"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 9 de junho de 2013

CURIOSIDADES DA LÍNGUA PÓRTUGUESA 1

Vou fazer uma série sobre essas curiosidades, que muitos não tem conhecimento.


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 1 – Custas só se usa na linguagem jurídica para designar “despesas feitas no processo”. Portanto, devemos dizer: “O filho vive à custa do pai”. No singular.

 2 – Não existe a expressão à medida em que. Ou se usa à medida que, correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que, equivalente a tendo em vista que.

 3 – O certo é a meu ver e não ao meu ver.

 4 – A princípio significa inicialmente, antes de mais nada. Ex: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. Em princípio quer dizer em tese. Ex: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão.
 
5 – À-toa, com hífen, é um adjetivo e significa “inútil”, “desprezível”. Ex: Esse rapaz é um sujeito à-toa. À toa, sem hífen, é uma locução adverbial e quer dizer “a esmo”, “inutilmente”. Ex: Andava à toa na vida.

 6 – Com a conjunção se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: “Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe…”. Mas podemos dizer: “Caso o veja por aí…”.

7 – Acerca de quer dizer a respeito de. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas há cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo.

 8 – Não esqueça: alface é substantivo feminino. A alface está bem verdinha.

 9 – Além pede sempre o hífen: além-mar, além-fronteiras, etc.

 10 – Algures é um advérbio de lugar e quer dizer “em algum lugar”. Já alhures significa “em outro lugar”.

 
09 de junho de 2013
Magu

O PRETÉRITO DO PRESENTE SEM FUTURO



 
O passado infernizando o presente é uma tortura psicológica para todo mundo Quem não comete pequenos ou grandes erros e pecados do qual se arrepende no presente ou vai reclamar dele no futuro como prevê o Eclesiastes, na Bíblia?:

“Lembra-te do teu Criador nos dias de sua juventude, antes que venham os anos e os maus dias nos quais dirá: ´Não sinto prazer neles´. Antes que o pó retorne à terra para ser o que era e o sopro da vida retorne a Deus, que o deu. Vaidade das Vaidades – diz o Eclesiastes – tudo é Vaidade”.

"Tenho que provar quase diariamente que o que eu faço hoje não tem nada ver com o meu passado". A frase não é de nenhum famoso político petista. Mas sim de Xuxa Meneguel. Foi dita na Justiça, para reclamar dos transtornos causados pelo programa Atualíssima, da Rede Bandeirantes, ao divulgar fotos dela nua, nos tempos de modelo em começo de carreira.

A Band acabou condenada a indenizar Xuxa em R$ 1,1 milhão por danos morais e uso de imagem sem autorização. Mas a decisão final do caso ainda depende do julgamento de um recurso no Supremo Tribunal Federal. A emissora tem tudo para sair derrotada, porque a Rainha dos Baixinhos, por sua popularidade e poder, não pode sair mal dessa história.

"Tenho que provar quase diariamente que o que eu faço hoje não tem nada ver com o meu passado". Quem podia plagiar Xuxa, roubando-lhe a frase, é José Dirceu de Oliveira e Silva. Mas ele não cometerá tal crime. O pobre condenado no julgamento do Mensalão já estuda como processar a revista Veja e seu editor Otávio Cabral. Dirceu está PT da vida, e com toda razão.

A revista desta semana “traz reportagem sobre a mais completa e surpreendente biografia do petista, as aventuras, traições, amores e tramoias do líder estudantil bonitão e mulherengo que virou o segundo homem mais poderoso da República - e que agora se encontra a caminho da prisão”.

A matéria faz a promoção do livro que Otávio Cabral escreveu sobre o autoproclamado gênio petista. Tem tudo para fazer sucesso, entre os opositores do PT, a obra “Dirceu – A Biografia (Record, 364 páginas). Custa a merreca de R$ 39,90 ou 27 reais na versão digital. Cabral analisou 15 000 páginas de documentos garimpados no acervo de nove arquivos. Entrevistou 63 pessoas, anônimas e públicas.

PT da vida com a Veja, Dirceu faz uma casuística volta ao passado para detonar aqueles de quem tem mais raiva ideológica: os militares e o regime de 1964. Em post no seu Blog do Zé, o poderoso advogado e consultor de empresas detona:
“Todo apoio à iniciativa do governo federal de investigar as 23 denúncias de violações dos direitos humanos em instalações das Forças Armadas. A criação de um grupo de trabalho com esta finalidade, inclusive, já foi determinada pela Secretaria de Direitos Humanos”.

Dirceu tem chances (remotas) de passar um tempo na cadeia, apesar da condenação do Mensalão. Por isso, psicologicamente, ignora que foi um dos maiores beneficiados pela Lei de Anistia que faz de tudo para derrubar. Dá para entender a postura dele, pois sabe que tem um futuro tranquilo pela frente, com as riquezas que acumulou na vida política. Para ele, dane-se o conselho do Eclesiastes. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, e PT saudações...

Enquanto isso, todos os brasileiros e brasileiras se danam. A permanente prisão ao passado faz com que Brasil não consiga viver o momento presente e fique condenado a ser um país sem futuro.

Coisa Feia

 Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
 
09 de junho de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

DITADURA DA MAIORIA


 
Não faz muito tempo, ouvi um deputado afirmar que o que define um governo democrático é a eleição. Se foi eleito, é democrático.
Todos sabemos que não é bem assim, pois, conforme a força que tenha sobre as instituições, pode um governo impor sua vontade e anular o direito dos adversários. A eleição é, sem dúvida, uma condição necessária para que se constitua um governo democrático, mas não é suficiente.
Se abordo esta questão aqui é porque vejo naquela simplificação uma ameaça à democracia, fenômeno crescente em vários países da América Latina e até mesmo no Brasil. Na verdade, essa é uma das manifestações antidemocráticas do neopopulismo, hoje hegemônico em alguns países latino-americanos.
Já defini esse novo populismo como o caminho que tomou certa esquerda radical, ao constatar a inviabilidade de seus propósitos ditos revolucionários. Não se trata mais de opor a classe operária à burguesia, mas de opor os pobres aos ricos.
O populismo age correta e legitimamente quando busca melhorar as condições de vida dos setores mais carentes da sociedade, o que lhe permite conquistar uma ampla base eleitoral. Mas se torna uma ameaça à democracia quando usa esse poder político para calar a voz dos opositores e, desse modo, eternizar-se no poder.
Exemplo disso foi o governo de Hugo Chávez na Venezuela. O domínio dos diferentes poderes do Estado permitiu ao chavismo manter-se no governo mesmo após a morte de seu líder, violando abertamente todas as normas constitucionais. Essa tese de que basta ter sido eleito para ser um governo democrático é conveniente ao populismo porque, contando com o apoio da maioria da população, usa-o como um aval para fazer o que quiser.
Está implícita nessa atitude uma espécie de sofisma, segundo o qual, se o povo é dono do poder, quem contraria sua vontade é que atenta contra a democracia. E quem sabe o que o povo quer é o caudilho.
Sucede que o governante eleito, como todos os demais cidadãos, está sujeito às leis, que estabelecem limites à ação de qualquer um, inclusive dos governantes. Não por acaso, todos eles, ao tomarem posse depois de eleitos, juram obedecer e seguir as normas constitucionais.
No Brasil agora mesmo, o populismo petista demonstra inconformismo com essas normas que o impedem de fazer o que queira. A condenação dos corruptos do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal levou-os a tentar desqualificar aquela corte de Justiça, acusando-a de ter realizado um julgamento político e não jurídico.
Como tais alegações não têm fundamento nem dificilmente mudariam a decisão tomada, resolveram alterar a Constituição para de algum modo anular a autonomia do STF.
Por iniciativa de um deputado petista, foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara uma emenda constitucional que resultaria em submeter decisões do Supremo Tribunal à aprovação do Congresso, numa flagrante violação da autonomia dos poderes da República, base do regime democrático.
Essa iniciativa provocou revolta nos mais diversos setores da opinião pública e até mesmo a Presidência da República, por meio do vice-presidente Michel Temer, procurou desautorizá-la. Não obstante, os presidentes da Câmara e do Senado manifestaram seu descontentamento a supostas intervenções do STF nas decisões do Congresso.
Com o mesmo propósito, tenta-se excluir do Ministério Público a atribuição de investigar e processar os responsáveis por crimes na área pública.
É que o populismo não tolera nada que lhe imponha limites e o critique. Por isso mesmo, um de seus inimigos naturais é a imprensa livre, de que a opinião divergente dispõe para se fazer ouvir.
Na Argentina, o populismo de Cristina Kirchner estatizou a única empresa que fornece papel aos jornais do país, o que significa uma ameaça a todo e qualquer jornal que se atreva a criticar-lhe as decisões além do que ela permita.
Quando consuma seus objetivos, o populismo estabelece o que ficou conhecido como a ditadura da maioria. Denominação, aliás, pouco apropriada, já que, nestes casos, o poder é, de fato, exercido por um líder carismático, a quem a maioria do povo segue cegamente.

09 de junho de 2013
Ferreira Gullar é Poeta e Escritor. Originalmente publicado na Folha de S. Paulo em 12 de maio de 2013.

O BRASIL QUE NÃO ESTÁ DANDO CERTO


Na última campanha presidencial, o País foi conclamado pela candidata vitoriosa a escolher entre “o Brasil que dava errado e o Brasil que está dando certo”. Passados pouco mais de 30 meses, o problema central do governo eleito em 2010 passou a ser evitar que se dissemine no eleitorado o sentimento de que o Brasil não está dando certo.
No início deste ano, já não havia dúvida de que o desempenho econômico do primeiro triênio do governo Dilma Rousseff estava fadado a ser muito medíocre. E, como essa perspectiva havia deixado o PT bastante apreensivo, o lançamento da campanha presidencial foi antecipado, para conter o ceticismo do partido sobre o projeto da reeleição. 
Em entrevista ao GLOBO, em 28/4, o senador Jorge Viana, prócer inequívoco do partido, confirmou que a antecipação da campanha, patrocinada por Lula, em fevereiro, havia sido “um movimento interno para o PT. Como alguns levantavam dúvidas, ele disse que ela era candidata. Com isso liberou a presidente para ficar livre, leve e solta para governar”. Se, de fato, era essa a intenção, o efeito tranquilizador sobre o PT durou pouco.
O País chega ao fim do primeiro semestre com um quadro inflacionário preocupante e perspectivas de expansão da economia cada vez mais desalentadoras. O desempenho do nível de atividade no primeiro trimestre reforçou as previsões de mais um ano de crescimento pífio. A mediana das últimas expectativas de mercado coletadas pelo Banco Central já aponta para uma taxa de expansão do PIB de menos de 2,8% em 2013. O que deixaria a taxa média anual de crescimento do primeiro triênio do governo Dilma Rousseff em pouco mais que 2,1%.
É natural que o PT esteja de novo alvoroçado e apreensivo com os riscos da reeleição. Há meses, o partido ainda alimentava a fantasia de que, em 2014, poderia tentar vender ao eleitorado um pacote fechado de 12 anos de governo petista, no qual o desempenho sofrível dos quatro anos de Dilma estivesse compensado pelo desempenho dos oito anos de Lula. Mas já percebeu que isso não será tão fácil. Há poucos dias, o próprio presidente do PT reconheceu que o legado dos anos Lula será “insuficiente para garantir a reeleição”.
Na verdade, não é só o PT que vem acalentando a ideia de um Plano B. A antecipação da campanha presidencial vem obrigando toda a base aliada — governadores, senadores e deputados — a antecipar seu reposicionamento para as eleições 2014. E é a incerteza sobre o projeto da reeleição que explica boa parte das notórias dificuldades que a presidente vem enfrentando para manter a base aliada sob controle.
Em longa entrevista publicada em livro sobre os 10 anos de presidência petista (http://www.flacso.org.br/dez_anos_governos_pos_neoliberais/archivos/10_ANOS_GOVERNOS.pdf), Lula relata de forma muito franca as dificuldades que teve de enfrentar para levar à frente a ideia de lançar Dilma Rousseff como candidata a presidente. “Eu sei o que eu aguentei de amigos meus, amigos mesmo, não eram adversários, dizendo: Lula, mas não dá. Ela não tem experiência, ela não é do ramo. Lula, pelo amor de Deus.” É fácil imaginar, tendo em vista o que se viu nos últimos 30 meses, a pressão que esses mesmos interlocutores estarão fazendo, agora, para que o projeto da reeleição ceda lugar a um Plano B.
Em meio ao clima de desconfiança que vem marcando as relações do Planalto com o PT e a base aliada, a presidente, em atitude defensiva, vem tentando recuar para um círculo mais restrito de auxiliares, com quem teve oportunidade de construir relações mais sólidas. Bem ilustra esse recuo a crescente ascendência que vem tendo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, sobre a presidente, graças à confiança mútua desenvolvida entre eles desde a época em que foram ambos secretários do governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul.
 
Nesse caso específico, é fácil perceber que o recuo da presidente para um círculo mais restrito de auxiliares não é sem custo. Implica grave perda adicional de racionalidade na condução da política econômica.

09 de junho de 2013
Rogério Furquim Werneck é Economista e professor da PUC-RJ. Originalmente publicado em O Globo em 7 de Junho de 2013.

A DILMA ESTÁ DESPENCANDO!!!




09 de junho de 2013

VENEZUELA: DO MANÁ DO PETRÓLEO À MISÉRIA


O cotidiano dos venezuelanos: gôndolas vazias nos supermercados.
Se alguém que visitou Caracas há 14 anos retorne agora a essa cidade que é a capital da Venezuela, ficaria surpreendido. Nesse tempo, em vez de progredir e enriquecer, a capital venezuelana oferece ao visitante a sua face mais amarga: apesar das estatísticas oficiais alardearem que diminuiu a pobreza - basta ver as favelas nos morros que rodeiam a cidade - e a insegurança disparou até alcançar 60 homicídios por cada 100 mil habitantes.

Este é o lead da reportagem da jornalista Ludmila Vinogradoff, correspondente do jornal ABC da espanha na Venezuela.
E continua: A estes males há que somar agora a escassez de alimentos e produtos de primeira necessidade, assim como a ameaça da entrada em vigor em alguns Estados de cartão de racionamento eletrônico, poplularmente conhecida como “papachip”, que segundo denuncia a oposição se inspira no modelo cubano. Todavia, neste sábado, pressionado, Nicolás Maduro voltou atrás sobre a utilização do “papachip” no Estado de Zulia.

(...)

O alarmante é que enquanto a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo - com uma produção anual de 3 milhões de barriss e preços de US$ 100 dólares o barril - deva importar 100 mil barris diários de gasolina dos Estados Unidos e papel higiênico da Bolívia. Há quatorze anos, esse país caribenho exportava arroz, café, chocolate e milho.

É que o governo bolivariano do difunto Hugo Chávez decidiu expropriar e destruir os meios de produção privados que ele considerava “capitalistas, imperialistas e oligarcas”. Assim, conseguiu transformar a Venezuela num país totalmente dependente do exterior para seu abastecimento. A produção caiu mais de 60%. Antes de Chávez, em 1998, a produção nacional cobria 70% das necessidades de consumo. Agora se dá exatamente o contrário.
(...)

O ex-ministro da Agricultura Hiram Gaviria considera que tem sido um fracasso a política de Hugo Chávez de expropriar sem indenizar 2,5 milhões de hecatares produtivos, que estavam em mãos da iniciativa privada. A política revolucionária de “terra arrasada” é empregada na Venezuela sem contemplações. A invasão de fazendas produtivas de galegos e canários (imigrantes dessas regiões espanholas) tem sido sistemática nesses 14 anos, denuncia Féliz Barbero, presidente da Associação de Residentes Espanhóis.
Transcrevo no original em espanhol parte inicial de reportagem do jornal ABC com link para leitura completa.
 
Leiam:

EN ESPAÑOL Si alguien que visitó Caracas hace catorce años volviera en la actualidad, se llevaría una gran sorpresa. En este tiempo, en lugar de progresar y enriquecerse, la capital de Venezuela ofrece al visitante su cara más amarga: pese a todo lo que digan las estadísticas oficiales, ha arraigado la pobreza —basta ver los «ranchos» o chabolas en los cerros que rodean la ciudad— y se ha disparado la inseguridad hasta alcanzar los 60 homicidios por cada cien mil habitantes.
A estos males hay que sumar ahora la escasez de alimentos y productos de primera necesidad, así como la amenaza de la entrada en vigor en algunos estados de la libreta de racionamiento electrónica, popularmente conocida como «papachip». La cartilla, denuncia la oposición, se inspira en el modelo cubano. Pero precisamente este sábado, el presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, dio marcha atrás sobre el proyecto de imponer la cartilla «papachip» en el estado de Zulia.
Rogelia Alonso, de 83 años, la mayoría vividos en Caracas, tiene una perspectiva más amplia para comparar. Nacida en Vigo, no se quita nunca el luto, aunque su marido murió hace seis años. Todavía recuerda los buenos tiempos en que Venezuela era la meca de los inmigrantes españoles del siglo pasado. Todos soñaban con viajar a esta república caribeña que prometía ser El Dorado de los tiempos modernos. Pero es consciente de que los tiempos han cambiado «para peor». «Llevo sesenta años en Venezuela, amo este país, aquí creció mi familia, tengo dos hijos y tres nietos. Pero esto da pena. Nunca pensé que se pusiera así de mal, que un país tan bello con tantas riquezas llegara a estos niveles de pobreza y miseria».
El aumento de la miseria en la capital de la República Bolivariana es más difícil de esconder que en otras capitales de la región porque las nuevas oleadas de población llegadas a la ciudad se han visto obligadas a vivir en «ranchos» por falta de una vivienda digna a precios asequibles.
Y es que el Gobierno del difuntoHugo Chávez se dedicó a expropiar y destruir los medios de producción privados que él consideraba «capitalistas, imperialistas y oligarcas». Así ha conseguido que el paísdependa totalmente del exterior para su abastecimiento. La producción nacional ha caído más de un 60%. Antes de Chávez, en 1998, la producción nacional cubría el 70% de las necesidades de consumo. Ahora es exactamente al revés. «Lo que más me preocupa es el país que van a heredar mis nietas», asegura Rogelia, sin poder disimular su tristeza.
Desde 2007, el Gobierno ha decidido regular o congelar los precios de varios productos básicos. Pero en 2012 comenzó a descender la producción agrícola como consecuencia de la expropiación de la empresa española Agroisleña, que surtía de semillas e insumos a los agricultores. En manos del Estado, la agricultura nacional ha ido cayendo y no ha levantado cabeza.
Gallegos y canarios
El exministro de Agricultura Hiram Gaviria considera que ha sido un fracaso la política de Hugo Chávez de expropiar sin indemnizar 2,5 millones de hectáreas productivas, que estaban en manos privadas. La política revolucionaria de «tierra arrasada» se ha empleado sin contemplaciones en Venezuela. La invasión de fincas productivas de gallegos y canarios ha sido sistemática en estos catorce años, denuncia Félix Barbero, presidente de la Asociación de Centros de Residentes Españoles.
 
 
09 de junho de 2013
in aluizio amorim

JOHN LEE HOOKER COM ROLLING STONES E ERIC CLAPTON

 

 


09 de junho de 2013

O GOVERNO OBAMA FERVEU

 

Foi de um computador instalado na Gávea, aprazível bairro da Zona Sul carioca, que partiu a primeira revelação letal da semana publicada pelo diário britânico “The Guardian”. Apoiada por documentos oficiais até então secretíssimos, a reportagem do colunista Glenn Greenwald demonstrou a extensão com que os órgãos de inteligência dos Estados Unidos monitoram os telefones (fixos e celulares) de pelo menos 100 milhões de cidadãos americanos ou residentes naquele país.

Também a segunda bomba sobre as práticas orwellianas do governo Obama, publicada no dia seguinte, teve por coautor o mesmo Greenwald, que há nove anos fixou residência no Rio para poder viver em união estável com o companheiro brasileiro David Michael Miranda — o casal não teria visto de permanência garantido nos Estados Unidos.


Não é de hoje que Greenwald exerce o jornalismo de forma militante e fecunda. Costuma ser obsessivamente investigativo. Também seus quatro livros (dois dos quais entraram para a lista dos mais vendidos) são exaustivos no levantamento de dados sobre abusos do poder político nos Estados Unidos. “Exerço meu jornalismo como um litigante”, declarou dias atrás ao “New York Times”. “Alguém faz uma declaração, parto da suposição de que mente e vou procurar documentos para provar que está mentindo.”

Mas foi com as revelações de agora que esse repórter com jeitão de missionário mórmon entra para o olho do furacão. Dificilmente o Departamento de Justiça deixará de abrir inquérito para caçar e punir as fontes que vazaram as informações sigilosas — e, por que não, quem as divulgou. Nesse caso, a sólida formação de advogado de Greenwald pode vir a lhe ser de boa serventia.

Em essência, foram dois os programas secretos que vieram a público. Ambos se amparam nos tênues limites entre vigilância e privacidade criados na era George Bush e encampados por Obama.

O primeiro, apoiado por uma ordem judicial de um tribunal secreto (a Corte de Vigilância de Inteligência Estrangeira, composta de onze juízes que se reúnem em segredo), permite à Agencia de Segurança Nacional acesso aos registros telefônicos dos cerca de 100 milhões de usuários da Verizon, a maior operadora do país.

A autorização começou a vigorar seis dias após a identificação dos irmãos Tsernaev como autores do atentado terrorista à maratona de Boston, e tem validade de 90 dias. Durante este período, todas as chamadas de telefone fixo ou celular feitas por um assinante da Verizon têm seu registro armazenado por tempo indeterminado — número discado, duração, data, hora, local.

O mesmo se aplica a ligações recebidas, sejam domésticas ou do exterior, independentemente de qualquer suspeita de malfeito. É o chamado monitoramento a granel, ou “metadata”.

O fato de o conteúdo das conversas só poder ser acessado com autorização adicional atenua pouco o potencial de bisbilhotice. Como exemplifica a jornalista Jane Meyer, da revista “New Yorker”, no mundo dos negócios, determinado padrão de telefonemas entre executivos pode revelar um iminente takeover corporativo; ligações para determinados médicos seguidas de chamadas para oncologistas podem revelar um quadro de doença provável, e assim por diante.

É possível que outras operadoras também tenham suas centrais monitoradas. Ou seja, o país todo pode estar no radar da espionagem oficial.

O segundo programa secreto de violação de privacidade revelado foi instituído seis anos atrás. Dadas as suas características, ele pode, literalmente, captar em tempo real o texto que está sendo digitado aqui, palavra por palavra, ou enquanto está sendo transmitido para a Redação do GLOBO.

Trata-se de uma ferramenta que acessa diretamente, e sem a necessidade de autorização judicial, os perfis de usuários da internet no exterior, através dos servidores das maiores empresas digitais com sede nos EUA: Google, Microsoft, Apple, AOL, Skype, Facebook, Yahoo, YouTube. Nada fica fora do alcance dos analistas de inteligência da National Security Agency — nossos áudios, vídeos, fotos, e-mails, documentos.

O vazamento quase simultâneo de documentos comprovando a existência desses dois programas é, em si, intrigante. E talvez indicativo de que algo começa a ferver dentro do governo de Barack Obama.

A começar pela forma como a mídia começa a olhar para o soldado Bradley Manning, acusado de repassar centenas de milhares de documentos dos serviços de inteligência para publicação no WikiLeaks. Manning, de 25 anos, ficou detido por 1.100 dias em condições tortuosas até o início de seu julgamento, iniciado este mês. Se a corte marcial considerá-lo “inimigo do Estado” e julgar que seus atos ajudaram o inimigo (no caso, o terrorismo islâmico), ele será condenado à prisão perpétua.

Mas Manning insiste que pretendia apenas revelar o curso nefasto para o qual embicava o exército dos Estados Unidos na guerra contra o terror. Alega que não pretendia ajudar, intencionalmente, qualquer grupo terrorista.

Que num momento como este, de caça sem complacência a vazadores de segredos, surjam funcionários de inteligência dispostos a correr o risco de vazar documentos secretos é mau sinal para Obama. E bom sinal para o país. “Nenhuma democracia saudável pode ser duradoura quando os atos mais consequentes de quem detém o poder permanecem secretos”, sustenta Glenn Greenwald, autor da publicação do vazamento da semana.

Quando o venerável “New York Times”, como no editorial de quarta-feira, descarta como “platitudes de sempre” a ladainha do governo Obama de que o terrorismo é uma ameaça real e de que o país deve confiar nos mecanismos internos de não violação dos direitos, é bom prestar atenção. A versão eletrônica do mesmo editorial chegou a conter o prenúncio de um rompimento: “O governo agora perdeu toda credibilidade.”

No dia seguinte, em sua edição em papel, três palavrinhas a mais tentaram corrigir o incorrigível: “...perdeu toda credibilidade sobre esta questão.”

A credibilidade de Barack Obama está no pano verde.

09 de junho de 2013
 Dorrit Harazim, O Globo

OS ASSASSINOS SÃO OS PRÓPRIOS ÍNDIOS. CONHEÇA A VERDADE SOBRE OS NÚMEROS ESPALHADOS PELO CIMI


O cinismo do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), com a cumplicidade de certa Imprensa vagabunda, quer transformar produtores rurais, donos legítimos das suas terras, em assassinos de índios. É uma grande mentira. Hoje, um antropólogo fala em denunciar o Brasil por genocídio e faz uma série de ameaças, baseadas em dados falsos: por exemplo, que o agronegócio quer mais terra, quando os fazendeiros apenas estão lutando, na Justiça, para manter propriedades legítimas, muitas delas tituladas na época da Guerra do Paraguai.
 
Já publicamos, neste Blog, que a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul comprova que a grande maioria dos assassinatos são decorrentes  de desavenças, brigas e violência entre eles mesmos. Os índios não estão sendo mortos por produtores rurais. Estão assassinando uns aos outros. Custa para a Imprensa brasileira buscar nas fontes oficiais a confirmação ou não das mentiras do Conselho Indigenista Missionário? Leiam, abaixo, notícia de 2006, quando os conflitos ainda não estavam nas manchetes. Vejam o que o CIMI declara a respeito dos guaranis kaiowas:
 
O vice-presidente do Cimi, Saulo Feitosa, diz que a maior preocupação do conselho são os assassinatos cometidos pelos próprios índios, e que a questão fundiária seria o principal motivo. “No Mato Grosso do Sul, acontecem várias tensões externas e internas, e isso gera violência. E a não resolução do problema fundiário tensiona essas questões”, destaca. Feitosa avalia que o uso do álcool pelos índios é conseqüência da realidade social vivida, já que o problema das terras não é resolvido. “Esse uso de bebidas alcoólicas agrava as cenas de violência, que podem gerar mortes”, enfatiza o vice-presidente do Cimi.
 
Abaixo os verdadeiros números, que constam de relatório elaborado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública comprovando que não existe genocídio de povos indígenas em Mato Grosso do Sul, como tenta fazer crer esta sofisticada organização criminosa chamada Conselho Indigenista Missionário - CIMI:  
  • Sim, o relatório revela o aumento considerável no número de mortes de índios no Estado, mas comprova que 99% dos crimes ocorreram dentro das próprias aldeias e tiveram como autores os próprios indígenas.
  • Em 2006 foram 7 homicídios de índios e em 5 deles os autores foram índios.
  • Em 2007 foram 37 homicídios de índios, sendo que em 32 casos os autores foram índios.
  • Em 2008 foram 35 homicídios onde as vítimas eram índios e em 33 casos o crime foi cometido por indígena.
  • Em 2009 foram 25 mortes de índios em Mato Grosso do Sul, com 23 delas cometidas por índios.
  • Em 2010 foram 28 assassinatos de índios no Estado e 26 deles foram praticados por índios.
  • Em 2011 foram 27 homicídios de índios em MS e os 27 tiveram como autores os próprios índios.
  • Em 2012 o número de assassinatos de índios em Mato Grosso do Sul ficou em 32 e em 30 casos os autores foram os próprios índios.
  • Já em 2013, foram registrados 5 homicídios de 1o. de janeiro a 20 de fevereiro e em todos eles os autores foram índios.
Estes números comprovam o quanto o CIMI mente e o quanto certa Imprensa odeia a verdade. Preferem criminalizar quem trabalha, para acobertar o verdadeiro problema: os índios brasileiros são escravos da FUNAI e das ONGS internacionais, com predominância destes organismos criminosos da Igreja Católica, que subjugam os índios assim como faziam nas missões, nos idos da colonização. É hora de dar um basta nisso. Denuncie. Espalhe pela web. Encha as caixas postais com a verdade.
 
09 de junho de 2013
in coroneLeaks

O PRIMEIRO CAPÍTULO DA BIOGRAFIA "CORRIDA" DO ZÉ DIRCEU


Leia aqui.
 
09 de junho de 2013

INVESTIMENTOS E AQUISIÇÕES DA CHINA NOS EUA CRESCEM

Este ano deverá registrar recorde em fusões e aquisições de empresas dos dois países
 
RANCHO MIRAGE, Califórnia - As aquisições de empresas americanas por chineses enfrenta restrições de legisladores e reguladores em Washington, mas em grande parte do país o investimento da China está disparando silenciosamente. Com mais de US$ 10,5 bilhões em ofertas por empresas chinesas nos Estados Unidos até o momento, o ano de 2013 está a caminho de ser o maior do história para fusões e aquisições de empresas norte-americanas por empresas chinesas, de acordo com dados da Thomson Reuters.
 
Quase todas as semanas, o governo do estado da Carolina do Norte recebe “uma quantidade maravilhosamente esmagadora de solicitações” de empresas chinesas que desejam abrir uma loja, disse o oficial do estado responsável pela atração de investimentos da Ásia, Abril Kappler.
 
Carolina do Norte é o quinto no ranking dos estados dos EUA que receberam investimento chinês, depois de Califórnia, Nova York, Texas e Illinois, de acordo com a consultoria Rhodium, que opera um banco de dados que rastreia investimentos.
 
Na Virgínia, a chinesa Shuanghui International Holdings quer comprar a Smithfield, maior produtora de suínos do mundo. Com quase US$ 5 bilhões, será a maior aquisição chinesa nos Estados Unidos, se for adiante.
 
Mas alguns legisladores norte-americanos têm transmitido preocupações com histórico de segurança da empresa chinesa de carne, e o acordo será examinado pelo Comitê do Tesouro de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos, que analisa ofertas por questões de segurança nacional. Ataques cibernéticos e roubo de propriedade intelectual são outras duas grandes questões para as empresas.
 
Diferenças nas estimativas
 
Estimativas de investimento empresarial total da China nos Estados Unidos divergem. De acordo com dados da Rhodium, que abrange apenas os investimentos diretos, o total acumulado é de US$ 23 bilhões, o maior acumulado desde 2008.
 
Outra medida muito mais ampla de Washington, da Heritage Foundation, inclui grandes investimentos em carteira por fundos soberanos e avalia que os investimentos chineses nos Estados Unidos entre 2005 e 2012 foram de US$ 50 bilhões.
 
— Não importa cujos dados você usa, o período de 2012-13 de dois anos é muito, muito forte para o investimento chinês nos EUA — disse o economista Derek Scissors, que compila os números da Heritage Foundation.
 
As empresas chinesas nos Estados Unidos empregam pelo menos 30 mil americanos, diz Hanemann. Isso está muito longe dos 800 mil trabalhadores americanos empregados por empresas japonesas ou a 1,8 milhão de chineses que trabalham para nós investiram empresas em China.
 
O investimento direto chinês é pequeno comparado com o US$ 3 trilhões investidos por estrangeiros na economia dos EUA em geral. O país também detém cerca de US$ 1,25 trilhão de dólares em títulos do governo dos EUA, de acordo com o Departamento do Tesouro.

09 de junho de 2013
REUTERS

SEIS TIPOS DE POSTS QUE PODEM ATRAPALHAR SUA VIDA PROFISSIONAL

Fotos de bebedeira, piadas com viés preconceituoso e referências sexuais são obstáculos capazes de arruinar contratação ou carreira na empresa. Veja postagens contraindicadas
 
Além de serem ferramentas destinadas à comunicação virtual, as redes sociais têm o poder de refletir significativamente na vida real, especialmente na área profissional.
 
Apesar de certos posts serem feitos por brincadeira, nem sempre as empresas enxergam assim. Muitas seleções incluem análise de perfil em redes sociais e alguns elementos podem pesar negativamente na hora da contratação. “Mesmo existindo um canal que fale de você profissionalmente, como o Linkedin, isso não significa que 'vale tudo' em outras redes. A internet é um espaço aberto. Quem acessa suas informações no Linkedin pode muito bem acessar sua conta no Facebook”, afirma Fabrício Saad, especialista em mídias sociais.
 
Thinkstock Photos
 
Ter cuidado ao expor as próprias opiniões é primordial para causar uma boa impressão na internet
 
Fabricio cita três tipos de perfis que deixam as empresas com o pé atrás: o crítico de plantão (aquele que passa o dia inteiro xingando muito fazendo críticas no Twitter, principalmente contra produtos e empresas); o preconceituoso metido a engraçado (permeado de postagens e comunidades de conteúdo preconceituoso, seja de gênero, cor, religião) e o pessimista ou conselheiro (que vê o próprio perfil como um canal de reclamação ou um psicólogo virtual). “Esses temas causam muita polêmica”, explica Saad.
 
Para Gil Giardelli, web ativista e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), ter cuidado ao expor as próprias opiniões é primordial para causar uma boa impressão na internet. “Todas as empresas estão olhando que tipos de comentários ou de fotos são divulgados nas redes”, diz. Alguns podem dificultar a vida do candidato (ou do funcionário). Veja abaixo quais são.
 
Posts com referências sexuais e preconceituosas de qualquer tipo podem custar caro. Em 2009, o comediante Danilo Gentili postou a seguinte frase em sua conta do Twitter: “King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?” (sic). Apesar de a intenção de Danilo ter sido fazer rir, a piada também pode ser entendida com um viés racista, comparando os negros a macacos. O resultado foi uma avalanche de críticas, inclusive de colegas de trabalho, gerando uma imagem negativa do humorista.
 
Posts com informações pessoais de segurança. Publicar endereços pessoais, números de celulares, informações sobre familiares e outras pessoas podem passar a impressão de que você é uma pessoa desatenta. “Não coloque nada que você não colocaria em um outdoor. É difícil ter regras, mas é importante ter bom senso”, explica Giardelli.
 
Posts com linguagem pouco educada em discussões. Ao debater com algum colega no mundo real, dificilmente você usaria palavras pesadas. Não pense que o relativo anonimato virtual fornece um salvo-conduto para agir de forma diferente nas redes. O uso de palavras de baixo calão reflete diretamente a sua personalidade. Em vez de partir para a agressão verbal, sustente seu discurso com argumentos consistentes.
 

 
Fotos de conteúdo constrangedor, como as que fazem alusões ao consumo de bebidas alcoólicas ou outro tipo de entorpecentes, são pontos muito negativos. Cada um se diverte à sua maneira, mas alguns registros podem ficar longe das telas do computador – e dos olhos do seu possível chefe. É preciso ficar atento não apenas às fotos que você posta, mas também àquelas em que seus amigos o marcam. Há imagens que você pode nem saber que existam e o resultado pode ser desastroso. “Tudo que está na rede, mesmo que na dos amigos, vaza”, conta Gil. Para a consultora de boas maneiras Sofia Rossi, fotos mal colocadas podem passar a impressão de falta de seriedade. “Tirar foto mostrando a língua e fazendo gestos na frente do espelho faz com que a sua postura profissional seja questionada”, acredita.
 
Reprodução
O torcedor entrou em conflito com o profissional
 
Posts com comentários que podem prejudicar a empresa de alguma maneira. Um comentário mais exagerado ou uma opinião com teor desrespeitoso pode ter um desfecho amargo. Em 2010, o ex-diretor comercial da empresa Locaweb, Alex Glikas, postou um comentário ofensivo ao time de futebol do São Paulo durante uma partida contra o Corinthians. O inconveniente é que a Locaweb era patrocinadora do primeiro time, e a reação dos torcedores são-paulinos foi de retaliação contra Glikas. A solução da empresa foi demitir o funcionário.
 
 
As associações e páginas curtidas no Facebook dão um parâmetro da personalidade e dos pontos de vista do candidato. Portanto, preste atenção nas páginas que você adiciona ao seu perfil: conteúdo criminoso, ofensivo e apelativo são maneiras rápidas de eliminar candidatos.
 
Redenção virtual
 
Se você já cometeu algum deslize, Saad ensina que a melhor maneira de reparar o erro é a transparência: deve-se pedir desculpas publicamente, de preferência pelo mesmo canal utilizado. “As pessoas podem entender que você errou, mas querem ver essa atitude. Se você se arrependeu, mostre isso”, explica. A consultora de boas maneiras Sofia Rossi concorda, e diz que é necessário assumir o seu erro. “Se já postou, deixa lá; assuma, peça desculpas e preste atenção para não cometer o mesmo erro”.
 
Para ter um perfil interessante, Giardelli explica que é necessário começar a propagar coisas que lhe agradam. “Uma dica é a pessoa criar uma linha editorial com o que gosta de falar, sobre o que gosta de compartilhar. Isso facilita para os leitores decidirem ou não seguir o seu perfil. A gente precisa de mais gente interessante, e menos curtidas”.
 
A dica de Fabrício é ser claro, coerente e sempre postar o tipo de conteúdo que promete. “As pessoas que vão te seguir esperam receber informações a respeito do que está na sua biografia básica”. Uma recomendação valiosa é sempre prestar atenção à gramática e à ortografia. Também seja relevante em suas postagens. “Usar a linguagem segmentada, promover ações de engajamento, de cyberativismo, campanhas sociais são atitudes que têm tudo a ver com esses canais”, finaliza Fabrício.

09 de junho de 2013
Bianca Castanho, iG

"O IOF E O APRENDIZ DE FEITICEIRO"

 
O governo deu uma guinada de 180 graus com relação aos controles de capitais. Em outubro de 2010, havia elevado o IOF sobre ingressos de renda fixa para 6%. O objetivo era evitar que o "tsunami monetário" decorrente dos programas não convencionais de expansão monetária colocados em ação pelos Estados Unidos levasse ao "derretimento do real". Agora não há mais preocupações com os efeitos da "guerra cambial", e sim com a insuficiência dos ingressos de capitais, que podem acentuar a tendência à depreciação do real.
 
 
Há atualmente em marcha duas importantes mudanças na economia mundial. A primeira é o quadro de recuperação sustentável do crescimento econômico dos EUA, que ocorre em meio à desaceleração do crescimento dos países emergentes e da Europa, fazendo antever uma redução do programa de compra de ativos por parte do Federal Reserve, em intensidade ainda incerta, mas com claros reflexos na valorização do dólar.
 
A segunda são os sinais de uma moderada desaceleração do crescimento econômico da China, que ao que tudo indica é aceita pelo novo governo, elevando a probabilidade de manutenção do processo de queda dos preços internacionais de commodities.
 
A valorização do dólar, combinada com a perda de relações de troca proveniente da queda dos preços de commodities, são forças que enfraquecem o real. Nenhuma dessas duas forças tem características de transitoriedade, a sua consequência sobre o real também não é transitória. Ou seja, há forças que levarão o real a um novo nível mais depreciado do que se encontra atualmente.
 
Mas essas não são as únicas forças. O déficit brasileiro nas contas correntes vem crescendo, e já se elevou de US$ 54 bilhões ao final de 2012 para perto de US$ 70 bilhões nos 12 meses encerrados em maio, equivalente a 3% do PIB. Pela primeira vez em muitos anos esse déficit, que continua crescendo, é inferior ao ingresso de investimentos estrangeiros diretos, o que obriga que o Brasil use o ingresso de investimentos em carteira - de renda variável e de renda fixa - para financiar o déficit nas contas correntes.
 
Há um descompasso entre o déficit nas contas correntes, que é crescente, e os ingressos de capitais, o que, aliado às péssimas perspectivas de ingressos em ações, recomenda que se estimulem os ingressos em renda fixa. A remoção do IOF era um movimento natural e esperado na direção de atrair mais de capitais, ajudando na solução do problema.
 
Em um quadro como este não se pode - e nem se deve - evitar que o câmbio encontre o novo nível - mais depreciado - compatível com as novas condições. O único alívio possível é a suavização desse ajuste, fazendo com que a depreciação do câmbio nominal se transfira predominantemente para o câmbio real, e não para os preços.
 
A condição para que isso ocorra, evitando uma elevação ainda mais acentuada da taxa de juros, é abandonando a política fiscal fortemente expansionista atual, aderindo à austeridade fiscal. Isso reduziria a absorção total doméstica em relação ao PIB e permitiria que a depreciação do câmbio nominal se transferisse predominantemente para o câmbio real, produzindo o ajuste nas contas externas.
 
Mas, se o governo insistir na manutenção de uma política fiscal expansionista, o peso passa a ser suportado somente pela política monetária que, se não for usada na medida necessária levará a uma depreciação mais acentuada do câmbio nominal e a uma inflação mais elevada.
 
A remoção do IOF não é a solução final para este problema, mas apenas um passo. Ela pode, junto com as intervenções nos mercados à vista e futuro de câmbio, ser usada para suavizar o processo de depreciação. O que não pode ser esquecido, no entanto, é que o câmbio é o preço de um ativo, que, da mesma forma como todos os demais ativos financeiros, é extremamente sensível às expectativas quanto aos fundamentos futuros.
 
Se o cenário internacional referente ao dólar e aos preços de commodities mudou, espera-se que o real se deprecie, e essa expectativa leva efetivamente à sua depreciação, que pode apenas ser suavizada, mas não evitada.
 
Se o governo tiver força suficiente para garantir uma trajetória mais suave de depreciação, condicionará o curso das expectativas no tempo, colhendo como resultado uma depreciação mais suave. Mas, para isso, teria de sinalizar claramente este seu objetivo, sem quaisquer indicações dúbias, deixando claro que tem os instrumentos necessários para isso e que não hesitará em usá-los.
 
Quando anunciou a isenção do IOF, no entanto, o governo deu declarações em direção contrária, afirmando que "no passado já tivemos flutuações muito sujas, e agora o câmbio seria mais livre para flutuar", ou de que "tudo o que poderia ser feito já foi feito, não havendo mais nada a ser feito". Talvez quisesse ingenuamente transmitir a mensagem de que havia novamente aderido ao "tripé" da política econômica, abandonando a "nova matriz", esperando que isso elevasse a credibilidade nos resultados de suas ações.
 
Mas as expectativas não se formam olhando para o rótulo do remédio dentro do vidro, e sim para o seu conteúdo, e o que ele de fato transmitiu foi a mensagem de que poderiam ocorrer depreciações mais fortes sem a interferência do governo. No dia do anúncio da remoção do IOF, cresceu a incerteza sobre a velocidade da depreciação cambial, que se traduziu na expectativa de uma depreciação maior a curto prazo e no aumento da demanda por hedge cambial, fazendo com que a expectativa se transformasse em realidade.
 
Da mesma forma como no filme do aprendiz de feiticeiro, as vassouras adquirem vida trazendo mais e mais água, no atual caso a mágica do governo levou ao aumento da demanda por hedge cambial, produzindo no dia da publicação da queda do IOF uma enorme volatilidade no mercado de câmbio. O mercado financeiro não se esquece do fato de que há no governo ministros que gostariam de ver uma depreciação cambial mais forte, principalmente diante da elevação da taxa de juros.
 
Diante disto, é natural que se pergunte se a trapalhada na comunicação do governo sobre a "inexistência de outras formas de conter o câmbio", ou sobre o fato de que "agora ele não é mais uma flutuação tão suja quanto anteriormente", não seja um sinal de que desejaria uma depreciação maior.
 
Se essa sinalização não for corrigida, espera-se a continuidade da volatilidade
 
cambial e, neste caso, a única ação possível seria uma elevação adicional da taxa de juros. Não somente devido aos efeitos sobre a inflação, como também como o único instrumento que levaria a um arrefecimento da demanda por hedge, reduzindo a volatilidade e a depreciação cambial.

09 de junho de 2013
 Affonso Celso Pastore, O Estado de São Paulo
 ECONOMISTA, EX-PRESIDENTE DO , BANCO CENTRAL