"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 21 de março de 2013

VERGONHA ZERO

Após ejetar o PR da Esplanada dos Ministérios por causa de corrupção, Dilma se reaproxima da legenda

 
Vergonha zero – Tão logo teve a vitória confirmada nas urnas, em 2010, Dilma Rousseff disse que em seu governo seria intransigente com a corrupção.

Quando os primeiros escândalos surgiram na Esplanada dos Ministérios sob a sua batuta, a imprensa chapa branca cumpriu a missão de divulgar a informação de que os envolvidos nos imbróglios eram pessoas não indicadas pela presidente. Ou seja, eram da cota de Lula ou dos partidos da base de apoio.

Mesmo que de mentira, Dilma promoveu uma faxina na equipe ministerial, sendo que o maior prejudicado foi o Partido da República, que foi apeado do Ministério dos Transportes por causa das confusões patrocinadas pelo senador Alfredo Nascimento (AM).

O PR fingiu que ficou magoado, mas continuou apoiando o Palácio do Planalto no Congresso Nacional porque a cúpula da legenda passou a receber a contrapartida nos bastidores e longe dos holofotes planaltinos.

De olho na reeleição, em 2014, e com a crise econômica causando estragos em todo o País, Dilma já não se recorda da promessa que fez após ser eleita e volta a se aproximar oficialmente do Partido da República, que viu um de seus caciques, o deputado federal Valdemar Costa Neto (SP), ser condenado na Ação Penal 470 (Mensalão do PT).

Não bastasse o Brasil ser eterno refém do PMDB, que domina o governo federal de forma acintosa, a presidente trará de volta o PR ao primeiro escalão do governo.

Os acertos finais serão tratados em reunião no Palácio do Planalto agendada para a próxima terça-feira (26).

21 de março de 2013
ucho.info

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

Conselho Federal de Medicina apoiará aborto




21 de março de 2013

REELEIÇÃO: ACONTECE QUE MEIA DÚZIA É IGUAL A SEIS


A desculpa de quem aderiu tardiamente à tese da reeleição foi, principalmente, a frase (eloquente!) de que "é impossível realizar o que quer que seja em apenas quatro anos de governo". Calei-me.

Não porque siga a cartilha do "manda quem pode e obedece quem tem juízo", mas porque tento seguir a sério a ideia de que ninguém pode estar certo durante o tempo todo neste mundo, sempre a mudar. Esperei para ver em que iria dar.

Num primeiro momento, confesso, cheguei a pensar que erráramos todos os que tínhamos lutado contra o projeto que permitiu a reeleição dos chefes do Poder Executivo no Brasil. A ideia vingara, pois, na maior parte dos pleitos pós-1996, quem pretendia ser reeleito acabou vitorioso. Uma certa corrente atribuiu o fato à aprovação do eleitor em relação às ações do governante conhecido; outra, mais marota, viu logo no poder da caneta e no controle dos meios de propaganda a maior razão para essa preferência do eleitorado.

Daí pra frente, explicações mais refinadas começaram a aparecer: em certos momentos, o eleitor vai às urnas querendo mudanças; noutras, vai para manter o que aí está. Nada mais nada menos que a tradução tupiniquim para "é a economia, estúpido", que, dizem, teria sido a explicação de um marqueteiro ao candidato Clinton, que temia a derrota para George Bush pai.

O QUE PENSA O ELEITOR

A julgar pelo que a gente mais ouve ou lê, os eleitores só se importam com o que lhes pesa no bolso, no seu próprio e no de sua família. Basta-lhes a sensação de segurança do aqui e agora. "Amanhã será outro dia", já avisava o poeta… Mas, se o emprego não está garantido e se o salário não chega nem ao meio do mês, aí, então, todos vão querer uma mudança. Surge, nesse quadro, a possibilidade de que a oposição seja vitoriosa.

Mas meu assunto hoje não é tratar das razões pelas quais a reeleição pegou no Brasil. Quero pedir a atenção de quem acreditou que são necessários mais de quatro anos para alguém poder fazer alguma coisa. Para tanto, basta acompanhar o que vem acontecendo em relação à sucessão presidencial. Na verdade, desde a aceitação da reeleição, todo governante não pensa noutra coisa a partir do terceiro ano de seu governo, o que faz com que, de verdade, ele só governe dois anos no primeiro mandato. Já no segundo, como ele (ou ela) só pensa em fazer seu sucessor, o mesmo vai se repetir: dois anos de governo e dois anos de disputa eleitoral.

É o que vem ocorrendo agora: a presidente vive em articulações políticas. E o restante fica emperrado. Vejam a confusão na batalha parlamentar e jurídica sobre os royalties. Dilma acaba de promulgar a queda de seus vetos, mas, ao mesmo tempo, tramita no Congresso uma medida provisória que trata de tema correlato. O que vão fazer com ela? E a tal reforma ministerial, que só anda ao sabor das conveniências de manter a base aliada?! Para não falar em pacotes de bondades que não saem do papel.

Ou seja, com a reeleição, tem-se, na verdade, um governo de apenas quatro anos: dois no primeiro, dois no segundo mandato. Como acontecia antigamente.

(transcrito do jornal O Tempo)

21 de março de 2013
Sandra Starling

OS 6 PATETAS, O EXÉRCITO FANTASMA E A FARSA-TAREFA INFORMAM QUE DILMA CONVOCOU A SELEÇÃO DO XINGU PARA ENFRENTAR O BARCELONA

 

Nos livros didáticos do Ministério da Educação, 10 menos 7 pode ser igual a 4. Na cabeça baldia da presidente da República, 6 é igual a zero.
Ninguém sabe que fim levaram as 6 mil creches prometidas por Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral.
Não há qualquer vestígio das 6 mil casas que os flagelados da Região Serrana do Rio ganharam há exatamente um ano.

Além da chefe, só o ministro Fernando Bezerra, escalado nesta segunda-feira para anunciar a façanha mais recente da superexecutiva, pode dizer onde estão aquartelados os 6 mil “agentes da Defesa Civil treinados para agir nas áreas de risco”. E só a dupla de ilusionistas de picadeiro pode explicar por que o exército fantasma ainda não deu as caras neste verão.

Desde ontem, tanto essa tropa clandestina quanto os “geólogos e hidrólogos” alistados no que Celso Arnaldo batizou de farsa-tarefa estarão sob as ordens de um “grupo de trabalho” que junta, claro, 6 nulidades, todas recrutadas no primeiro escalão mais medíocre da história: Gleisi Hoffmann (chefe da Casa Civil e do bando), Fernando Bezerra (Integração Nacional), Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação), Alexandre Padilha (Saúde), Paulo Passos (Transportes) e Enzo Peri (comandante do Exército e ministro interino da Defesa). Releiam os nomes. Para Dilma, decididamente, 6 é um zero enrolado.

Em 27 de setembro, O Globo informou que, a três meses do início da temporada das chuvas, o Programa de Prevenção e Preparação para Desastres Naturais, parido às pressas no trágico janeiro de 2011, não passava de uma peça de ficção costurada pelo lastimavelmente real Ministério da Integração Nacional.
A presidente e os ministros não cumpriram o combinado. Os governadores preferiram concentrar-se em atividades mais lucrativas. Nenhuma obra relevante saiu do papel. As verbas não desceram do palanque.
Só alguns prefeitos gatunos viram a cor de dinheiro ─ que imediatamente embolsaram. Nada foi feito para reduzir o medo dos moradores das áreas em perigo.

Abandonado, o cenário da catástrofe estava pronto para a reprise. Mas o rebanho dos deserdados aguardava sem balidos a perda da casa, de parentes, da paz ou da própria vida, registrou o post aqui publicado naquele dia.
Os brasileiros conformados com a vida não vivida agora se rendem à morte anunciada, constatou o título. E nem o recomeço da matança parece suficiente para animá-los a indignar-se com os algozes, tem confirmado nos últimos dias o comportamento das vítimas de mais uma tragédia que o governo nada fez para ao menos abrandar.
É compreensível que os profissionais do cinismo se sintam à vontade para recitar as mesmas promessas do verão passado. Tranquilizados pela abulia da plateia, apenas acrescentaram duas ou três fantasias baratas ao roteiro desmoralizado pela desfaçatez do próprio elenco.

Como fez nesta segunda-feira, também em janeiro de 2011 Dilma Rousseff confiou a 6 ministros a missão de “reestruturar a Defesa Civil do país”. Antes como agora, o objetivo principal era “evitar novas catástrofes”.
Há um ano, a presidente comunicou que já encomendara a “rede de radares meteorológicos e pluviômetros para a captação do volume de chuva” que, na apresentação de estreia, os 6 patetas prometeram comprar.
Prudentemente distante do palco, Dilma mandou dizer que vêm aí os “modernos mecanismos para a remoção da população das áreas de risco” que jurou inaugurar há pelo menos seis meses.

As únicas novidades no velho show de cinismo foram a farsa-tarefa e a nova escalação da equipe formada para enfrentar a chuva: Gleisi, Mercadante, Peri, Padilha, Passos e Bezerra. Se fosse presidente do País do Futebol, Dilma não escaparia da cólera dos incontáveis inconformados com a péssima qualidade do time.
No País do Carnaval, as arquibancadas são bem mais mansas. Multidões ultrajadas pela inépcia homicida não pareceram indignadas mesmo ao saber que, para enfrentar o Barcelona, a supertécnica convocou a seleção do Xingu. Compreensivelmente, Dilma e seus parceiros acham que podem tudo. Engano. Não podem, por exemplo, banir do território nacional todas as manifestações de vida inteligente.

Como avisou Celso Arnaldo, milhões de brasileiros decentes sabem o que eles fizeram no verão passado, o que andam fazendo agora e o que pretendem fazer enquanto puderem. Também sabem que capitulação não rima com resistência democrática. E sabem que não existe a noite eterna.

21 de março de 2013
Augusto Nunes

NA BASE DO BERRO, DA INTIMIDAÇÃO E VIOLÊNCIA.

Mas tudo em nome do bem! Ou: Os 13 mil votos de Jean Wyllys valem mais do que os 212 mil de Feliciano?


Vejam esta foto.

Já explico o que ela faz aí. Antes, algumas considerações.
 
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), resolveu pegar carona no processo de demonização do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) — que só está na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias por obra do PMDB e do PT — e lhe deu e a seu partido uma espécie de ultimato: tem de renunciar ao posto.
Não há forma legal de tirar o deputado de lá. O PSC é que está sendo pressionado. Certamente o partido é alvo de ameaças de retaliação. Feliciano diz que não sai. Tendo a achar que será muito difícil resistir.
 
Também a ministra Luíza Bairros, da Secretaria de Política de Promoção Social da Igualdade Racial, disse no programa “Bom dia, ministro”, que o PSC deve reavaliar a indicação:
 
“Toda mobilização em torno da manutenção [de Feliciano no comando da comissão] coloca na mão do PSC uma decisão que é de reavaliar se é coerente com o histórico de direitos humanos no Brasil manter uma pessoa com as convicções do deputado na presidência de uma comissão tão importante”.
 
Certo! Luíza Bairros é aquela senhora que foi flagrada chegando em carro oficial a um encontro promovido pelo PT, conforme se vê na foto abaixo.
 
Farra motorizada – em sentido horário, a assessora da ministra Ideli Salvatti; Luiza Barros, da Secretaria de Igualdade Racial; a senadora Ana Rita e a prefeita Lucimar, de Valparaíso (GO). É o estado a serviço do poder feminino… do PT!
 
“O que uma coisa tem a ver com outra, Reinaldo?”
Tudo. Parece que um grupo político, no Brasil, tem não só o monopólio dos direitos como também o das ilegalidades. E olhem que estão tentando tirar Feliciano da comissão por delito de opinião — se a opinião é imbecil ou errada, isso é outra coisa.
 
O futuro

Não adianta tentar me patrulhar, acusando-me de apoiar o pastor. É mentira! Aqui ninguém leva nada no grito, não! Deploro algumas falas de Feliciano e já deixei isso claro. Apontei até o seu erro numa citação bíblica. Mas o fato é que, no regime democrático e de direito, não existem monopólios de representação em comissões do Congresso. Apontem uma só ilegalidade que teria sido cometida na sua condução ao posto que ocupa. Zero! Nenhuma!
 
A imprensa que condescende gostosamente com a bagunça está fazendo uma opção: substituir uma decisão legal e democrática por uma imposição que se dá por meio da baderna. É evidente que os grupos descontentes com a permanência de Feliciano na comissão podem se manifestar, mas não da forma como vêm fazendo (veja sequência de fotos mais adiante).
 
Henrique Eduardo Alves, empenhado em ficar “de bem” com essa imprensa, que não o tem exatamente na conta de um Varão da República, resolveu pegar carona no linchamento. Se Feliciano for substituído, como está em vias de acontecer, estará dado um norte: bastam 30 ou 40 pessoas, profissionais da baderna, para decidir os rumos de uma comissão.
 
O Congresso deixa de ser um Poder de representação e passa a funcionar na base da “ditadura direta” fantasiada de “democracia direta”, já que esses 30 ou 40 militantes — essa gente já tem a vida ganha? Não precisa trabalhar? — imporão a sua vontade a quem chegou lá pelo voto popular.
 
Digam-me aqui: os 212 mil votos de Feliciano valem menos do que os 13 mil de Jean Wyllys (PSOL-RJ)? Não! Não estou dizendo que o mais votado tem sempre razão. Fosse assim, Tiririca seria Schopenhauer. Estou afirmando que é preciso respeitar a representação popular. Ainda que a sociedade não possa e não deva se conformar apenas com esse processo formal, sem ele, é fato, não existe democracia digna desse nome. Partimos para a luta de todos contra todos.
 
As fotos

 A foto que está lá no alto pertence a uma sequência publicada na Folha Online, de autoria de André Borges, da Folhapress. 
Antes que aquele rapaz de amarelo exibisse aqueles dizeres, ele já havia se movimentado a valer, nesta quarta, na sala que abriga a comissão, que, mais uma vez, não conseguiu levar adiante a sessão.
 
Vejam.
 
 
Ele é só o elemento mais buliçoso do grupo que dá as cartas por ali. Ainda que não tenha sido eleito por ninguém, ainda que, segundo os critérios da democracia, não represente ninguém, ele se impõe sobre o voto popular, não é? Isso é evidente.
Curioso o Congresso Brasileiro, de tantas e tão conhecidas maracutaias e sem-vergonhices! A população ignora boa parte dos temas que são debatidos por ali. São assuntos arcanos para a larga maioria.
Uma Comissão de Direitos Humanos, no entanto, é entregue ao controle das “minorias” porque isso cria um arremedo de democracia direta.
 
“Democracia”? Leiamos os dizeres daquela folha exibida pelo rapaz de amarelo. Lá está escrito em maiúsculas: “CADÊ A ONU PARA FECHAR O CONGRESSO NACIONAL???” Duvido que ele tenha muita clareza sore a indagação que faz, mas é inegável que existe ali um conceito embutido: “Ou o Congresso faz o que nós, que estamos aqui, queremos, ou ele pode ser fechado”. Outra foto também chama a minha atenção.
 
Vejam.
 
 
Embora a imagem sugira que o rapaz se comporta de modo educado (não estava lá e, portanto, não posso garantir), seu questionamento é mais interessante, talvez, do que ele mesmo imagine: “Maldição é ser desrespeitado por quem deveria nos representar”.
 
Pois é, meu jovem! O chato é que Feliciano, na democracia que ainda temos, “representa”, sim — não necessariamente os seus anseios, mas representa! O fato de que a pauta dele não seja a sua não o torna ilegítimo. E vou lhe explicar, meu bom jovem, por que isso é uma garantia também para você: ou bem se considera que toda representação, no escopo do estado de direito, da legalidade, é legítima no Congresso, ou bem se considera que certos grupos não têm o direito de existir.
 
Nesse segundo caso, rapaz, você abre as portas para que, amanhã ou depois, uma nova maioria ou uma nova “verdade influente” casse o seu próprio direito de se manifestar. Entendeu como funciona a democracia? O democrático não é o que eu quero; o democrático não é o que os outros querem; o democrático é haver regras pactuadas — também de forma democrática! — para que todos esses quereres possam se articular e conviver.
 
Impor-se na base do berro e da intimidação física não está entre as regras.
 
Encerro com uma pergunta ao deputado Henrique Eduardo Alves: a tolerância com a gritaria e a violência só vale para esse grupo que ora se manifesta, ou qualquer outro que resolva inviabilizar o funcionamento de uma comissão conta com o apoio da presidência desta Casa? Que tal, presidente, fazer uma espécie de manual listando os grupos que têm licença especial para partir para a porrada e para a intimidação?
 
21 de março de 2013
Por Reinaldo Azevedo

ESTADO ESTIMULA ANALFABETIZAÇÃO


É espantoso ver o Estado, deliberadamente, tentando analfabetizar os jovens. A tolerância do ENEM para com erros graves de grafia é a mais cabal prova disto. O interesse é maquiar o resultado do exame, para ocultar seu fracasso. Mas isto nada tem de novo. Desde há muito, as universidades baixaram a vara para não perder clientela. Nos anos 70, corria uma piada em Porto Alegre. Quem conseguisse ser reprovado em um vestibular da Unisinos, ganhava um Fusca de brinde.

Há bem mais de trinta anos, quando ainda cronicava em Porto Alegre, manifestei minha perplexidade ante os conhecimentos de matemática, na época, de funcionários que tinham por trabalho lidar com elementares operações de adição e subtração: “E fui ao correio postar uma carta. E perguntei à funcionária quanto pagaria em selos. E ouvi vinte cruzeiros como resposta. E paguei os vinte. E levei a carta para registro. E a outra funcionária me informou que eram 31 cruzeiros. E voltei ao guichê anterior para pagar o restante. E vi a moça manipular uma calculadora eletrônica. E vi registrar 31. E calcar a tecla de subtração. E depois 20. E vi a moça ler no visor: 11. Perplexo, paguei os 11”.

Anos mais tarde, quando lecionava na UFSC, voltei a tomar contato com esta miséria intelectual. Seguidamente tomava alguma cerveja com minhas aluninhas. Elas se espantavam com minha facilidade em calcular conta e troco. Suspeitando de algo errado, interroguei-as sobre a tabuada. Ninguém sabia somar ou subtrair, multiplicar ou dividir, sem uma maquininha. Ou seja, aquelas noções elementares de aritmética que adquiri já no primário, elas, na universidade, desconheciam. Justo nestes dias, conversando com as enfermeiras que me atendem, descobri que pessoas na faixa dos 40, 45 anos, desconhecem a tabuada. Quem hoje a conhece causa espécie, como se fosse pessoa culta.

Quanto aos conhecimentos de português, estes continuam de “mau” a pior, como diriam minhas alunas. Seguidamente tropeço, mesmo em jornais de porte do país, esta confusão entre mal e mau. Pelo jeito, está cada vez mais difícil distinguir o “l” do “u”. Já li cardápios anunciando fraudinhas. Ora, fraudinha é como o Zé Dirceu ou o Delúbio definiriam suas fraudes. Fraldinha é outra coisa. O analfabetismo parece ter contaminado até o clero. Há alguns séculos, eram pessoas que dominavam o latim. Hoje, desconhecem o vernáculo. Numa igrejinha do interior catarinense, li escrito numa cruz:

SAUVA TUA AUMA

Há três anos, li numa decisão judicial: “cujo o”. Ou seja, o analfabetismo está invadindo o Judiciário. Este erro tem sido recorrente no jornalismo contemporâneo, feito por esses meninos dos quais se exige diploma em jornalismo para exercer a profissão. Há professores que defendem a tese do não ensino desse pronome nas aulas de português, por tratar-se de um "brontossauro linguístico". Ou seja, se os tais de jovens não conseguem mais usar uma norma lingüística, extinga-se a norma.

O mal vem de longe. A Lei de Diretrizes e Bases facultou às escolas, em 1996, a adoção do "Regime de Progressão Continuada", medida saudada como "histórica", "revolucionária" e "emocionante". Pelo novo regime, os alunos entram nas escolas de ensino secundário e não podem mais ser reprovados. Ao final de sete anos, saem obrigatoriamente de diploma em punho. São Paulo disputou a honra do pioneirismo na aplicação do brilhante achado. Dados os altos índices de reprovação nas redes municipais, o dispositivo caía como uma luva para zerar estes índices. Em 1998, a progressão continuada tornou-se modelo estadual.

Ainda hoje, escreveu-me o leitor Benhur Antonio:

“E agora, o que é que vou dizer lá em casa, aos meus filhos, familiares e amigos, a quem transmito a rigorosidade da boa comunicação, baseada na linguagem? Coloco tudo no lixo, juntamente com as pretensas técnicas modernosas de preconizada aproximação entre o culto e o popular, e mantenho a minha cristalização virtuosa, aguardando novos tempos, ou, simplesmente, perpetro a adesão a esses desvios comportamentais, a essa adesão ao erro, porquê fácil, e passo à louvação dos apedeutas e dos analfabetos funcionais, estes que não conseguem ver o contexto, preparatório do futuro da civilização brasileira?”

Continue sendo rigoroso, meu caro Benhur. Quanto mais analfabetos tiver o país, mais necessários serão os que sabem escrever. O sistema legal, jornais, editoras, bancos, hospitais e muitas outras instituições precisam de bons redatores. Uma professora aqui de Higienópolis oferece um curso de redação. Já não dá conta dos alunos que recebe, entre eles pessoas egressas da universidade.

Tenho uma amiga na faixa dos 50, com curso superior, que se desespera por não dominar o vernáculo. Ou seja, a deficiência do ensino não é de hoje. Se antes esta deficiência era acidental, hoje foi oficializada pelo governo.


21 de março de 2013
janer cristaldo

O QUE A GLOBO NÃO PUBLICA DA PESQUISA IBOPE SOBRE O GOVERNO DILMA


A atuação do governo federal na área de segurança pública é a segunda pior avaliada dasnove consideradas. O percentual de aprovação oscilou de 30% para 32% na comparação com a pesquisa anterior, dentro da margem de erro. O percentual de desaprovação oscilou de 68% para 66%. Fonte IBOPE

A população está vendo que cada dia mais as pessoas honestas ficam presas dentro de casa enquanto que os bandidos e ladrões infestam nossas ruas e o governo em Brasília.

Outras áreas que receberam desaprovação da população foram, educação pública, impostos e juros. Ficou empatado a aprovação e desaprovação ao combate a inflação.

Com tantos pontos negativos e de desaprovação, não compreendo como no total o governo recebeu aprovação da população.
Isto a Globo não divulga. Será por que?
 
21 de março de 2013
 

DEBOCHE A CÉU ABERTO

Rainha Dilma

Enquanto as chuvas vitimaram quase 30 pessoas em Petrópolis, a presidente Dilma estava confortavelmente instalada com a sua comitiva, num hotel de luxo em Roma, de onde alegou que o governo federal tomou todas as medidas preventivas para enchentes.
A Folha noticiou hoje na primeira página que o governo federal gastou apenas um terço da verba prevista em programas para prevenção de tragédias.

Embora a Embaixada do Brasil em Roma tenha dois prédios disponíveis para receberem missões diplomáticas, a comitiva da presidente preferiu se hospedar com seus 4 ministros, assessores mais próximos e seguranças no hotel Westin Excelsior, que integra a lista dos hotéis mais caros e sofisticados do mundo!

Segundo a Folha de S. Paulo apurou, foram alugados 52 quartos de luxo, sendo 30 quartos no hotel Westin Excelsior e o restante em um hotel próximo. A diária da suíte presidencial custa R$ 7.700,00. A frota dos 17 veículos alugados inclui 7 veículos sedan com motorista, 1 carro blindado de luxo, 4 vans executivas com capacidade para 15 pessoas cada, 1 micro-ônibus e 1 veículo destinado aos seguranças. Para o transporte de bagagens a comitiva alugou 1 caminhão-baú e 2 furgões.


A Rainha Dilma se reuniu com o Papa por cerca de meia hora, no Vaticano, em seguida embarcou de volta ao Brasil. Aloizio Mercadante (Educação), Gilberto Carvalho (Casa Civil), Antonio Patriota (relações exteriores), Helena Chagas, chefe da secretaria de comunicação da presidente, assessores e seguranças integraram a festa em Roma. Será que eles foram ouvir o discurso inaugural, em que o Papa pregou a humildade?

* Foto do quarto da suíte presidencial, onde a presidente ficou hospedada

 



21 de março de 2013
Andrea Matarazzo
 
NOTA AO PÉ DO TEXTO

Poema de sete faces
(...)

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

De Alguma poesia (1930)
Carlos Drummond de Andrade


 

COMPARAÇÕES INTRIGANTES DO IDH DA ONU

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Índice da ONU combina expectativa de vida, educação e produção econômica (Reprodução/Internet)
Números do Programa de Desenvolvimento Humano da ONU mascaram algumas diferenças importantes entre os países
 
O produto doméstico bruto, afirmou Robert F. Kennedy, “mede tudo… exceto aquilo que faz a vida valer a pena”. Em uma tentativa de corrigir a fixação exclusiva pelo produto econômico, o Programa de Desenvolvimento da ONU (UNPD, na sigla em inglês) lançou em 1990 o Índice de Desenvolvimento Humano.
 
Esse índice combina a expectativa de vida no nascimento, e os números médios e esperados de anos de educação e a produção econômica.
 
Apenas dois países, Zimbábue e Lesoto, tiveram uma queda no índice desde 1990, mas em outras partes do mundo grandes avanços foram feitos, particularmente na China, Irã e Índia.
Como resultado dessas mudanças, a UNPD espera que a população de classe média do mundo – definida como as residências com rendas superiores a US$ 20.000 por ano – cresça de 1,85 bilhão em 2009 para 3,25 bilhões em 2020.
 
A instituição prevê que em 2030 80% das residências de classe média se encontrarão em países emergentes e em desenvolvimento e serão responsáveis por 70% dos gastos globais. Esses números mascaram algumas diferenças importantes entre os países.

O UNPD estima que os latino-americanos nos EUA tenham um IDH de 0,75 (o mesmo nível do Cazaquistão). Afro-americanos tem um nível de IDH de 0,70, similar ao da China. Os afro-americanos na Louisiana têm uma pontuação de apenas 0,47 (equivalente à da Nigéria).

21 de março de 2013
Fontes:The Economist-African-American-Chinese

VOCÊ E O NOSSO FEDERALISMO PELO AVESSO

 

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O sistema federativo não é apenas uma opção entre muitas dentro do baralho da democracia. Sobretudo para países das dimensões do Brasil, é um componente essencial do receituário da liberdade.

O federalismo responde ao princípio geral de que as leis são feitas pelos indivíduos e para os indivíduos, e não por entidades abstratas e contra os indivíduos, e traduz a sequência histórica dos acontecimentos que resultaram na organização das sociedades humanas.

Eu mando na minha casa” é uma dimensão tão natural da liberdade que nós humanos a compartilhamos até com os animais. “Nós mandamos na nossa cidade” idem. As formigas, as abelhas e todos os animais sociais entendem naturalmente que assim é.

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Necessidades elementares de segurança e de eficiência do trabalho determinam os termos dessas etapas de colaboração. Só daí por diante é que a sede de poder começa a subverter, pelo ardil e pela força, os fundamentos muito simples e intuitivos desses arranjos. Só daí por diante é que entram em cena os artifícios exclusivos do bicho homem.

O turning point é o século 12 quando as tecnologias de transporte, comunicações e armamento ensejam aos doentes de poder – que sempre os houve – olhar para além das muralhas dos seus castelos, das fronteiras das suas cidades, e ambicionar territórios maiores, e os rábulas de Bologna a seu serviço tramam uma versão falsificada do Direito Romano para armá-los dos argumentos necessários para se impor a quem nunca os tinha visto antes.

A

A partir de então, a humanidade se divide em duas: uma segue estruturando o seu modelo de organização social a partir das necessidades e das práticas dos indivíduos, a outra passa a estruturar o seu a partir das necessidades e das práticas dos donos do poder para se impor e manter como tal.

Os termos fundamentais do discurso desses últimos variam muito pouco através dos tempos. São sempre argumentos “mágicos” que sustentam os desvios da ordem natural, pelo menos até que o candidato a “ungido dos deuses” (ou “dos justos”, ou “do povo”, ou “dos pobres”) concentre força suficiente em suas mãos para não perder mais tempo com justificativas antes de cada uma das suas imposições.

Já o entendimento das razões e justificações dos que se mantiveram no caminho de sempre “não requer prática nem tampouco habilidade”, para usarmos o bordão tão conhecido dos brasileiros.
Basta o senso comum.

 
Os filósofos do Iluminismo, que vieram para libertar o mundo do jugo dos monarcas absolutos “ungidos dos deuses”, invocaram os testemunhos concretos da história e da natureza para elevar o senso comum à categoria de elemento de certificação da verdade superior ao argumento mágico, que flutua no ar e é inteiramente dócil a quem se dispõe a manipula-lo.

É com esse argumento que uma corrente deles afirma a superioridade da Lei Comum (Common Law) sobre o Direito Romano. Uma é dócil aos fatos; apoia na prática, na tradição, no concretamente havido, o trabalho de sistematização dos comportamentos que cada grupo humano tem ou não tem tolerado ao longo de sua história, e dá a cada lesado e a cada infrator o direito de reivindicar a mesma satisfação e a mesma pena precedentemente aplicada para aquele mesmo crime naquela mesma comunidade.
O outro se esgueira pelos obscuros meandros da dialética e trata de interpretar os fatos, deixando sempre escancaradas as portas para as decisões arbitrárias de magistrados ungidos pelo poder constituído como melhores julgadores da verdade que o restante dos mortais.

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Mas houve quem resistisse ao logro.
Na pequena ilha onde se formou a Inglaterra as leis seguem sendo até hoje diferentes de condado para condado, porque assim tem sido desde que os primeiros homens se instalaram nesses pedaços daquele território, e porque isso sempre foi bom e bastante.
E esta foi a prática comum a toda a Europa, Portugal incluído, até a encruzilhada do século 12.
O modelo federativo segue o mesmo princípio.

Primeiro surgiram as tribos isoladas que se organizaram em aldeias, depois cidades-estados. Mais adiante deu-se a união entre as diversas cidades-estados em nome da perseguição de interesses comuns.

A cada etapa desse processo consentido cedia-se apenas, com é de bom senso, o tanto de soberania local estritamente necessário para a execução das operações envolvendo mais de uma cidade-estado.

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Em sua versão atual, que vigora em todos os países de colonização inglesa e em outras democracias avançadas, o modelo federativo é o que se consolidou desde a fundação dos Estados Unidos da América.

Afirma, basicamente, o seguinte.
Você consome equipamentos e serviços comunitários onde você está. É na sua cidade que você precisa de saneamento, de segurança pública, de saúde e de educação. Portanto, é o governo da sua cidade, aquele que está sob a estrita vigilância dos seus olhos e ao alcance da sua voz, que deve arrecadar, prover e gerenciar tudo isso.

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É preciso abrir e manter estradas ligando cidades a cidades? Constituir uma polícia com autoridade para perseguir criminosos que saltam as fronteiras municipais? Para isso e para mais nada do que isso são constituídos os Estados da federação. Para isso e para mais nada do que isso eles estão autorizados a arrecadar.

É necessário que nos juntemos todos para nos defendermos de agressores estrangeiros? Ou para negociarmos com mais força com outras Nações? Para isso e mais nada que isso constitui-se a União. Para isso e nada mais que isso ela está autorizada a arrecadar e gastar.

Se você vive uma situação diversa desta, você está sendo enganado. Quem tem, sempre, de estar de chapéu na mão, pedindo dinheiro e autorização para agir é “o cara” lá de cima. Cada passo para fora dessa ordem é um passo em direção à servidão.

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21 de março de 2013
vespeiro

MANTEGA VAI AO SUPREMO PARA TRAVESTIR A REALIDADE DA ECONOMIA, QUE PREOCUPA OS EMPRESÁRIOS

 

Cobertor curto – Guido Mantega afirmou que, em 2012, o governo continuou “entregando” emprego e renda, mesmo diante do fraco desempenho da economia.

“No ano passado, criamos 1,3 milhão de emprego e a massa salarial cresceu 6%.
É isso que interessa para a população. A política econômica, deste ponto de vista, está muito bem”, afirmou.

O governo está absolutamente equivocado em relação à situação da economia e à percepção dos empresários sobre o tema.

Em conversa com o ucho.info, dois conhecidos e experientes empresários do setor de alimentação, com passagem por multinacionais, mostraram preocupados com os rumos da economia.

Durante o encontro no começo da tarde desta quinta-feira, um dos entrevistados disse que a economia do País caminha diariamente sobre o fio da navalha e que qualquer movimento em falso será fatal para o País. O nosso interlocutor sugeriu que Dilma deixe os assuntos da economia sob a responsabilidade de técnicos competentes, o que atualmente não acontece.

O outro entrevistado, com larga experiência no mercado internacional de alimentos, alertou para o perigo da desindustrialização que o governo vem promovendo no Brasil.

Longe do ufanismo de Guido Mantega, ambos os entrevistados foram uníssonos ao discordar da forma como o governo tem enfrentado a crise, sempre com atraso e medidas inócuas e pontuais, quando o importante seria uma reforma profunda e de longo prazo, com direito a mudanças no campo tributário.

Sobre a desoneração da cesta básica, os empresários garantiram que a medida serviu apenas para controlar a inflação e como ferramenta política e eleitoral para a presidente Dilma Rousseff, sem proporcionar qualquer benefício expressivo ao consumidor.

21 de março de 2013
ucho.info

DESCULPAS SOBRE GASTOS DE COMITIVA EM ROMA NÃO CONVENCEM E DILMA ROUSSEFF DEVE OPTAR PELO SILÊNCIO

 

Baderna oficial – Os brasileiros indignados que se preparem, porque a tendência é que Dilma Rousseff mergulhe em um ostracismo forçado por causa gastança em Roma durante viagem oficial para acompanhar a missa que marcou o pontificado do papa Francisco.

De volta ao Brasil, Dilma deixará a capital federal nos próximos dias para mais algumas incursões no Nordeste, uma vez que sua campanha pela reeleição já está em marcha.

Mas que ninguém espere qualquer explicação por parte da presidente sobre o escárnio romano.

Confirmando a teoria de que nada no universo é mais direitista do que um representante da esquerda no poder, Dilma torrou € 125.990,00 (R$ 324 mil) na viagem à capital italiana, segundo informou a assessoria de imprensa do Itamaraty ao jornal “O Estado de S. Paulo”. Trata-se de um enorme deboche, pois os brasileiros enfrentam uma preocupante crise financeira, muito mais grave do anunciam os palacianos.

“As equipes técnica e de apoio tiveram a composição padrão das viagens presidenciais, formadas por profissionais de segurança, cerimonial, saúde, tradução, comunicação, diplomatas, entre outros. A comitiva e a equipe técnica foram hospedadas no hotel Westin Excelsior e a equipe de apoio hospedou-se no hotel Parco dei Principi”, informou o Itamaraty.

A comitiva liderada pro Dilma Rousseff contou com a participação dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Aloizio Mercadante (Educação), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República), Helena Chagas (Comunicação Social), além do embaixador do Brasil no Vaticano, Almir Franco de Sá Barbuda, que se juntou ao grupo em Roma.

O ministro Antonio Patriota tentou minimizar o estrago e alegou que a presidente ficou hospedada em um dos mais caros e badalados hotéis da capital italiana porque a residência do embaixador do Brasil em Roma está temporariamente desocupada.

“O embaixador Ricardo Neiva Tavares foi designado pela Presidenta da República e aprovado pelo Congresso e o decreto de remoção dele da União Europeia aqui para Roma foi publicado no Diário Oficial na sexta-feira passada.
Nessas condições, então, a residência do embaixador do Brasil aqui em Roma está desocupada no momento, ela está entre dois Embaixadores – e é por isso que a presidenta ficou aqui no hotel”, disse Patriota à Agência Brasil.

Partidos de oposição criticaram com veemência os gastos da comitiva presidencial e anunciaram que pedirão ao Palácio do Planalto informações sobre o custo total da viagem. Líder do PPS na Câmara dos Deputados, o paranaense Rubens Bueno foi enfático: “Isso é mordomia pura, é algo que choca.
Presidente da República sair do Brasil, ir para uma missa, ficar três dias com uma comitiva desse tamanho, e pagar uma diária que custa R$ 7.700 é algo que choca. É um negócio inaceitável”.

O valor informado pelo Itamaraty por si só é um descomunal absurdo, mas a conta que cabe aos brasileiros é ainda maior porque há o custo do deslocamento do avião presidencial. Considerando apenas os R$ 324 mil, o entourage palaciano conseguiu a proeza de torrar em uma saída para a missa o equivalente a 478 salários mínimos, montante que um reles trabalhador demoraria quarenta meses para conseguir.

Levando-se em conta que Dilma Rousseff descobriu a fórmula mágica de derrotar a miséria com R$ 80 mensais, o valor gasto em Roma seria suficiente para manter 38 pessoas, durante dez anos, longe da chamada linha da miséria extrema.

Em qualquer país minimamente sério e com um povo com doses rasas de responsabilidade, Dilma desembarcaria em um aeroporto cercado por extensa e raivosa multidão.
Lamentavelmente, nenhuma manifestação há de acontecer, nem mesmo por parte dos baderneiros que, financiados com o dinheiro público, têm feito arruaças na Comissão De Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

21 de março de 2013
ucho.info

COM APROVAÇÃO RECORDE, DILMA SEGUE FIRME PARA 2014

Não poderia ter sido melhor para a presidente Dilma Rousseff, o resultado da pesquisa do IBOPE, realizada para a Confederação Nacional da Indústria, destacando a aprovação do governo Dilma que na média geral alcançou 63%, sendo que 85% no Nordeste.


Comparando com seus antecessores, no terceiro ano de sua administração ela superou Lula, que nessa fase registrava 39 pontos e Fernando Henrique que atingiu escala de 56 pontos. Impossível negar ou tentar reduzir o impacto causado pelos números.


Confirmam a alta popularidade e, com eles a presidente da República inicia a campanha à reeleição. As bases e o panorama são extremamente favoráveis.

Não se trata apenas de popularidade destacada pelo Bolsa Família, mas sim decorrente de seu estilo direto e afirmativo de administrar.

A população, principalmente as camadas de renda menor, sente-se representada por seu estilo. Ela se faz presente e ocupa bem os espaços da comunicação. Direta sem curvas forçadas ou vacilações. Ela atua com firmeza como todos gostariam de atuar.

A largada para 2014 lhe fornece uma frente difícil de ser alcançada seja por Aécio Neves, seja por Eduardo Campos.
O páreo inclui provavelmente ainda Marina Silva que, nas eleições passadas, primeiro turno, obteve a expressiva fração de 20% dos votos.
Agora, no entanto, distante do Partido Verde, e com as divisões que naturalmente vão ser preenchidas por Aécio e Campos, a percentagem ecológica tende a diminuir um pouco.

SEM MUDANÇAS

Seja como for, basicamente o quadro não apresenta sintonia de mudança. Ou seja a aliança PT-PMDB deve prosseguir, com o PMDB ocupando a vice presidência, como tem ocorrido até agora. Não há razões lógicas para que se possa pensar de modo diferente.
O voo, de cruzeiro, deve permanecer no horizonte sem problemas capazes de afetar uma relação política absolutamente estável, o PMDB presente do ministério, o que acrescenta bastante ao partido no esquema de poder.

Uma aliança sólida forjada nas razões do possível, sem que barreiras sejam ultrapassadas. Cada um no seu quadrado, o país emoldurado pelas siglas da estabilidade. O êxito do governo, na realidade, é portanto o sucesso das agremiações que nele formam e convivem pacificamente.

Um caminho bem iluminado para as urnas que estão se aproximando na véspera do último desdobramento, o do ano que vem, completando-se assim um ciclo de doze anos iniciado nas eleições de 2002. Existem, como se observa da última pesquisa IBOPE-ENI, a possibilidade de o ciclo de doze ser estendido para dezesseis anos. Longo período, ao caminho do qual a população brasileira terá crescido 20%.

Resultado do dinamismo demográfico. Um pouco mais aliás, já que se deve levar em conta o cálculo dos montantes, ao qual devemos nos adaptar em busca da realidade e do realismo. De qualquer forma, o levantamento do IBOPE confirmou o que todos sentem e pressentiam: principalmente a aprovação de um estilo da presidente e do governo no contato diário com a opinião pública. No fundo, ela sempre é quem fixa os rumos do pais na rota do futuro.

DECISÃO QUE PERMITE PRISÃO DO DEPUTADO NATAN DONADON É EXEMPLO PARA MENSALEIROS

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou, no Diário da Justiça Eletrônico, decisão de dezembro passado que rejeitou os últimos recursos apresentados pelo deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO), condenado a mais de 13 anos de prisão. A defesa ainda pode entrar com novo recurso em cinco dias. Caso não haja manifestação, o mandado de prisão será expedido e Donadon será o primeiro parlamentar federal preso no exercício do mandato.


Donadon: 13 anos de prisão

O deputado foi condenado em outubro de 2010 pelos crimes de peculato e formação de quadrilha por desviar mais de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia entre 1995 e 1998, quando era diretor financeiro do órgão. Ao todo, ele recebeu pena de 13 anos, quatro meses e dez dias, a ser cumprida inicialmente em regime fechado. Ele também terá que devolver R$ 1,6 milhão aos cofres públicos.

Em dezembro, o advogado Nabor Bulhões disse que entraria com mais um recurso assim que a decisão fosse publicada. Ele infomou que pediria revisão criminal do processo, pois entende que o parlamentar foi tratado de forma desigual em relação aos outros réus que participaram do esquema.

Segundo Bulhões, há precedentes em que o STF se adequou a decisões de juízes de primeira instância nos casos em que as penas eram mais benéficas aos réus. O advogado também disse que iria pedir a suspensão dos efeitos da condenação até o julgamento do novo recurso.

Ainda não está claro se Donadon perderá o mandato automaticamente, assim como ocorreu com os parlamentares condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Ele está no terceiro mandato na Câmara dos Deputados, e caso o Supremo não determine a perda de mandato, caberá à Casa Legislativa analisar se o parlamentar deve ser cassado ou apenas afastado para cumprir a prisão.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - O caso Donadon é apenas o trailer do que acontecerá em relação aos mensaleiros José Genoino, João Paulo Cunha, Pedro Henry e Valdemar Costa Neto. São tantos recursos que está arriscado a atual legislatura acabar sem que eles sejam cassados. (C.N.)

21 de março de 2013
Débora Zampier (Agência Brasil)

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA HELIO FERNANDES

Em 1961 no Egito, conheci Saddam Hussein, um jovem socialista "de previsível e provável sucesso". 47 anos depois, já ditador cruel e sanguinário, era enforcado pelos americanos, cuja invasão completa 10 anos. Os socialistas não resistem ao Poder, destroçados por ele?

Em 1961, portanto há 52 anos (eu estava completando 40) fiz minha primeira viagem ao Egito, Líbano e Síria. Paulo Sampaio, notável figura, presidente da Panair, a mais romântica e brasileira empresa de aviação), convidou 15 jornalistas para uma viagem a esses três países. Ficamos 12 dias, a Condessa Pereira Carneiro, Maneco Muller. Moacir Werneck de Castro, João Calmon, Gilberto Chateaubriand, João Dantas e mais e mais.

Nosso hotel no Cairo era à beira do Nilo, um prazer acordar e olhar aquele rio histórico. Fizemos o roteiro obrigatório, visitar as pirâmides, andar de elefantes pelo deserto à meia-noite, mas o que interessa nessa lembrança: ser recebido pelo Presidente Nasser, que já era chamado de "terceira força" pelo mundo. Infelizmente morreria nove anos depois. Desaparecia a esperança (ou outra ilusão?) do nascente "nasserismo".

Nos recebeu duas vezes, demoradamente. Nas duas, sentado, conversando animadamente. Em pé, ao lado dele, um jovem (tinha 23 anos) elegante, bem apessoado, às vezes de inclinava, dizia alguma coisa ao presidente. Perguntei quem era a um assessor. Resposta: "É um jovem socialista, considerado de extraordinário futuro. Seu nome é Saddam Hussein".

Agora que se completam 10 anos da invasão do Iraque pelos EUA, não posso esquecer como acabou o "jovem socialista" de 1961, já um ditador cruel. Seu previsto ou previsível futuro acabou com a condenação à morte, sem herdeiros ou alguém que chorasse por ele.

Uma pergunta que não posso deixar de fazer, até a mim mesmo: nenhum socialista resiste ao Poder, é destruído e destroçado por esse Poder? Exceção para Mitterrand. Governou a França por 7 anos, de 1981 a 1988, novos 7, de 1988 a 1985. Quando se preparava para outros 7, teve que desistir. o adversário era invencível politicamente, e fisicamente desapareceria com ele. Um ano depois, logicamente já fora do poder.

DONA DILMA NÃO LEVOU LULA AO VATICANO
No velório de Chávez, o ex-quase entrou no seu antigo avião, sem pedir autorização. Ela ficou constrangida, mas levou-o. Lá, Lula foi a grande atração. Chavistas e oposicionistas só queriam falar com ele, Dona Dilma ficou praticamente abandonada. Ela viu, anotou, não esqueceu.

Para a entronização do Papa, ele queria repetir a viagem. Dona Dilma não negou, mas do alto dos 79 por cento de aprovação na pesquisa, candidatíssima, apenas observou: "Só vão presidentes e primeiros-ministros, você vai ficar quase escondido". Ele não gostou, compreendeu, aceitou. Pesquisa é pesquisa, Lula sabe como é.

O PAPA "HERMANO"
Recebeu Dona Kirchner duas vezes. Uma, em público, durante 20 minutos, incluindo um beijo na presidente. O que levou a que ela dissesse (de brincadeira?) "é a primeira vez que sou beijada por um Papa". Depois, almoçaram juntos, durante 4 horas.

Com o Brasil foi diferente. A própria Dilma alardeou que seria recebida por Francisco, e diria a ele, textual: "Não basta falar em pobre, é preciso acabar com a pobreza". Nao teve tempo nem de sentar, quanto mais de falar.

O Papa Francisco recebeu Dona Dilma em pé, ela foi apresentando alguns membros de sua comitiva, não dava para muito, foram 54 os seus acompanhantes. Ele confirmou que virá ao Brasil no Congresso da Juventude. Só faltava desmarcar, será a sua primeira viagem ao exterior. Já estava estabelecida. E se não estivesse? De qualquer maneira, desconsideração à presidente e ao Brasil.

JOAQUIM BARBOSA CONTESTADO
O ditado popular se repete na alta cúpula da Justiça: "Quem fala o que quer, ouve o que não quer". Depois do mensalão, o presidente do Supremo vem se equivocando publicamente. Mandou um jornalista respeitado de Brasília "chafurdar no lixo". E acrescentou: "É o que você sempre faz, palhaço".

Agora criticou a ligação de juízes com advogados, cometendo o grave erro de quem se manifesta: a generalização. Foi criticadíssimo por associações de magistrados, que apelaram até para a vida particular do Ministro.

Não quero usar desse recurso, ninguém jamais escreverá sobre Joaquim Barbosa quanto esse repórter em 1º de dezembro de 2008. Acusações com provas e enorme repercussão. Agora, Barbosa indefensável: se reúne com Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves. Isso pode?

21 de março de 2013