao longo dos próximos 30 anos.
     
    PARCERIA
     
    Dilma negou durante o lançamento do pacote que as medidas sejam privatização e afirmou que o governo não está se desfazendo de patrimônio público.
    "Estamos fazendo parceria com o setor privado para beneficiar a população, para saldar uma dívida de décadas e um atraso nos investimentos, e assegurar o menor custo logístico", afirmou a presidente.
     
    A Folha apurou, porém, que a gestão Dilma planejou o lançamento de um plano ambicioso para quebrar um paradigma dentro do partido e neutralizar futuras resistências dentro do PT.
    O objetivo era ter uma "vacina" contra reações.
    O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), chamou o plano de "reforma ideológica" de Dilma.
     
    "Diante da falta de recurso e eficácia do governo, ele passa por cima da sua gênese estatizante para tentar ter alguns resultados. Acho que esse pacote deveria ter sido lançado há pelo menos dez anos", afirmou Maia.
     
    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), apoiou as medidas anunciadas pelo governo. "O governo federal está no rumo certo. Sempre defendemos as concessões", disse Alckmin.
     
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o plano. O petista disse que, quando o Estado tem dificuldade orçamentária para fazer obras com dinheiro da União, é preciso passar os projetos para a iniciativa privada.
    "Afinal de contas, o povo muitas vezes não quer saber se quem faz é o Estado ou a iniciativa privada. O que ele quer é o benefício."
     
    O ex-presidente afirmou que, após um período sendo administradas pela iniciativa privada, os projetos voltarão para o Estado.
    Da Folha de S. Paulo desta quinta-feira
     
    16 de agosto de 2012
    in aluizio amorim

    A PRIVATIZAÇÃO ENVERGONHADA. POR QUÊ?


    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=P_JD5HG9hSs


    LEIA O ARTIGO  "SABE A PERIGUETE SEM CONVICÇÃO?"
    Arquivo de 16 AGO 12

    16 de agosto de 2012

    CHINA EM SAGRAÇÃO NOVO BISPO RENUNCIA AO REGIME E "DESAPARECE"


    
    D. Thaddeus Ma Daqin "desapareceu" logo após sagração
    D. Thaddeus Ma Daqin "desapareceu" logo após sagração
    A sagração do novo bispo auxiliar de Xangai, combinada entre o governo comunista chinês e a Santa Sé, teve um desfecho inesperado., noticiou “La Vie”.

    Na hora da sagração o agora novo bispo Dom Thaddeus Ma Daqin, recusou a imposição das mãos de Dom Zhan Silu, bispo “oficial” de Mindong não reconhecido por Roma e afiliado à ditadura anticristã. Também se recusou a receber a comunhão desse bispo ilegal.

    Em sua homilia, Dom Thaddeus, que era membro do Comitê Nacional da Associação Patriótica, disse: “Eu acredito que não convém continuar servindo a Associação Patriótica”.

    O povo aplaudiu vivamente a declaração e verteu torrentes de lágrimas diante de uma coragem que há muito os líderes da Igreja não exibem.

    D. Ma Jaqin não podia ignorar o preço de sua atitude: ele “desapareceu” após a cerimônia.

    O regime alega que “foi repousar porque sofria de esgotamento físico e moral” no seminário da cidade. Mas, o sofisma faz pensar em alguma forma de intimidação psicológica ou até prisão.

    Em Hong Kong, as autoridades eclesiásticas julgam que ele está prisioneiro de fato.
     
    16 de agosto de 2012

    O ABORTO E A ENGENHARIA DAS MARIPOSAS

        
              Artigos - Globalismo 
    O desafio do controle demográfico mundial não poderia ser vencido a longo prazo pela pressão sobre os governos, mas somente através de uma revolução cultural de natureza sexual. Com as feministas trabalhando pela causa, a pressão aos governos tornava-se indireta e muito mais eficiente.

    Quando os estudos demográficos chegaram no Brasil, por meio de institutos europeus e norte-americanos, na década de 1950, o viés controlista, isto é, a idéia de controlar o crescimento da população, contava com grande desaprovação interna e até temor do imperialismo do mundo desenvolvido, tanto da direita quanto da esquerda. Hoje este medo está superado e toda a imprensa, assim como o sistema educacional, espalha o consenso internacional dessa “sustentabilidade” pelo preço da morte de seres humanos.

    Mas engana-se quem pensa que o perigo populacional é meramente quantitativo. A eugenia ou seleção artificial dá o tom do consenso anti-populacional desde sua origem. Entre as propostas liberais do welfare norte-americano, capitaneado pela esquerda daquele país, estava a eugenia, pronta e intacta trazida por intelectuais europeus, fundadores da maioria das fundações fomentadoras das pesquisas populacionais.

    Intelectuais como George Bernard Shaw, John Maynard Keynes, Julian Huxley, Sidney Webb (patrono dos socialistas fabianos) E. A. Ross, e Margareth Sanger, fundadora da liga que posteriormente se tornou a instituição abortista Planned Parenthood, são os verdadeiros artífices do pensamento progressista norte-americano, cuja herança maldita permanece intocada dentro do partido democrata.
    Lembremos aos desavisados que a famosa seita racista Ku-Klux-Klan era composta por membros do partido de Al Gore, Obama e Clinton, personalidades idolatradas pela imprensa norte-americana e internacional.
    Qualquer estudante de ensino médio em suas mais altas digressões adolescentes brada em reclamação à superlotação de seres humanos no planeta, ao que culpa o calor, as marés, os maus tratos aos animais, a violência, o preconceito, a intolerância, suas decepções na vida e toda sorte de desconfortos emocionais que venham a se manifestar em seu corpo mal formado ou em sua mente mal informada. A culpa provém inicialmente dos seus pais e vai ganhando corpo até somar-se a toda a humanidade e sua vil prática reprodutiva.


    A atual tese da necessidade do controle populacional, chamada neomalthusianismo, nasceu de dentro da teoria da transição demográfica, fruto de estudos estatísticos iniciados na metade do século XX, mas que foram sutilmente tempererados com a tese eugênica, resultado de uma interpretação positivista da natureza.

    Essa mudança de mentalidade está ligada ainda hoje ao movimento ambientalista que propõe ações humanas a serem aplicadas para um maior controle do meio ambiente e da natureza física descontrolados pela própria ação humana. Enquanto inicialmente se pretendia estudar sem julgar os resultados, eis que surgem os neomalthusianos para alertar-nos do perigo das altas taxas de fecundidade na população.
    É notável o quanto os estudos demográficos no Brasil e demais países latinoamericanos, bem como o grande montante de investimento nestas áreas, foi impulsionado pelo aumento da preocupação internacional com o crescimento populacional. John D. Rockefeller, quando percebeu a resistência e o temor dos cientístas da sua própria fundação, resolveu criar o Population Council, a partir do qual foi seguido por outras entidades como a Fundação Ford.

    Em um ambiente científico cheio de preocupações e cautelas – muito devido a má fama das engenharias populacionais após o nazismo e comunismo – surgia um movimento amplamente dedicado à engenharia populacional e ao controle do crescimento capitaneado por um grande número de fundações e empresas. Foram estas fundações e empresas as propagadoras do lobby controlista e intervencionista do homem para a sociedade.
    A grande revolução no controle populacional teria se dado, segundo o demógrafo George Martine, presidente Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep), com a estréia no campo populacional da United States Agency for International Development (Usaid), já em 1965.

    A partir de então, os esforços de controlar a população mundial ganharam maior agressividade e medidas práticas mais efetivas. Em 1969, foi criado o Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP) que rapidamente passou a ser o organismo responsável pelos “programas de população” da ONU.
    Não é coincidência que nesta época os grandes defensores do controle populacional fossem os biólogos e ecologistas, que entraram de cabeça nas teses neomalthusianas.
    Um dos mais conhecidos ecologistas que defende o controle populacional como solução é Paul Ehrlich que, em seu livro de 1995, orgulha-se de ter conseguido uma transição fácil do estudo das populações de mariposas ao estudo das populações humanas. Embora saiba-se que Ehrlich fosse especialista em mariposas e não em seres humanos, seus estudos ganharam tanto respeito que fizeram dele um especialista em crescimento sustentável.

    A aplicação das teorias sobre mariposas para os seres humanos deu-se rápida, sem necessidade de maiores esclarecimentos. Seu livro mais famoso e polêmico foi o Population Bomb (1968), mas em seu livro mais recente ele afirma que se a taxa de fecundidade e natalidade não cair, a de mortalidade terá de aumentar. Nada mais adequado às mariposas.
    A simplicidade da tese neomalthusiana tornou-a tão atraente não só a cientistas mas à opinião pública e políticos dos países desenvolvidos, o que possibilitou deixar a tese eugênica de fora das campanhas publicitárias até que este tabu fosse rompido. É claro que o controle populacional deveria ser aplicado aos países pobres, afinal são eles que se “reproduzem como coelhos, espalhando seus genes podres pela sociedade”, como disse Margareth Sanger, a feminista “mãe do aborto”.
    A cruzada mundial pela redução da fecundidade deveria ganhar tanta importancia que muitos países desenvolvidos investiram pesadamente nos estudos em demografia nos países subdesenvolvidos. Isso explica o rápido investimento internacional nessas áreas de pesquisa no Brasil e outros países. O plano de longo prazo, para a redução populacional do terceiro mundo, foi levado a cabo lentamente e só agora seus frutos aparecem mais claramente.
    A partir do Relatório Kissinger, a redução populacional em países do terceiro mundo, tornou-se uma questão de segurança nacional para os EUA. A Usaid patrocinou e iniciou a distribuição de centenas de milhares de aparelhos para a prática do aborto em mais de setenta países, na maioria dos quais o aborto não era legal, e a implantação de redes de clínicas de abortos em vários deles.

    O diretor da Usaid afirmava que, com os recursos disponibilizados pelo Congresso Americano, "os maiores já liberados em toda a história americana para qualquer programa de ajuda externa com exceção do plano Marshall", ele poderia diminuir drasticamente a taxa de crescimento populacional de qualquer país em 5 anos e, se utilizasse também o aborto, em apenas 2 anos.
    Quando muitos países subdesenvolvidos passaram a defender que a melhor forma de controle populacional seria o desenvolvimento econômico e não o aborto ou contracepção, somado a uma perda de espaço das teses abortistas no governo norte-americano, a partir da década de 1970, John Rockefeller finalmente entendeu que a melhor estratégia era a militância política através da emancipação da mulher. Usando dos movimentos feministas para trabalhar o seu lobby, a fundação Rockefeller foi a pioneira na estratégia da modificação da moral sexual popular.

    Em outras palavras, o desafio do controle demográfico mundial não poderia ser vencido a longo prazo pela pressão sobre os governos, mas somente através de uma revolução cultural de natureza sexual. Com as feministas trabalhando pela causa, a pressão aos governos tornava-se indireta e muito mais eficiente. Só em conjunto com essa estratégia era possível estabelecer alguma pressão eficiente sobre governos.
    Uma grande pressão é iniciada também no aspecto das humanidades, por meio dos estudos de comunicação de massa e controle mental do Instituto Tavistock e as fundações internacionais. A escola sociológica dos estudos culturais deu um impulso a mais na causa feminista ao trazer a novidade do relativismo cultural, trazido da antropologia, em oposição às teses moralistas dos frankfurtianos.


    Ao invés de luta de classes, estes estudos inauguraram a luta cultural, impulsionados pelos estudos de Antônio Gramsci. A nova face do marxismo cultural agora buscava a satisfação dos desejos que se manifestavam nas culturas. A mulher passa a ser uma “classe” oprimida, tal como todo tipo de fantasia sexual considerada socialmente reprovável pela opressão do sistema capitalista e, é claro, da cultura judaico-cristã.
    Em 1996, sob a coordenação do Fundo de Atividades Populacionais da ONU e contando com a presença dos diversos comitês de direitos humanos da ONU e das novas ONGs recém criadas, ocorreu a informalmente famosa reunião fechada de Glen Cove, na qual estabeleceu-se um plano de pressão gradual da ONU sobre os vários países do mundo e especialmente da América Latina no sentido de acusá-los de violarem os direitos humanos ao não legalizarem o aborto.
    Engana-se quem pensa que o Brasil começou a trabalhar pelo aborto no governo Lula. Seguindo a orientação das entidades internacionais, o Brasil conta com membros dessas entidades já há bastante tempo. O médico Aníbal Faúndes, representante para o Brasil do Conselho Populacional desde 1977, parece ter dado os primeiros passos para o que seria posteriormente um protocolo de cuidados pré-aborto, com o que se fecharia o conceito de um serviço para garantir um aborto seguro, apesar de ilegal.

    Este declarava à imprensa em 1994 que ensinava, no Hospital das Clínicas de Campinas, as gestantes a utilizarem o misoprostol, uma droga conhecida também como Citotec, para provocarem um aborto seguro.
    As fundações e empresas familiares como os Rockeffeler tiveram, portanto, não só um papel de destaque nos financiamentos de pesquisas demográficas no Brasil, como trabalham ainda hoje incessantemente para a popularização de seus ideais anti-populacionais, baseados em premissas eugênicas e economicistas. Mas estas ideias estão longe de serem simplesmente frutos malditos de mentalidade tecnicista e de fé no poder transformador do homem, pressupostos erguidos pelo humanismo histórico.


    Tais ideias têm, em sua essência, a despersonalização do homem e a transformação em objeto. Não é só a mulher que vai virar objeto de prazer dos homens (eximindo-os de arcar com o fardo de seus atos), mas o próprio homem, enquanto feto e portanto inacabado, torna-se objeto técnico e um mero número que pesa na conta do estado e na consciência de uma elite intelectual. Afinal, qual a diferença entre um feto e uma criança nos primeiros meses? Ambos não estão plenamente prontos.
    A engenharia das mariposas de Ehrlich, sofre um pequeno revés, ao ser aplicada aos homens enquanto objetos coletivos, mas não à sua individualidade e direito à vida. Hoje as mariposas têm mais direito à vida do que fetos humanos, considerados “coisas”. A luta contra a “mulher-objeto”, tida como mote do feminismo, trouxe a possibilidade do “homem-objeto”, não meramente enquanto gênero masculino, mas de toda a espécie.

     
    16 de agosto de 2012
    Cristian Derosa é jornalista.