Algo mudou
“Algo virou de cabeça para baixo. Vamos ter que repaginar a base do governo. Do jeito que está não dá. Temos que ver quem tem cargo”.
José Guimarães, líder do PT na Câmara, irmão de José Genoino e ex-chefe do assessor que inventou a cueca-cofre, explicando em dilmês erudito que todos os contratos de aluguel precisam ser revistos e, se for o caso, reajustados.Quarto dos fundos
“Quem já viveu aqui neste palácio, como eu estou vivendo há 11 anos, já viu o balão subir e descer tantas vezes que a gente tem que ficar sereno. Quem viu 2005, onde já era proclamado por vários editorialistas que o Lula tinha acabado, que não teria reeleição, tem que ter muita serenidade agora”.
Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e caixa preta do PT, revelando que há mais de dez anos come e dorme de graça no Palácio do Planalto, que já foi a Pensão do Lula e agora virou Pensão da Dilma.Homem de bem
“Eu fui relator de uma medida provisória que de uma vez só mandou R$ 30 bilhões para o BNDES. É essa prioridade que a partir de agora nós vamos ter que discutir: se é necessário mandar o dinheiro para a educação, se é necessário criar uma carreira para contratar médicos com recursos do governo federal, ou se é importante manter 39 ministérios”.
Renan Calheiros, no encontro dos prefeitos em Brasília, confirmando que manifestações de rua de bom tamanho fazem milagres.Coisa recente
“Tenho visto barbaridades feitas aqui no Senado nos últimos dias”.
Delcídio Amaral, senador pelo PT de Mato Grosso do Sul, sobre a ‘agenda positiva’ imposta por Renan Calheiros, como se nos dias, meses e anos anteriores não tivesse visto nenhuma barbaridade na Casa do Espanto.Chegou de Marte
“O que temos que fazer diante desse quadro de desonerações de impostos: dar mais prioridade aos municípios no Fundo de Participação dos Municípios e fazer atualização per capita dos programas federais ou mandar 80, 90, 100 bilhões de reais para o BNDES emprestar a meia dúzia de empresários?”
Renan Calheiros, no encontro dos prefeitos em Brasília, fazendo de conta que acabou de saber que Eike Batista existe.Fantasma bom de voto
“Em todas as cenas que eu vi das manifestações nas ruas, eu não vi em nenhuma faixa escrito que era para se tirar os suplentes de senadores. Eu não vi essa placa nas manifestações de rua. Ninguém pode dizer que eu não disputei as eleições para o Senado. Primeiro, porque eu subi os morros, eu subi as favelas do Rio de Janeiro para pedir voto para o meu senador e para pedir voto para mim também”.
Eduardo Lopes, suplente de senador que assumiu a vaga quando o titular Marcelo Crivella foi transferido para o Ministério da Pesca, ao comentar a derrubada pelo Senado da PEC que proibia os pais da pátria de escolher como suplentes cônjuges e parentes de até segundo grau e que reduzia para um o número de suplentes, jurando que, embora seu nome nem aparecesse na tela da urna eletrônica, foi muito bem votado.Exemplo de superação
“Eu quero começar dirigindo um comprimento às prefeitas e aos prefeitos, às primeiras-damas e aos primeiros-damos presentes à Marcha em Defesa dos Municípios”.
Dilma Rousseff, em Brasília, internada por Celso Arnaldo ao mostrar que está se esforçando para tornar mais grotescos, a cada dia, os piores cumprimentos jamais feitos na história dos discursos republicanos ─ fora o resto.Ladroagem cara
“Nossos custos são mais caros, o Brasil hoje é um país muito caro em tudo, em impostos”.
Aldo Rebelo, ministro do Esporte, em entrevista à Folha, ao tentar explicar a gastança com os estádios construídos para a Copa da Ladroagem, sem esclarecer se o item “impostos” inclui os bilhões de reais destinados a propinas, comissões, subornos e outros pagamentos por fora.Como é que é?
“O preço, quando você calcula a partir do preço do assento, está na média da África do Sul”.
Aldo Rebelo, ministro do Esporte, em entrevista à Folha, ao tentar explicar em dilmês vulgar por que os estádios construídos para a Copa 2014 são os mais caros do mundo, confirmando que quem conversa com Dilma Rousseff mais de uma vez por mês se torna incapaz de dizer coisa com coisa.Bandidagem de estadista (2)
“O governador Sérgio Cabral encara como uma perseguição ao seu mandato informações que soem como ‘denúncias’ quanto ao uso de helicópteros do Estado”.
Sérgio Cabral, disfarçado de assessoria de imprensa do governo do Rio de Janeiro, jurando que não enxerga nada de errado no uso do helicóptero oficial, patrocinado pelos pagadores de impostos, para transportar a mulher, os filhos, as babás e o cachorro Juquinha para os fins de semana na casa de praia em Mangaratiba.11 de julho de 2013
Augusto Nunes