29 de janeiro de 2013
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
ISSO É QUE É PRESTÍGIO... O RESTO É PUBLICIDADE.
Lula por baixo.
Ao chegar em Cuba, hoje, Lula foi recebido pela vice-ministra de Relações Exteriores, uma tal de Ana Terezita Gonzáles.
Nós tempos em que o café ainda era quente, Raul Castro recebia o ex-presidente com tapete vermelho e guarda de honra.
Ao lado a foto da chegada. Adivinhem de quem é o jatão.
29 de janeiro de 2013
coroneLeaks
IMAGEM DO DIA
Homem segura no corrimão do North Curl Curl, piscina oceânica após ventos e chuva em Sydney - Cameron Spencer/Getty Images
29 de janeiro de 2013
O DITADOR NA CÚPULA
Internacional - América Latina
Que um Castro não eleito democraticamente se converta na principal ligação entre a União Européia e a América Latina, era algo material e moralmente inconcebível uma década atrás.
Raúl Castro presidindo um organismo regional integrado fundamentalmente por governos democráticos, é uma aberração que demonstra a falta de respeito que os governantes da América latina se têm a si mesmos.
A Cúpula em Santiago do Chile, da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe, CELAC, na qual Castro assumirá a presidência pro-tempore da entidade regional, demonstra a falta de convicções democráticas dos mandatários latino-americanos
As credenciais democráticas de Raúl Castro são as mesmas de seu irmão Fidel, que só podia apresentar para legitimar seu mandato as que ostentavam Augusto Pinochet, Francisco Franco, Lenin ou Joseph Stalin, porque há que admitir, com constrangimento, que foram os povos da Itália e Alemanha os que elegeram Benito Mussolini e Adolph Hitler em seus primeiros mandatos.
Porém, se apenas a presença do ditador cubano já é um desafio aos mais elementares princípios democráticos, e que o Paraguai, país-membro da CELAC, não fosse convidado ao encontro porque o Senado depôs em um julgamento apegado à Constituição do país o presidente Fernando Lugo, um aliado incondicional do chavismo e dos países que estão associados ou relacionados com o Socialismo do Século XXI, confirma além de toda dúvida, que na América não há uma liderança democrática capaz de enfrentar o populismo sustentado nos petro-dólares do chavismo.
Cuba ocupa temporariamente a presidência da CELAC, não porque reúna os requisitos necessários para representar o hemisfério, senão porque uma jogada política dos gestores do projeto, os mandatários da Venezuela e Equador, Hugo Chávez e Rafael Correa respectivamente, o tornaram possível.
Correa e Chávez, as máximas representações do despotismo eleitoral no hemisfério, influenciaram na Cúpula de Caracas, em dezembro de 2011, para que Raúl Castro presidisse a organização depois de Sebastián Piñera, chefe de Estado do Chile, um presidente eleito em eleições plurais e livres, que substituiu a Costa Rica, onde também o governante é eleito livremente pelos cidadãos, nessas funções.
Uma jogada suja na qual participaram todos os governos do continente, procurando dar legitimidade moral à ditadura cubana.
É conhecido que o propósito da CELAC é deslocar a Organização dos Estados Americanos (OEA) porque, apesar da incapacidade do organismo regional para defender a democracia e a liberdade no continente, os líderes do Socialismo do Século XXI necessitam de uma entidade na qual não estejam os Estados Unidos e o Canadá, para exercer uma maior influência e controle.
É certo que os governantes do hemisfério foram historicamente complacentes com a ditadura cubana, porém, que um Castro não eleito democraticamente se converta na principal ligação entre a União Européia e a América Latina, era algo material e moralmente inconcebível uma década atrás.
Para alguns, o pragmatismo em política é quase obrigatório para conseguir resultados concretos, mas a fronteira com o oportunismo, a indiferença e a cumplicidade com crimes morais e materiais, é apenas perceptível, e estes últimos caracteres são o que se aprecia na maioria dos líderes políticos do hemisfério.
A frivolidade e o deixar passar caracterizaram os presidentes da América Latina, que por décadas fecharam os olhos ante o que acontece em Cuba, e até guardaram silêncio quando a ditadura da ilha lhes tentou desestabilizar.
Porém, a liderança que o regime de Raúl Castro assume por eleição dos governos da América também gera questionamentos e críticas no que diz respeito à União Européia, supostamente a instância governamental mais comprometida com a liberdade e o respeito aos direitos humanos.
Em certa medida o fato de que a União Européia aceite Cuba como representante temporária de 33 governos da América, resta aos questionamentos do Bloco ao governo da ilha o sustento moral necessário para continuar com uma política originada em 1966.
O continente enfrenta uma séria crise de valores que pode levar ao estabelecimento em todo o hemisfério de ditaduras eleitorais que, associadas entre si, conformem agrupamentos capazes de atuar em bloco contra aquelas instituições e países que não adiram a seus desejos. Exemplo do que pode ocorrer padeceu Honduras e vive o Paraguai. Entretanto, o golpe institucional que se produziu na Venezuela no passado dez de janeiro, quando Hugo Chávez não se juramentou como presidente, tal e como dispunha a Constituição, não causou impacto nas relações deste país com o resto do continente.
São os países que não se ajustam às regras da equipe que originalmente constituem Cuba e Venezuela e que foram se estendendo a outras nações, os que correm o risco de ser excomungados, se não cumprem as regras que impuseram os autocratas eleitos pelo voto popular.
29 de janeiro de 2013
Pedro Corzo
Tradução: Graça Salgueiro
Tradução: Graça Salgueiro
MAIS UMA VEZ, O FASCISMO
Artigos - Movimento Revolucionário
Não é surpreendente que a mentalidade cultural soviética esteja viva na boca de um provinciano professor de história ou de uma caterva urbana de militantes homossexuais?
A TFP se tornou o dissidente Emanuel Goldstein. A ditadura politicamente correta que o país vive é um sinal claro da destruição da linguagem e das consciências.
Recentemente, integrantes da TFP, Tradição, Família e Propriedade, foram agredidos por hordas organizadas de homossexuais nas ruas de Curitiba. O crime? Discordar da agenda gay. Além do sinal de intolerância, fanatismo e agressividade do ativismo LGBT, uma questão me deixou particularmente intrigado, tamanha desproporção entre discurso e realidade: o fascismo. Os gays enraivecidos acusavam a TFP de ser “fascista”.
Espantosa comparação, já que a ideologia fascista morreu nos escombros da Segunda Guerra, em 1945, e nunca foi mais um movimento que ganhasse qualquer credibilidade nos dias atuais. Pode-se conjecturar algum tipo de ação ou figura de linguagem atualizada que recorde o fascismo, com seus métodos de intimidação psicológica, violência e uso bruto da força. Há realmente certos grupos ou ações políticas que remontam e lembram as práticas típicas do Partido Nazista ou Fascista. Todavia, não encontro ainda uma resposta definitiva para o fenômeno, já que os indivíduos caluniados como tais passam longe do fascismo.
Eu mesmo sou um exemplo. É cansativo ouvir as respostas dos meus detratores esquerdistas, ao me rotularem de uma ideologia que particularmente abomino. Recentemente, um reles e insignificante professorzinho de história chamado Bertone de Sousa afirmou, em seu blog, que eu tinha uma linha de orientação “fascista”. Ainda que não tenha citado bibliografia, uma referência ou qualquer elemento que fosse caracterizador da ideologia fascista em meu pensamento, Bertone recusou qualquer debate ou discussão comigo. Fez ainda papel de vítima, quando denunciei a farsa. Ainda que esse pretenso “historiador” da roça de Tocantins não defina e nem mesmo explique o fenômeno fascista, naturalmente tal epíteto odioso dá dividendos poderosos a quem ofende. Ele não precisa explicar nada. Basta aplicar a falácia ad hominem e pronto, estamos conversados...
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=zuxpaE759h8
Se o fascismo morreu, por que ele permanece tão vivo no imaginário das esquerdas? A resposta é relativamente simples e dela falei em vários artigos: é um velho truque mental soviético que jamais se apagou do imaginário esquerdista. Quando a moda vingou nos anos 30 do século passado, sociais-democratas da República de Weimar eram acusados de “sociais-fascistas” pelos comunistas alemães.
Os democratas liberais, os constitucionalistas, os democratas cristãos católicos, como também os sistemas democráticos na França, Inglaterra e EUA, eram considerados “fascistas”, pelo simples e único pecado de divergirem do marxismo-leninismo. Em outras palavras, dentro do esquema binário, quem é anticomunista, naturalmente é um “fascista”. Este mesmo fascismo imaginário foi encontrado na própria União Soviética, quando Stálin expurgava e matava milhões de pessoas. Os “inimigos do povo”, os “espiões”, os “agentes das nações imperialistas”, todos eles se enquadravam na “orientação fascista”, conforme dizia e impunha o Partido Comunista. Não é surpreendente que a mentalidade cultural soviética esteja viva na boca de um provinciano professor de história ou de uma caterva urbana de militantes homossexuais?
Os membros da TFP podem ser ultraconservadores, tradicionalistas católicos e até monarquistas. Alguns aspectos sectários e militarizados da associação podem remontar, ainda que enganosamente, ao movimento fascista. Entretanto, eles estão ideologicamente muito distantes do fascismo. Não me conste que preguem o estado totalitário inerente ao pensamento de Mussolini e Hitler. Ou que divulguem algum tipo de pensamento nacionalista xenófobo ou racista. Pelo contrário, em muitos pontos, seguem os valores da Doutrina Social Católica, que está há anos-luz de distância de qualquer estatolatria fascista. Doutrina Social esta que defende o direito de propriedade, a livre iniciativa, a família e a tradição cristã. Na obra do fundador da entidade, Plínio Correa de Oliveira, há uma sólida condenação à ideologia fascista, considerada subversiva e revolucionária.
A TFP defende algo que é paradoxalmente moderno: o agronegócio. O Príncipe Dom Bertrand de Orléans e Bragança conduz um esplêndido trabalho de defesa da propriedade privada e da agricultura brasileira: o projeto “Paz no Campo”, onde denuncia invasões de terras e pilhagens praticadas pelo MST.
E não custa nada recordar o componente profundamente gay nas hostes fascistas. A SA, grupo de assalto do Partido Nazista, era uma confraria organizada de gays. O seu chefe, Ernst Röhm, era um homossexual assumido e exaltava a prática sexual entre militantes como uma forma de camaradagem de caserna. Tão poderosos eram eles dentro da organização paramilitar, que Hitler fez questão de matá-los quase todos, na Noite dos Longos Punhais, o famoso expurgo do Partido, em 1934. Qualquer semelhança com o movimento LGBT não é mera coincidência. Até os métodos de um e de outro são parecidos!
Contudo, se o imaginário do fascismo reflete apenas o temor de um fantasma já morto e enterrado, o espectro de Stálin é mais forte do que nunca. Tão forte que velhos discursos, velhos raciocínios, velhos esquemas mentais e ideológicos de uma época aparentemente tão remota são atuantes até hoje, em grupos que hoje detém mais do que um discurso. Eles detêm o poder do Estado, das universidades, da cultura, da mídia, de uma boa parte das publicações na imprensa e no mercado editorial.
As agressões dos homossexuais contra a TFP vão além do mero fascismo. É o velho comunismo com a nova roupagem, nova linguagem e novas bandeiras de luta, com seus métodos de organização, intimidação e chantagem que fazem dos fascistas meros aprendizes, meros amadores. Mas por que será que um fenômeno cultural tão vivaz, tão atuante e tão devastador passa despercebido, sem qualquer observação mais apurada, salvo a de alguns homens isolados? Porque o grosso da intelligentsia do país, comprometida com a causa, escondendo o amor pela ditadura que não ousa dizer o nome, tenta a todo custo negar suas origens e seus compromissos criminosos com o totalitarismo de esquerda. Resgatar um espantalho fascista inexistente é tão eficaz quanto escamotear um stalinismo sobrevivente.
Denunciar obsessivamente um totalitarismo para promover outro foi útil para ocultar do público muitas matanças convenientes. Até na propaganda, o nazi-fascismo favoreceu ao comunismo. Ou, como dizia Hannah Arendt, é melhor matar com Stálin do que com Hitler.
George Orwell, em sua magnífica obra, 1984, já havia percebido o alcance dos braços do despotismo soviético na linguagem, nos discursos simplórios e maniqueístas dos militantes e na intoxicação ideológica de toda uma sociedade.
Os gay enraivecidos lembravam a cena pitoresca dos "dois minutos de ódio". A TFP se tornou o dissidente Emanuel Goldstein.
A ditadura politicamente correta que o país vive é um sinal claro da destruição da linguagem e das consciências. É o Ministério da Verdade, com a sua novilíngua. A cultura politicamente correta fiscaliza idéias, poda e esteriliza a linguagem e usurpa a liberdade intelectual e o raciocínio.
Ou pior, a linguagem deve se adequar aos desmandos do Partido, agora transformado numa hegemonia socialista da cultura, imposta pelos ativistas. Como na Rússia soviética, quem discordar de todos esses cacoetes mentais e ideológicos, naturalmente que será rotulado de “fascista”.
Poderá ser perseguido e até preso. Leis estão sendo criadas para tal fim, para legitimar o totalitarismo cultural. Fala-se de um “crime de homofobia” sem qualquer legislação penal que o descreva.
Remodelam-se clássicos de literatura e até os dicionários através de pressões do judiciário, vide a campanha imbecil contra os livros infantis de Monteiro Lobato, acusado de “racista”.
E o movimento gay, como um rebanho fanatizado de histéricos ressentidos, colabora alegremente para a destruição da liberdade civil, política e de opinião do país. Eis o segredo da tremenda falta de originalidade do insulto do espantalho “fascista”. Ele acaba por revelar um monstro feroz no vazio de consciência das elites intelectuais do país.
29 de janeiro de 2013
Leonardo Bruno
A MORTE DOS DIREITOS HUMANOS
Artigos - Globalismo
Se a Primeira Emenda cair ante os gays como aconteceu com a Magna Carta, será o fim dos verdadeiros direitos humanos nos EUA (e por extensão para o resto do mundo ocidental).
Esta semana marca o aniversário da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU em 1948. O Dia Internacional dos Direitos Humanos é comemorado no dia 10 de dezembro. Infelizmente, o dia é celebrado em grande parte por esquerdistas, que raptaram a expressão “direitos humanos” em tempos recentes para servir à sua agenda desviada. No entanto, os verdadeiros direitos humanos, como eram entendidos ao longo dos séculos, surgiram da visão de mundo bíblica e a condensam.
Diferente da maioria dos ativistas de esquerda que exploram o Dia Internacional dos Direitos Humanos como uma oportunidade para atacar o Cristianismo e defender a perversão sexual, eu sou na verdade um advogado de direitos humanos com treinamento especial fornecido pela ONU em Strasbourg.
Também sou autor da Declaração de Riga pela Liberdade Religiosa, Valores Familiares e Direitos Humanos (www.defendthefamily.com/intl/) que documenta que a liberdade religiosa e os valores familiares têm sido firmemente defendidos em 4 mil anos de leis escritas sobre direitos humanos, mas que o “direito” ao homossexualismo é uma invenção da esquerda moderna.
Além disso, esse “direito à sodomia” na verdade solapa os verdadeiros direitos humanos, como exemplificado pelo colapso da Magna Carta no Reino Unido.
O primeiro princípio daquele venerável documento de direitos humanos declara que “A Igreja da Inglaterra será livre”. Esse princípio, estabelecido na pedra fundamental da jurisprudência britânica em 1215, manteve-se inabalado por quase 800 anos até que a ascensão do movimento gay na última década alcançou o poder de redefinir a liberdade religiosa como “homofobia” e de esmagá-la debaixo da sola de seus coturnos rosas.
Um dos pontos altos das minhas viagens pelo mundo foi ter a oportunidade de ver uma das cópias manuscritas originais da Magna Carta na catedral de Salisbury, na Inglaterra. É uma de apenas três remanescentes das onze que existiam. Isso foi em 1997, quando estava em vias de concluir meus estudos no Instituto de Direitos Humanos Internacionais na Universidade de Strasbourg. Naquele tempo a Magna Carta ainda vigorava.
Exatamente 10 anos depois, em 2007, a caminho de Varsóvia para falar sobre direitos humanos no Congresso Mundial das Famílias IV, dei uma parada rápida em Dublin, Irlanda. Lá encontrei um ativista cristão que estava literalmente se escondendo da polícia sob ameaça de prisão por falar contra o homossexualismo nas vias públicas, violando as novas Regulamentações de Orientação Sexual (SRO).
A força da Magna Carta não poderia mais proteger esse irmão cristão. Após oito séculos ela foi finalmente violada, e foi por militantes ativistas do movimento gay. As notícias vindas do Reino Unido desde então pintam um quadro cada vez mais lúgubre para os cristãos.
Hoje em dia só existe um documento de direitos humanos que ainda vigora como uma barreira à agenda homossexual no Ocidente: a Primeira Emenda Constitucional dos Estados Unidos. De fato, ela é a fonte das cláusulas de liberdade religiosa e de expressão da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, na qual se baseiam todas as leis e todos os tratados sobre direitos humanos.
(A primeira metade da Declaração Universal foi escrita pelos americanos, e a última parte pelos soviéticos nos dias que se seguiram à conclusão dos julgamentos em Nuremberg dos nazistas pelas forças aliadas).
Mas apesar do surgimento da Declaração Universal e de todo o seu legado estatutário, nenhum país do mundo tem sido tão vigoroso na defesa das liberdades religiosas e de expressão quanto os Estados Unidos, devido à Primeira Emenda.
No entanto, mesmo enquanto celebramos o Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Primeira Emenda está sob cerco pelas mesmas forças que derrubaram a Magna Carta. Nos últimos anos, ela tem sobrevivido a uma série de ataques que continuam a crescer em frequência e severidade, sem sinal de desistência.
Em menos de um mês, em 7 de janeiro de 2013, irei comparecer a um tribunal federal aqui em Springfield, Massachusetts com meu advogado do Conselho da Liberdade. Na ocasião, ele irá apresentar a nossa argumentação oral para defender o nosso pedido de extinção do processo contra mim por “crimes contra a humanidade”. (www.scottlively.net/2012/06/
Estou sendo processado pela organização Minorias Sexuais Uganda (SMUG) por pregar contra o homossexualismo naquele país. O que está em questão é a força da Primeira Emenda para proteger o direito de pregar o Evangelho em um país estrangeiro.
Basicamente, os requerentes sustentam que a mesma aceitação europeia dos “direitos humanos” homossexuais que deu poder às regulamentações de orientação sexual no Reino Unido e derrubou a Magna Carta representa uma nova norma internacional que deve ser defendida por todo o mundo.
Deste modo, mesmo que a pregação contra o homossexualismo seja um discurso protegido tanto em Uganda quanto nos EUA, me responsabilizam legalmente com base na interpretação de “lei internacional” feita pela SMUG. Apesar disso, parece ridículo, mas igualmente pareceu a ideia das regulamentações de orientação sexual que se tornaram lei no Reino Unido.
Gostaria de aproveitar a oportunidade deste aniversário para pedir por orações. Não tanto para mim mesmo, mas para os EUA. Porque a derrota para esses requerentes sob essas alegações iria significar uma violação da Primeira Emenda da mesma forma que da Magna Carta.
Se a Primeira Emenda não pode proteger meus direitos de liberdade religiosa e liberdade de expressão em um país estrangeiro, tanto menos ela irá proteger todos nós em nosso próprio país. De fato, não já começamos a ver a “orientação sexual” sobrepujar a liberdade religiosa (e em menor extensão a liberdade de expressão) como uma tendência legal? Quão pior será se os tribunais federais aceitarem o raciocínio jurídico europeu em suas decisões?
Meus amigos, entendo a gravidade do que estou dizendo. Se a Primeira Emenda cair ante os gays como aconteceu com a Magna Carta, será o fim dos verdadeiros direitos humanos nos EUA (e por extensão para o resto do mundo ocidental). Não há a quem recorrer.
A Primeira Emenda é o último bastião de liberdade aos cristãos. Se ela cair, uma grave perseguição a todos os que ousarem falar a verdade da Bíblia estará muito próxima. Orem fervorosamente para que ela prevaleça!
29 de janeiro de 2013
Scott Lively
Tradução: Luis Gustavo Gentil
Do documento original “The Death of Human Rights” enviado pelo Dr. Scott Lively para Julio Severo - www.juliosevero.com.
MERCADO E LIBERDADE
Artigos - Cultura
O crescente controle governamental não produzirá ou sustentará uma “cultura de sanidade”. Se Robert Conquest estiver certo, o resultado será o extremo oposto. A insanidade do estado socialista significa a degradação de toda a cultura.
No livro Reflections on a Ravaged Century de Robert Conquest, encontramos um capítulo cujo nome é “A Cultura da Sanidade”. O capítulo começa com a seguinte observação: “A única razão pela qual somos capazes de examinar a nossa história e a história alheia de modo amplo é o fato de que a cultura que possibilita essa mentalidade sobreviveu e prevaleceu”.
Logo em seguida ele diz que a liberdade se desenvolveu espontaneamente por meio da proeminência de uma sociedade mercantil vibrante na Inglaterra medieval. “Havia muita mobilidade, propriedade privada ao invés de familiar, além de muito comércio e produção não-agrícola”, escreveu Conquest. “Assim... aquilo que pode ser entendido como economia de mercado já é existente – e prevalecente – desde há muito tempo e foi a base pela qual a Revolução Industrial inglesa se apoiou para emergir.”
Hoje em dia, as lideranças políticas supõem que a liberdade de comprar e vender pouco tem a ver com a liberdade de expressão ou com a liberdade política. Mas se as fontes de Conquest estiverem certas, a liberdade política é fruto da liberdade econômica.
É verdade que a essência do governo britânico que se seguiu ao colapso romano resultou em anarquia e belicismo feudal.
Contudo, o resultado também teve suas benesses por conta de uma negligência benigna. Sem uma burocracia imperial regularizada, impostos, regulamentos ou imposições, o intercâmbio de bens e serviços fomentou um novo tipo de cultura e novas atitudes.
Os reis da Inglaterra não possuíam um exército fixo ou uma burocracia para oprimir o povo. Tentativas de taxar injustamente, sem o consentimento dos governados, corriqueiramente resultavam na desobediência e na recusa de pagar a taxa.
“Falando de modo geral”, escreveu Conquest, “grandes e bem sucedidos governantes da Inglaterra foram aqueles que, como Eduardo I e Eduardo III, trabalharam dentro das leis e dos costumes, além de terem buscado cooperação ao invés de submissão dos representantes das cidades e condados.”
De acordo com Conquest, no curso da história inglesa, sempre que monarcas (como Eduardo II, Ricardo III e Jaime II) “buscaram estender o poder do estado à custa da comunidade” houve reação, ou seja, uma contrarrevolução em favor da restauração da liberdade. Lembremos também o caso do Rei João, que foi compelido a assinar a Magna Carta; ou mesmo o caso de Jorge III, que não conseguiu suprimir as colônias inglesas na América.
Assim, foi a cultura que repetidamente afirmou-se contra as aspirações tirânicas de uma meia-dúzia de monarcas ao longo de nove séculos. Foi uma cultura nascida espontaneamente do livre mercado. É isso que Conquest chamou de “a cultura da sanidade”. Ele ainda escreveu que “as culturas tiveram – e ainda têm – suas grandes, intrínsecas e afortunadas vicissitudes, de modo que elas não podem ser rapidamente movidas em novas direções”.
Enquanto que a cultura civil pode levar décadas – ou até séculos – para se levantar após um “ambiente despótico”, tentativas de tiranizar uma cultura de liberdade provavelmente encontrarão fortes reprimendas conforme a história inglesa nos mostrou repetidamente.
No entanto, temos visto tremendas mudanças culturais nos últimos 100 anos. Talvez, a mais devastadora delas é a crescente dependência que a economia tem do estado. E essa dependência cria dois problemas: primeiro, o estado debilita o povo e destrói a autossuficiência dele; segundo, o estado negligencia sua função de guarda nacional em favor de uma postura de babá (dar comida, moradia e vestimenta a milhões de cidadãos que, por conta disso, deixaram de procurar comida, moradia ou vestimenta por si mesmos).
Quanto mais o estado enfraquece a estrutura social, mais orçamento estatal é transferido da defesa para o bem-estar. Conforme a dependência do estado cresce, mais vagarosa fica a economia.
Com o tempo descobrimos que a arrecadação de receitas cai enquanto uma soma cada vez maior vai para a manutenção do ciclo de dependência então criado.
Sob essa dinâmica, o orçamento direcionado à segurança nacional deve necessariamente diminuir em ritmo acelerado.
Deste modo, a contração econômica coincide com a contração da segurança nacional. Além do mais, podemos ver histórias como “Ameaça cibernética aumenta” onde o vice-almirante aposentado Mike McConnell, ex-diretor da NSA [National Security Agency] está frustrado por conta de tão pouco ter sido feito para proteger nossa vulnerável infraestrutura.
E recentemente lemos sobre um ciberataque iraniano a empresas privadas e bancos dos EUA, que estão sob uma crescente tendência dessa rotina (veja “Companhias têm medo de falar sobre ciberataques”). O que o governo diz? A secretária de Segurança Nacional se vangloria ao admitir que um ciberataque catastrófico é iminente. E por que deveria ser? O que ela estava fazendo nos últimos quatro anos?
Enquanto a Coreia do Norte ameaça começar uma guerra no Oriente e a China desenvolve um sistema de transporte ferroviário de longo alcance para transportar mísseis, os Estados Unidos continuam a se desarmar. Enquanto o Irã constrói sua primeira arma nuclear, a Marinha se prepara para demitir milhares de funcionários militares.
Enquanto o governo russo alerta Israel e os EUA contra um ataque preventivo ao Irã, o novo Secretário de Defesa dos EUA expõe suas ideias anti-nucleares perante o Senado (sabendo que isso pode prejudicar sua nomeação). (O aspirante Secretário de Defesa foi um dos que manifestadamente pediu para que se parasse de financiar a radio Free Europe; além disso, ele faz parte do Fundo Ploughshares, um grupo financiado por George Soros que apoia o desarmamento nuclear norte americano).
E, acima de tudo isso, enquanto um general chinês diz às tropas para se “prepararem para o combate” contra o Japão, o exército dos EUA foca no objetivo politicamente correto de integrar mulheres no combate.
Se a cultura da liberdade foi esculpida pelo mercado, qual cultura está sendo esculpida pela dependência governamental? Não é nem mesmo uma cultura que defende apropriadamente seus próprios interesses.
É uma cultura que foi modificada por meio da interferência política (especialmente na educação, nas leis e na família). Ao invés de sermos uma cultura econômica, baseada no livre mercado, tornamo-nos uma cultura política onde tudo é politizado – inclusive o mercado.
De acordo com Conquest, “Todos os grandes problemas que o mundo enfrentou em nossa era foram causados por pessoas que fizeram da política uma obsessão. O político deveria ser um servo e deveria ter um papel limitado.” Mas agora, parece que nós somos os servos e o governo é o senhor.
Na semana passada falei com dois políticos venezuelanos sobre os rumores acerca da morte do presidente Hugo Chávez. Um deles tinha esperança de que seu país recuperasse a liberdade. O outro temia que a Venezuela tivesse se tornado uma colônia socialista cubana.
Quase no fim da conversa ele disse: “A mesma coisa que começou aqui na Venezuela mais de uma década atrás também começou agora nos Estados Unidos – um crescente controle governamental sobre as coisas.”
O crescente controle governamental não produzirá ou sustentará uma “cultura de sanidade”. Se Robert Conquest estiver certo, o resultado será o extremo oposto.
A insanidade do estado socialista significa a degradação de toda a cultura. Mas essa degradação não durará para sempre. C
omo escreveu Gustave Le Bon “mas como suas promessas são necessariamente em vão [...] sua impotência tornar-se-á flagrante a todos os olhos justamente na hora do seu triunfo e, assim, surgirão como seus inimigos a própria turba que outrora seduziu...”
Publicado no Financial Sense.
29 de janeiro de 2013
Jeffrey Nyquist
DESARMANDO AS CRIANCINHAS
]
Na iminência de passar das palavras aos atos, a perigosa criaturinha foi providencialmente desarmada pelas autoridades competentes e submetida à penalidade prevista no sábio regulamento escolar.
É a prova de que os EUA melhor fariam se proibissem logo todos os brinquedos em forma de armas, quer disparem bolinhas de sabão, tufos de pelúcia ou bilhetinhos de “Eu te amo”, e obrigassem todas as crianças a brincar de casinha, independentemente dos sexos, para que não cultivem o desejo maligno de algum dia atirar num bandido antes que o bandido atire nelas.
Mas a grande nação do norte não atingiu ainda aquele estágio superior de civilização que permitiu ao nosso país, mediante essa medida profilática e a drástica repressão do comércio de armas entre adultos, ter apenas 4,5 vezes mais assassinatos anuais à bala do que a truculenta sociedade gringa, embora tenha também cem milhões de habitantes a menos e trinta vezes menos armas legais em circulação.
Eu mesmo sou um exemplo vivo do perigo extremo de deixar as crianças brincarem com armas. Passei a infância tentando ser Roy Rogers ou Hopalong Cassidy e, ao crescer, tornei-me um assassino intelectual de idiotas, um dano que poderia ter sido evitado se no meu tempo, em vez de uma indecente facilidade de acesso a revólveres e espingardas de plástico, existissem os Teletubbies, os Menudos e sr. Luiz Mott.
Mas às vezes as criancinhas, essa parte especialmente temível da espécie humana, frustram as melhores intenções dos desarmamentistas e descobrem meios incomuns e patológicos de se dedicar à prática da violência mortífera.
Numa escola de Maryland, dois meninos sofreram a mesma punição da garotinha da Pennsilvanya porque, sem armas de plástico ou de madeira ao seu alcance, mas empenhados assim mesmo em brincar de polícia e ladrão, trocavam tiros com pistolas imaginárias formadas com o indicador e o polegar, este imitando o cão do revólver, aquele o cano.
Aí novamente os nossos vizinhos do norte muito teriam a aprender com a experiência brasileira. Por aqui não tiramos as armas somente das mãos das crianças, mas da sua mente, dirigindo sua atenção desde a mais tenra idade para práticas mais saudáveis como a masturbação solitária ou coletiva e a interbolinação de ambos os sexos.
Ainda assim, continuam existindo na república americana mentes lúcidas e corajosas, como a do presidente Barack Hussein Obama, que prometem eliminar, mediante a proibição das armas, os oito mil homicídios anuais que ali se verificam.
É verdade que, no mesmo período de um ano, segundo as estatísticas oficiais, quatrocentos mil cidadãos e cidadãs dos EUA salvam suas vidas reagindo à bala contra serial killers, assaltantes, estupradores etc. Desgraçadamente as almas de pedra dos reacionários e sócios da National Rifle Association ainda se recusam a entender que para impedir oito mil assassinatos vale a pena fomentar outros 392 mil.
29 de janeiro de 2013
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.
Artigos - Desarmamento
Na cidade de Mount Carmel, Pennsylvania, uma menininha de cinco anos foi suspensa da escola por ter ameaçado atirar na colega com um revólver de plástico cor-de-rosa que dispara... bolinhas de sabão.
Na iminência de passar das palavras aos atos, a perigosa criaturinha foi providencialmente desarmada pelas autoridades competentes e submetida à penalidade prevista no sábio regulamento escolar.
É a prova de que os EUA melhor fariam se proibissem logo todos os brinquedos em forma de armas, quer disparem bolinhas de sabão, tufos de pelúcia ou bilhetinhos de “Eu te amo”, e obrigassem todas as crianças a brincar de casinha, independentemente dos sexos, para que não cultivem o desejo maligno de algum dia atirar num bandido antes que o bandido atire nelas.
Mas a grande nação do norte não atingiu ainda aquele estágio superior de civilização que permitiu ao nosso país, mediante essa medida profilática e a drástica repressão do comércio de armas entre adultos, ter apenas 4,5 vezes mais assassinatos anuais à bala do que a truculenta sociedade gringa, embora tenha também cem milhões de habitantes a menos e trinta vezes menos armas legais em circulação.
Eu mesmo sou um exemplo vivo do perigo extremo de deixar as crianças brincarem com armas. Passei a infância tentando ser Roy Rogers ou Hopalong Cassidy e, ao crescer, tornei-me um assassino intelectual de idiotas, um dano que poderia ter sido evitado se no meu tempo, em vez de uma indecente facilidade de acesso a revólveres e espingardas de plástico, existissem os Teletubbies, os Menudos e sr. Luiz Mott.
Estes infelizmente só vieram a aparecer por volta da década de 90 do século XX, quando a minha alma já estava irremediavelmente corrompida.
Numa escola de Maryland, dois meninos sofreram a mesma punição da garotinha da Pennsilvanya porque, sem armas de plástico ou de madeira ao seu alcance, mas empenhados assim mesmo em brincar de polícia e ladrão, trocavam tiros com pistolas imaginárias formadas com o indicador e o polegar, este imitando o cão do revólver, aquele o cano.
Em situação tão inusitada, o educador, não podendo apreender equipamentos bélicos inexistentes nem cortar os dedinhos assassinos, só tem um caminho a seguir: investigar cientificamente de onde os meninos tiraram a idéia extravagante de que polícias e ladrões troquem tiros, e em seguida submetê-los a rigoroso treinamento de sensitividade para que entendam que essas duas classes de profissionais jamais se entregam a semelhante exercício.
Aí novamente os nossos vizinhos do norte muito teriam a aprender com a experiência brasileira. Por aqui não tiramos as armas somente das mãos das crianças, mas da sua mente, dirigindo sua atenção desde a mais tenra idade para práticas mais saudáveis como a masturbação solitária ou coletiva e a interbolinação de ambos os sexos.
Infelizmente, a dureza implacável do universo reacionário tem impedido que tão salutar medida surta os efeitos esperados. As forças do além coligam-se para frustrar as iniciativas mais belas dos nossos governantes iluminados e intelectuais progressistas.
Numa verdadeira conspiração voltada a desmoralizar especialmente a nossa mídia tão merecedora do nosso respeito e consideração, que com desvelo maternal nos adverte diariamente para a crescente epidemia de violência assassina nos EUA, o número total de homicídios naquele país vem diminuindo despudoradamente nas últimas três décadas, passando de 9,8 por cem mil habitantes em 1981 para menos da metade (4,7) em 2011, malgrado o aumento prodigioso do número de armas legais em posse da população civil.
No nosso país, ao contrário, com um controle de armas cada vez mais severo, a proibição total de brinquedos em forma de armas e as sucessivas campanhas de entregas voluntárias de revólveres, pistolas, rifles e espingardas ao governo, o número de homicídios duplicou no mesmo período, chegando a uns 36 por cem mil habitantes em 2010. Oh, mundo injusto!
É verdade que, no mesmo período de um ano, segundo as estatísticas oficiais, quatrocentos mil cidadãos e cidadãs dos EUA salvam suas vidas reagindo à bala contra serial killers, assaltantes, estupradores etc. Desgraçadamente as almas de pedra dos reacionários e sócios da National Rifle Association ainda se recusam a entender que para impedir oito mil assassinatos vale a pena fomentar outros 392 mil.
29 de janeiro de 2013
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.
VENEZUELA E COLÔMBIA, SOB O JUGO DOS DITADORES CASTRO
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo
Tudo está sendo controlado desde Havana, das ordens emanadas dos irmãos Castro. Dos Castro é que vêm documentos assinados por um Chávez enfermo de UTI.
Em 9 de dezembro de 2012, o ditador Hugo Chávez fez um pronunciamento informando que deveria voltar a Cuba para realizar outra cirurgia, uma vez que o câncer que o acometia há alguns anos havia regressado.
Nesse pronunciamento, Chávez admite a possibilidade de não voltar em condições de tomar posse do seu novo mandato ou de morrer antes disso. Pede aos seus seguidores que, se isto ocorrer, elejam Nicolás Maduro para que a “revolução bolivariana” possa seguir seu curso.
Chávez sabia, como todos na Venezuela, que seu então mandato se extinguiria em 10 de janeiro de 2013, assim como a vice-presidência, todos os ministérios e cargos do poder judiciário, e que nesta data ele deveria se juramentar para o novo período ante a Assembléia Nacional (AN) ou, em caso de impossibilidade, ante o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Isto é o que reza a Constituição.
Reza também na Carta Magna que, se o presidente eleito não estiver em condições físicas ou psicológicas de tomar posse, ou ainda renunciar, o presidente da AN assume a presidência da República e convoca novas eleições para 30 dias depois.
Ocorre que a saúde de Chavez piorou muito - ou ele morreu - e no dia 10, mesmo sem apresentar um boletim médico oficial atestando sua incapacidade física de juramentar-se, Nicolás Maduro, que naquele dia também encerrava suas funções como vice-presidente, convoca uma mega manifestação na AL, convida mandatários dos países aliados da ALBA e do Foro de São Paulo e anuncia perante uma multidão em histeria coletiva que o TSJ endossara seu pedido de “adiar” a posse, alegando que a prescrição da data era apenas um “formalismo” e que Chávez se juramentaria “quando estivesse em condições”.
Assim, a nomenklatura chavista deixou bem claro que as leis são meros “formalismos burgueses” e que a Constituição, escrita pelo próprio chavismo, não necessita ser cumprida ou respeitada por eles.
A presidente do TSJ, Luisa Estella Morales, que já fora exonerada do cargo três vezes por “vender sentenças”, apressou-se em assinar a aposentadoria de 6 magistrados para que não pudessem interferir na decisão inconstitucional, e ela mesma, que deveria deixar o cargo em 10 de janeiro, pudesse seguir usurpando o cargo e validar a ilegalidade.
A oposição fez uma denúncia à OEA sobre a violação ocorrida mas seu Secretário Geral, o comunista José Miguel Insulza, lavou as mãos e convocou uma assembléia ordinária. Nesta reunião, apenas o embaixador do Panamá apontou a irregularidade e exigiu que se cumprisse a Constituição, o que lhe rendeu uma demissão do cargo.
O embaixador do Canadá sugeriu enviar uma comissão à Venezuela mas foi voto vencido e todos os demais, dependentes dos petro-dólares de Chávez, acataram a usurpação coletiva de funções de todos os que hoje mandam na Venezuela.
E de onde vêm todas estas decisões? Tudo está sendo controlado desde Havana, das ordens emanadas dos irmãos Castro. Dos Castro é que vêm documentos assinados por um Chávez enfermo de UTI. Foi deles que veio a nomeação de Elías Jaua como novo Chanceler e Maduro como vice-presidente de um cargo que não foi efetivado. É dos Castro a decisão de enviar mais de 4.500 militares para controlar tudo o que ocorre na Venezuela. Mas é dos Castro, também, o controle sobre os “acordos de paz” entre as FARC e o governo da Colômbia.
Quando Honduras e Paraguai depuseram seus presidentes, rigorosamente dentro do estabelecido por suas Constituições, o Brasil encabeçou a condenação desses países punindo-os com o não-reconhecimento dos novos presidentes. Naquela ocasião, como hoje na Venezuela, as leis foram violadas para favorecer seus camaradas.
Entretanto, no encontro do CELAC que ocorre este fim de semana no Chile, um dos maiores violadores de leis e desrespeito à dignidade da pessoa humana, que é Cuba, recebeu o ditador Raúl Castro com honras de chefe de Estado e no domingo o presidente Sebastián Piñera passa a presidência pró-tempore da organização ao ditador cubano. Ao Paraguai, entretanto, foi vetada a participação.
Como se pode ver, o poder dos irmãos Castro segue de vento em popa em toda a região, fazendo com que até democracias como Colombia e Chile se curvem reverentes ante suas botas e mãos manchadas com o sangue de milhares de vítimas.
29 de janeiro de 2013
Graça Salgueiro
http://notalatina.blogspot.com
JUSTIÇA LIVRA CID GOMES DE DEVOLVER DINHEIRO GASTO COM CACHÊ DE IVETE
A Justiça do Ceará rejeitou a ação do Ministério Público Federal que obrigava o governador Cid Gomes (PSB) a devolver o dinheiro gasto com o cachê da cantora Ivete Sangalo pelo show de inauguração do Hospital Regional Norte, em Sobral (233 km de Fortaleza).
A ação pedia que Gomes restituísse os R$ 650 mil do próprio bolso. Porém, a juíza Elise Avesque entendeu que a Justiça Federal não tem competência para julgar o caso porque não houve dinheiro federal no pagamento do cachê.
O MPF acusa o governador de violar o “princípio da moralidade administrativa” ao desviar dinheiro público de sua finalidade.
29 de janeiro de 2013
claudio humberto
EDUARDO CAMPOS QUESTIONA ALLIANÇA PT-PMDB
Em entrevista a jornal, presidente nacional do PSB diz que há risco quando "a aliança política não corresponde à aliança social"
O governador de Pernambuco Eduardo Campos , presidente nacional do PSB, questionou a aliança PT-PMDB, que deve ser mantida na disputa presidencial de 2014, em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal sergipano Cinform. "Há um grande risco para quem monta coalização para governar quando a aliança política não corresponde à aliança social feita para ganhar a eleição", disse ele. "Acho que a expressão que o PMDB começa a tomar nessa aliança é muito maior do que o que o PMDB representa na sociedade brasileira e isso, um dia, é resolvido - ou pelos políticos ou pelo povo".
Poder Online: O que Eduardo Campos tem dito ao PT
"A gente já viu, em outros momentos, alianças políticas que foram feitas em determinadas conjunturas e que tentaram impor à sociedade a sua manutenção e o povo rapidamente não consentiu e a desmontou", afirmou o governador, ao lembrar que em 1986 o PMDB elegeu governadores de todos os demais Estados do Brasil, exceto em Sergipe, onde o PFL venceu a eleição com Antônio Carlos Valadares. "Mas, três anos depois, aquela mesma aliança de forças que havia participado disso tudo foi varrida das urnas, e dois candidatos fora do processo, que eram àquela altura o Lula e o Collor, de 1989, foram exatamente a expressão da sociedade brasileira".
Campos, que tem buscado se fortalecer nacionalmente como uma opção em uma futura disputa presidencial, evitou, no entanto, comentar a sucessão. Repetiu, na entrevista, - concedida semana passada, quando foi homenageado em Aracaju pelo Instituto Luciano Barreto Junior (ILBJ) - que ainda é cedo para se discutir o assunto. E reafirmou seu apoio à presidente Dilma Rousseff.
Indagado sobre o que teria a mostrar ao Brasil, mesmo que em 2018, destacou que "Pernambuco, como uma fração do Nordeste, e esta região como um todo, têm sido muito importantes para a travessia do Brasil". Segundo ele, esse último ciclo de expansão econômica que se deu só aconteceu pela vontade política dos nordestinos, que garantiram as vitórias do projeto político que fez o Brasil retomar o crescimento de maneira expressiva.
"Só suportamos a crise econômica de 2008 para cá porque o Nordeste foi a parte do Brasil que mais cresceu. E o Nordeste revela, hoje, talentosos quadros políticos que têm feito administrações excelentes, dos mais diversos partidos, em Governos de Estado ou de Municípios. De modo que o Nordeste, que era visto pelo Sudeste como uma parte atrasada do Brasil, de práticas patrimonialistas, coronelescas, e coisas desse tipo, hoje já é claramente para o País não um problema, como esses alguns achavam, mas uma solução. Se somos a solução na economia, poderemos, sim, também ser na política - na medida em que possamos entender que é a hora de renovar a política, não com discursos, com práticas que transformem a política em algo que a sociedade respeita".
PSB sabe fazer
"Não é por teses regionalistas que nós devemos começar o debate, mas nenhum projeto nacional pode desconhecer as desigualdades que ainda marcam a cena regional brasileira, sob pena de ele cair em descrédito absoluto". Elas são gritantes, frisou, ao destacar que mais da metade da pobreza do Brasil ainda está no Nordeste.
Considerou fundamental que, para governar o País, se consiga enxergar esse Brasil profundo. "Ninguém governará mais o Brasil se não vier com olhar, sentimentos, marcas e compromissos desse Brasil profundo - porque esse Brasil profundo não aguentará mais governos de punhos de rendas, governos dos grandes salões de Brasília".
À indagação do Cinform se o PSB tem planejamento para deixar de ser coadjuvante na cena política nacional, o presidente da legenda afirmou que o seu partido vem crescendo, eleição a eleição, "porque sabe fazer".
29 de janeiro de 2013
Angela Lacerda, Agencia Estado
"É MELHOR RESPONDER, PRESIDENTE DILMA"
Poucos tópicos em economia são mais suscetíveis de distorções e de autoengano do que a questão do crescimento. Só é superado pelo da inflação, como sabemos bem. Também é certo que poucos desafios econômicos têm tanta rentabilidade eleitoral quando enfrentados com competência. Para o analista político têm a virtude de escancarar a quintessência da economia política.
Pois "o que faz da economia política economia política é a política", destaca Andrew Hurrell, um dos teóricos de relações internacionais de maior destaque. O problema torna-se grave em conjunturas nas quais as duas questões andam juntas, como neste início de 2013.
Pode tomar contornos agudos quando a solução é postergada, pois a hora da verdade contém o risco de uma reversão abrupta das expectativas de bem-estar e mobilidade social ascendente das classes C e D, um dos ativos eleitorais do governo. Também porque aumentam o teor de desconfiança do setor privado em relação aos fundamentos da economia.
Além de diminuir sua disposição para investir, ampliando a oferta e reduzindo as pressões inflacionárias, promove uma seleção negativa, em benefício daqueles cujo animal spirit desperta apenas quando protegidos pelo Estado dos ventos da competição.
O problema é que o "pibinho" e a taxa de mais de 6% de inflação são fatos e os fatos são subversivos. Obrigam a uma correção de rumos, não só em termos de agenda econômica, mas de discurso político, do governo e também de seus críticos.
Pois é necessário iniciar dois movimentos: uma reflexão profunda sobre os limites do "modelo" de crescimento vigente até aqui e novos padrões de comunicação que tornem acessíveis à população os porquês de seu eventual esgotamento. Com isso estaremos em maior sintonia com os avanços observados no cenário internacional, no qual o tema dos limites estruturais do crescimento ganha força.
É pelo debate desse tema que se estabelece a linha divisória entre conservadores e progressistas, entre pessimistas e otimistas quanto às tendências globais do capitalismo. A revista britânica The Economist de 12 a 18 de janeiro dá conta desses movimentos, de forma pluralista.
Uma das lições que nos interessam é que os limites do crescimento econômico têm uma forte dimensão estrutural. Logo, é insuficiente circunscrever o debate aos erros e acertos da política econômica. Nesse registro, um outro recado, implícito: a austeridade fiscal e a disciplina monetária ajudam, mas não podem tanto diante de desajustes estruturais.
No nosso caso, entre oferta (leia-se investimento, privado e público) e uma demanda superdimensionada. Impõe-se, portanto, uma revisão da agenda econômica, acompanhada por padrões de comunicação condizentes com a redistribuição de penalidades - e não só de privilégios - inerente a toda e qualquer mudança de rumos. Porque reformas necessariamente têm uma dimensão redistributiva.
O tom oficial é defensivo, embora pareça o contrário: "nada a explicar", mas "tudo a justificar". As últimas semanas ilustram bem o quanto essa polifonia é dissonante, beirando a cacofonia.
Exemplo: "Meu querido, não respondo a essa pergunta" foi a resposta da presidente Dilma Rousseff à questão de um repórter sobre os preços das passagens de metrô e ônibus, referência à minimização das pressões inflacionárias via acordos com prefeitos e governadores para adiar os aumentos programados. E complementou: "Respondo, sim, a perguntas sobre a redução das tarifas de eletricidade".
Esse tom de monólogo autocrático, similar ao adotado em cadeia nacional para justificar a opção do governo pelo controle artificial de preços e pelo uso intensivo das estatais sob sua tutela, dá o que pensar sobre o que há de velho e de novo na retórica e também na política oficial. Não era essa uma das maquiagens preferidas nos tempos da ditadura?
Outro exemplo: na semana em que o ministro Fernando Pimentel louvava nossos feitos no front da exportação em artigo na Folha de S.Paulo, as estatísticas oficiais revelavam o desempenho adverso da balança comercial - e expunham a olho nu a ausência de uma política comercial.
A última ata do Banco Central, por sua vez, apresenta um diagnóstico bastante distinto da retórica da presidente e do ministro da Fazenda, como registra Celso Ming na edição do dia 27 deste jornal.
A contabilidade criativa do Ministério da Fazenda também foi objeto de espinafração do ex-ministro Delfim Netto, o principal assessor econômico da presidente.
A questão é que essa retórica é irracional, por ociosa, mesmo levando em conta que está dominada por um cálculo político racional, de tipo eleitoral. Por quê? Porque ilustra bem os limites que a nossa democracia e a vigência de um espírito capitalista minimamente empreendedor impõem à sua eficácia.
Um deles é a multiplicidade de instituições que produzem indicadores e prospecções com suficiente autonomia e competência técnica, divulgados por uma mídia razoavelmente competitiva.
Há o Banco Central, o IBGE, as várias consultorias econômicas, as ONGs voltadas para o controle das atividades do governo e a literatura jornalística especializada.
O segundo tipo de limite se situa na imbricação entre economia capitalista e política democrática. Em toda democracia há um hiato entre o acesso quase instantâneo da população aos indicadores relevantes e a capacidade de elaborá-la.
Quando se trata de crescimento e de custo de vida, o hiato reduz-se: a população tem incentivos imediatos para buscar as razões dos indicadores adversos. Por isso a forma como esse hiato será preenchido, pelo discurso oficial e pelo das oposições, ganha relevância.
Questão de demanda. Nessa área, a oferta de indicadores e de análises existe para todos os gostos. Por essas e outras, diferenças de perfil à parte, Dilma não pode ser Cristina.
29 de janeiro de 2013
Lourdes Sola, O Estado de São Paulo
Assinar:
Postagens (Atom)