Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
sábado, 14 de janeiro de 2012
HISTÓRIAS DO SEBASTIÃO NERY
O palácio vermelho pendurado no azul
De repente, da janela do avião, entre Córdoba e Sevilha, o céu azul, o chão azul e uma serra branca, luminosa, toda coberta de neve, a “Sierra Nevada” de Granada. Onde nasceu e por Franco foi assassinado Federico Garcia Lorca. Onde nasceu e também por Franco foi assassinada Mariana de Pineda. Onde o poeta andaluz Manuel Machado cantou a “água oculta que lhora”. E o mexicano Augustín Lara chorou, no bolero imortal, “Granada, tierra soñada por mim, ensangrentada em tardes de toros, mujer de ojos moros”.
Uma cidade sagrada. A 30 quilômetros do centro, a neve a zero grau. A 40 quilômetros do centro, o mar a 30 graus. De manhã, você pode esquiar na “sierra nevada”. E à tarde tomar banho de mar nas mornas praias de Salorrena.
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ALHAMBRA
Mas Granada é sobretudo Alhambra. Sobre a colina de 700 metros, ante o rio Darro e os picos prateados da Sierra Nevada (3.487m), está Alhambra, o “Castillo Vermejo”, Castelo Vermelho (Alhambra, em árabe, é “vermelho”, pelo barro vermelho, com que foi construído), “o mais belo e mais impressionante e melhor conservado palácio árabe do mundo”.
Em 1238, Alhamar, rei mouro, foi morar na colina e começou a construir o palácio, dentro de uma fortaleza. Seus sucessores foram ampliando, sobretudo no século XIV. É um magnífico conjunto de palácios. No século XV (1492), os cristãos a tomaram e Alhambra continuou a ser palácio real.
Foi a última trincheira dos mouros na península ibérica. Você entra pela “Porta da Justiça”, passa pela “Porta do Vinho”, chega à “Praça de Algibes”, de onde se vai para os subterrâneos. Um roteiro de encantamentos. Parece um navio, “enorme barco ancorado entre a montanha e a planície”, como disse o poeta. São 2.200 metros de muralhas e 30 torres.
Na “Porta das Granadas”, estão as últimas palavras do mouro “Villaespesa”: “Poderão restar apenas as sombras destes muros, mas sua lembrança ficará para sempre como derradeiro refúgio do sonho e da arte, e então o último rouxinol que cantar sobre o mundo construirá seu ninho e entoará suas canções como uma despedida, entre as ruínas gloriosas de Alhambra”.
Alhambra, o palácio vermelho pendurado no azul.
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CONCEIÇÃO TAVARES
Não gosto de ver voto meu chorando. Na “Isto É Dinheiro”, o Hugo Studart contava em 2006 que minha ex-deputada, a guerreira e mestra Maria da Conceição Tavares, “a economista mais influente do País está chorando, em depressão profunda, diante das denúncias contra o governo que ajudou a pôr de pé”.
“Fumava três carteiras de cigarro por dia, já fuma quatro e está passando para a quinta. Segundo seu amigo Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES, ela está se arrastando emocionalmente, é só angústia; para ela, está sendo terrível ver desmoronar todos os seus sonhos; é muito doloroso suportar o que está acontecendo com o Brasil, o PT e com seus amigos petistas”:
“É um governo de merda! Mas é o meu governo, merda! Joguei meus últimos anos de vida em um projeto que fracassou. O choque foi muito grande. Estávamos todos lá. Não vem agora com ar de quem não tem nada a ver com isso. Então estavam todos dormindo ou de touca? A corrupção está associada a essa política econômica errada, reducionista. O superávit primário não vai levar o País a lugar nenhum”.
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MARIA ANTONIETA
O País e o governo têm uma Comissão de Ética que diz que um servidor público só pode receber presentes que custem até R$ 100. Acima desse valor, ou devolve ou manda para algum programa de assistência social. A mesma “IstoÉ” contava que “Marisa Letícia (a então primeira-dama) acostumou-se a ganhar roupas caras e cortes de cabeça de graça, como se fosse muito natural”:
1. “O cabeleireiro Wanderley Nunes, dono do Studio W, revelou que oferece, a título de cortesia, todos os cortes de cabelo de dona Marisa, que custam, cerca de R$ 250 cada. E dá toda a tintura”.
2. – “O estilista Ivan Aguiar revelou que já deu ternos, terninhos, vestidos e tailleurs, para o presidente e para dona Marisa, os dela avaliados em pelo menos R$ 30 mil. Cada vestido assinado por Aguilar custa entre R$ 800 e R$ 1,2 mil e foram 15 ternos e 27 tailleurs”.
No passado, o governador paraibano José Américo já ensinava: “O homem público não mistura os bolsos”. Mas parece que ninguém aprendeu isso.
Sebastião Nery
14 de janeiro de 2012
De repente, da janela do avião, entre Córdoba e Sevilha, o céu azul, o chão azul e uma serra branca, luminosa, toda coberta de neve, a “Sierra Nevada” de Granada. Onde nasceu e por Franco foi assassinado Federico Garcia Lorca. Onde nasceu e também por Franco foi assassinada Mariana de Pineda. Onde o poeta andaluz Manuel Machado cantou a “água oculta que lhora”. E o mexicano Augustín Lara chorou, no bolero imortal, “Granada, tierra soñada por mim, ensangrentada em tardes de toros, mujer de ojos moros”.
Uma cidade sagrada. A 30 quilômetros do centro, a neve a zero grau. A 40 quilômetros do centro, o mar a 30 graus. De manhã, você pode esquiar na “sierra nevada”. E à tarde tomar banho de mar nas mornas praias de Salorrena.
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ALHAMBRA
Mas Granada é sobretudo Alhambra. Sobre a colina de 700 metros, ante o rio Darro e os picos prateados da Sierra Nevada (3.487m), está Alhambra, o “Castillo Vermejo”, Castelo Vermelho (Alhambra, em árabe, é “vermelho”, pelo barro vermelho, com que foi construído), “o mais belo e mais impressionante e melhor conservado palácio árabe do mundo”.
Em 1238, Alhamar, rei mouro, foi morar na colina e começou a construir o palácio, dentro de uma fortaleza. Seus sucessores foram ampliando, sobretudo no século XIV. É um magnífico conjunto de palácios. No século XV (1492), os cristãos a tomaram e Alhambra continuou a ser palácio real.
Foi a última trincheira dos mouros na península ibérica. Você entra pela “Porta da Justiça”, passa pela “Porta do Vinho”, chega à “Praça de Algibes”, de onde se vai para os subterrâneos. Um roteiro de encantamentos. Parece um navio, “enorme barco ancorado entre a montanha e a planície”, como disse o poeta. São 2.200 metros de muralhas e 30 torres.
Na “Porta das Granadas”, estão as últimas palavras do mouro “Villaespesa”: “Poderão restar apenas as sombras destes muros, mas sua lembrança ficará para sempre como derradeiro refúgio do sonho e da arte, e então o último rouxinol que cantar sobre o mundo construirá seu ninho e entoará suas canções como uma despedida, entre as ruínas gloriosas de Alhambra”.
Alhambra, o palácio vermelho pendurado no azul.
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CONCEIÇÃO TAVARES
Não gosto de ver voto meu chorando. Na “Isto É Dinheiro”, o Hugo Studart contava em 2006 que minha ex-deputada, a guerreira e mestra Maria da Conceição Tavares, “a economista mais influente do País está chorando, em depressão profunda, diante das denúncias contra o governo que ajudou a pôr de pé”.
“Fumava três carteiras de cigarro por dia, já fuma quatro e está passando para a quinta. Segundo seu amigo Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES, ela está se arrastando emocionalmente, é só angústia; para ela, está sendo terrível ver desmoronar todos os seus sonhos; é muito doloroso suportar o que está acontecendo com o Brasil, o PT e com seus amigos petistas”:
“É um governo de merda! Mas é o meu governo, merda! Joguei meus últimos anos de vida em um projeto que fracassou. O choque foi muito grande. Estávamos todos lá. Não vem agora com ar de quem não tem nada a ver com isso. Então estavam todos dormindo ou de touca? A corrupção está associada a essa política econômica errada, reducionista. O superávit primário não vai levar o País a lugar nenhum”.
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MARIA ANTONIETA
O País e o governo têm uma Comissão de Ética que diz que um servidor público só pode receber presentes que custem até R$ 100. Acima desse valor, ou devolve ou manda para algum programa de assistência social. A mesma “IstoÉ” contava que “Marisa Letícia (a então primeira-dama) acostumou-se a ganhar roupas caras e cortes de cabeça de graça, como se fosse muito natural”:
1. “O cabeleireiro Wanderley Nunes, dono do Studio W, revelou que oferece, a título de cortesia, todos os cortes de cabelo de dona Marisa, que custam, cerca de R$ 250 cada. E dá toda a tintura”.
2. – “O estilista Ivan Aguiar revelou que já deu ternos, terninhos, vestidos e tailleurs, para o presidente e para dona Marisa, os dela avaliados em pelo menos R$ 30 mil. Cada vestido assinado por Aguilar custa entre R$ 800 e R$ 1,2 mil e foram 15 ternos e 27 tailleurs”.
No passado, o governador paraibano José Américo já ensinava: “O homem público não mistura os bolsos”. Mas parece que ninguém aprendeu isso.
Sebastião Nery
14 de janeiro de 2012
ANOTAÇÕES DIVERSAS DE FLAVIO LYRA
O Programa de Desestatização, uma grande fraude
Retorna ao debate público o famigerado processo de privatização realizado nos governos Collor e especialmente FHC, no período 1990-2002. Desta vez, por conta do livro do jornalista Amaury Junior “A Privataria Tucana”, no qual, de forma fartamente documentada, é revelado ao público o mecanismo de lavagem de dinheiro utilizando paraísos fiscais, adotado por personalidades importantes do meio empresarial e do PSDB durante os governos de FHC, no financiamento da compra do controle das empresas telefônicas durante sua privatização, e em outras oportunidades.
É improvável que numa sociedade efetivamente democrática, cujos meios de comunicação estivessem a serviço da maioria, fosse possível executar um programa de transferência do patrimônio público, representado por empresas estatais de grande importância econômica e estratégica para o desenvolvimento do país, para capitalistas sem capital, nas condições em que ocorreu no Brasil a privatização nos governos Collor e, principalmente FHC, no período 1990-92.
O controle acionário das plantas transferidas, em número de 45, exclusive as concessões da Refesa e portos, distribuídas por vários setores industriais e de infra-estrutura, alcançou a vultosa cifra total de R$ 68,7 bilhões, com o capital total das empresas sendo um múltiplo da ordem de quatro vezes esse valor.
***
BIONDI: O BRASIL PRIVATIZADO
Este assunto, certamente indelével na história econômica recente do país, já havia estado em evidência em várias oportunidades, especialmente com o livro do notável e já falecido jornalista Aloysio Biondi, “O Brasíl Privatizado”, do ano de 1999, no qual, de modo fundamentado, ele chama a atenção para o caráter predatório do patrimônio público das privatizações realizadas por esses governos.
Biondi mostra com números que o aumento da dívida pública em que o país incorreu para sanear as empresas vendidas superou o valor arrecadado com a venda, frustrando inteiramente um dos principais objetivos declarados para justificar a privatização: reduzir a dívida pública.
Textualmente, Biondi afirma: “O governo diz que arrecadou R$ 85,2 bilhões com as privatizações. Mas contas “escondidas” mostram que há um valor maior, de R$ 87,6 bilhões, a ser descontado daquela “entrada de caixa”. E note-se: esse levantamento é apenas parcial, faltando ainda calcular itens importantes, mencionados acima, como gastos com demissões, perdas de Imposto de Renda, perda dos lucros das estatais privatizadas etc. Por isso mesmo, deixam de ser levados em conta nos cálculos os “juros” sobre o dinheiro, em moeda corrente, efetivamente recebidos pelo governo. O balanço geral mostra que o Brasil “torrou” suas estatais, e não houve redução alguma na dívida interna, até o final do ano passado.”
É notório o caso da Telebrás, no qual se constatou que o governo teria investido US$ 21 bilhões nos anos anteriores à privatização, para depois arrecadar US$ 8,8 bilhões com a venda do controle acionário das empresas telefônicas.
***
O BNDES E AS MOEDAS PODRES
Para viabilizar financeiramente a venda das empresas foram criados mecanismos especiais de financiamento, com a mobilização do BNDES para financiar os compradores, a utilização dos fundos de pensão de empresas estatais, a utilização das chamadas “moedas podres” (dívidas do governo de baixíssimo valor no mercado, aceitos pelo valor de face) e notórias subavaliações dos preços mínimos das empresas levadas a leilão, como foi o caso da Vale do Rio do Doce.
Neste caso, grandes reservas minerais foram deixadas de fora do preço mínimo e a venda foi realizada às pressas de modo a evitar que a alta dos preços do minério de ferro no mercado internacional que estava para ocorrer, inflacionasse o valor de venda, propiciando assim aos compradores lucros enormes, logo após a venda.
Com a mesma intenção de facilitar a vida dos futuros proprietários das empresas, o governo realizou ou assumiu compromisso de elevar fortemente os preços e tarifas dos produtos e serviços, levando os consumidores a arcarem com os custos do aumento dos lucros futuros dos felizardos participantes do botim da privatização, coisa que sempre resistira a fazer anteriormente.
A desfaçatez com que foi preparado o processo de privatização evidenciou-se em todo o período com uma intensiva campanha nos meios de comunicação, sob forte influência do governo e de interesses de empresários privados, para manchar a imagem das empresas estatais junto a opinião pública, que as acusavam de ineficientes e de cabides de emprego, o que podia ocorrer em poucos alguns casos, mas não era generalizável para o conjunto dessas empresas.
Efetivamente várias empresas estatais importantes, como as siderúrgicas e os pólos petroquímicos, apresentavam baixa lucratividade em face da política econômica do governo, que não lhes permitia reajustar os preços, em nome do combate à inflação, subsidiando por esse meio os compradores de aço e nafta. O Governo FHC chegou a proibir, através de resolução, que o BNDES financiasse empresas estatais.
A própria denominação do programa com a palavra desestatização chama a atenção para a tentativa diversionista de levar os menos informados a não o perceberem como o instrumento para a venda a particulares do patrimônio público. Com efeito, o neologismo desestatizar quer significar retirar do controle do Estado, enquanto que privatizar é entregar ao controle privado.
Mas, qual a importância para a maioria da população que as empresas sejam de propriedade do estado ou dos capitalistas privados, se elas vão produzir os mesmos produtos? Antes de tudo é importante considerar que as empresas foram constituídas com recursos tirados do bolso dos contribuintes, através de impostos, e que só surgiram em decorrência da incapacidade dos empresários privados de realizarem os investimentos necessários a sua existência. Sem elas, atividades estratégicas para o desenvolvimento do país não teriam sido materializadas e os investimentos privados nos setores menos estratégicos tampouco.
***
O QUE SIGNIFICAM AS ESTATAIS
As empresas estatais significavam a garantia de que o fornecimento de serviços básicos para o desenvolvimento do país seriam supridos e que os lucros dessas empresas reverteriam em benefício da maioria da população, quer sob a forma de novos investimentos, quer sob a forma de uma carga tributária mais reduzida em virtude da contribuição das empresas estatais para o orçamento público. Com a privatização dessas empresas, reduziu-se naturalmente a capacidade do Estado de utilizar seus lucros no financiamento do orçamento público. Reduziu-se igualmente o poder do estado de apoiar o processo de desenvolvimento. Os empresários vão continuar investindo, obviamente, mas vão utilizar parte dos lucros para financiar seu alto padrão de vida, para realizar transferências para o exterior e para controlar o processo político em seu favor, prejudicando o aprofundamento da democracia.
Nunca será demais lembrar que a única fase em que a formação de capital no país alcançou a cifra de 25% do PIB foi nos anos 70, quando as empresas estatais respondiam por parte considerável desse investimento. Depois da privatização o referido percentual jamais superou 20% do PIB. Para onde se dirigiram os resultados derivados da tão propalada eficiência produtiva das empresas privadas? Certamente, uma parcela importante dos lucros está saindo do país para remunerar o capital estrangeiro que participou das privatizações e outra, não menos importante, para financiar investimentos no exterior que pouco ou nada nos beneficiam.
Há fortes razões, portanto, para afirmar que o processo de privatização constituiu-se na maior fraude que governantes realizaram contra a maioria da população brasileira, vendendo patrimônio público (portanto, o patrimônio de cada um de nós, criado com os impostos retirados de nossa renda), a estrangeiros e a um pequeno grupo de empresários privados nacionais que não dispunham de capital suficiente para a aquisição. O setor privado brasileiro nunca dispôs de capital para financiar os investimentos requeridos pelo desenvolvimento do país. As empresas estatais foram criadas precisamente para fornecer os bens básicos que os produtores privados não conseguiam gerar. Como justificar, pois a privatização em favor desse setor privado?
Embora tendo sido sempre um crítico acerbo das privatizações fui obrigado pelas circunstâncias, durante minha passagem pelo Ministério da Indústria e do Comércio, quando era secretario executivo das Zonas de Processamento de Exportações, no final do ano de 1996, a participar, como substituto da ministra, de uma ou duas reuniões ministeriais para aprovação do preço mínimo de venda de estatais. Numa delas examinou-se o caso da Vale do Rio Doce.
***
AÇODAMENTO E INFORMALIDADE
Surpreenderam-me o açodamento e a informalidade com que a matéria foi aprovada pelos ministros. Não houve acesso a qualquer análise por escrito, nem registro do ocorrido na reunião, bem como qualquer procedimento formal. Estavam presentes os ministros da Fazenda, Pedro Malan, do Planejamento, José Serra, da Casa Civil, Clovis Carvalho, e da Administração, Bresser Pereira.
Depois de uma apresentação sumária do assessor do BNDES, Fernando Perrone, assistido pela diretora de Privatização, Helena Landau, do estudo realizado pelos consultores, a reunião foi dada por concluída. Sai da reunião tão desinformado quanto havia entrado.
A única objeção apresentada foi do ministro Bresser Pereira, que reclamou da pressa com que assunto tão importante estava sendo decidido, no que foi pronta e incisivamente contraditado pelo ministro Serra, que alegou que não havia motivo para atrasar o andamento do processo.
Suspeito, que a aprovação desrespeitou a legislação existente criada no Governo Itamar Franco, que estabelecia a necessidade de aprovação formalizada dos processos pela Comissão Diretora do Programa Nacional de Desestatização, criada no governo de Itamar, antes de serem submetidos ao presidente da República.
Não poderia deixar de manifestar aqui minha decepção com os procedimentos utilizados por dirigentes do país e por grandes empresários para legalizar recursos financeiros originários de campanhas eleitorais e de operações comerciais realizadas à margem da lei, revelados pelo livro citado, de Amaury Junior, e que no fundo mostram como são precários os controles de tais operações e a ação da polícia e da justiça.
Ainda vivemos num país em que minorias de privilegiados violam a lei impunemente para aumentar seu poder econômico e político. A privatização, infelizmente, não escapou a tais procedimentos nefastos para a grande maioria de nosso povo. É de se esperar que o Parlamento tome a iniciativa de realizar uma CPI para pôr às claras os grandes negócios realizados ao arrepio da lei, que transformaram políticos, pequenos empresários e tecnocratas em grandes dirigentes de empresas comerciais e financeiras, durante esse período obscuro da vida pública do país.
14 de janeiro de 2012
Flavio Lyra é ex-secretário executivo das Zonas de Processamento de Exportações do Ministério da Indústria e Comércio, é integrante da Rede Desenvolvimentistas.
Retorna ao debate público o famigerado processo de privatização realizado nos governos Collor e especialmente FHC, no período 1990-2002. Desta vez, por conta do livro do jornalista Amaury Junior “A Privataria Tucana”, no qual, de forma fartamente documentada, é revelado ao público o mecanismo de lavagem de dinheiro utilizando paraísos fiscais, adotado por personalidades importantes do meio empresarial e do PSDB durante os governos de FHC, no financiamento da compra do controle das empresas telefônicas durante sua privatização, e em outras oportunidades.
É improvável que numa sociedade efetivamente democrática, cujos meios de comunicação estivessem a serviço da maioria, fosse possível executar um programa de transferência do patrimônio público, representado por empresas estatais de grande importância econômica e estratégica para o desenvolvimento do país, para capitalistas sem capital, nas condições em que ocorreu no Brasil a privatização nos governos Collor e, principalmente FHC, no período 1990-92.
O controle acionário das plantas transferidas, em número de 45, exclusive as concessões da Refesa e portos, distribuídas por vários setores industriais e de infra-estrutura, alcançou a vultosa cifra total de R$ 68,7 bilhões, com o capital total das empresas sendo um múltiplo da ordem de quatro vezes esse valor.
***
BIONDI: O BRASIL PRIVATIZADO
Este assunto, certamente indelével na história econômica recente do país, já havia estado em evidência em várias oportunidades, especialmente com o livro do notável e já falecido jornalista Aloysio Biondi, “O Brasíl Privatizado”, do ano de 1999, no qual, de modo fundamentado, ele chama a atenção para o caráter predatório do patrimônio público das privatizações realizadas por esses governos.
Biondi mostra com números que o aumento da dívida pública em que o país incorreu para sanear as empresas vendidas superou o valor arrecadado com a venda, frustrando inteiramente um dos principais objetivos declarados para justificar a privatização: reduzir a dívida pública.
Textualmente, Biondi afirma: “O governo diz que arrecadou R$ 85,2 bilhões com as privatizações. Mas contas “escondidas” mostram que há um valor maior, de R$ 87,6 bilhões, a ser descontado daquela “entrada de caixa”. E note-se: esse levantamento é apenas parcial, faltando ainda calcular itens importantes, mencionados acima, como gastos com demissões, perdas de Imposto de Renda, perda dos lucros das estatais privatizadas etc. Por isso mesmo, deixam de ser levados em conta nos cálculos os “juros” sobre o dinheiro, em moeda corrente, efetivamente recebidos pelo governo. O balanço geral mostra que o Brasil “torrou” suas estatais, e não houve redução alguma na dívida interna, até o final do ano passado.”
É notório o caso da Telebrás, no qual se constatou que o governo teria investido US$ 21 bilhões nos anos anteriores à privatização, para depois arrecadar US$ 8,8 bilhões com a venda do controle acionário das empresas telefônicas.
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O BNDES E AS MOEDAS PODRES
Para viabilizar financeiramente a venda das empresas foram criados mecanismos especiais de financiamento, com a mobilização do BNDES para financiar os compradores, a utilização dos fundos de pensão de empresas estatais, a utilização das chamadas “moedas podres” (dívidas do governo de baixíssimo valor no mercado, aceitos pelo valor de face) e notórias subavaliações dos preços mínimos das empresas levadas a leilão, como foi o caso da Vale do Rio do Doce.
Neste caso, grandes reservas minerais foram deixadas de fora do preço mínimo e a venda foi realizada às pressas de modo a evitar que a alta dos preços do minério de ferro no mercado internacional que estava para ocorrer, inflacionasse o valor de venda, propiciando assim aos compradores lucros enormes, logo após a venda.
Com a mesma intenção de facilitar a vida dos futuros proprietários das empresas, o governo realizou ou assumiu compromisso de elevar fortemente os preços e tarifas dos produtos e serviços, levando os consumidores a arcarem com os custos do aumento dos lucros futuros dos felizardos participantes do botim da privatização, coisa que sempre resistira a fazer anteriormente.
A desfaçatez com que foi preparado o processo de privatização evidenciou-se em todo o período com uma intensiva campanha nos meios de comunicação, sob forte influência do governo e de interesses de empresários privados, para manchar a imagem das empresas estatais junto a opinião pública, que as acusavam de ineficientes e de cabides de emprego, o que podia ocorrer em poucos alguns casos, mas não era generalizável para o conjunto dessas empresas.
Efetivamente várias empresas estatais importantes, como as siderúrgicas e os pólos petroquímicos, apresentavam baixa lucratividade em face da política econômica do governo, que não lhes permitia reajustar os preços, em nome do combate à inflação, subsidiando por esse meio os compradores de aço e nafta. O Governo FHC chegou a proibir, através de resolução, que o BNDES financiasse empresas estatais.
A própria denominação do programa com a palavra desestatização chama a atenção para a tentativa diversionista de levar os menos informados a não o perceberem como o instrumento para a venda a particulares do patrimônio público. Com efeito, o neologismo desestatizar quer significar retirar do controle do Estado, enquanto que privatizar é entregar ao controle privado.
Mas, qual a importância para a maioria da população que as empresas sejam de propriedade do estado ou dos capitalistas privados, se elas vão produzir os mesmos produtos? Antes de tudo é importante considerar que as empresas foram constituídas com recursos tirados do bolso dos contribuintes, através de impostos, e que só surgiram em decorrência da incapacidade dos empresários privados de realizarem os investimentos necessários a sua existência. Sem elas, atividades estratégicas para o desenvolvimento do país não teriam sido materializadas e os investimentos privados nos setores menos estratégicos tampouco.
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O QUE SIGNIFICAM AS ESTATAIS
As empresas estatais significavam a garantia de que o fornecimento de serviços básicos para o desenvolvimento do país seriam supridos e que os lucros dessas empresas reverteriam em benefício da maioria da população, quer sob a forma de novos investimentos, quer sob a forma de uma carga tributária mais reduzida em virtude da contribuição das empresas estatais para o orçamento público. Com a privatização dessas empresas, reduziu-se naturalmente a capacidade do Estado de utilizar seus lucros no financiamento do orçamento público. Reduziu-se igualmente o poder do estado de apoiar o processo de desenvolvimento. Os empresários vão continuar investindo, obviamente, mas vão utilizar parte dos lucros para financiar seu alto padrão de vida, para realizar transferências para o exterior e para controlar o processo político em seu favor, prejudicando o aprofundamento da democracia.
Nunca será demais lembrar que a única fase em que a formação de capital no país alcançou a cifra de 25% do PIB foi nos anos 70, quando as empresas estatais respondiam por parte considerável desse investimento. Depois da privatização o referido percentual jamais superou 20% do PIB. Para onde se dirigiram os resultados derivados da tão propalada eficiência produtiva das empresas privadas? Certamente, uma parcela importante dos lucros está saindo do país para remunerar o capital estrangeiro que participou das privatizações e outra, não menos importante, para financiar investimentos no exterior que pouco ou nada nos beneficiam.
Há fortes razões, portanto, para afirmar que o processo de privatização constituiu-se na maior fraude que governantes realizaram contra a maioria da população brasileira, vendendo patrimônio público (portanto, o patrimônio de cada um de nós, criado com os impostos retirados de nossa renda), a estrangeiros e a um pequeno grupo de empresários privados nacionais que não dispunham de capital suficiente para a aquisição. O setor privado brasileiro nunca dispôs de capital para financiar os investimentos requeridos pelo desenvolvimento do país. As empresas estatais foram criadas precisamente para fornecer os bens básicos que os produtores privados não conseguiam gerar. Como justificar, pois a privatização em favor desse setor privado?
Embora tendo sido sempre um crítico acerbo das privatizações fui obrigado pelas circunstâncias, durante minha passagem pelo Ministério da Indústria e do Comércio, quando era secretario executivo das Zonas de Processamento de Exportações, no final do ano de 1996, a participar, como substituto da ministra, de uma ou duas reuniões ministeriais para aprovação do preço mínimo de venda de estatais. Numa delas examinou-se o caso da Vale do Rio Doce.
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AÇODAMENTO E INFORMALIDADE
Surpreenderam-me o açodamento e a informalidade com que a matéria foi aprovada pelos ministros. Não houve acesso a qualquer análise por escrito, nem registro do ocorrido na reunião, bem como qualquer procedimento formal. Estavam presentes os ministros da Fazenda, Pedro Malan, do Planejamento, José Serra, da Casa Civil, Clovis Carvalho, e da Administração, Bresser Pereira.
Depois de uma apresentação sumária do assessor do BNDES, Fernando Perrone, assistido pela diretora de Privatização, Helena Landau, do estudo realizado pelos consultores, a reunião foi dada por concluída. Sai da reunião tão desinformado quanto havia entrado.
A única objeção apresentada foi do ministro Bresser Pereira, que reclamou da pressa com que assunto tão importante estava sendo decidido, no que foi pronta e incisivamente contraditado pelo ministro Serra, que alegou que não havia motivo para atrasar o andamento do processo.
Suspeito, que a aprovação desrespeitou a legislação existente criada no Governo Itamar Franco, que estabelecia a necessidade de aprovação formalizada dos processos pela Comissão Diretora do Programa Nacional de Desestatização, criada no governo de Itamar, antes de serem submetidos ao presidente da República.
Não poderia deixar de manifestar aqui minha decepção com os procedimentos utilizados por dirigentes do país e por grandes empresários para legalizar recursos financeiros originários de campanhas eleitorais e de operações comerciais realizadas à margem da lei, revelados pelo livro citado, de Amaury Junior, e que no fundo mostram como são precários os controles de tais operações e a ação da polícia e da justiça.
Ainda vivemos num país em que minorias de privilegiados violam a lei impunemente para aumentar seu poder econômico e político. A privatização, infelizmente, não escapou a tais procedimentos nefastos para a grande maioria de nosso povo. É de se esperar que o Parlamento tome a iniciativa de realizar uma CPI para pôr às claras os grandes negócios realizados ao arrepio da lei, que transformaram políticos, pequenos empresários e tecnocratas em grandes dirigentes de empresas comerciais e financeiras, durante esse período obscuro da vida pública do país.
14 de janeiro de 2012
Flavio Lyra é ex-secretário executivo das Zonas de Processamento de Exportações do Ministério da Indústria e Comércio, é integrante da Rede Desenvolvimentistas.
RELAÇÕES DE INTERESSE x RELAÇÕES INTERESSANTES. O QUE VOCÊ CULTIVA?
Eu tomei verdadeiro pavor, aversão, horror a situações toscas com vistas a troca de favores onde há um interesse explícito ou velado no que outro tenha .
Antes eu achava que era por puro orgulho - também, of course -, mas acontece que comecei a perceber tantos jogos de interesse, que fiquei - segundo minha amiga de Belém - com "abuso" disso.
Conhecer pessoas de forma real é uma experiência muito gratificante, quando estamos abertos a saber o que fazem, porque fazem e trocar idéias e experiências, o que é diferente de conhecer alguém já de olho no que ele/ela podem te prover. Gosto de trocas interessantes, mas detesto interesses escusos. Diga-se por trocas interessantes, qualquer coisa: um olhar, uma palavra, um sorriso, uma papo muito maneiro ou um projeto. Normalmente, quando a coisa é natural, encontramos pontos comuns de ligamento e a partir daí nascem grandes idéias e parcerias.
Mas, o fato que me chama a atenção é que tenho visto demais essa vibe interesseira nas ruas e nas relações, seja o guardador de carro que te cobra uma grana pra não fazer nada, o feirante que vende seu produto de acordo com a cara-de-compra do cliente, pessoas deslumbradas com as posses dos outros que colam pra tirar uma casquinha do luxo, entre tantos casos.
É fácil achar um absurdo essas situações, mas as relações de interesse se dão das formas mais simples e muita gente não percebe isso: aquele cara da sua faculdade é um pôia, mas como ele tem dinheiro e normalmente se faz de otário e paga pra todo mundo, tu cola junto pra se dar bem... Uma coisa é você estar sem grana e seu amigo segurar a onda, e quando a situação for inversa a gente chega junto, outra, é você se dar bem numa situação só porque o outro dispõe de MAIS recursos, sejam eles quais forem: dinheiro, contatos, meios, relações, enfim!
Mas é impressionante, como estamos tão, tão cheios dessa galera por aí: micro, meios e mega-aproveitadores, golpistas até. Acham que o outro vai no banheiro e descarrega dinheiro, e como eles, ainda não descobriram o capim que dá essa liga, dão uma ruminada na moita alheia pra ver se pelo menos adubam a própria cova. Fico muito impressionada com essa Geração-Cérebro-de-Mosca que fica rondando os outros pra ver se sobra alguma migalha.
Muito bem. Vamos para o lado bonzinho da coisa: por não ter construído uma percepção dos seus valores e potenciais pessoais, o mané-aproveitador não se sente à altura de uma troca justa com aquele que, para ele, está acima dos seus recursos. Sim, os interesseiros também estão na trupe do mal comportamento por baixa-estima.
Sabe aquele pensamento "se eu não posso ser igual a você, então, eu ferro você", é por aí. Essa coisa de se aproveitar do outro tem um conteúdo de vingança implícito: "Você só serve isso mesmo, ser usado". Nome disso? Despeito. Inveja preta. Baixa estima.
Como pode todo mundo querer ter dinheiro e ser bem sucedido
se acabam punindo quem tem?
E quando você tiver, também merecerá passar por isso?
A galera que se deixa ser aproveitado, ou, que vive emaranhada nessas relações de interesse e só tem amizades e contatos por intermédio do que pode oferecer.... sinceramente, não é uma vida feliz.
Tenho a sensação que é como viver cercado de vampiros, e você sabe, vampiro não presta atenção à qualidade da sua vitima, ele só quer sugar. Mas muitos desses caras também tem uma estima inconsciente onde ser um saco de sangue para os outros é a única forma de se sentir valorizado e percebido. As pessoas que são comumente acharcadas ou se servem de pastelão, obviamente, desconhecem seu valor e acreditam que servindo de capacho aos outros estarão de alguma forma inseridos Mas, uma vez inserido no grupo como um capacho, capacho você será eternamente amigo, até porque o grupo escolhido não tem interesse REAL na sua pessoa, mas sim no que você pode proporcionar para eles. Acabou o benefício "mútuo", acabou a inserção.
Qualquer ato é válido para "fazer parte de".
Tem muuuuuuuuuuuuuuitos grupos de pessoas assim, dos mais diversos tipos, classes, etnias e jeitos. Grupos onde "aproveitador x aproveitado" sobrevivem numa relação simbiótica. Tem até aqueles grupos onde a regra implícita para estar inserido vêm de uma relação de interesse explícita, vá entender?
Mas bom, já as Relações Interessantes, agregam valor pra todo mundo e tendem a expandir, é muito legal viver isso.
Uma boa rede social é cheia de relações interessantes, onde uma pessoa reforça a outra e quando a corda fica bamba para quaisquer uma das partes, a galera dá suporte à quem está na maré baixa. Sim, existem os que têm mais, os que têm menos, mas essa relação não é vista como uma auto-desvalorização de um em relação ao outro, e sim, como níveis a seres alcançados. Serve mais como um incentivo, do que um alvo de inveja. As partes se admiram, administram e estimulam seus potenciais, o sucesso do outro caminha com o meu porque estamos juntos nos construindo ao longo do caminho, sabendo que toda jornada tem seus percalços e é muito mais fácil trilhar junto que sozinho.
A grande diferença entre Relações Interessantes e Relações de Interesse, é que na relação interessante estamos o tempo todo reforçando o caminho do outro, enquanto espelhamos e ajustamos o nosso, já nas relações de interesses as pessoas não só não caminham, como se afundam na própria mediocridade.
Monik Ornellas
10 Jan 2012
Antes eu achava que era por puro orgulho - também, of course -, mas acontece que comecei a perceber tantos jogos de interesse, que fiquei - segundo minha amiga de Belém - com "abuso" disso.
Conhecer pessoas de forma real é uma experiência muito gratificante, quando estamos abertos a saber o que fazem, porque fazem e trocar idéias e experiências, o que é diferente de conhecer alguém já de olho no que ele/ela podem te prover. Gosto de trocas interessantes, mas detesto interesses escusos. Diga-se por trocas interessantes, qualquer coisa: um olhar, uma palavra, um sorriso, uma papo muito maneiro ou um projeto. Normalmente, quando a coisa é natural, encontramos pontos comuns de ligamento e a partir daí nascem grandes idéias e parcerias.
Mas, o fato que me chama a atenção é que tenho visto demais essa vibe interesseira nas ruas e nas relações, seja o guardador de carro que te cobra uma grana pra não fazer nada, o feirante que vende seu produto de acordo com a cara-de-compra do cliente, pessoas deslumbradas com as posses dos outros que colam pra tirar uma casquinha do luxo, entre tantos casos.
É fácil achar um absurdo essas situações, mas as relações de interesse se dão das formas mais simples e muita gente não percebe isso: aquele cara da sua faculdade é um pôia, mas como ele tem dinheiro e normalmente se faz de otário e paga pra todo mundo, tu cola junto pra se dar bem... Uma coisa é você estar sem grana e seu amigo segurar a onda, e quando a situação for inversa a gente chega junto, outra, é você se dar bem numa situação só porque o outro dispõe de MAIS recursos, sejam eles quais forem: dinheiro, contatos, meios, relações, enfim!
Mas é impressionante, como estamos tão, tão cheios dessa galera por aí: micro, meios e mega-aproveitadores, golpistas até. Acham que o outro vai no banheiro e descarrega dinheiro, e como eles, ainda não descobriram o capim que dá essa liga, dão uma ruminada na moita alheia pra ver se pelo menos adubam a própria cova. Fico muito impressionada com essa Geração-Cérebro-de-Mosca que fica rondando os outros pra ver se sobra alguma migalha.
Muito bem. Vamos para o lado bonzinho da coisa: por não ter construído uma percepção dos seus valores e potenciais pessoais, o mané-aproveitador não se sente à altura de uma troca justa com aquele que, para ele, está acima dos seus recursos. Sim, os interesseiros também estão na trupe do mal comportamento por baixa-estima.
Sabe aquele pensamento "se eu não posso ser igual a você, então, eu ferro você", é por aí. Essa coisa de se aproveitar do outro tem um conteúdo de vingança implícito: "Você só serve isso mesmo, ser usado". Nome disso? Despeito. Inveja preta. Baixa estima.
Como pode todo mundo querer ter dinheiro e ser bem sucedido
se acabam punindo quem tem?
E quando você tiver, também merecerá passar por isso?
A galera que se deixa ser aproveitado, ou, que vive emaranhada nessas relações de interesse e só tem amizades e contatos por intermédio do que pode oferecer.... sinceramente, não é uma vida feliz.
Tenho a sensação que é como viver cercado de vampiros, e você sabe, vampiro não presta atenção à qualidade da sua vitima, ele só quer sugar. Mas muitos desses caras também tem uma estima inconsciente onde ser um saco de sangue para os outros é a única forma de se sentir valorizado e percebido. As pessoas que são comumente acharcadas ou se servem de pastelão, obviamente, desconhecem seu valor e acreditam que servindo de capacho aos outros estarão de alguma forma inseridos Mas, uma vez inserido no grupo como um capacho, capacho você será eternamente amigo, até porque o grupo escolhido não tem interesse REAL na sua pessoa, mas sim no que você pode proporcionar para eles. Acabou o benefício "mútuo", acabou a inserção.
Qualquer ato é válido para "fazer parte de".
Tem muuuuuuuuuuuuuuitos grupos de pessoas assim, dos mais diversos tipos, classes, etnias e jeitos. Grupos onde "aproveitador x aproveitado" sobrevivem numa relação simbiótica. Tem até aqueles grupos onde a regra implícita para estar inserido vêm de uma relação de interesse explícita, vá entender?
Mas bom, já as Relações Interessantes, agregam valor pra todo mundo e tendem a expandir, é muito legal viver isso.
Uma boa rede social é cheia de relações interessantes, onde uma pessoa reforça a outra e quando a corda fica bamba para quaisquer uma das partes, a galera dá suporte à quem está na maré baixa. Sim, existem os que têm mais, os que têm menos, mas essa relação não é vista como uma auto-desvalorização de um em relação ao outro, e sim, como níveis a seres alcançados. Serve mais como um incentivo, do que um alvo de inveja. As partes se admiram, administram e estimulam seus potenciais, o sucesso do outro caminha com o meu porque estamos juntos nos construindo ao longo do caminho, sabendo que toda jornada tem seus percalços e é muito mais fácil trilhar junto que sozinho.
A grande diferença entre Relações Interessantes e Relações de Interesse, é que na relação interessante estamos o tempo todo reforçando o caminho do outro, enquanto espelhamos e ajustamos o nosso, já nas relações de interesses as pessoas não só não caminham, como se afundam na própria mediocridade.
Monik Ornellas
10 Jan 2012
ZÉ PEDÁGIO, FRACOS, DILMA E O ROUBO SUPREMO
Pois é caros amigos militantes petistas. Durante toda a campanha presidencial (que culminou com a eleição desastrosa de Dilma) vocês criticaram enormemente o realmente fraco candidato do PSDB – José Serra – pelo fato dele ter privatizado estradas em São Paulo e, por conseguinte, ter pedagiado todas elas.
O “amor” petista foi tanto que lhe deram até um apelido bonitinho: “Zé Pedágio”.
Não que vocês estivessem errados. Pedágio é mesmo um “troço” chato. Afinal, pagamos altíssimos impostos para que o governo mantenha as estradas em bom estado e tanto o governo petista – quanto qualquer outro antes dele – adora roubar nosso dinheirinho suado e simplesmente não fazer nada para garantir a mínima conservação em nossas estradas.
Pois é. Mas, agora, o governo petista de Dilma mostrou que “Zé Pedágio” é para os fracos. Como tudo na administração petista, o roubo agora é muito maior e muito pior. Se o “Zé Pedágio” implantou pedágios a “torto e a direito” para cobrar por estradas “lisinhas”, serviços de assistência a acidentados e reboque para quem enguiça; Dilma, mostrando sensacional senso de “timing” ao aproveitar a “distração” do país assolado por mais um ano de desastres naturais (que sua equipe optou por ignorar); sancionou a “Lei de Mobilidade Urbana”.
Como tudo que cerca os petistas, o nome bonito sugere benefícios para o povo. Mas, a verdade por trás desta lei é simplesmente terrível. A “Lei de Mobilidade Urbana” trás, embutida em seu texto, um monstro perverso e insaciável que vai roubar ainda mais rapidamente (e vorazmente) o nosso suado dinheirinho.
O nome desse monstro, parafraseando nossos amigos militantes petistas, é o “DIL PEDÁGIO”.
Isso mesmo; o “Dil Pedágio” é voraz, perverso e sedento de sangue (leia-se dinheiro). A “Lei de Mobilidade Urbana” autoriza que prefeituras instalem pedágios em quaisquer áreas urbanas e cobrem o quanto quiserem pela circulação de veículos nessa determinada área. Isso sem uma única exigência de entregar ruas adequadamente cuidadas ou livres de enchentes. Pelo texto da lei, a receita gerada pelo pedágio ou “outra forma de tributação” deve ser destinada ao “transporte coletivo”, como a concessão de subsídio público à tarifa. O “uso de bicicletas” também precisa ser estimulado.
Tudo muito bom e tudo muito bem. O texto da lei é até “legal” (sic). Contudo, como todo tipo de lei semelhante já criada em nosso país (criação de impostos para financiar algo) o destino da arrecadação dos pedágios será mesmo os bolsos de empreiteiros, empresários amigos do poder e os próprios políticos. Teremos mais um tributo, sem qualquer contrapartida exigida, ou seremos proibidos de utilizar carros ou determinados meios de transporte (de acordo com o humor do prefeito da ocasião) sem qualquer chance de reclamar.
O “Dil Pedágio” , como você pode ver, é muito mais cruel e muito mais voraz. Afinal, aproveitou um momento crucial em que a imprensa e a opinião pública estão voltadas para o socorro das vítimas da própria incompetência petista e, na calada da noite, atira sobre nós mais um imposto sem a exigência de qualquer benefício dado ao cidadão em reciprocidade. Isso, sem falar na expectativa de dupla ou mesmo tripla tributação (ou você acha que a CIDE, o IPVA e outros impostos com a mesma finalidade vão ser encerrados?).
A “pergunta que não quer calar” ou as perguntas que devem ser feitas agora são:
Onde estão os petistas irados e incansáveis que lutaram tanto contra o “Zé Pedágio”?
Onde estão as passeatas, os protestos, as carreatas, os gritos de indignação, os xingamentos e as “bolinhas de papel”?
Onde estão os “combatentes da liberdade” para impedir esse absurdo em um país com a mais alta carga de impostos do mundo?
Onde estão os “Blogueiro Progressistas” com seus textos ácidos e ferinos?
Onde está a UNE com sua “combatividade”?
Onde estão os sindicatos com seus protestos veementes?
Certamente estarão abafados e sufocados com verbas públicas e trazendo, bem no fundo do peito, coberto por aquela camiseta vermelha com a imagem do “Che” um grito amargurado e reprimido pela vergonha não declarada ou mesmo pela esperança de arrumar uma boquinha na roubalheira desenfreada que se instalou em nosso país.
E o povo?
Ora… O povo que seja entregue em sacrifício ao novo monstro insaciável petista: o “DIL PEDÁGIO”.
E você, o que pensa disso?
O “amor” petista foi tanto que lhe deram até um apelido bonitinho: “Zé Pedágio”.
Não que vocês estivessem errados. Pedágio é mesmo um “troço” chato. Afinal, pagamos altíssimos impostos para que o governo mantenha as estradas em bom estado e tanto o governo petista – quanto qualquer outro antes dele – adora roubar nosso dinheirinho suado e simplesmente não fazer nada para garantir a mínima conservação em nossas estradas.
Pois é. Mas, agora, o governo petista de Dilma mostrou que “Zé Pedágio” é para os fracos. Como tudo na administração petista, o roubo agora é muito maior e muito pior. Se o “Zé Pedágio” implantou pedágios a “torto e a direito” para cobrar por estradas “lisinhas”, serviços de assistência a acidentados e reboque para quem enguiça; Dilma, mostrando sensacional senso de “timing” ao aproveitar a “distração” do país assolado por mais um ano de desastres naturais (que sua equipe optou por ignorar); sancionou a “Lei de Mobilidade Urbana”.
Como tudo que cerca os petistas, o nome bonito sugere benefícios para o povo. Mas, a verdade por trás desta lei é simplesmente terrível. A “Lei de Mobilidade Urbana” trás, embutida em seu texto, um monstro perverso e insaciável que vai roubar ainda mais rapidamente (e vorazmente) o nosso suado dinheirinho.
O nome desse monstro, parafraseando nossos amigos militantes petistas, é o “DIL PEDÁGIO”.
Isso mesmo; o “Dil Pedágio” é voraz, perverso e sedento de sangue (leia-se dinheiro). A “Lei de Mobilidade Urbana” autoriza que prefeituras instalem pedágios em quaisquer áreas urbanas e cobrem o quanto quiserem pela circulação de veículos nessa determinada área. Isso sem uma única exigência de entregar ruas adequadamente cuidadas ou livres de enchentes. Pelo texto da lei, a receita gerada pelo pedágio ou “outra forma de tributação” deve ser destinada ao “transporte coletivo”, como a concessão de subsídio público à tarifa. O “uso de bicicletas” também precisa ser estimulado.
Tudo muito bom e tudo muito bem. O texto da lei é até “legal” (sic). Contudo, como todo tipo de lei semelhante já criada em nosso país (criação de impostos para financiar algo) o destino da arrecadação dos pedágios será mesmo os bolsos de empreiteiros, empresários amigos do poder e os próprios políticos. Teremos mais um tributo, sem qualquer contrapartida exigida, ou seremos proibidos de utilizar carros ou determinados meios de transporte (de acordo com o humor do prefeito da ocasião) sem qualquer chance de reclamar.
O “Dil Pedágio” , como você pode ver, é muito mais cruel e muito mais voraz. Afinal, aproveitou um momento crucial em que a imprensa e a opinião pública estão voltadas para o socorro das vítimas da própria incompetência petista e, na calada da noite, atira sobre nós mais um imposto sem a exigência de qualquer benefício dado ao cidadão em reciprocidade. Isso, sem falar na expectativa de dupla ou mesmo tripla tributação (ou você acha que a CIDE, o IPVA e outros impostos com a mesma finalidade vão ser encerrados?).
A “pergunta que não quer calar” ou as perguntas que devem ser feitas agora são:
Onde estão os petistas irados e incansáveis que lutaram tanto contra o “Zé Pedágio”?
Onde estão as passeatas, os protestos, as carreatas, os gritos de indignação, os xingamentos e as “bolinhas de papel”?
Onde estão os “combatentes da liberdade” para impedir esse absurdo em um país com a mais alta carga de impostos do mundo?
Onde estão os “Blogueiro Progressistas” com seus textos ácidos e ferinos?
Onde está a UNE com sua “combatividade”?
Onde estão os sindicatos com seus protestos veementes?
Certamente estarão abafados e sufocados com verbas públicas e trazendo, bem no fundo do peito, coberto por aquela camiseta vermelha com a imagem do “Che” um grito amargurado e reprimido pela vergonha não declarada ou mesmo pela esperança de arrumar uma boquinha na roubalheira desenfreada que se instalou em nosso país.
E o povo?
Ora… O povo que seja entregue em sacrifício ao novo monstro insaciável petista: o “DIL PEDÁGIO”.
E você, o que pensa disso?
REVENDO HISTÓRIAS RECENTES...
EROS, O GRAU, OS PADRINHOS E AS COISAS ESTRANHAS.
O TSE – Tribunal Superior Eleitoral – vem fazendo uma verdadeira limpa na política nacional. De uns tempos para cá, sob a égide do Ministro Carlos Ayres Britto, o TSE acabou se tornando no pesadelo da banda podre da política que assola o país. Temerosos de que “o homem” acabe com seus sonhos de grandeza, realizados num paraíso de compras de votos e de abuso do poder econômico (entre outras irregularidades); essa turma encontrou no Ministro Eros Grau do STF – Superior Tribunal Federal – uma mão amiga que suspendeu todos os processos e ainda ameaça, caso a incompetência do TSE seja ratificada, provocar um imbróglio nunca antes visto na situação política desse país.
Se isso ocorrer, quase todos os políticos pegos com as calças na mão pelo TSE poderão recorrer das sentenças e serem reconduzidos aos seus cargos. O problema está justamente aí. Os mandatos acabam no ano que vem e a coisa poderá gerar enormes problemas e envolver indenizações polpudas caso não seja mais possível fazer o retorno dos condenados aos seus postos originais.
Fica a tristeza por saber que o ministro Eros Grau, nomeado por Lula, deu eco aos temores dos coronéis espertalhões que vivem de comprar votos e temem a chegada do próximo ano como o diabo teme a Deus. Afinal de contas, será em 2010 que Joaquim Barbosa (conhecido por ser linha dura com casos de corrupção envolvendo políticos) presidirá o tribunal e já deu mostras que continuará “fazendo a limpa” onde puder (o que, diga-se de passagem, já motivou mudanças na legislação eleitoral que está no senado; visando limitar o poder do TSE).
Outro ponto curioso e estranho é o fato da decisão dar-se justamente no momento em que uma personagem intrigante (e dotada de um poderoso padrinho) seria julgada pelo TSE acusada dos crimes e falcatruas que são tão rotineiros na classe política. Essa personagem emblemática é ninguém mais do que Roseana Sarney.
Não me cabe aqui questionar a retidão, a lisura e a competência do Ministro Eros Grau (e jamais farei isso). Mas, fica no mínimo estranho imaginar que a decisão tenha sido proferida num momento salvador e tão vital para a família Sarney e para o governo: o exato momento em que o país parece ter mergulhado no esquecimento todas as falcatruas, irregularidades e mamatas em que José Sarney e seus familiares se envolveram.
Para proteger Sarney e sua família, Lula foi capaz de arrastar na lama pútrida um dos poderes da República de maior respeito e tradição; ao mesmo tempo destruiu (sem pestanejar) moralmente e corrompeu a integridade de seu próprio partido em nome da garantia da impunidade de Sarney e da garantia de seu apoio político a Dilma nas eleições de 2010. Depois de pensarmos nisso, não seria uma coisa estranha imaginar que tal coisa tenha se repetido e que um pedido ao seu ministro indicado tenha sido providencial para salvar a cabeça de Roseana e garantir o esquecimento do noticiário sobre os Sarney. Pelo que sabemos dos Sarney; a frase “quem tem padrinho não morre pagão” é muito mais do que um ditado antigo nessa família.
O simples fato de ter sido Roseana a principal beneficiada pela medida zelosa do ministro, já qualifica a matéria como tema para uma “boa” teoria da conspiração. Pelo sim, pelo não o pedido de liminar foi recebido em 02/04/2009 e em 04/05/2009 uma consulta a Advocacia geral da União teve como resultado a improcedência do pedido. O processo estava “em Banho Maria” até que o PMDB entrou “na parada” em 11/09/2009 e, em apenas três dias a liminar foi concedida (veja aqui) no despacho o ministro Eros Grau vaticina: “(…)Em face da relevância da questão e do perigo de lesão grave(…)”. O engraçado é que, lá em Abril, não se percebia o tal “perigo de lesão grave”.
É ou não uma daquelas coisas estranhas?
Arthurius Maximus, setembro 15, 2009
IMPUNIDADE, ESCÂNDALOS E A FARRA NO PAÍS DOS ALOPRADOS
Neste fim de semana; uma série de notícias despertou a minha atenção e serviu para ilustrar bem como a impunidade reinante nesse país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza é capaz de promover absurdos e provocar discursos verdadeiros baseados nas mais descaras mentiras. Afinal de contas, como diz a velha propaganda premiada: “É possível dizer um monte de mentiras falando apenas a verdade”.
Por exemplo, você sabia que a profusão enorme de políticos que sustentamos a pão-de-ló produz a bagatela de dezoito leis por dia apenas nas esferas federal e estadual do legislativo? Sabia que grande parte de todo esse trabalho, dinheiro e tempo de nossos “representantes” é composto por “jóias” legislativas como “O Dia da Jóia Folheada”; “A Semana do Bebê”; “Dia do Motoboy”; uma infinidade de feriados e decretos para oferecer presentes e comendas a amigos e parentes.
Do pouco que resta e efetivamente tem um cunho de seriedade; cerca de ¾ é composta de leis inconstitucionais, inaplicáveis por deficiência técnicas diversas ou, simplesmente, desconhecidas até do Judiciário. Só o Estado do Rio de Janeiro teve 80% de suas leis, aprovadas nos últimos dez anos, questionadas e mais de 21% delas foram derrubadas no STF (das julgadas até agora) por serem inconstitucionais.
Isso provoca um enorme prejuízo ao país e aumenta a impunidade. A confusão é tanta que políticos envolvidos em falcatruas, denunciados e processados no STF são absolvidos por tecnicalidades resultantes de leis mal escritas e que dão margem a inúmeras interpretações. Outra dificuldade criada por essa prática é na busca de provas e nas constantes impugnações destas; provocadas por problemas com as leis, desconhecimentos de detalhes e meandros e incompetência generalizada dos atores envolvidos na busca de probatória.
Assim, temos políticos batendo no peito e gritando aos sete ventos que foram absolvidos no STF por serem inocentes. Quando, na verdade, a absolvição se deu por falta de provas (ou pela exclusão destas). O que não torna ninguém inocente; apenas competente em sua “função” gatunesca.
Temos, como exemplo, a revelação do caso dos Aloprados. Um dos principais envolvidos no escândalo aponta e diz que um deputado (hoje ministro) participou do crime e fraudou o noticiário para prejudicar seu opositor. O ministro, por sua vez, vem a público e diz simplesmente que tudo não passa de má fé. Afinal, foi “inocentado” pelo STF.
O detalhe não comentado pelo ministro é que sua “inocência” baseou-se em falta de provas. Assim como o ex-presidente Collor – hoje queridinho do Sarney e de Lula – teve o mesmo destino ao ser inocentado pelo mesmo motivo em um processo feito “sob medida” para tal.
Certamente, o mesmo destino aguarda os envolvidos na falcatrua dos médicos paulistas. Mesmo com o envolvimento de um secretário de estado comprovado em gravações telefônicas onde o próprio acusado fala com todas as letras, pontos e vírgulas sobre seu envolvimento em um desvio milionário de verbas da saúde; a perspectiva de uma condenação é ínfima. Basta analisarmos os resultados das últimas operações da PF envolvendo “autoridades”.
Mas, você pode lembrar e pular da cadeira gritando: “Tem o Mensalão; o Ministro Joaquim Barbosa não vai dar mole e vai “botar” todo mundo em cana!” Quanto a isso; detesto ser um arauto de más notícias. Mas, ventila-se “na maciota” que dois deputados (João Paulo Cunha/PT-SP e Valdemar Costa Neto/PR-SP os únicos com direito a foro privilegiado) simplesmente renunciarão se o julgamento for adiante.
Com isso, eles pretendem fazer com que o processo saia do STF e vá para as instâncias inferiores; o que na prática levará a absolvição de todos os réus pela prescrição dos crimes. Em vista do vazamento da intenção do uso desse artifício, Joaquim Barbosa vem agindo junto aos outros ministros do STF para impedir que esse expediente seja usado e, mesmo que haja a renúncia dos deputados, o julgamento seja levado a cabo.
Se o ministro falhar; teremos 40 ladrões e o chefe da quadrilha responsável por um dos maiores escândalos de corrupção, desde a redemocratização do país, batendo no peito e se dizendo inocentes por terem sido “absolvidos” nos tribunais.
Agora me diga, caro leitor: É ou não é uma farra?
Pense nisso.
Arthurius Maximus, junho 20 2011
O CLÃ SARNEY, CORRUPTOS E OS ALIADOS
4
Desde a famosa Operação Satiagraha, que desvendou as artimanhas usadas por um dos maiores corruptores nacionais para garantir seus ricos contratos com o governo e os benefícios do poder para seus outros empreendimentos, o Brasil sentiu o peso real do poder dessa gente e como são rápidos os “Amigos do Rei” ao agirem em sua defesa.
Com a profética revelação do cúmplice de Daniel Dantas – “O problema é a primeira instância; nos tribunais superiores a gente “se garante”” – o país assistia, numa tacada só, suas cortes superiores sendo jogadas na vala comum da cumplicidade criminosa.
Alguns não acreditavam em tamanha afronta às instituições republicanas. Outros acreditavam que tudo era fruto da “garganta” do criminoso assecla do empresário. Afinal de contas, os ministros do Supremo e do STJ ganham verdadeiras fortunas mensais e são cobertos de pompa e privilégios no exercício de suas funções (além de terem cargos vitalícios); porque se venderiam?
A certeza de que tudo não passava de “garganta” deixou de ser uma unanimidade, de forma rápida e melancólica, quando o ministro do STF (e seu presidente à época) Gilmar Mendes emitiu um “Habeas Corpus” relâmpago, em favor do empresário; antes mesmo que sua condição fosse analisada pela instância anterior (o STJ). Tal fato causou um enorme mal-estar entre a comunidade jurídica na ocasião e fomentou até a emissão de um manifesto – assinado por inúmeros juristas de renome – contra a medida.
O fato que geraria uma investigação detalhada em qualquer nação do mundo – ainda mais depois das declarações do bandido preso em flagrante – aqui foi tratado como “um acinte” e relegado a “pó de traque” depois de uns “chiliques” de Gilmar Mendes e o “apoio” de alguns parlamentares e do presidente Lula a “limpidez” do STF. Curiosamente, alguns desses parlamentares e o próprio Lula estariam envolvidos nas denúncias da operação.
O mais “estranho” e “engraçado” é que a ação relâmpago de Gilmar Mendes veio somente depois de Daniel Dantas (já preso) avisar que faria uso dos benefícios da “delação premiada” e formaria acordo em troca da divulgação de todos os corruptos de quem “banhava as mãos” regularmente.
Quem esperava que a coisa fosse parar por aí, acabou ainda mais preocupado quando o STF passou a criar um enorme número de jurisprudências (interpretações da lei que têm força decisória em processos judiciários) que beneficiariam diretamente Daniel Dantas e os envolvidos naquela operação da PF.
O “requinte” dessa operação desmonte foi justamente não usar mais nenhum processo ligado ao empresário para estabelecer essas jurisprudências. Diante de toda a confusão armada com o socorro (claro e cristalino) dado pelo STF e pelo governo ao empresário corruptor. Assim, aqui e ali, em processos contra os muitos “Josés das Couves da Vida”; o STF passou a criar absurdos jurídicos que, mais tarde, acabariam destruindo completamente a maior operação anticorrupção realizada pela Polícia Federal em nossa história e que geraria reflexos até na Presidência da República.
Assim, daquele momento em diante, o STF criou a estranha jurisprudência de considerar interceptações telefônicas autorizadas pela justiça em coisa “ilegal”. O grande “truque” de nossos sapientíssimos ministros foi criar um critério subjetivo (e totalmente ridículo) que leva em conta o tempo das interceptações. Desta forma, se uma investigação é feita criteriosamente e leva “mais algum tempo” para levantar dados consistentes e formar provas robustas, visando evitar o escape dos criminosos por alguma tecnicalidade ou por provas mal apuradas; ela corre o risco de ser declarada “ilegal” pelo STF e de destruir completamente todo o trabalho feito pela PF.
Curiosamente, essa jurisprudência só é usada em casos de corrupção. Não se têm notícias de que traficantes ou bandidos comuns, que têm suas ligações telefônicas grampeadas quase eternamente, tenham tido seus processos anulados baseados nessa interpretação imbecil.
Exatamente por isso os membros do Clã Sarney e de tantos outros clãs que patrocinam o tráfico de influência e a corrupção nesse país dispõem hoje de um elemento poderoso a seu favor e uma verdadeira arma de destruição em massa contra qualquer autoridade policial nacional que tente colocar as mãos neles.
Infelizmente, continuaremos a ser conhecidos internacionalmente como uma nação de corruptos, um país onde o crime compensa e ladrões conhecidos e fichados são chamados de “excelências”.
E você, o que pensa disso?
Arthurius Maximus, setembro 20 2011
Desde a famosa Operação Satiagraha, que desvendou as artimanhas usadas por um dos maiores corruptores nacionais para garantir seus ricos contratos com o governo e os benefícios do poder para seus outros empreendimentos, o Brasil sentiu o peso real do poder dessa gente e como são rápidos os “Amigos do Rei” ao agirem em sua defesa.
Com a profética revelação do cúmplice de Daniel Dantas – “O problema é a primeira instância; nos tribunais superiores a gente “se garante”” – o país assistia, numa tacada só, suas cortes superiores sendo jogadas na vala comum da cumplicidade criminosa.
Alguns não acreditavam em tamanha afronta às instituições republicanas. Outros acreditavam que tudo era fruto da “garganta” do criminoso assecla do empresário. Afinal de contas, os ministros do Supremo e do STJ ganham verdadeiras fortunas mensais e são cobertos de pompa e privilégios no exercício de suas funções (além de terem cargos vitalícios); porque se venderiam?
A certeza de que tudo não passava de “garganta” deixou de ser uma unanimidade, de forma rápida e melancólica, quando o ministro do STF (e seu presidente à época) Gilmar Mendes emitiu um “Habeas Corpus” relâmpago, em favor do empresário; antes mesmo que sua condição fosse analisada pela instância anterior (o STJ). Tal fato causou um enorme mal-estar entre a comunidade jurídica na ocasião e fomentou até a emissão de um manifesto – assinado por inúmeros juristas de renome – contra a medida.
O fato que geraria uma investigação detalhada em qualquer nação do mundo – ainda mais depois das declarações do bandido preso em flagrante – aqui foi tratado como “um acinte” e relegado a “pó de traque” depois de uns “chiliques” de Gilmar Mendes e o “apoio” de alguns parlamentares e do presidente Lula a “limpidez” do STF. Curiosamente, alguns desses parlamentares e o próprio Lula estariam envolvidos nas denúncias da operação.
O mais “estranho” e “engraçado” é que a ação relâmpago de Gilmar Mendes veio somente depois de Daniel Dantas (já preso) avisar que faria uso dos benefícios da “delação premiada” e formaria acordo em troca da divulgação de todos os corruptos de quem “banhava as mãos” regularmente.
Quem esperava que a coisa fosse parar por aí, acabou ainda mais preocupado quando o STF passou a criar um enorme número de jurisprudências (interpretações da lei que têm força decisória em processos judiciários) que beneficiariam diretamente Daniel Dantas e os envolvidos naquela operação da PF.
O “requinte” dessa operação desmonte foi justamente não usar mais nenhum processo ligado ao empresário para estabelecer essas jurisprudências. Diante de toda a confusão armada com o socorro (claro e cristalino) dado pelo STF e pelo governo ao empresário corruptor. Assim, aqui e ali, em processos contra os muitos “Josés das Couves da Vida”; o STF passou a criar absurdos jurídicos que, mais tarde, acabariam destruindo completamente a maior operação anticorrupção realizada pela Polícia Federal em nossa história e que geraria reflexos até na Presidência da República.
Assim, daquele momento em diante, o STF criou a estranha jurisprudência de considerar interceptações telefônicas autorizadas pela justiça em coisa “ilegal”. O grande “truque” de nossos sapientíssimos ministros foi criar um critério subjetivo (e totalmente ridículo) que leva em conta o tempo das interceptações. Desta forma, se uma investigação é feita criteriosamente e leva “mais algum tempo” para levantar dados consistentes e formar provas robustas, visando evitar o escape dos criminosos por alguma tecnicalidade ou por provas mal apuradas; ela corre o risco de ser declarada “ilegal” pelo STF e de destruir completamente todo o trabalho feito pela PF.
Curiosamente, essa jurisprudência só é usada em casos de corrupção. Não se têm notícias de que traficantes ou bandidos comuns, que têm suas ligações telefônicas grampeadas quase eternamente, tenham tido seus processos anulados baseados nessa interpretação imbecil.
Exatamente por isso os membros do Clã Sarney e de tantos outros clãs que patrocinam o tráfico de influência e a corrupção nesse país dispõem hoje de um elemento poderoso a seu favor e uma verdadeira arma de destruição em massa contra qualquer autoridade policial nacional que tente colocar as mãos neles.
Infelizmente, continuaremos a ser conhecidos internacionalmente como uma nação de corruptos, um país onde o crime compensa e ladrões conhecidos e fichados são chamados de “excelências”.
E você, o que pensa disso?
Arthurius Maximus, setembro 20 2011
SEXO GOSPEL
Inédito: Pornografia só para evangélicos
Evangélicos também gostam de sexo!
Religião e sexo nunca foram assuntos que andaram lado a lado. Para muitas crenças, o sexo é apenas parte do processo reprodutivo e o prazer é condenado. Outros acreditam que o sexo deva ser feito apenas depois do casamento e apenas com a pessoa que Deus escolheu para você.
E onde tem sexo, tem gente investindo para deixar tudo mais... divertido! É o que vem acontecendo, nos últimos anos, com a indústria gospel. Isso mesmo, indústria gospel relacionada ao mundo do sexo!
Essa semana todo mundo resolveu falar de uma empresa que está produzindo filmes eróticos evangélicos. Todas as obras têm enfoque claro e seguem regras de conduta: os protagonistas dos filmes são casais — marido e mulher mesmo - na vida real, todas as cenas seguem preceitos do sexo cristão — e tem a religião como princípio —, nunca é extraconjugal e práticas como ménage, sadomasoquismo e nudismo (!) são impensáveis.
A ideia desses filmes é ensinar aos casais cristãos como eles podem ter e proporcionar prazer de acordo com a Bíblia — incluindo posições sexuais e tratamentos respeitosos ao órgão do outro. Mas a indústria do sexo gospel não é baseada apenas em filmes em que, pelo que eu entendi, rola sexo de roupa. Também há outras... atividades nesse mercado. Quer conhecer?
Sex shop para casais religiosos
Apimentar a relação de acordo com preceitos da Bíblia é a missão de alguns sex shops online. O Book 22 foi o primeiro deles e a história é que o casal que o criou estava, segundo o site NPR.com, cansado de buscar soluções para sua vida sexual e só encontrar pornografia.
Existe também o My Beloved Garden, que oferece produtos para casados. E há também o Intimacy of Eden. Mas não se assuste se o que você encontrar nessas lojas for igual ao que vê em outras sex shop, o que muda é só o nome. Eles vendem o produto e cada um usa como quer, então...
Pole dance para Jesus
Uma americana resolveu criar o esporte e fez algumas mudanças nas aulas convencionais de pole dance, ou dança do poste. Primeiro, as músicas: nada de música de boate, apenas louvores cristãos ou músicas gospel populares. Depois, os movimentos, que não são tão sensuais quando nas aulas normais, afinal, é um momento de adoração.
Além disso, é um exercício físico que deixa as mulheres mais fortes para lidar com os problemas do dia a dia.
"Eu acho que não há nada de errado com o que eu faço. Eu ensino mulheres a se sentir bem consigo mesmas, ensino elas a sentirem-se poderosas. Qualquer um que quiser me julgar, Crystal Deens, criadora da modalidade, para a rede de TV americana Fox News.
Swing gospel
Esse é o nome de um grupo musical que canta temáticas religiosas, mas não é sobre eles que estamos falando. O swing gospel do qual estamos falando é igualzinho àquele não religioso, em que as pessoas trocam de casal e fazem sexo por puro prazer, sem sentimentos ou ligações matrimoniais.
Não há uma casa especializada na prática também conhecida como "sono inocente", mas foram encontrados alguns anúncios em classificados sexuais de casais evangélicos procurando moças evangélicas para fazer parte do relacionamento.
E então, casais evangélicos também sofrem com a monotonia do sexo e curtem apimentar a relação de vez em quando?
Fonte: Yahoo
Carol Patrocínio
Comentário de Julio Severo
O liberalismo e o esquerdismo são literalmente destrutivos. Não estranhe, jamais, um “cristão” progressista de hoje que combate o conservadorismo cristão aparecer em seguida promovendo pornografia “santificada” e perversões do gênero.
Dá para duvidar de que estamos nos últimos dias?
Evangélicos também gostam de sexo!
Religião e sexo nunca foram assuntos que andaram lado a lado. Para muitas crenças, o sexo é apenas parte do processo reprodutivo e o prazer é condenado. Outros acreditam que o sexo deva ser feito apenas depois do casamento e apenas com a pessoa que Deus escolheu para você.
E onde tem sexo, tem gente investindo para deixar tudo mais... divertido! É o que vem acontecendo, nos últimos anos, com a indústria gospel. Isso mesmo, indústria gospel relacionada ao mundo do sexo!
Essa semana todo mundo resolveu falar de uma empresa que está produzindo filmes eróticos evangélicos. Todas as obras têm enfoque claro e seguem regras de conduta: os protagonistas dos filmes são casais — marido e mulher mesmo - na vida real, todas as cenas seguem preceitos do sexo cristão — e tem a religião como princípio —, nunca é extraconjugal e práticas como ménage, sadomasoquismo e nudismo (!) são impensáveis.
A ideia desses filmes é ensinar aos casais cristãos como eles podem ter e proporcionar prazer de acordo com a Bíblia — incluindo posições sexuais e tratamentos respeitosos ao órgão do outro. Mas a indústria do sexo gospel não é baseada apenas em filmes em que, pelo que eu entendi, rola sexo de roupa. Também há outras... atividades nesse mercado. Quer conhecer?
Sex shop para casais religiosos
Apimentar a relação de acordo com preceitos da Bíblia é a missão de alguns sex shops online. O Book 22 foi o primeiro deles e a história é que o casal que o criou estava, segundo o site NPR.com, cansado de buscar soluções para sua vida sexual e só encontrar pornografia.
Existe também o My Beloved Garden, que oferece produtos para casados. E há também o Intimacy of Eden. Mas não se assuste se o que você encontrar nessas lojas for igual ao que vê em outras sex shop, o que muda é só o nome. Eles vendem o produto e cada um usa como quer, então...
Pole dance para Jesus
Uma americana resolveu criar o esporte e fez algumas mudanças nas aulas convencionais de pole dance, ou dança do poste. Primeiro, as músicas: nada de música de boate, apenas louvores cristãos ou músicas gospel populares. Depois, os movimentos, que não são tão sensuais quando nas aulas normais, afinal, é um momento de adoração.
Além disso, é um exercício físico que deixa as mulheres mais fortes para lidar com os problemas do dia a dia.
"Eu acho que não há nada de errado com o que eu faço. Eu ensino mulheres a se sentir bem consigo mesmas, ensino elas a sentirem-se poderosas. Qualquer um que quiser me julgar, Crystal Deens, criadora da modalidade, para a rede de TV americana Fox News.
Swing gospel
Esse é o nome de um grupo musical que canta temáticas religiosas, mas não é sobre eles que estamos falando. O swing gospel do qual estamos falando é igualzinho àquele não religioso, em que as pessoas trocam de casal e fazem sexo por puro prazer, sem sentimentos ou ligações matrimoniais.
Não há uma casa especializada na prática também conhecida como "sono inocente", mas foram encontrados alguns anúncios em classificados sexuais de casais evangélicos procurando moças evangélicas para fazer parte do relacionamento.
E então, casais evangélicos também sofrem com a monotonia do sexo e curtem apimentar a relação de vez em quando?
Fonte: Yahoo
Carol Patrocínio
Comentário de Julio Severo
O liberalismo e o esquerdismo são literalmente destrutivos. Não estranhe, jamais, um “cristão” progressista de hoje que combate o conservadorismo cristão aparecer em seguida promovendo pornografia “santificada” e perversões do gênero.
Dá para duvidar de que estamos nos últimos dias?
LARGA DEU, SÔ!!!
NOTA AO PÉ DO VÍDEO
Faltou exemplificar o que aconteceu com o Brasil, depois que Lula recebeu a faixa presidencial: o país mergulhou no caos moral, na desordem das instituições e caminha para o agravamento de sua situação social, econômica e política.
SOBRE SALADINO, GUERRA, HONRA, HERÓIS E CARNICEIROS
Todo militar profissional, aqui ou no exterior, escuta uma célebre frase dita já não se sabe por quem que se transforma imediatamente em uma verdade universal e em um prenúncio do que pode vir: “Ninguém abomina mais a guerra do que o guerreiro”.
Descontando as margens reservadas aos psicopatas, que usam a guerra como desculpa para dar asas aos seus anseios sanguinários, o guerreiro profissional reza e se prepara para nunca entrar em combate. Contudo, quando à hora chega, ele guarda seus receios; seca suas lágrimas e esconde o terror da morte que o espreita a cada batida do coração.
Mas, mesmo diante da selvageria do combate, o verdadeiro guerreiro sabe que deve trilhar o caminho da honra. O inimigo, por mais feroz que seja, deve sempre ser tratado com respeito e com humanidade quando derrotado. Afinal, no código militar, o verdadeiro guerreiro não vê honra e nem vitória em vilipendiar aqueles incapazes de se defender.
O verdadeiro guerreiro pode ser chamado de herói. Mas, ele jamais deseja isso. O heroísmo é apenas uma consequência do medo e o guerreiro faz o que deve ser feito para aplacar o medo de morrer ou de ver seus companheiros de combate perecerem. No calor do combate, ele pode oferecer sua própria vida em sacrifício para que a vida de seu irmão (ou, como em vários casos, até de seu inimigo) seja poupada. Ao herói guerreiro cabe o sacrifício supremo e a honra da lembrança eterna.
O você pode achar esta uma visão romântica ou impossível de ser verdadeira na confusão e na carnificina de uma guerra. Mas, tenho certeza que você ficaria surpreso ao descobrir que essa “visão romântica” é fruto da realidade da guerra e do combate encarniçado ao mais perverso inimigo: a intolerância religiosa.
Se você conhece um pouco de história já deve ter ouvido falar de Al-Malik An-Nasir Salahuddin Yusuf; conhecido pelos ocidentais como Saladino. Nascido em Tikrit (hoje Iraque), Saladino morreu na Síria em 1193. Foi um dos maiores estrategistas militares de todos os tempos e é pai do Cavalheirismo Medieval e dos modernos códigos de guerra como a Convenção de Genebra e outros.
Saladino – O Grande
Durante as Cruzadas, Saladino mostrou ao Ocidente Cristão a diferença entre ser um guerreiro ou um carniceiro. Enquanto os Cristãos matavam e decapitavam mulheres e crianças em nome de Deus; Saladino poupava inimigos capturados; enviava frutas frescas e seus médicos para tratar o Rei Ricardo quando este ficou gravemente doente (salvando-lhe a vida) e, em um episódio que marcou a história, Saladino durante a batalha de Apollonia esta a beira da vitória quando o Rei Ricardo teve seu cavalo morto e foi obrigado a combater a pé. Na época, isso era uma sentença de morte para um combatente de armadura. Saladino interrompeu o combate e enviou dois de seus melhores cavalos para Ricardo. Segundo ele: “Não é digno de um rei combater a pé”. Ricardo se recuperou e pode levar os exércitos cristãos à vitória naquela batalha.
Tudo isso fez com que Saladino fosse temido e admirado por seus iguais e, principalmente por seus inimigos. Quando as Cruzadas terminaram com a derrota cristã e a tomada de Jerusalém, a fama de homem honrado de Saladino foi levada pelos Cruzados para a Europa e se espalhou pelo Ocidente como modelo de honra, caráter e misericórdia. Até hoje, mais de mil anos de sua morte, Saladino é conhecido como “O Grande” mesmo para nós e é fonte de estudos para todos que desejam a carreira militar.
Mas, se você chegou até aqui deve estar se perguntando: “Para que tudo isso?”
Caro leitor, como ex-militar e como estudioso da história das grandes guerras que conduziram a humanidade até os dias de hoje, não era possível deixar de comentar sobre Saladino e sua visão de honra e respeito ao inimigo que contaminou o ocidente de tal forma que foi responsável pela criação dos códigos de conduta em combate até das guerras modernas.
Minha intenção foi mostrar como é enorme a diferença entre o guerreiro e o carniceiro. Entre o soldado que combate o inimigo por dever e sem paixão para o psicopata que usa a guerra como desculpa para dar asas aos instintos mais bestiais do ser humano.
Como militar e como ser humano fica difícil aceitar o comportamento dos Fuzileiros Navais americanos ao vilipendiar os cadáveres dos inimigos ao urinarem sobre eles. Sendo uma das mais honradas instituições militares do mundo, o Corpo de Fuzileiros Navais (daqui, dos EUA ou de qualquer outro país) sempre foi conhecido por abrigar os mais bem treinados e honrados combatentes. Em seus brados de guerra, cada Corpo de Fuzileiros mundo a fora exalta o sacrifício supremo pela pátria e deseja demonstrar a honradez de seus membros. Grite o fuzileiro “Semper Fidelis” (Sempre fiéis – EUA); “AdSumus” (Aqui Estamos – BRA); “ Per Mare, Per Terram” (Por Mar e Por Terra – UK) ou qualquer outro brado mundo a fora, essas palavras simbolizam o que há de melhor no combatente e jamais devem ser envergonhadas.
Qualquer guerreiro, qualquer ser humano e qualquer ente vivente deve abominar os atos cometidos pelos carniceiros travestidos de soldados e compreender que a eles é reservado apenas a desonra, o esquecimento e o pó da terra. A selvageria imperdoável lhes confere apenas a alcunha de bárbaros e lhes garante o repúdio e o escárnio dos bons.
A eles resta a certeza de que jamais poderão entrar nos Campos Elíseos e repousar, gozando a paz suprema, ao lado dos grandes vultos guerreiros da humanidade.
visão panorâmica
13 de janeiro de 2012
O PRÓXIMO EXECUTIVO-CHEFE DOS ESTADOS UNIDOS?
Se quiser derrotar Barack Obama, Mitt Romney tem alguns meses para aprender a destacar seus pontos fracos e mascarar suas desvantagens políticas
As primárias republicanas devem durar seis meses, permitindo que todos os 50 estados norte-americanos deem sua opinião na escolha do candidato que concorrerá contra Barack Obama em novembro. Surpreendentemente, elas podem chegar ao fim poucos dias depois de terem começado.
No dia 10 de janeiro, uma semana após sua vitória no conservador estado de Iowa, Mitt Romney derrotou seus seis oponentes no liberal estado de New Hampshire, conseguindo quase o dobro de votos do segundo candidato. As pesquisas preveem uma vitória para Romney na Carolina do Sul no dia 21 de janeiro, e outra na Flórida no dia 31. Ainda que a disputa se estenda além disso, ele conseguiu mais doações e montou uma organização maior que a de todos os outros candidatos juntos. Salvo por uma surpresa, Romney deve conseguir a indicação. As pesquisas também indicam que, caso seja o indicado, ele tem uma chance real de derrotar um presidente que vive momentos complicados, tendo se aproximado cada vez mais do centrismo político.
Mas Romney tem muito a fazer. No momento, muitos norte-americanos o consideram um enigma: ele é inconsistente em algumas questões importantes, pouco carismático em público, e um membro compromissado de uma das religiões mais controversas do planeta. Nenhuma dessas críticas é exatamente injusta, mas elas são exageradas e incompletas. Na melhor das hipóteses, Romney deve conseguir dar aos Estados Unidos uma competente alternativa de centro-direita a Barack Obama. Mas ele tem que fazer um trabalho melhor do que o que fez até agora para realçar suas vantagens e diminuir suas fraquezas.
O lado positivo de Romney
A principal vantagem de Romney é o fato de ele ser um homem não-ideológico que fez algo que os Estados Unidos precisam. Em 2002, ele foi eleito para governar Massachussets, um tradicional reduto democrata, e aprovou uma versão da reforma da saúde, que é, ao mesmo tempo, seu maior feito e seu maior risco. Na época, um sistema baseado na ideia de que todos seriam obrigados a comprar seguros de saúde era uma ideia conservadora, e Romney fez um belo trabalho para conseguir que ele fosse aprovado (hoje, seu partido se opõe veementemente à reforma de saúde de Barack Obama, que foi baseada na reforma de Romney. Assim são as reviravoltas da política). Ele também revigorou as finanças do estado, e precisa fazer como que esses sucessos tenham mais destaque do que tiveram até agora. Assim que as primárias tenham terminado, e os independentes – e não os republicanos – se tornarem o eleitorado a ser conquistado, ele pode ter sérias chances de conseguir fazer isso.
Romney tem algo que o presidente e seus rivais republicanos não têm: experiência no mundo dos negócios. Por 25 anos ele tornou companhias mais eficientes, o que muitas vezes significa demitir muita gente, mas que também significa impulsionar o crescimento econômico. Romney afirma ter criado 100 mil empregos durante sua passagem pela consultora Bain. Esses números são impossíveis de serem provados, mas ele poderia ir mais longe para provar que os benefícios superam os custos. Sua tarefa também não foi ajudada pelos desastrosos ataques de seus colegas contra a reestruturação corporativa.
Por fim, Romney parece ser um homem firme. É difícil destacar algum tropeço em sua campanha. Ele pode ser pouco carismático, mas nenhum escândalo foi ligado a ele. Sua família é impecavelmente monogâmica. Aqueles que trabalharam com ele o admiram. E nas questões econômicas e de política externa, ele já reuniu equipes impressionantes, e moderadas.
O outro lado
Seus feitos são impressionantes, sem dúvida, mas e o lado negativo de Mitt Romney? Seu pragmatismo cria uma característica inconveniente: ninguém tem certeza sobre suas posições. A base republicana não o considera confiável em questões como os direitos dos homossexuais e o aborto. Isso não fará tanta diferença para os independentes (que certamente partirão do princípio de que todo candidato republicano deve dizer alguns absurdos para conseguir uma indicação). Mas o povo deve confiar em seu presidente nas questões principais, e, apesar de ter publicado um longo manifesto econômico, Romney se mantém vago sobre o quanto de seu manifesto será conquistado.
Não está exatamente claro como ele reformará os terrivelmente caros sistemas de saúde e pensões dos Estados Unidos. Suas visões sobre o que fazer com os 12 milhões de imigrantes ilegais do país também são um mistério. E nos pontos em que foi claro, ele, por muitas vezes, esteve errado: sua insistência em afirmar que no primeiro dia de seu mandato, irá denunciar a manipulação monetária da China, representa uma aproximação perigosa do populismo. Sua promessa de cortar os gastos federais para menos de 20% do PIB, um agrado aos extremistas fiscais do partido, também será um risco se for colocada em prática tão rapidamente quanto ele gostaria.
Romney terá outros problemas para seduzir o eleitorado. Ele será o candidato mais rico a conseguir a indicação, e carrega consigo a mácula da elite privilegiada. Seu pai também foi governador, e ele estudou direito em Harvard. Por outro lado, Obama também é um milionário, e também estudou direito em Harvard. Sua falta de carisma é um problema, mas talvez os Estados Unidos queiram menos discursos brilhantes e mais planos de reestruturação pragmáticos.
A última dificuldade de Romney é uma que, na verdade, não é problema algum: ele é um mórmon e, apesar dos protestos de seus correligionários,1/3 dos norte-americanos não os consideram cristãos. Não há muito que Romney possa fazer a respeito. Ele poderia falar sobre o extraordinário trabalho missionário dos mórmons, mas dificilmente dirá algo mais impressionante do que se disser que Deus revelou seus planos a um homem no estado de Nova York em 1820, assim como fizera na Palestina no início da era cristã. É importante lembrar que os Estados Unidos passaram décadas sem “ainda estar prontos” para um presidente católico ou um presidente negro. Eventualmente, a população passou por cima disso. O preconceito seria uma razão estúpida para que os republicanos rejeitassem um homem que lhes ofereceu a melhor chance de derrotar Barack Obama.
opinião e notícia
14 de janeiro de 2012
As primárias republicanas devem durar seis meses, permitindo que todos os 50 estados norte-americanos deem sua opinião na escolha do candidato que concorrerá contra Barack Obama em novembro. Surpreendentemente, elas podem chegar ao fim poucos dias depois de terem começado.
No dia 10 de janeiro, uma semana após sua vitória no conservador estado de Iowa, Mitt Romney derrotou seus seis oponentes no liberal estado de New Hampshire, conseguindo quase o dobro de votos do segundo candidato. As pesquisas preveem uma vitória para Romney na Carolina do Sul no dia 21 de janeiro, e outra na Flórida no dia 31. Ainda que a disputa se estenda além disso, ele conseguiu mais doações e montou uma organização maior que a de todos os outros candidatos juntos. Salvo por uma surpresa, Romney deve conseguir a indicação. As pesquisas também indicam que, caso seja o indicado, ele tem uma chance real de derrotar um presidente que vive momentos complicados, tendo se aproximado cada vez mais do centrismo político.
Mas Romney tem muito a fazer. No momento, muitos norte-americanos o consideram um enigma: ele é inconsistente em algumas questões importantes, pouco carismático em público, e um membro compromissado de uma das religiões mais controversas do planeta. Nenhuma dessas críticas é exatamente injusta, mas elas são exageradas e incompletas. Na melhor das hipóteses, Romney deve conseguir dar aos Estados Unidos uma competente alternativa de centro-direita a Barack Obama. Mas ele tem que fazer um trabalho melhor do que o que fez até agora para realçar suas vantagens e diminuir suas fraquezas.
O lado positivo de Romney
A principal vantagem de Romney é o fato de ele ser um homem não-ideológico que fez algo que os Estados Unidos precisam. Em 2002, ele foi eleito para governar Massachussets, um tradicional reduto democrata, e aprovou uma versão da reforma da saúde, que é, ao mesmo tempo, seu maior feito e seu maior risco. Na época, um sistema baseado na ideia de que todos seriam obrigados a comprar seguros de saúde era uma ideia conservadora, e Romney fez um belo trabalho para conseguir que ele fosse aprovado (hoje, seu partido se opõe veementemente à reforma de saúde de Barack Obama, que foi baseada na reforma de Romney. Assim são as reviravoltas da política). Ele também revigorou as finanças do estado, e precisa fazer como que esses sucessos tenham mais destaque do que tiveram até agora. Assim que as primárias tenham terminado, e os independentes – e não os republicanos – se tornarem o eleitorado a ser conquistado, ele pode ter sérias chances de conseguir fazer isso.
Romney tem algo que o presidente e seus rivais republicanos não têm: experiência no mundo dos negócios. Por 25 anos ele tornou companhias mais eficientes, o que muitas vezes significa demitir muita gente, mas que também significa impulsionar o crescimento econômico. Romney afirma ter criado 100 mil empregos durante sua passagem pela consultora Bain. Esses números são impossíveis de serem provados, mas ele poderia ir mais longe para provar que os benefícios superam os custos. Sua tarefa também não foi ajudada pelos desastrosos ataques de seus colegas contra a reestruturação corporativa.
Por fim, Romney parece ser um homem firme. É difícil destacar algum tropeço em sua campanha. Ele pode ser pouco carismático, mas nenhum escândalo foi ligado a ele. Sua família é impecavelmente monogâmica. Aqueles que trabalharam com ele o admiram. E nas questões econômicas e de política externa, ele já reuniu equipes impressionantes, e moderadas.
O outro lado
Seus feitos são impressionantes, sem dúvida, mas e o lado negativo de Mitt Romney? Seu pragmatismo cria uma característica inconveniente: ninguém tem certeza sobre suas posições. A base republicana não o considera confiável em questões como os direitos dos homossexuais e o aborto. Isso não fará tanta diferença para os independentes (que certamente partirão do princípio de que todo candidato republicano deve dizer alguns absurdos para conseguir uma indicação). Mas o povo deve confiar em seu presidente nas questões principais, e, apesar de ter publicado um longo manifesto econômico, Romney se mantém vago sobre o quanto de seu manifesto será conquistado.
Não está exatamente claro como ele reformará os terrivelmente caros sistemas de saúde e pensões dos Estados Unidos. Suas visões sobre o que fazer com os 12 milhões de imigrantes ilegais do país também são um mistério. E nos pontos em que foi claro, ele, por muitas vezes, esteve errado: sua insistência em afirmar que no primeiro dia de seu mandato, irá denunciar a manipulação monetária da China, representa uma aproximação perigosa do populismo. Sua promessa de cortar os gastos federais para menos de 20% do PIB, um agrado aos extremistas fiscais do partido, também será um risco se for colocada em prática tão rapidamente quanto ele gostaria.
Romney terá outros problemas para seduzir o eleitorado. Ele será o candidato mais rico a conseguir a indicação, e carrega consigo a mácula da elite privilegiada. Seu pai também foi governador, e ele estudou direito em Harvard. Por outro lado, Obama também é um milionário, e também estudou direito em Harvard. Sua falta de carisma é um problema, mas talvez os Estados Unidos queiram menos discursos brilhantes e mais planos de reestruturação pragmáticos.
A última dificuldade de Romney é uma que, na verdade, não é problema algum: ele é um mórmon e, apesar dos protestos de seus correligionários,1/3 dos norte-americanos não os consideram cristãos. Não há muito que Romney possa fazer a respeito. Ele poderia falar sobre o extraordinário trabalho missionário dos mórmons, mas dificilmente dirá algo mais impressionante do que se disser que Deus revelou seus planos a um homem no estado de Nova York em 1820, assim como fizera na Palestina no início da era cristã. É importante lembrar que os Estados Unidos passaram décadas sem “ainda estar prontos” para um presidente católico ou um presidente negro. Eventualmente, a população passou por cima disso. O preconceito seria uma razão estúpida para que os republicanos rejeitassem um homem que lhes ofereceu a melhor chance de derrotar Barack Obama.
opinião e notícia
14 de janeiro de 2012
SARKOZY: RESPONSÁVEL PELA DEGRADAÇÃO?
Revista francesa afirma que presidente tem dois terços da culpa do rebaixamento da nota do país:
"Ele fez a França perder 500 bilhões de Euros", diz a manchete
Muito antes da França perder seu Triplo A, quando o rebaixamento das agências de notação eram ainda apenas uma – concreta – ameaça, o presidente Nicolas Sarkozy teria confidenciado a seus próximos: “Se perdermos o Triplo A, estou acabado”. A frase vazou e acabou nos jornais. Seja a afirmação verdadeira ou não, é difícil acreditar que Sarkozy, no cargo há cinco anos, já não estivesse preparado para esta degradação, que há meses ocupava a mente dos mercados.
Neste sábado, 14, a revista de esquerda Marianne, que nos últimos cinco anos pegou pesado com o presidente francês, lança um número especial com a manchete dirigida a Sarkozy: “O homem que fez a França perde 500 bilhões de euros”. Segundo a publicação, 1/3 do rebaixamento é fruto da crise, e 2/3 se devem ao próprio Sarkozy.
“Nicolas Sarkozy vai negar até o fim, mas ele tem uma enorme responsabilidade na emergência da infernal mistura de degradação das finanças públicas e perda de competitividade no país (e com isso sua capacidade de tomar compromissos no passado e no futuro), que está na origem da decisão da S&P”, escreve o jornalista Emmanuel Lévy.
A revista lembra ainda que a dívida francesa nunca progrediu tanto quanto na era Sarkozy. No fim do seu mandato, ela aumentou em 630 bilhões de euros. Aumento que o presidente logo atribui à crise, mas a Marianne destaca que apenas 110 bilhões desse montante podem ser atribuído à conjuntura econômica mundial, e que todo resto é culpa de suas ações. “Ou pela falta de ação para reduzir os desequilíbrios que herdou, e contra os quais ele mesmo se comprometeu a lutar”, continua a revista. “Este déficit estrutural deverá subir em 370 bilhões ao final de seu mandato”.
opinião e notícia
14 de janeiro de 2012
"Ele fez a França perder 500 bilhões de Euros", diz a manchete
Muito antes da França perder seu Triplo A, quando o rebaixamento das agências de notação eram ainda apenas uma – concreta – ameaça, o presidente Nicolas Sarkozy teria confidenciado a seus próximos: “Se perdermos o Triplo A, estou acabado”. A frase vazou e acabou nos jornais. Seja a afirmação verdadeira ou não, é difícil acreditar que Sarkozy, no cargo há cinco anos, já não estivesse preparado para esta degradação, que há meses ocupava a mente dos mercados.
Neste sábado, 14, a revista de esquerda Marianne, que nos últimos cinco anos pegou pesado com o presidente francês, lança um número especial com a manchete dirigida a Sarkozy: “O homem que fez a França perde 500 bilhões de euros”. Segundo a publicação, 1/3 do rebaixamento é fruto da crise, e 2/3 se devem ao próprio Sarkozy.
“Nicolas Sarkozy vai negar até o fim, mas ele tem uma enorme responsabilidade na emergência da infernal mistura de degradação das finanças públicas e perda de competitividade no país (e com isso sua capacidade de tomar compromissos no passado e no futuro), que está na origem da decisão da S&P”, escreve o jornalista Emmanuel Lévy.
A revista lembra ainda que a dívida francesa nunca progrediu tanto quanto na era Sarkozy. No fim do seu mandato, ela aumentou em 630 bilhões de euros. Aumento que o presidente logo atribui à crise, mas a Marianne destaca que apenas 110 bilhões desse montante podem ser atribuído à conjuntura econômica mundial, e que todo resto é culpa de suas ações. “Ou pela falta de ação para reduzir os desequilíbrios que herdou, e contra os quais ele mesmo se comprometeu a lutar”, continua a revista. “Este déficit estrutural deverá subir em 370 bilhões ao final de seu mandato”.
opinião e notícia
14 de janeiro de 2012
CONTRA QUEM (OU CONTRA O QUÊ) VOCE CRIARIA O SEU PRÓPRIO WIKILEAKS?
A ideia de WikiLeaks temáticos aparecendo por aí viria muito bem a calhar. No Brasil, poderia ajudar a tirar esqueletos do armário. Por Hugo Souza
Surgiu no início desta semana a notícia de que o coletivo de hackers Anonymous estreou na Alemanha um site de vazamento de informações, nos moldes do famoso WikiLeaks — criado pelo australiano Julian Assange –, para tornar públicos dados sobre a extrema-direita no país.
A criação do site faz parte da campanha hacker Operação Blitzkrieg, em referência à estratégia militar da “guerra-relâmpago”, da qual Adolf Hitler era um entusiasta. Com a Operação Blitzkrieg o Anonymous vem invadindo e bloqueando sites neonazistas, entre outras ações contra militantes e simpatizantes do extremismo de direita.
O papel do “WikiLeaks” do Anonymous, o nazi-leaks.net, na Operação Blitzkrieg é sobretudo revelar a identidade de pessoas ligadas ao Partido Nacional Democrático alemão (NPD), de extrema direita, como por exemplo quem doa dinheiro para a legenda e clientes de lojas relacionadas a grupos neonazistas e dados pessoais de membros do NPD.
Caça aos nazis ou caça às bruxas?
No WikiLeaks do Anonymous aparecem os nomes, endereços, e-mails e números de telefone dos doadores do NPD, bem como quem encomendou roupas de treino com a inscrição “Deutsches Reich” na loja Nationales-Versandhaus.
Também aparece na lista negra do Nazi-Leaks quem já colaborou com o semanário de extrema-direita Junge Freiheit (Liberdade Jovem).
Sobre isso, o jornalista alemão Jonas Nonnenmann escreveu o seguinte no jornal Frankurter Rundschau: “Quem escreve em um jornal que publica as opiniões da extrema-direita é necessariamente um nazista? É razoável expor o nome de uma jovem que pode ter apenas 17 anos e que compra uma camisa estampada com o martelo de Thor, sem saber que este é um símbolo neo-nazista?”.
Mensalão-Leaks
Representantes do NPD já anunciaram que vão processar os responsáveis pelo site, ainda que eles sejam, digamos, Anonymous… Na verdade, o site já parece ter sido retirado do ar, o que não quer dizer muita coisa em se tratando de hackers.
Até mesmo alguns ativistas dedicados ao combate ao neo-nazismo torceram o nariz para o Nazi-Leaks. Um deles, citado pela Deutsche Welle, considera que a Operação Blitzkrieg é “boa para remover o lixo nazi da Internet por alguns dias”, mas criticou a divulgação de informações pessoais na rede, tendo em vista que alguns nomes identificados no site são, por exemplo, de pessoas que foram procuradas por publicações de extrema-direita para a realização de entrevistas.
Mesmo assim, a ideia de WikiLeaks temáticos aparecendo por aí poderia vir muito bem a calhar. No Brasil, talvez ajudasse a tirar alguns esqueletos do armário. Que beleza seria algo como um Mensalão-Leaks ou um site de vazamento de informações, com a credibilidade necessária e o cuidado para não promoverem autos de inquisição, dedicado a divulgar provas sobre tráfico de influência em Brasília.
E você, caro leitor? Contra quem, ou o que, você criaria o seu próprio “WikiLeaks” temático?
opinião e notícia
14 de janeiro de 2012
Surgiu no início desta semana a notícia de que o coletivo de hackers Anonymous estreou na Alemanha um site de vazamento de informações, nos moldes do famoso WikiLeaks — criado pelo australiano Julian Assange –, para tornar públicos dados sobre a extrema-direita no país.
A criação do site faz parte da campanha hacker Operação Blitzkrieg, em referência à estratégia militar da “guerra-relâmpago”, da qual Adolf Hitler era um entusiasta. Com a Operação Blitzkrieg o Anonymous vem invadindo e bloqueando sites neonazistas, entre outras ações contra militantes e simpatizantes do extremismo de direita.
O papel do “WikiLeaks” do Anonymous, o nazi-leaks.net, na Operação Blitzkrieg é sobretudo revelar a identidade de pessoas ligadas ao Partido Nacional Democrático alemão (NPD), de extrema direita, como por exemplo quem doa dinheiro para a legenda e clientes de lojas relacionadas a grupos neonazistas e dados pessoais de membros do NPD.
Caça aos nazis ou caça às bruxas?
No WikiLeaks do Anonymous aparecem os nomes, endereços, e-mails e números de telefone dos doadores do NPD, bem como quem encomendou roupas de treino com a inscrição “Deutsches Reich” na loja Nationales-Versandhaus.
Também aparece na lista negra do Nazi-Leaks quem já colaborou com o semanário de extrema-direita Junge Freiheit (Liberdade Jovem).
Sobre isso, o jornalista alemão Jonas Nonnenmann escreveu o seguinte no jornal Frankurter Rundschau: “Quem escreve em um jornal que publica as opiniões da extrema-direita é necessariamente um nazista? É razoável expor o nome de uma jovem que pode ter apenas 17 anos e que compra uma camisa estampada com o martelo de Thor, sem saber que este é um símbolo neo-nazista?”.
Mensalão-Leaks
Representantes do NPD já anunciaram que vão processar os responsáveis pelo site, ainda que eles sejam, digamos, Anonymous… Na verdade, o site já parece ter sido retirado do ar, o que não quer dizer muita coisa em se tratando de hackers.
Até mesmo alguns ativistas dedicados ao combate ao neo-nazismo torceram o nariz para o Nazi-Leaks. Um deles, citado pela Deutsche Welle, considera que a Operação Blitzkrieg é “boa para remover o lixo nazi da Internet por alguns dias”, mas criticou a divulgação de informações pessoais na rede, tendo em vista que alguns nomes identificados no site são, por exemplo, de pessoas que foram procuradas por publicações de extrema-direita para a realização de entrevistas.
Mesmo assim, a ideia de WikiLeaks temáticos aparecendo por aí poderia vir muito bem a calhar. No Brasil, talvez ajudasse a tirar alguns esqueletos do armário. Que beleza seria algo como um Mensalão-Leaks ou um site de vazamento de informações, com a credibilidade necessária e o cuidado para não promoverem autos de inquisição, dedicado a divulgar provas sobre tráfico de influência em Brasília.
E você, caro leitor? Contra quem, ou o que, você criaria o seu próprio “WikiLeaks” temático?
opinião e notícia
14 de janeiro de 2012
HISTÓRIAS DO SEBASTIÃO NERY
Eu, o historiador e Sarney
Na Tribuna da Imprensa, em 2008, o “historiador e analista político” Said Barbosa Dib dizia que “a persistência de Sarney em defender a cláusula democrática como critério para o ingresso no Mercosul se justificava pela vida do ex-presidente: são 52 anos de vida pública sempre comprometida com as liberdades democráticas” (sic). E citava três fatos inexistentes e estrambóticos.
1 – “Como udenista bossa-novista (sic), já havia participado (sic) da luta contra a ditadura Vargas, mais sanguinária do que a dos militares“.
Errado. Sarney nasceu em 1930. A ditadura Vargas acabou em 1945, quando a UDN surgiu, e Sarney era um fedelho de ginasial. A “Bossa-Nova” da UDN só iria ser criada no congresso da UDN em Recife, em abril de 1961, três meses depois da posse de Janio, pelos deputados Seixas Doria (de Sergipe), José Sarney (do Maranhão), Ferro Costa (do Pará), Adahil Barreto (do Ceará) e José Aparecido (ainda não deputado, só iria eleger-se em 62), que organizaram um grupo para apoiar as propostas “nacionalistas, reformistas e de interesse popular” de Janio, contra o grupo conservador “Banda de Música”, liderado pelo deputado Herbert Levy (de São Paulo). No fim, fizeram uma composição: Levy foi eleito presidente da UDN e Sarney vice.
***
SAID DIB
2 – “Único governador (sic) que ousou criticar (sic) o golpe de 64“.
Errado. Em 64, Sarney ainda não era governador, apoiou o golpe (enquanto seus companheiros de fundação da Bossa-Nova foram todos cassados: Seixas, Ferro, Aparecido e Adahil – este já no PTB). Em 65, Sarney elegeu-se governador, ajudado pelo general Castelo Branco, que mandou o coronel João Figueiredo, do SNI, para participar da campanha de Sarney lá.
***
UM SARNEY
3 – “Durante o governo Geisel, Sarney ajudou (sic) o presidente a quebrar as resistências (sic) da `linha-dura’ e de seu próprio partido, a Arena, contra o processo de distensão política“.
Errado. Em setembro de 73, a Arena homologou para presidente o nome de Geisel, que só assumiu em março de 74. Sarney fez tudo para Geisel nomeá-lo de novo governador e não conseguiu. Geisel sabia muito bem quem era Sarney e o que ele pensava. No dia 30 de dezembro de 73, com Geisel já escolhido presidente, o jornal “Estado do Maranhão”, de Sarney, republicou, na primeira página, uma entrevista de Sarney dada na véspera ao “Globo”:
“Sarney: a abertura só virá com a expansão (sic) do sistema“. “O senador Sarney, da Arena do Maranhão, advertiu que qualquer outra espécie de abertura que não seja a expansão (sic) do sistema é cair no irrealismo, na falta de objetividade“.
“Sistema” era o regime militar, a ditadura. Defendendo a “expansão do “sistema”, Sarney defendia a ampliação, o endurecimento do regime, da ditadura, mais ainda do que no governo Medici, o que era exatamente a posição da “linha dura”, que tinha sido derrotada com a escolha de Geisel.
***
OUTRO SARNEY
4 – O “historiador” (sic) Said estava inteiramente certo é quando dizia que “assumindo a presidência (em 85), Sarney soube garantir o delicado processo de redemocratização pós-regime militar, acabando com o entulho autoritário, convocando a Constituinte, legalizando partidos clandestinos e garantindo liberdades essenciais, como a da imprensa e a sindical”.
São dois Sarney. O da ditadura e o da democracia. O da ditadura achava pouco e queria mais. O da democracia passou Kaol no seu nome para a História.
14 de janeiro de 2012
sebastião nery
Na Tribuna da Imprensa, em 2008, o “historiador e analista político” Said Barbosa Dib dizia que “a persistência de Sarney em defender a cláusula democrática como critério para o ingresso no Mercosul se justificava pela vida do ex-presidente: são 52 anos de vida pública sempre comprometida com as liberdades democráticas” (sic). E citava três fatos inexistentes e estrambóticos.
1 – “Como udenista bossa-novista (sic), já havia participado (sic) da luta contra a ditadura Vargas, mais sanguinária do que a dos militares“.
Errado. Sarney nasceu em 1930. A ditadura Vargas acabou em 1945, quando a UDN surgiu, e Sarney era um fedelho de ginasial. A “Bossa-Nova” da UDN só iria ser criada no congresso da UDN em Recife, em abril de 1961, três meses depois da posse de Janio, pelos deputados Seixas Doria (de Sergipe), José Sarney (do Maranhão), Ferro Costa (do Pará), Adahil Barreto (do Ceará) e José Aparecido (ainda não deputado, só iria eleger-se em 62), que organizaram um grupo para apoiar as propostas “nacionalistas, reformistas e de interesse popular” de Janio, contra o grupo conservador “Banda de Música”, liderado pelo deputado Herbert Levy (de São Paulo). No fim, fizeram uma composição: Levy foi eleito presidente da UDN e Sarney vice.
***
SAID DIB
2 – “Único governador (sic) que ousou criticar (sic) o golpe de 64“.
Errado. Em 64, Sarney ainda não era governador, apoiou o golpe (enquanto seus companheiros de fundação da Bossa-Nova foram todos cassados: Seixas, Ferro, Aparecido e Adahil – este já no PTB). Em 65, Sarney elegeu-se governador, ajudado pelo general Castelo Branco, que mandou o coronel João Figueiredo, do SNI, para participar da campanha de Sarney lá.
***
UM SARNEY
3 – “Durante o governo Geisel, Sarney ajudou (sic) o presidente a quebrar as resistências (sic) da `linha-dura’ e de seu próprio partido, a Arena, contra o processo de distensão política“.
Errado. Em setembro de 73, a Arena homologou para presidente o nome de Geisel, que só assumiu em março de 74. Sarney fez tudo para Geisel nomeá-lo de novo governador e não conseguiu. Geisel sabia muito bem quem era Sarney e o que ele pensava. No dia 30 de dezembro de 73, com Geisel já escolhido presidente, o jornal “Estado do Maranhão”, de Sarney, republicou, na primeira página, uma entrevista de Sarney dada na véspera ao “Globo”:
“Sarney: a abertura só virá com a expansão (sic) do sistema“. “O senador Sarney, da Arena do Maranhão, advertiu que qualquer outra espécie de abertura que não seja a expansão (sic) do sistema é cair no irrealismo, na falta de objetividade“.
“Sistema” era o regime militar, a ditadura. Defendendo a “expansão do “sistema”, Sarney defendia a ampliação, o endurecimento do regime, da ditadura, mais ainda do que no governo Medici, o que era exatamente a posição da “linha dura”, que tinha sido derrotada com a escolha de Geisel.
***
OUTRO SARNEY
4 – O “historiador” (sic) Said estava inteiramente certo é quando dizia que “assumindo a presidência (em 85), Sarney soube garantir o delicado processo de redemocratização pós-regime militar, acabando com o entulho autoritário, convocando a Constituinte, legalizando partidos clandestinos e garantindo liberdades essenciais, como a da imprensa e a sindical”.
São dois Sarney. O da ditadura e o da democracia. O da ditadura achava pouco e queria mais. O da democracia passou Kaol no seu nome para a História.
14 de janeiro de 2012
sebastião nery
QUEM É ESSE TAL JOSÉ, DO MAPA DA MINA?
Afinal, quem é esse tal Homem do Mapa da Mina, tão citado por alguns comentaristas?
Nosso incansável comentarista José Guilherme Schossland descobriu na internet o tão procurado Homem do Mapa da Mina, muito citado aqui no Blog por alguns comentaristas novos, que falam também num Projeto para o Brasil chamado PNBC.
A se acreditar neste texto abaixo, trata-se de José Roberto Loriaga Leão.
Em outro texto que Schossland achou na web, Loriaga Leão diz que aguarda há 5 anos um convite para participar do programa de Ana Maria Braga, e inclusive se refere ao Louro José, vejam a que ponto chegamos.
***
Paz, amor, perdão, reconciliação, união e mobilização em torno da Mega-Solução capaz de dar 100 anos de prosperidade e estabilização para o nosso Brasilzão e, sobretudo, para o nosso povão, é o que venho pregando há cerca de 20 anos, 06(seis) dos quais através do nosso livrinho, “O Mapa da Mina”, onde proponho o PNBC (Projeto Novo Brasil Confederativo), o novo caminho para o Novo Brasil de Verdade.
Mas, infelizmente, o PSDEMB, o PTMDB e os seus respectivos agregados, também há cerca de 20 anos, preferem o denuncismo, o ódio recíproco, a rivalidade e a luta insana pelo Poder, à base do queima-queima, do mata-mata e do velho “quanto pior melhor”.
Enveredados por esse caminho bestial já chegaram às raias da loucura e ao mais baixo nível do fiofó de cobras, levados inclusive aos seus respectivos programas na TV, para todo o Brasil, como relata o magistral artigo acima, do Fernando Rodrigues, no qual ambos, PSDEMB e PTMDB, comparam-se descendo ao nível dos ratos (“ou o Brasil acaba com a corrupção, ou a corrupção acaba com o Brasil”), nível esse, a bem da verdade, insuportável para todos aqueles que ainda sonham com um Brasil maior e melhor para todos, tendo em vista o sucesso pleno do bem comum do povo brasileiro, luta essa que, ao que parece, ambos também perderam para a corrupção, a exemplo de todos os seus antecessores.
E, agora, cansados de esperar dos mesmos, por cerca de 20 anos, um Projeto Novo e Alternativo de Nação, ao invés da baixaria do mais dos mesmos e do vale tudo por poder e dinheiro, avisamos aos navegantes que, a partir de 2012, iremos envidar todos os esforços para colocar o PNBC nas ruas do Brasil, em contraponto ao continuismo dos mesmos, com a intenção de levá-lo para dentro dos palácios, especialmente para dentro do Palácio do Planalto, até porque jamais mudaremos o Brasil no varejo sem mudá-lo antes, em Brasília, no atacado, porque chega dos mesmos, por evoluir é preciso e, sobretudo, porque, como diz a Marina Silva, sabiamente, somos a mudança que há muito esperamos e que queremos ver no Brasil e no Mundo e que devemos fazê-la acontecer.
14 de janeiro de 2012
José Roberto Loriaga Leão
Nosso incansável comentarista José Guilherme Schossland descobriu na internet o tão procurado Homem do Mapa da Mina, muito citado aqui no Blog por alguns comentaristas novos, que falam também num Projeto para o Brasil chamado PNBC.
A se acreditar neste texto abaixo, trata-se de José Roberto Loriaga Leão.
Em outro texto que Schossland achou na web, Loriaga Leão diz que aguarda há 5 anos um convite para participar do programa de Ana Maria Braga, e inclusive se refere ao Louro José, vejam a que ponto chegamos.
***
Paz, amor, perdão, reconciliação, união e mobilização em torno da Mega-Solução capaz de dar 100 anos de prosperidade e estabilização para o nosso Brasilzão e, sobretudo, para o nosso povão, é o que venho pregando há cerca de 20 anos, 06(seis) dos quais através do nosso livrinho, “O Mapa da Mina”, onde proponho o PNBC (Projeto Novo Brasil Confederativo), o novo caminho para o Novo Brasil de Verdade.
Mas, infelizmente, o PSDEMB, o PTMDB e os seus respectivos agregados, também há cerca de 20 anos, preferem o denuncismo, o ódio recíproco, a rivalidade e a luta insana pelo Poder, à base do queima-queima, do mata-mata e do velho “quanto pior melhor”.
Enveredados por esse caminho bestial já chegaram às raias da loucura e ao mais baixo nível do fiofó de cobras, levados inclusive aos seus respectivos programas na TV, para todo o Brasil, como relata o magistral artigo acima, do Fernando Rodrigues, no qual ambos, PSDEMB e PTMDB, comparam-se descendo ao nível dos ratos (“ou o Brasil acaba com a corrupção, ou a corrupção acaba com o Brasil”), nível esse, a bem da verdade, insuportável para todos aqueles que ainda sonham com um Brasil maior e melhor para todos, tendo em vista o sucesso pleno do bem comum do povo brasileiro, luta essa que, ao que parece, ambos também perderam para a corrupção, a exemplo de todos os seus antecessores.
E, agora, cansados de esperar dos mesmos, por cerca de 20 anos, um Projeto Novo e Alternativo de Nação, ao invés da baixaria do mais dos mesmos e do vale tudo por poder e dinheiro, avisamos aos navegantes que, a partir de 2012, iremos envidar todos os esforços para colocar o PNBC nas ruas do Brasil, em contraponto ao continuismo dos mesmos, com a intenção de levá-lo para dentro dos palácios, especialmente para dentro do Palácio do Planalto, até porque jamais mudaremos o Brasil no varejo sem mudá-lo antes, em Brasília, no atacado, porque chega dos mesmos, por evoluir é preciso e, sobretudo, porque, como diz a Marina Silva, sabiamente, somos a mudança que há muito esperamos e que queremos ver no Brasil e no Mundo e que devemos fazê-la acontecer.
14 de janeiro de 2012
José Roberto Loriaga Leão
VEM-VINDA SEJA ENTRE NÓS, A CRISE EUROPÉIA
Leio nos jornais que a crise na Europa e Estados Unidos poderá ser tema de redação na segunda fase da Fuvest. Se aluno fosse, eu responderia com um solene “vai pra pqtp”. Se nem economistas e jornalistas da área conseguem entender a tal de crise, como pedir isto a um jovem que certamente nem conhece a Europa? O máximo que ele poderá fazer é repetir as bobagens que os jornais escrevem sobre a crise.
Nada entendo de economia. Mas viajo bastante e comparar é algo que está ao alcance de qualquer mortal. Em 2010, decidi visitar a Irlanda. Não vai – me diziam amigas – o país está em crise. Fui, vi e voltei. Em Dublim, vi ruas cheias de gentes, felizes e bem vestidas, consumindo nos cafés, restaurantes e lojas. Se tentava entrar em um pub, às cinco da tarde, tinha de empurrar a multidão com os ombros. Bati pernas pela cidade toda e só vi um mendigo. Sentou-se na rua, longe de qualquer abrigo, recebendo toda a neve que caía no corpo. Queria comover. Se isto é crise, bem-vinda seja ao Brasil.
A França é a bola da vez, dizia-me um bom amigo em Paris. Será? Estive em Paris há dois meses e não vi sinal algum de pobreza iminente por lá. Fala-se em crise na Espanha. Tente entrar em um restaurante reputado à las dos del mediodía, como dizem os madrilenhos. Está regurgitando de gente e você ainda arrisca fila de espera. Não são turistas que lá estão celebrando a bona-xira. Mas espanhóis.
Não ousaria emitir qualquer palpite sobre a Grécia, não vou lá há mais de dez anos. Mas duvido que os gregos estejam pedindo esmolas aos turistas na Plaka ou no Partenon, em Mikonos ou Santorini.
Segundo o The Guardian, o Brasil ultrapassou a Inglaterra no ranking de maior economia do mundo, ficando em sexta posição. É a primeira vez que o país britânico fica atrás de uma nação sul-americana – proclamam orgulhosos nossos jornalistas. Isso se deveria ao crescimento brasileiro próximo a 3,5% que faz com o que o PIB, a soma das riquezas nacionais, some US$ 2,4 trilhões, ligeiramente à frente do britânico.
Pode ser. Mas você não vai ver nas ruas de Londres a miséria que vemos nas ruas das metrópoles brasileiras. De que serve conquistarmos a sexta posição na economia mundial se temos 11,4 milhões de favelados? Coincidentemente, esta é a população de toda a Grécia.
Que o padrão de vida europeu está diminuindo, sobre isto não há dúvida alguma. O tempo para aposentadoria está aumentando em vários países e os benefícios sociais mermando. Mas é bom lembrar um custo que a Europa carrega nos ombros, os milhões de imigrantes hostis que parasitam a previdência. As gerações atuais obviamente não gozarão do conforto e facilidades de seus pais e avós. Mas ainda podem passar suas férias nas ilhas gregas ou canárias.
Entusiasmado com a notícia de que o Brasil desponta como a sexta economia do mundo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, andou dizendo mês passado que o país poderá demorar de dez a vinte anos para fazer com que o cidadão brasileiro tenha um padrão de vida semelhante ao europeu. Sem nada entender de economia, diria que isto é possível. Basta que a Europa continue empobrecendo nos próximos dez ou vinte anos. Aí o Brasil empata.
A imprensa brasileira, em seu afonsocelsismo tardio, adora ver miséria no Primeiro Mundo. O emergente Brasil desponta glorioso no concerto das nações, enquanto a velha e decadente Europa empobrece. Esta mania também é extensiva a nossos vizinhos.
Em meados de 1989, fomos bombardeados, por dezenas de fotos e filmes vindos da Argentina, mostrando filas de gente com fome, supermercados saqueados e vitrines em estilhaços. Tais fotos e filmes, somadas à queda brutal do austral e a uma inflação projetada de 24 mil por cento ao ano, nos davam a idéia de um país falido. O telespectador tupiniquim, ante tal quadro, sorria com seus botões: cá no Brasil, só estão faltando leite, filé e azeite. Acontece que, entre fatos e fotos, há mais distância do que sonha nossa vã fotografia.
Entrei na Argentina no dia 14 de maio daquele ano, data das eleições que levaram ao poder, sem necessidade de segundo turno, o peronista Carlos Menem. Às oito da noite, os peronistas com seus bumbos tomaram as ruas celebrando a vitória e pedindo a renúncia de Alfonsín. Dia seguinte, acelerava-se a queda do austral. Nos supermercados, os argentinos olhavam os novos preços com desalento.
Dia 19 de maio, guiado por um portenho apaixonado por sua cidade, percorri a noite buenairense. “Quero mostrar-te as diferentes faces da crise”, disse-me. Jantamos na Costanera, onde os restaurantes se sucedem, um ao lado do outro. A fome ali era uma realidade palpável: apesar dos salões imensos com duzentas ou mais mesas, os argentinos se amontoavam em filas esperando uma mesa vaga.
Giramos depois pelos cafés de Belgrano, Palermo e La Recoleta. Passava de meia-noite e Buenos Aires nada ficava a dever a Madri numa noite de verão. Por mais fotos que os jornais publicassem, nenhum me convenceu que a Argentina havia empobrecido naquele mês.
Em Paris ou Nova York, todos os dias, milhares de pessoas entram em filas para receber comida de graça. Jamais vi fotos dessas filas, e isso que leio dois ou três jornais por dia. E mesmo que as visse, jamais me ocorreria pensar que a França ou os Estados Unidos passaram a integrar, do dia para a noite, o time do Terceiro Mundo. Da Argentina também nos chegavam fotos de saques em supermercados. Impossível negar a evidência de tais saques, se bem que me soa estranho ver pessoas famintas levando terminais de computadores para comer em casa. Foi o que aconteceu recentemente em Londres.
A mesma percepção está ocorrendo hoje em relação à dita crise européia. Sem que sequer existam saques em supermercados. Mas falava da redação da Fuvest.
Fosse eu candidato, com o que conheço de mundo, a resumiria numa única frase: bem-vinda seja entre nós uma crise como a européia.
janer cristaldo
06 de janeiro de 2012
Nada entendo de economia. Mas viajo bastante e comparar é algo que está ao alcance de qualquer mortal. Em 2010, decidi visitar a Irlanda. Não vai – me diziam amigas – o país está em crise. Fui, vi e voltei. Em Dublim, vi ruas cheias de gentes, felizes e bem vestidas, consumindo nos cafés, restaurantes e lojas. Se tentava entrar em um pub, às cinco da tarde, tinha de empurrar a multidão com os ombros. Bati pernas pela cidade toda e só vi um mendigo. Sentou-se na rua, longe de qualquer abrigo, recebendo toda a neve que caía no corpo. Queria comover. Se isto é crise, bem-vinda seja ao Brasil.
A França é a bola da vez, dizia-me um bom amigo em Paris. Será? Estive em Paris há dois meses e não vi sinal algum de pobreza iminente por lá. Fala-se em crise na Espanha. Tente entrar em um restaurante reputado à las dos del mediodía, como dizem os madrilenhos. Está regurgitando de gente e você ainda arrisca fila de espera. Não são turistas que lá estão celebrando a bona-xira. Mas espanhóis.
Não ousaria emitir qualquer palpite sobre a Grécia, não vou lá há mais de dez anos. Mas duvido que os gregos estejam pedindo esmolas aos turistas na Plaka ou no Partenon, em Mikonos ou Santorini.
Segundo o The Guardian, o Brasil ultrapassou a Inglaterra no ranking de maior economia do mundo, ficando em sexta posição. É a primeira vez que o país britânico fica atrás de uma nação sul-americana – proclamam orgulhosos nossos jornalistas. Isso se deveria ao crescimento brasileiro próximo a 3,5% que faz com o que o PIB, a soma das riquezas nacionais, some US$ 2,4 trilhões, ligeiramente à frente do britânico.
Pode ser. Mas você não vai ver nas ruas de Londres a miséria que vemos nas ruas das metrópoles brasileiras. De que serve conquistarmos a sexta posição na economia mundial se temos 11,4 milhões de favelados? Coincidentemente, esta é a população de toda a Grécia.
Que o padrão de vida europeu está diminuindo, sobre isto não há dúvida alguma. O tempo para aposentadoria está aumentando em vários países e os benefícios sociais mermando. Mas é bom lembrar um custo que a Europa carrega nos ombros, os milhões de imigrantes hostis que parasitam a previdência. As gerações atuais obviamente não gozarão do conforto e facilidades de seus pais e avós. Mas ainda podem passar suas férias nas ilhas gregas ou canárias.
Entusiasmado com a notícia de que o Brasil desponta como a sexta economia do mundo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, andou dizendo mês passado que o país poderá demorar de dez a vinte anos para fazer com que o cidadão brasileiro tenha um padrão de vida semelhante ao europeu. Sem nada entender de economia, diria que isto é possível. Basta que a Europa continue empobrecendo nos próximos dez ou vinte anos. Aí o Brasil empata.
A imprensa brasileira, em seu afonsocelsismo tardio, adora ver miséria no Primeiro Mundo. O emergente Brasil desponta glorioso no concerto das nações, enquanto a velha e decadente Europa empobrece. Esta mania também é extensiva a nossos vizinhos.
Em meados de 1989, fomos bombardeados, por dezenas de fotos e filmes vindos da Argentina, mostrando filas de gente com fome, supermercados saqueados e vitrines em estilhaços. Tais fotos e filmes, somadas à queda brutal do austral e a uma inflação projetada de 24 mil por cento ao ano, nos davam a idéia de um país falido. O telespectador tupiniquim, ante tal quadro, sorria com seus botões: cá no Brasil, só estão faltando leite, filé e azeite. Acontece que, entre fatos e fotos, há mais distância do que sonha nossa vã fotografia.
Entrei na Argentina no dia 14 de maio daquele ano, data das eleições que levaram ao poder, sem necessidade de segundo turno, o peronista Carlos Menem. Às oito da noite, os peronistas com seus bumbos tomaram as ruas celebrando a vitória e pedindo a renúncia de Alfonsín. Dia seguinte, acelerava-se a queda do austral. Nos supermercados, os argentinos olhavam os novos preços com desalento.
Dia 19 de maio, guiado por um portenho apaixonado por sua cidade, percorri a noite buenairense. “Quero mostrar-te as diferentes faces da crise”, disse-me. Jantamos na Costanera, onde os restaurantes se sucedem, um ao lado do outro. A fome ali era uma realidade palpável: apesar dos salões imensos com duzentas ou mais mesas, os argentinos se amontoavam em filas esperando uma mesa vaga.
Giramos depois pelos cafés de Belgrano, Palermo e La Recoleta. Passava de meia-noite e Buenos Aires nada ficava a dever a Madri numa noite de verão. Por mais fotos que os jornais publicassem, nenhum me convenceu que a Argentina havia empobrecido naquele mês.
Em Paris ou Nova York, todos os dias, milhares de pessoas entram em filas para receber comida de graça. Jamais vi fotos dessas filas, e isso que leio dois ou três jornais por dia. E mesmo que as visse, jamais me ocorreria pensar que a França ou os Estados Unidos passaram a integrar, do dia para a noite, o time do Terceiro Mundo. Da Argentina também nos chegavam fotos de saques em supermercados. Impossível negar a evidência de tais saques, se bem que me soa estranho ver pessoas famintas levando terminais de computadores para comer em casa. Foi o que aconteceu recentemente em Londres.
A mesma percepção está ocorrendo hoje em relação à dita crise européia. Sem que sequer existam saques em supermercados. Mas falava da redação da Fuvest.
Fosse eu candidato, com o que conheço de mundo, a resumiria numa única frase: bem-vinda seja entre nós uma crise como a européia.
janer cristaldo
06 de janeiro de 2012
SUBSERVIÊNCIA EXEMPLAR...
NOTA AO PÉ DA CHARGE
EIS O QUE NÓS FIZEMOS! EIS AÍ QUEM NÓS ELEGEMOS!!! UM VERDADEIRO ATO DE DEIFICAÇÃO DO GOVERNO! PUTZ!!!
E AS DECLARAÇÕES DE RENDA, SENHORES MAGISTRADOS?
Depois da denúncia da ministra Eliana Calmon, Tribunal enfim pede que magistrados entreguem declarações de renda (mas nem sabe se eles atenderam)
Depois que a corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, denunciou que desembargadores e juízes de Mato Grosso não tinham entregado suas declarações anuais de bens e rendimentos referentes aos últimos cinco anos, o Tribunal de Justiça decidiu pedir oficialmente aos magistrados do Estado que cumpram a lei. Detalhe: pediu, mas nem sabe se já entregarem, vejam só que esculhambação.
A medida decorre de uma inspeção do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), realizada entre janeiro e fevereiro de 2011, que apontou que os juízes e desembargadores locais não estavam entregando as informações, como manda a legislação.
A irregularidade foi revelada no mês passado pela ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça. “Em Mato Grosso nenhum juiz entregou informações sobre a renda. É o local que mais me preocupa”, disse à época.
O CNJ afirma que, além de falhar na cobrança e no controle da entrega das informações, o TJ também não aplica as punições previstas em lei, que incluem demissão do cargo ou até exoneração do emprego.
“Todos os servidores públicos têm que apresentar suas declarações de bens e de renda de acordo com a lei e isso deve ser examinado pelos órgãos de controle, como a corregedoria e o Tribunal de Contas da União [TCU]“, disse Calmon em dezembro.
Para a corregedora, as declarações de bens são instrumentos de fiscalização que não podem “ficar dentro do arquivo”. “É para examinar se tem transação ilícita”.
A assessoria do CNJ disse que a íntegra do relatório da inspeção em Mato Grosso não pode ser divulgada porque ainda não foi submetida ao plenário do conselho.
Em nota oficial ao repórter Rodrigo Vargas, da Folha, o Tribunal disse que a situação foi tratada “ainda durante a inspeção” do CNJ e que enviou ofícios a todos os magistrados do Estado pedindo que encaminhem as declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física dos últimos cinco anos.
A cobrança foi reiterada, ainda segundo o tribunal, em maio de 2011. “Os magistrados serão novamente oficiados em 2012 a entregar suas declarações referentes ao ano base 2011″, diz a nota.
A assessoria, porém, não soube informar se os magistrados atenderam aos pedidos, vejam só quanta irresponsabilidade e leniência.
Carlos Newton
14 de janeiro de 2012
Depois que a corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, denunciou que desembargadores e juízes de Mato Grosso não tinham entregado suas declarações anuais de bens e rendimentos referentes aos últimos cinco anos, o Tribunal de Justiça decidiu pedir oficialmente aos magistrados do Estado que cumpram a lei. Detalhe: pediu, mas nem sabe se já entregarem, vejam só que esculhambação.
A medida decorre de uma inspeção do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), realizada entre janeiro e fevereiro de 2011, que apontou que os juízes e desembargadores locais não estavam entregando as informações, como manda a legislação.
A irregularidade foi revelada no mês passado pela ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça. “Em Mato Grosso nenhum juiz entregou informações sobre a renda. É o local que mais me preocupa”, disse à época.
O CNJ afirma que, além de falhar na cobrança e no controle da entrega das informações, o TJ também não aplica as punições previstas em lei, que incluem demissão do cargo ou até exoneração do emprego.
“Todos os servidores públicos têm que apresentar suas declarações de bens e de renda de acordo com a lei e isso deve ser examinado pelos órgãos de controle, como a corregedoria e o Tribunal de Contas da União [TCU]“, disse Calmon em dezembro.
Para a corregedora, as declarações de bens são instrumentos de fiscalização que não podem “ficar dentro do arquivo”. “É para examinar se tem transação ilícita”.
A assessoria do CNJ disse que a íntegra do relatório da inspeção em Mato Grosso não pode ser divulgada porque ainda não foi submetida ao plenário do conselho.
Em nota oficial ao repórter Rodrigo Vargas, da Folha, o Tribunal disse que a situação foi tratada “ainda durante a inspeção” do CNJ e que enviou ofícios a todos os magistrados do Estado pedindo que encaminhem as declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física dos últimos cinco anos.
A cobrança foi reiterada, ainda segundo o tribunal, em maio de 2011. “Os magistrados serão novamente oficiados em 2012 a entregar suas declarações referentes ao ano base 2011″, diz a nota.
A assessoria, porém, não soube informar se os magistrados atenderam aos pedidos, vejam só quanta irresponsabilidade e leniência.
Carlos Newton
14 de janeiro de 2012
SERIAL KILLER
Absurdo não existe. O que nós entendemos por absurdo, em geral, obedece a uma ordem de coisas que não conhecemos.
O governo de Dilma Rousseff – na verdade, trata-se uma tetrarquia de saias – é um bom exemplo disso. Passado somente um ano de cumprimento do mandato e ela já se deu ao trabalho de trocar nada menos do que sete ministros, tendo seis saído sob fortes suspeitas de corrupção ou desvio de recursos públicos.
O único que escapou do opróbrio público foi Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, que declarou amores pelo PSDB e disse ter votado no candidato da oposição à Presidência da República. Forçou a sua própria queda por mero delito de opinião. Antes assim. Tendo sido substituído pelo chavista Celso Amorim, é praticamente certo que ainda deixará saudades. Os outros ministros não tiveram a mesma sorte.
Foge à normalidade o fato de cair um ministro a cada mês e meio. Até por que os funcionários públicos também são humanos – têm carne, osso e, principalmente, nervos – e não funcionam de forma eficiente sob a pressão constante da troca de seus chefes. E cada novo que chega acha que vai “arrebentar a boca do balão” estabelecendo prioridades e métodos de trabalho diferentes. Já é um hábito, em Brasília, dizer: “Meu chefe é ótimo! Melhor que ele só mesmo o próximo”.
Não só por mera coincidência, os “autos de fé” do Planalto obedecem todos ao mesmo ritual.
Primeiro, sai uma denúncia em algum dos principais veículos da imprensa nacional. Os demais se pautam no primeiro e repercutem a informação com bastante alarido.
Assim, o que era apenas um deslize ético se transforma num verdadeiro escândalo.
A seguir, aparece a presidente Dilma prestando solidariedade ao ministro e afirmando que ele goza de sua total confiança. Nada de novo, seu antecessor também fazia isso. Só que ela faz uma ressalva: ele deve ir ao Congresso prestar esclarecimentos.
Quando cai nas mãos dos parlamentares – gente experiente na arte do espetáculo -, o cidadão é devorado vivo, sob os holofotes das emissoras de televisão.
É o suficiente para transformar o indivíduo em inimigo público número um.
Alguns ministros, mesmo assim, resistem. (Um deles ainda bravateou, ao afirmar que seria necessária uma bala muito grande para apeá-lo do cargo. Recebeu uma saraivada delas e, admitindo que elas tinham calibre suficiente, cuidou logo de apresentar a sua renúncia à presidente.)
A presidente, pesarosa, aceita a demissão do auxiliar. Não sem se manifestar confiante em que o indivíduo conseguirá provar a sua inocência.
No momento seguinte, ela nomeia o secretário executivo da pasta ou qualquer outra pessoa sintonizada com o partido do defenestrado para ocupar o seu lugar, e assim fica tudo numa boa. Trata-se de um velório em que ninguém chora.
Foi assim com o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, indicado pelo Partido da República (PR). Assumiu o seu lugar o secretário executivo Paulo Sérgio Passos, também ligado ao PR. Os republicanos não se debulharam em lágrimas. O único lamento que se ouviu foi o da sua bancada no Senado – Alfredo Nascimento é senador -, que, em represália, declarou-se “independente”. Ué, antes não era?
Foi assim, também, com o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, indicado pelo PMDB. Assumiu o seu posto o deputado Mendes Ribeiro, representante do mesmo partido.
Deu-se o mesmo na pasta do Turismo: saiu sob denúncias o deputado do PMDB maranhense Pedro Novais. Entrou o deputado pelo PMDB do Maranhão Gastão Vieira. Não é preciso dizer quem os indicou.
O rito repetiu-se no caso de Orlando Silva, no Ministério do Esporte. Apesar das lágrimas e dos elogios que lhe foram dedicados, por causa de fortes suspeitas ele acabou tendo de entregar o cargo. Para ocupar o seu lugar foi indicado o deputado Aldo Rebello, do mesmo partido, o PCdoB. A sigla quer dizer Partido Comunista do Brasil.
E, por fim, o tal ministro “invulnerável”: Carlos Lupi (PDT), do Trabalho – o da bala de grosso calibre para derrubá-lo, que acabou não resistindo à saraivada de denúncias e teve mesmo de renunciar (enfrentando oposição até dentro de seu partido).
Execuções em praça pública parecem compor um padrão na atual administração. E isso tem sido feito um a um, para deleite da plateia.
O que todos esses decaídos têm em comum? Pertencem todos a partidos que não o da presidente. E a maioria deles é composta por remanescentes da gestão anterior. A criatura voltou-se contra o criador? Não necessariamente. É gente que pediu a Lula para permanecer e acabou ficando. O que não lhes foi dito é que teriam prazo de validade.
Mas mesmo no que diz respeito ao PT, este tampouco foi poupado. Antônio Palocci, ministro-chefe da Casa Civil, caiu porque queria mandar demais. Outro saiu porque mandava de menos (na pasta das Relações Institucionais): o deputado Luiz Sérgio não perdeu o status de ministro, mas agora só cuida de peixes…
Apesar de tudo isso, a presidente acabou se saindo bem. Todas as pesquisas apontam o aumento de sua popularidade. Ao passar ao público a imagem de governante durona – que não tolera “malfeitos” -, Dilma conquistou a simpatia de diversas camadas da classe média que são refratárias a Lula e ao PT.
Diante disso, há uma pergunta que não quer calar: todas as denúncias surgidas são detalhadas e muito bem fundamentadas. Quem, no Planalto Central, concentra informações suficientes para formulá-las?
Uma coisa é certa: quando se está numa posição de comando, jamais se dá pulos de alegria. Sempre haverá alguém para lhe puxar o tapete.
14 de janeiro de 2012
João Mellão Neto
Fonte: Estadão, 13/01/2012
O governo de Dilma Rousseff – na verdade, trata-se uma tetrarquia de saias – é um bom exemplo disso. Passado somente um ano de cumprimento do mandato e ela já se deu ao trabalho de trocar nada menos do que sete ministros, tendo seis saído sob fortes suspeitas de corrupção ou desvio de recursos públicos.
O único que escapou do opróbrio público foi Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, que declarou amores pelo PSDB e disse ter votado no candidato da oposição à Presidência da República. Forçou a sua própria queda por mero delito de opinião. Antes assim. Tendo sido substituído pelo chavista Celso Amorim, é praticamente certo que ainda deixará saudades. Os outros ministros não tiveram a mesma sorte.
Foge à normalidade o fato de cair um ministro a cada mês e meio. Até por que os funcionários públicos também são humanos – têm carne, osso e, principalmente, nervos – e não funcionam de forma eficiente sob a pressão constante da troca de seus chefes. E cada novo que chega acha que vai “arrebentar a boca do balão” estabelecendo prioridades e métodos de trabalho diferentes. Já é um hábito, em Brasília, dizer: “Meu chefe é ótimo! Melhor que ele só mesmo o próximo”.
Não só por mera coincidência, os “autos de fé” do Planalto obedecem todos ao mesmo ritual.
Primeiro, sai uma denúncia em algum dos principais veículos da imprensa nacional. Os demais se pautam no primeiro e repercutem a informação com bastante alarido.
Assim, o que era apenas um deslize ético se transforma num verdadeiro escândalo.
A seguir, aparece a presidente Dilma prestando solidariedade ao ministro e afirmando que ele goza de sua total confiança. Nada de novo, seu antecessor também fazia isso. Só que ela faz uma ressalva: ele deve ir ao Congresso prestar esclarecimentos.
Quando cai nas mãos dos parlamentares – gente experiente na arte do espetáculo -, o cidadão é devorado vivo, sob os holofotes das emissoras de televisão.
É o suficiente para transformar o indivíduo em inimigo público número um.
Alguns ministros, mesmo assim, resistem. (Um deles ainda bravateou, ao afirmar que seria necessária uma bala muito grande para apeá-lo do cargo. Recebeu uma saraivada delas e, admitindo que elas tinham calibre suficiente, cuidou logo de apresentar a sua renúncia à presidente.)
A presidente, pesarosa, aceita a demissão do auxiliar. Não sem se manifestar confiante em que o indivíduo conseguirá provar a sua inocência.
No momento seguinte, ela nomeia o secretário executivo da pasta ou qualquer outra pessoa sintonizada com o partido do defenestrado para ocupar o seu lugar, e assim fica tudo numa boa. Trata-se de um velório em que ninguém chora.
Foi assim com o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, indicado pelo Partido da República (PR). Assumiu o seu lugar o secretário executivo Paulo Sérgio Passos, também ligado ao PR. Os republicanos não se debulharam em lágrimas. O único lamento que se ouviu foi o da sua bancada no Senado – Alfredo Nascimento é senador -, que, em represália, declarou-se “independente”. Ué, antes não era?
Foi assim, também, com o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, indicado pelo PMDB. Assumiu o seu posto o deputado Mendes Ribeiro, representante do mesmo partido.
Deu-se o mesmo na pasta do Turismo: saiu sob denúncias o deputado do PMDB maranhense Pedro Novais. Entrou o deputado pelo PMDB do Maranhão Gastão Vieira. Não é preciso dizer quem os indicou.
O rito repetiu-se no caso de Orlando Silva, no Ministério do Esporte. Apesar das lágrimas e dos elogios que lhe foram dedicados, por causa de fortes suspeitas ele acabou tendo de entregar o cargo. Para ocupar o seu lugar foi indicado o deputado Aldo Rebello, do mesmo partido, o PCdoB. A sigla quer dizer Partido Comunista do Brasil.
E, por fim, o tal ministro “invulnerável”: Carlos Lupi (PDT), do Trabalho – o da bala de grosso calibre para derrubá-lo, que acabou não resistindo à saraivada de denúncias e teve mesmo de renunciar (enfrentando oposição até dentro de seu partido).
Execuções em praça pública parecem compor um padrão na atual administração. E isso tem sido feito um a um, para deleite da plateia.
O que todos esses decaídos têm em comum? Pertencem todos a partidos que não o da presidente. E a maioria deles é composta por remanescentes da gestão anterior. A criatura voltou-se contra o criador? Não necessariamente. É gente que pediu a Lula para permanecer e acabou ficando. O que não lhes foi dito é que teriam prazo de validade.
Mas mesmo no que diz respeito ao PT, este tampouco foi poupado. Antônio Palocci, ministro-chefe da Casa Civil, caiu porque queria mandar demais. Outro saiu porque mandava de menos (na pasta das Relações Institucionais): o deputado Luiz Sérgio não perdeu o status de ministro, mas agora só cuida de peixes…
Apesar de tudo isso, a presidente acabou se saindo bem. Todas as pesquisas apontam o aumento de sua popularidade. Ao passar ao público a imagem de governante durona – que não tolera “malfeitos” -, Dilma conquistou a simpatia de diversas camadas da classe média que são refratárias a Lula e ao PT.
Diante disso, há uma pergunta que não quer calar: todas as denúncias surgidas são detalhadas e muito bem fundamentadas. Quem, no Planalto Central, concentra informações suficientes para formulá-las?
Uma coisa é certa: quando se está numa posição de comando, jamais se dá pulos de alegria. Sempre haverá alguém para lhe puxar o tapete.
14 de janeiro de 2012
João Mellão Neto
Fonte: Estadão, 13/01/2012
MISCELÂNEA 2
Reflexões sobre Comunismo e Capitalismo, a partir dos conceitos de Ferreira Gullar
Carlos Eduardo
O Marxismo se apoia numa classe operária organizada, para tomar o poder e os meios de produção. Se não existir essa organização, não há como se implementar o Comunismo.
Por outro lado, ainda que os operários de determinada fábrica, em assembleia, decidam o que aquela indústria irá produzir, de nada adiantará se tal decisão não for homologada por um único representante do Partido Comunista, que esteja lá como delegado.
Os teóricos comunistas, desde Karl Marx, sempre esperaram e torceram pela derrocada do Capitalismo, para que o Comunismo se implantasse, só que a essência do Capitalismo, desde sua origem, é a crise.
Sem crises (provocadas pelas especulações) não há Capitalismo; portanto não adianta esperar que essas crises sistemáticas e recorrentes abalem os alicerces capitalistas, apenas os fortalecem.
São as crises que estimulam a competição, essência do capital, que entre perdas e ganhos sempre se dá bem. A crise dos EUA e suas consequências na Europa são uma clara demonstração disso, nenhum banco teve prejuízo, apenas as populações, que agora, em função do superesforço de não deixá-los falir, sofre as consequências.
Antes da “bolha imobiliária” de 2008, quantas antes houvera, quase uma centena, exceto durante o período de estratificação do poder capitalista no pós-guerra.
O Comunismo, onde foi implantado, nunca diferiu do Capitalismo na prática, a classe dirigente sempre usufruiu de benesses e mordomias do poder, quanto o povo mesmo sempre foi bucha de canhão.
A exaltação ao ego sempre foi o clímax das comemorações comunistas, seus dirigentes e fundadores sempre foram exaltados quase a divindade. Nada diferente dos pop stars capitalistas.
Então, que país foi comunista? Nenhum! Em todos o que houve foi um “Capitalismo de Estado”, estado este dominado por uma classe que se perpetua no poder, equivalente aos reis absolutistas da Idade Média e Antiga.
***
DITADURAS FAMILIARES E HEREDITÁRIAS
João Luiz Camandaroba Sobrinho
Embora discordando em tese da crônica escrita por Ferreira Gullar, vez que, ao contrário do dito, a natureza é uma obra maravilhosa feita por Deus, e, como este é justo, ela é inevitavelmente ética .
Lado outro, a crônica sintetiza justamente o naufrágio do Comunismo. Embora a doutrina de Marx acertasse preponderantemente na análise econômica do Capitalismo, prevendo suas crises contínuas, foi uma catástrofe no tocante à análise política.
Um exemplo esclarecedor do fracasso político do marxismo aconteceu justamente na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que foi o farol que iluminou o Comunismo mundial, e se acentuou com a falência de seus dois importantes satélites – Cuba e Coréia do Norte, ambas em petição de miséria, monitoradas ainda pela ‘ditadura do proletariado‘, que não passou de ditaduras familiares e hereditárias .
Consequentemente, a síntese da crônica narrada está no fato de que o Capitalismo é o regime político que melhor produz as riquezas, embora essas não sejam partilhadas e distribuídas a contento a todos os habitantes da Terra, acarretando em face disso, exclusão social e pobreza, levando o regime capitalista a crises internas contínuas, como as que estão ocorrendo na Europa e Estado Unidos da América.
Mas, apesar de todas as suas contradições, é a produção de riquezas monitoradas pelo Capitalismo que motiva a esse sistema ser superior aos outros regimes.
***
SÓ SE FALA DE DITADURAS SOCIALISTAS?
Carlos Frederico
Vamos falar da Suécia, Finlândia, Noruega, Dinamarca etc., que são Democracias-Capitalistas-Socialistas. Parece uma incoerência, mas não é não. Pode haver lucro regulado, em um país parecido com o nosso. No México o automóvel é mais barato que no Brasil, não pelos impostos menores, mas sim pelo lucro regulado.
Vamos lutar pelo Capitalismo democrático. Todos sabemos que se não houvesse empreendedores talvez estivéssemos ainda nas florestas, mas se esses empreendedores não tivessem mão-de-obra, também estariam nas florestas, certamente.
“Ignorava, logo ele, que tão ou mais importante que o trabalho manual é o trabalho intelectual, sem o qual a economia não avançaria e a sociedade tampouco.”
Só os donos dos empreendimentos tem trabalho intelectual? A mão-de-obra não tem ?
Dá um tempo, vamos implantar o Capitalismo Democrático, que é igual ao Socialismo de verdade com democracia. O Socialismo é reverter os impostos para o povo, só isso..
PS - Parabéns, Sr Ferreira Gullar pois nunca é tarde para sermos flexíveis, tentou corrigir o que escreveu na crônica anterior, que, segundo os comentários, foi um fracasso.
Carlos Eduardo
O Marxismo se apoia numa classe operária organizada, para tomar o poder e os meios de produção. Se não existir essa organização, não há como se implementar o Comunismo.
Por outro lado, ainda que os operários de determinada fábrica, em assembleia, decidam o que aquela indústria irá produzir, de nada adiantará se tal decisão não for homologada por um único representante do Partido Comunista, que esteja lá como delegado.
Os teóricos comunistas, desde Karl Marx, sempre esperaram e torceram pela derrocada do Capitalismo, para que o Comunismo se implantasse, só que a essência do Capitalismo, desde sua origem, é a crise.
Sem crises (provocadas pelas especulações) não há Capitalismo; portanto não adianta esperar que essas crises sistemáticas e recorrentes abalem os alicerces capitalistas, apenas os fortalecem.
São as crises que estimulam a competição, essência do capital, que entre perdas e ganhos sempre se dá bem. A crise dos EUA e suas consequências na Europa são uma clara demonstração disso, nenhum banco teve prejuízo, apenas as populações, que agora, em função do superesforço de não deixá-los falir, sofre as consequências.
Antes da “bolha imobiliária” de 2008, quantas antes houvera, quase uma centena, exceto durante o período de estratificação do poder capitalista no pós-guerra.
O Comunismo, onde foi implantado, nunca diferiu do Capitalismo na prática, a classe dirigente sempre usufruiu de benesses e mordomias do poder, quanto o povo mesmo sempre foi bucha de canhão.
A exaltação ao ego sempre foi o clímax das comemorações comunistas, seus dirigentes e fundadores sempre foram exaltados quase a divindade. Nada diferente dos pop stars capitalistas.
Então, que país foi comunista? Nenhum! Em todos o que houve foi um “Capitalismo de Estado”, estado este dominado por uma classe que se perpetua no poder, equivalente aos reis absolutistas da Idade Média e Antiga.
***
DITADURAS FAMILIARES E HEREDITÁRIAS
João Luiz Camandaroba Sobrinho
Embora discordando em tese da crônica escrita por Ferreira Gullar, vez que, ao contrário do dito, a natureza é uma obra maravilhosa feita por Deus, e, como este é justo, ela é inevitavelmente ética .
Lado outro, a crônica sintetiza justamente o naufrágio do Comunismo. Embora a doutrina de Marx acertasse preponderantemente na análise econômica do Capitalismo, prevendo suas crises contínuas, foi uma catástrofe no tocante à análise política.
Um exemplo esclarecedor do fracasso político do marxismo aconteceu justamente na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que foi o farol que iluminou o Comunismo mundial, e se acentuou com a falência de seus dois importantes satélites – Cuba e Coréia do Norte, ambas em petição de miséria, monitoradas ainda pela ‘ditadura do proletariado‘, que não passou de ditaduras familiares e hereditárias .
Consequentemente, a síntese da crônica narrada está no fato de que o Capitalismo é o regime político que melhor produz as riquezas, embora essas não sejam partilhadas e distribuídas a contento a todos os habitantes da Terra, acarretando em face disso, exclusão social e pobreza, levando o regime capitalista a crises internas contínuas, como as que estão ocorrendo na Europa e Estado Unidos da América.
Mas, apesar de todas as suas contradições, é a produção de riquezas monitoradas pelo Capitalismo que motiva a esse sistema ser superior aos outros regimes.
***
SÓ SE FALA DE DITADURAS SOCIALISTAS?
Carlos Frederico
Vamos falar da Suécia, Finlândia, Noruega, Dinamarca etc., que são Democracias-Capitalistas-Socialistas. Parece uma incoerência, mas não é não. Pode haver lucro regulado, em um país parecido com o nosso. No México o automóvel é mais barato que no Brasil, não pelos impostos menores, mas sim pelo lucro regulado.
Vamos lutar pelo Capitalismo democrático. Todos sabemos que se não houvesse empreendedores talvez estivéssemos ainda nas florestas, mas se esses empreendedores não tivessem mão-de-obra, também estariam nas florestas, certamente.
“Ignorava, logo ele, que tão ou mais importante que o trabalho manual é o trabalho intelectual, sem o qual a economia não avançaria e a sociedade tampouco.”
Só os donos dos empreendimentos tem trabalho intelectual? A mão-de-obra não tem ?
Dá um tempo, vamos implantar o Capitalismo Democrático, que é igual ao Socialismo de verdade com democracia. O Socialismo é reverter os impostos para o povo, só isso..
PS - Parabéns, Sr Ferreira Gullar pois nunca é tarde para sermos flexíveis, tentou corrigir o que escreveu na crônica anterior, que, segundo os comentários, foi um fracasso.
PALPITE INFELIZ
O líder do PT no Senado, o pernambucano Humberto Costa, teria feito mais por seu conterrâneo Fernando Bezerra caso não dissesse – como disse ontem, em Brasília – que o ministro está sendo vítima de ataques apenas porque é nordestino.
Se não tinha nada de bom para dizer em defesa de Bezerra, teria sido melhor permanecer de boca fechada. Se existe algo de que o Nordeste em geral e Pernambuco em particular não têm o direito de se queixar nos últimos anos é de preconceito.
Desde o governo passado, o estado vem sendo beneficiado com uma enxurrada de investimentos que vão de refinaria de petróleo a montadoras de automóveis; de estradas a portos – isso sem falar, naturalmente, das obras bancadas com o dinheiro do Ministério da Integração Nacional.
Fernando Bezerra – e Humberto Costa sabe disso – não está sob ataque por ser nordestino. Na verdade, ele está sob ataque porque até pode ser um bom político à moda antiga – conforme aquele princípio superado que diz “aos amigos tudo; aos inimigos, a lei”. Mas, como gestor público, ele é, no mínimo, despreparado.
A bem da verdade, se existem estados vítimas de preconceito na política brasileira dos últimos tempos, eles são os de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
Além de arrecadar os tributos que serão repassados às outras unidades da federação (o que, de todos, é o menor problema), eles sofrem com um critério de proporcionalidade eleitoral covarde – que faz com que os votos de seus cidadãos valham menos do que o dos brasileiros que vivem em qualquer outra parte do país.
Qualquer pessoa que observar com seriedade a relação entre as bancadas federais e a população dos estados que as elegem notará que o voto de um pernambucano em Pernambuco vale muito mais do que o voto desse mesmo eleitor caso ele se transfira para São Paulo – que tem mais de 21% da população e apenas 13,5% dos deputados federais.
Pernambuco, por sua vez, tem 4,6% da população e quase 5% da bancada federal. Essa situação injusta tem gerado uma série de distorções que, entra legislatura, sai legislatura, têm tirado dos estados do Sudeste qualquer possibilidade de competição contra as outras regiões do país.
Apostar na distribuição de riqueza e promover a descentralização do desenvolvimento é uma virtude que os governos brasileiros vêm praticando há muitas décadas.
Realmente não era possível, como acontecia há mais de 40 anos, que São Paulo fosse o único estado realmente industrializado do país – e que todos os demais dependessem dele para tudo. Desde então, o jogo mudou e São Paulo perdeu participação relativa em todos os setores da economia.
Ele não parou de crescer; os outros é que andaram mais depressa. Mesmo assim, São Paulo continua sendo o maior centro de geração de riquezas e de arrecadação do país.
Humberto Costa, ao fazer sua defesa infeliz de Fernando Bezerra, deveria pensar que é líder de um partido que ainda precisa se afirmar nesses estados que têm sido vítimas de preconceito.
E que a própria presidente da República, Dilma Rousseff, que é de seu partido, tem procurado se aproximar de São Paulo porque sabe que esse caminho é mais eficaz do que o ranço dos que fazem política à moda antiga.
14 de janeiro de 2012
Ricardo Galuppo
Fonte: Brasil Econômico
Se não tinha nada de bom para dizer em defesa de Bezerra, teria sido melhor permanecer de boca fechada. Se existe algo de que o Nordeste em geral e Pernambuco em particular não têm o direito de se queixar nos últimos anos é de preconceito.
Desde o governo passado, o estado vem sendo beneficiado com uma enxurrada de investimentos que vão de refinaria de petróleo a montadoras de automóveis; de estradas a portos – isso sem falar, naturalmente, das obras bancadas com o dinheiro do Ministério da Integração Nacional.
Fernando Bezerra – e Humberto Costa sabe disso – não está sob ataque por ser nordestino. Na verdade, ele está sob ataque porque até pode ser um bom político à moda antiga – conforme aquele princípio superado que diz “aos amigos tudo; aos inimigos, a lei”. Mas, como gestor público, ele é, no mínimo, despreparado.
A bem da verdade, se existem estados vítimas de preconceito na política brasileira dos últimos tempos, eles são os de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
Além de arrecadar os tributos que serão repassados às outras unidades da federação (o que, de todos, é o menor problema), eles sofrem com um critério de proporcionalidade eleitoral covarde – que faz com que os votos de seus cidadãos valham menos do que o dos brasileiros que vivem em qualquer outra parte do país.
Qualquer pessoa que observar com seriedade a relação entre as bancadas federais e a população dos estados que as elegem notará que o voto de um pernambucano em Pernambuco vale muito mais do que o voto desse mesmo eleitor caso ele se transfira para São Paulo – que tem mais de 21% da população e apenas 13,5% dos deputados federais.
Pernambuco, por sua vez, tem 4,6% da população e quase 5% da bancada federal. Essa situação injusta tem gerado uma série de distorções que, entra legislatura, sai legislatura, têm tirado dos estados do Sudeste qualquer possibilidade de competição contra as outras regiões do país.
Apostar na distribuição de riqueza e promover a descentralização do desenvolvimento é uma virtude que os governos brasileiros vêm praticando há muitas décadas.
Realmente não era possível, como acontecia há mais de 40 anos, que São Paulo fosse o único estado realmente industrializado do país – e que todos os demais dependessem dele para tudo. Desde então, o jogo mudou e São Paulo perdeu participação relativa em todos os setores da economia.
Ele não parou de crescer; os outros é que andaram mais depressa. Mesmo assim, São Paulo continua sendo o maior centro de geração de riquezas e de arrecadação do país.
Humberto Costa, ao fazer sua defesa infeliz de Fernando Bezerra, deveria pensar que é líder de um partido que ainda precisa se afirmar nesses estados que têm sido vítimas de preconceito.
E que a própria presidente da República, Dilma Rousseff, que é de seu partido, tem procurado se aproximar de São Paulo porque sabe que esse caminho é mais eficaz do que o ranço dos que fazem política à moda antiga.
14 de janeiro de 2012
Ricardo Galuppo
Fonte: Brasil Econômico
BICHO DIGITAL
Depois de prender, seis dias seguidos, o mesmo bicheiro que anotava apostas próximo à sua casa, leva-lo à delegacia e vê-lo voltar para o ponto sem qualquer punição, o secretário de segurança José Mariano Beltrame, deu o ultimato: a sociedade tem que decidir de uma vez se legaliza ou proíbe o jogo do bicho.
A pior escolha é continuar gastando o tempo da policia com a farsa da “contravenção”, em que a polícia finge que prende e o contraventor finge que é preso, para que tudo continue como está: o jogo do bicho como fonte inesgotável de corrupção policial, política e judicial.
Seja por um marketing eficiente ou por razões antropológicas que só o professor Da Matta pode explicar, o jogo do bicho é considerado um passatempo inocente, uma instituição secular da nossa cultura popular, e os bicheiros são vistos como grandes beneméritos de escolas de samba e de comunidades carentes. Embora as guerras por territórios entre bicheiros sejam sangrentas – recentemente o carro do chefão Rogério Andrade foi explodido por controle remoto à luz do dia -, o bicho é visto com tolerância, e até confiança, pela população.
Poucas instituições no Brasil têm mais credibilidade que o jogo do bicho, embora nunca tenha sido feita uma auditoria nos seus sorteios. Diz-se que é jogo de pobre, de pequenas apostas, pequenas perdas ou ganhos, alimentadas pelo sonho de acertar no milhar e a certeza de que o bicheiro vai pagar, garantida pela frase clássica impressa no talão: vale o escrito. É urgente legalizar, mas não faz sentido privatizar o bicho para deixá-lo nas mãos dos bandidos de sempre. Até os privatistas vão concordar que é um raro caso em que o Estado, que já administra inúmeras loterias, pode e deve assumir mais uma, zoológica – porque já tem estrutura, tecnologia e uma rede nacional eficiente.
Além da faxina ética, o governo poderia arrecadar uma CPMF com o jogo do bicho. Os bicheiros que vemos todo dia em suas cadeiras na calçada poderão continuar anotando apostas, mas em maquinetas eletrônicas ligadas à central de loterias da Caixa, emitindo talões com a nova garantia: vale o digitado.
14 de janeiro de 2012
Nelson Motta
Fonte: O Globo, 13/01/2012
A pior escolha é continuar gastando o tempo da policia com a farsa da “contravenção”, em que a polícia finge que prende e o contraventor finge que é preso, para que tudo continue como está: o jogo do bicho como fonte inesgotável de corrupção policial, política e judicial.
Seja por um marketing eficiente ou por razões antropológicas que só o professor Da Matta pode explicar, o jogo do bicho é considerado um passatempo inocente, uma instituição secular da nossa cultura popular, e os bicheiros são vistos como grandes beneméritos de escolas de samba e de comunidades carentes. Embora as guerras por territórios entre bicheiros sejam sangrentas – recentemente o carro do chefão Rogério Andrade foi explodido por controle remoto à luz do dia -, o bicho é visto com tolerância, e até confiança, pela população.
Poucas instituições no Brasil têm mais credibilidade que o jogo do bicho, embora nunca tenha sido feita uma auditoria nos seus sorteios. Diz-se que é jogo de pobre, de pequenas apostas, pequenas perdas ou ganhos, alimentadas pelo sonho de acertar no milhar e a certeza de que o bicheiro vai pagar, garantida pela frase clássica impressa no talão: vale o escrito. É urgente legalizar, mas não faz sentido privatizar o bicho para deixá-lo nas mãos dos bandidos de sempre. Até os privatistas vão concordar que é um raro caso em que o Estado, que já administra inúmeras loterias, pode e deve assumir mais uma, zoológica – porque já tem estrutura, tecnologia e uma rede nacional eficiente.
Além da faxina ética, o governo poderia arrecadar uma CPMF com o jogo do bicho. Os bicheiros que vemos todo dia em suas cadeiras na calçada poderão continuar anotando apostas, mas em maquinetas eletrônicas ligadas à central de loterias da Caixa, emitindo talões com a nova garantia: vale o digitado.
14 de janeiro de 2012
Nelson Motta
Fonte: O Globo, 13/01/2012
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