"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 17 de junho de 2013

EMBOTAMENTO E DESCRENÇA

 

Ando meio embotado e não sei por quê. Afinal, meu esporte predileto é bater e “nunca antes na história deste país” houve tanta gente merecendo apanhar.
 
Até me veio à cabeça a luta entre George Foreman e Cassius Clay (recuso-me a chamá-lo com seu nome islâmico) pelo título mundial dos pesados em 1974 em Kinshasa, no então Zaire, quando Foreman, até então campeão, bateu sem piedade em Clay durante sete rounds para depois cair no oitavo e não levantar mais.
 
Eu não pretendo cair como Foreman, definitivamente, mas confesso que ando cansado de bater. Enjoado de mim mesmo. É sempre a mesma coisa, a mesma gentinha, os mesmos ratos imunes a qualquer veneno que foram parar no poder por obra e graça de um povo sem vergonha, sem educação e sem fibra, de uma elite (olha eu falando dela!) empresarial que não está nem aí para o país, que enquanto der dinheiro a eles nada mais importa, e de uma “intelectualidade” que só nos faz rir e lamentar pelas suas posições políticas - Emir Sader e Marilena Chauí, o casal 20 do “pensamento” petralha, são uma comédia.
 
Aliás, sobre essa “intelectualidade” eu vou esticar um pouco. Existem “intelectuais” que hoje posam de coerentes, que, por serem grandes formadores de opinião, foram também os responsáveis por esse lastimável estado de coisas que hoje se encontra o Brasil quando estavam do outro lado. Cito alguns: Gullar, Jabor, Gabeira, Ubaldo, Bicudo e o próprio FHC. É preciso lembrar que estes, que hoje são grandes críticos do PT e seus quadrilheiros, já foram durante muito tempo seus fieis incentivadores. Incluo FHC porque além dele ter sido durante um tempo pré-PT uma espécie de mentor de Lula, nada fez para que o apedeuta não o sucedesse, muito pelo contrário: em plena campanha presidencial de 2002 ele foi à França - então grande parceira comercial do Brasil - tranquilizar Jacques Chirac sobre a possibilidade de o PT assumir o poder.
 
Em tempo: destes citados, o único que fez um mea culpa foi Gabeira. Os outros são incapazes de reconhecer que apoiaram a tentativa de troca de uma ditadura militar por uma comunista.
 
Eu até concordo que muita coerência seja sinal de teimosia, que mudar de opinião não é vergonha e depende das circunstâncias, mas o que me incomoda é uma coisa que até hoje não consegui entender: por que estes e outros apostaram em um analfabeto rodeado de notórios terroristas, assaltantes, sequestradores e assassinos quando tinham a opção de continuar com Serra um governo que foi exitoso em quase todos os setores? Deu pane de crânio em todo mundo? Foram vencidos pelo marketing do retirante nordestino? Realmente acreditavam que Lula seria melhor do que Serra e FHC - que forçosamente continuaria como eminência parda? Achavam que um homem que não sabe o que é direita ou esquerda, a não ser quando olha o relógio que “dona” Marisa lhe coloca diariamente no pulso esquerdo, iria seguir um modelo socialista europeu?
 
Pois é. Faltam explicações lógicas, mas quem sou eu para cobrá-las de tão incensados gurus do pensamento da classe média, cujos artigos a gente recebe aos montes por e-mails de amigos?
 
Como eu disse no início, ando meio embotado. E cada vez mais descrente.
 
17 de junho de 2013

PT TENTA DESQUALIFICAR A GRANDE VAIA NA DILMA


O ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, disse nesta segunda-feira, 17, que o governo em geral e a presidente Dilma Rousseff estão "preocupados" com as manifestações, mas pediu que "ninguém se precipite a tirar proveito político de um lado ou de outro, para que não se tire conclusões apressadas".
Perguntado se o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que é possível candidato ao governo de São Paulo, já havia politizado a questão, Gilberto respondeu: "Escrevam isso. O Cardozo não é candidato ao governo de São Paulo. Ele é ministro da Justiça e falou como ministro. Essa politização não é boa. Ele foi prudente". E emendou: "ele fala como ministro da Justiça e eu, do diálogo".

A maior do preocupação do Planalto é que as manifestações são "difusas" e "crescentes" por todo País, sem liderança específica e por diversas motivações. Segundo Gilberto, o governo vai dialogar com os movimentos e ressaltou que a orientação é para as polícias evitarem violência. Mas ressalvou que "não vamos nos furtar de assegurar a lei e a ordem, mas de maneira pacífica e negociada".

Sobre as vaias à presidente Dilma, no sábado, na abertura da Copa das Confederações, o ministro Gilberto declarou: "houve vaias no estádio e, no mesmo momento, um grande aplauso à presidente Dilma aqui nos telões. Quase 200 mil pessoas aqui na Praça aplaudindo. Democracia é assim. Ditadura é que é fácil", afirmou.

Carvalho recebeu nesta tarde, no Planalto, representantes do movimento "Copa para quem?" que vieram denunciar o cerceamento da liberdade de expressão do grupo, a perseguição política dos funcionários públicos do Governo do Distrito Federal (GDF) que participaram das passeatas e a criminalização dos integrantes das mobilizações.
Em entrevista, Gilberto Carvalho falou da preocupação do governo com as movimentações crescentes e disse que "é preciso traduzir" o que está acontecendo no País, já que os movimentos são por diferentes motivos e em várias cidades e feitos por distintas lideranças.

Ao explicar a preocupação do Planalto com as manifestações, Gilberto Carvalho disse que elas devem chamar a atenção de todos do governo e nos levar a fazer perguntas.
"Os grandes eventos não vão ser colocados em risco de maneira nenhuma", assegurou Gilberto, acrescentando que será preciso fazer um esclarecimento sobre tudo que está sendo feito para a população, que ficará de legado, como resultado da Copa, mostrando isso.
(Estadão)
 
17 de junho de 2013
in coroneLeaks

MANIFESTANTES INVADEM O CONGRESSO E OCUPAM O ESPAÇO SOB AS CÚPULAS

O clima ficou tenso e a polícia chegou a usar sprey de pimenta. Os manifestantes entraram no espelho d'água do Congresso com faixas e cartazes
 
Depois de vaiada no Mané Garrincha, Dilma amarela e diz que 'manifestações pacíficas são legítimas' no país

 

Estudantes tomam o espelho d`água em frente ao Congresso Nacional
Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
Estudantes tomam o espelho d`água em frente ao Congresso NacionalGivaldo Barbosa / Agência O Globo

A polícia não conseguiu conter os estudantes na capital federal. Por volta das 19h20, um grupo conseguiu romper a barreria policial e subiu na laje do Congresso, pelo lado esquerdo, sob as cúpulas. Eles estenderam uma faixa pedindo “não à violência” e gritavam:
 
— Vamos invadir o Congresso!
 
— O Congresso é nosso!
 
Por duas vezes o grupo se movimentou de um lado para o outro, com alto risco de alguém cair de uma altura de mais de cinco metros. Policiais se deslocaram para proteger o Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff já deixou o local.
 
Mais cedo, alguns tentaram subir a rampa e foram impedidos pela Polícia Legislativa e a Polícia Militar. A polícia chegou a fazer uso de sprey de pimenta para conter o grupo e o clima ficou tenso. O comando da PM estimou que 5 mil pessoas participam do protesto.
 
Os manifestantes entraram no espelho d'água do Congresso com faixas e cartazes. Houve um empurra-empurra entre policiais e manifestantes que tentam romper barreiras, e alguns dos integrantes do protesto jogaram garrafas d'água na direção dos policiais. Os manifestantes gritavam:
 
— Quem não pula tá com a Dilma!
Desde o início da manifestação, a cavalaria da PM faz o monitoramento dos dois lados do Eixo Monumental. Por volta das 18h50, aconteceu um momento de pancadaria dentro do espelho d'água. Policiais tiveram de entrar no lago artificial para conter o avanço de manifestantes e chegaram a usar spray de pimenta. Em resposta, alguns estudantes responderam espirrando água nos policiais. O estudante identificado como Pedro Augusto, de 19 anos, foi encaminhado para a Departamento da Polícia Legislativa.
 
Os manifestantes protestaram contra a presença do pastor Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos, e também contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A presidente Dilma Rousseff também é alvo dos estudantes.
 
— Oh Dilma, que papelão. Foi guerrilheira, agora apoia a repressão – gritam.
 
Eles saíram do Museu Nacional em passeata utilizando duas faixas do Eixo Monumental, mas chegaram a bloquear toda avenida apesar da PM tentar controlar com um cordão de isolamento. Boa parte dos estudantes participou do protesto que chegou até a frente no estádio Mané Garrincha, no último sábado, e que foi duramente repreendido pela Polícia Militar do Distrito Federal.
 
A convocação para o protesto de hoje foi feita pelas redes sociais. Os estudantes gritam palavras de ordem e levam faixas e cartazes: “Presidenta, já que você estava acostumada tomar borrachada desce aqui e ajuda a moçada” - diz um cartaz .
 
Os estudantes criticam os altos gastos para a Copa das Confederações, Copa dos Mundo, e a violência da polícia em São Paulo, Rio de Janeiro e também em Brasília.
 
- Fizemos contatos com todas as marchas existentes em Brasília. Colocaram os estudantes como terroristas e o queremos é apenas uma marcha pela paz - disse o estudante Jimmy Lima, de 17 anos, que cursa o 3º ano de ensino médio em uma escola pública.
 
Jimmy foi o responsável por criar uma página em rede social para a “marcha do vinagre” - uma rede de protesto nacional que também chegou a capital federal. O vinagre é usado pelos manifestantes para diminuir os efeitos de irritação alérgica provocada pelas bombas de gás lançadas pela polícia. No sábado, 39 pessoas ficaram feridas por balas de borracha e bombas de gás.
 
Ministro recebe manifestantes
 
O ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, recebeu, na tarde desta segunda-feira, representantes do movimento "Copa pra quem?", um dos que protestaram no estádio Mané Garrincha, na abertura da Copa das Confederações, no sábado. A reunião continua no Palácio do Planalto.
 
Pela manhã, Gilberto se reuniu com Rodrigo Montezuma e Illyusha Montezuma, do Instituto de Fiscalização e Controle. Ele não estava na manifestação, mas Illyusha participou.

17 de junho de 2013
Vinicius Sassine, Evandro Éboli, Luiza Damé e Jailton de Carvalho - O Globo

CIRCO PEGA FOGO E RENAN GASTA UMA GRANA PARA DIVULGAR IMAGEM DOS SENADORES

Como protesto algum estivesse acontecendo nas ruas do país, Renan resolve gastar rios de dinheiro para divulgar imagem dos senadores em seus Estados. Entre outras coisas, serão instalados novos canais da TV Senado em 10 capitais 
 
Renan Calheiros (Foto: Ag Senado)
Renan Calheiros: para "divulgar o trabalho" dos senadores, principalmente em seus Estados, serão gastos 15 milhões de reais só este ano (Foto: Agência Senado)
 
Até parece que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, vive em Marte.
 
Num momento em que protestos contra aumento de passagens de ônibus em várias cidades se espalham para outras e passam a abarcar várias outras mazelas do país, e num período em que o prestígio dos políticos está péssimo nas pesquisas de opinião pública, ele resolve gastar uma dinheirama para “divulgar o trabalho” dos senadores — e, claro, dele próprio — nos Estados.
 
O Senado já sustenta uma enorme máquina de divulgação: tem uma emissora de TV, uma emissora de rádio, uma agência de notícias e um jornal, que empregam mais de mil pessoas. Isso, porém, para o senador, parece pouco.

Leiam a reportagem abaixo e tirem vocês mesmos suas conclusões:
 
Renan cria máquina de divulgação nos Estados
 
Numa cruzada para expandir a exposição do trabalho dos parlamentares pelo país, especialmente nos seus Estados, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acelerou o ritmo de implantação de veículos oficiais de comunicação da Casa.
 
Ao custo de mais de 15 milhões de reais somente neste ano, Renan quer montar uma máquina de comunicação com o aumento da presença da TV e da Rádio Senado.
 
Essa operação ocorre no momento em que o presidente alardeia que enxuga custos, com previsão de economia de 316 milhões de reais em dois anos.
 
A previsão é que, com a compra de equipamentos para a instalação de novos canais de televisão em 10 capitais, todos dotados de tecnologia digital, o Senado gaste 12,7 milhões de reais em 2013. A Casa também custeará, por mais de 2,5 milhões até o final do ano, a aquisição de transmissores de rádio em nove Estados.
 
Nos dois casos, o Senado terá de firmar parcerias com órgãos públicos locais para veicular a sua programação.
 
A estrutura de comunicação que vem sendo montada por Renan será maior do que a implementada pelo ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) nos últimos quatro anos.
 
Nas duas gestões Sarney, sete canais de TV começaram a operar. Até completar um ano e meio na presidência, em julho do ano que vem, Renan quer instalar o canal institucional com tecnologia digital em outras 12 capitais: Palmas, São Luís, Goiânia, Boa Vista, Macapá, Belém, Teresina, Maceió, Curitiba, Porto Velho, Aracaju e Campo Grande. Em Cuiabá, João Pessoa e Rio de Janeiro, a Casa pretende melhorar o sinal de analógico de TV para o digital.
 
A expectativa é a de que Renan encerre sua presidência em 2014 com a TV Senado em 25 capitais. Somente Florianópolis e Vitória não tem, até o momento, previsão de sinal do canal para cobrir as atividades do Legislativo federal. Em Natal, Rio Branco e Salvador o sinal permanece analógico.
 
Os gastos com a ampliação dos veículos de comunicação do Senado contam com a simpatia de aliados e até oposicionistas, que podem se beneficiar eleitoralmente da medida. “Ele (Renan) está acelerando e ampliando até pela intenção de dar mais transparência às ações da Casa”, afirmou o segundo vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). “Tem que economizar em outras coisas, com a expansão da TV, não. É uma medida de transparência”, defendeu o vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR).
 
A máquina de comunicação não se restringe apenas à compra de equipamentos.
 
Nove servidores, entre jornalistas, técnicos e engenheiros, foram designados para cuidar especificamente do projeto.
 Eles integram o Grupo Estratégico da Expansão da TV e Rádio Senado.

Após retornar à presidência do Senado em fevereiro, depois de renunciar ao cargo em 2007 para evitar a cassação, Renan tem se esforçado em adotar uma política de visibilidade do trabalho dos senadores em seus Estados.
A intenção é acabar com a ideia de que senador só trabalha de terça a quinta ao criar uma agenda positiva para eles, o que pode trazer benefícios eleitorais indiretos para quem for concorrer em 2014.
 
Estrutura.
 
A Secretaria de Comunicação Social do Senado negou que a implantação da nova estrutura de comunicação seja fruto dos desejos do presidente. Recursos previstos em orçamento e condições técnicas para levar adiante o projeto teriam garantido a ampliação. A secretaria disse não ter informações sobre custos dos equipamentos de produção da TV e da rádio, já que grande parte do sistema atual foi adquirido na inauguração, há mais de 15 anos

17 de junho de 2013
Por Débora Álvares e Ricardo Brito, do jornal O Estado de S. Paulo
 

O PESADELO DA COCA-COLA E DA PEPSI NO SUDÃO

Internacional                

 
Os últimos ataques dos rebeldes sudaneses, num dos mais importantes centros de cultivo de goma-arábica, inquietam as multinacionais. A goma-arábica é responsável por não deixar o açúcar desprender-se da bebida gaseificada e empilhar-se no fundo da lata. Embora seja difícil precisar os números, o Sudão exporta algo entre 40% e 70% de toda goma-arábica mundial.

 
 
Em 1997, honrados legisladores do Congresso dos Estados Unidos estavam extremamente descontentes com o governo do Sudão, o qual acusavam de patrocinar o terrorismo e perseguir minorias religiosas. O problema real era simples: o Sudão havia oferecido refúgio a Osama Bin Laden, que já naquela época era um homem bastante impopular. Como punição, o Congresso norte-americano aprovou um pacote de duríssimas sanções que limitaram severamente a capacidade sudanesa de comércio e atrofiaram sua economia.

No entanto, antes que as sanções fossem aprovadas, lobistas que representavam algumas das maiores corporações norte-americanas lutaram para incluírem uma exceção. Eles obtiveram sucesso, como sempre lobistas bem financiados costumam obter. O artigo a ser dispensado era uma resina dura e translúcida conhecida como goma-arábica. O Sudão poderia exportar o quanto eles quisessem dessa goma.




A goma arábica é um produto muito interessante. A cadeia global de fornecimento de matéria-prima que abastece nosso mundo multinacional nos revela algumas coisas surpreendentes (como o coltan, mineral extraído das horríveis minas informais congolesas diretamente para seu novo lindo smartphone). A goma-arábica é a seiva endurecida de uma espécie específica de acácia que cresce no Sudão. Quando seca e pulverizada, ela pode ser usada no que chamamos de "emulcificante comestível", o que podemos traduzir em linguagem leiga como uma cola que podemos comer.
 


Por esta razão, costuma-se usá-la em produtos como goma de mascar e certos medicamentos. Mas, de longe, seu uso mais importante se dá em bebidas gaseificadas, onde a goma cumpre o papel essencial de ligar o açúcar à bebida; sem isso, o açúcar se desprenderia da solução e se empilharia no fundo da lata.

Embora seja difícil precisar os números, o Sudão exporta algo entre 40% e 70% de toda goma-arábica mundial, e a maioria provém ou passa pela pequena cidade empoeirada de El Obaid, numa província chamada Kordofan do Norte. Há outros lugares que produzem esta goma, mas eles tendem a ser tão politicamente instáveis (como, por exemplo, o Chade e a Eritréia) e a qualidade não é tão alta.



É irônico: de Kordofan do Norte, um lugar seco e empoeirado de um país arrasado pela pobreza, provém o ingrediente sem o qual um dos produtos mais lucrativos e icônicos do mundo não poderia ser produzido (ou pelo menos, não de forma tão barata).

Isto tudo é apenas uma pequena parte da explicação de por que os acontecimentos políticos no Sudão podem causar alguns momentos angustiantes para os executivos de empresas como a Coca-Cola e a Pepsi, que são os maiores destinatários da goma-arábica sudanesa (nenhuma das duas companhias revelarão a fonte de seus emulsificantes, provavelmente por causa da publicidade negativa que seria acarretada pela associação das suas imagens com o Sudão).
Em um ataque ousado e inesperado, rebeldes do Movimento por Justiça e Igualdade (MJI) capturaram a cidade de Umm Ruwaba na província de Kordofan do Norte. Umm Rawaba está localizada a 100km de El Obaid, e também é um centro de cultivo da goma-arábica.

Isto foi significativo por duas razões. Primeiro, este é um local distante de onde o MJI costuma realizar suas operações, que se concentram em Darfur (ao leste de Kordofan do Norte), indicando que as ações dos rebeldes possuem um alcance surpreendente. Em segundo lugar, o MJI conduziu o ataque sob a bandeira do Fronte Revolucionário Sudanês (FRS), uma coalizão militar de vários grupos rebeldes de diferentes áreas do Sudão. Essa não é a primeira operação a ser conduzida sob a bandeira do FRS, mas é uma das mais bem sucedidas. Além disso, Kordofan do Norte serve como uma ponte geográfica entre a praça forte do MJI em Darfur e a principal força do FRS, o Movimento do Norte para a Libertação do Povo (MNLP) operando em Kordofan do Sul e nos estados do Nilo Azul. É fácil enxergar o ataque a Umm Rawaba como uma tentativa experimental para transformar bolsões de resistência isolados em uma resistência mais unificada e abrangente.

O ataque ocorreu alguns dias depois de negociações sem sucesso entre o MNLP e o governo sudânes. "Eu acredito que esse ataque foi planejado pelos rebeldes depois do insucesso das conversas em Addis Ababa. É um aviso ao governo de que os rebeldes podem expandir sua luta por outras áreas," declarou um colunista sudanês, Abd al-Latif al-Bony, ao New York Times.

Não demorou, no entanto, para que as tropas sudanesas se organizassem e pressionassem os rebeldes, tirando-os de Umm Rawaba, de acordo com relatórios. Mas o governo sudanês recebeu a mensagem dos rebeldes: a rebelião se espalhou para Kordofan do Norte.

Essa é uma mensagem à qual corporações como a Coca-Cola e a Pepsi, preocupadas com sua cadeia global de fornecedores, estarão, sem dúvida, atentas

17 de junho de 2013
Simon Alisson é um jornalista residente na República da Somalilândia, especializado em questões geopolíticas africanas e do Oriente Médio.

Tradução de Roberto Brilhante.

Fotos: chinabevnews.wordpress.com
 
 
 
 



 
 

 
 


ESSES MARAVILHOSOS MINISTROS DO STF E SEUS INCRÍVEIS HABEAS CORPUS


No dia 24 de dezembro de 2009, escrevi, aqui mesmo, o seguinte sobre o habeas corpus dado por Gilmar Mendes a Roger Abdelmassih, então médico, acusado de abusar sexualmente de suas pacientes enquanto estavam sob efeitos de sedativos:
 
Será que cabe na cabeça de alguém com um mínimo de razão aceitar que o presidente do órgão máximo da Justiça no Brasil, o STF, conceda um habeas corpus a um sujeito em prisão preventiva pela suspeita de ter estuprado 56 mulheres?
 
Leiam só as conclusões absurdas de Gilmar Mendes:
 
a) Sem a demonstração de fatos concretos que, cabalmente, demonstrem a persistência dos alegados abusos sexuais, em momento posterior à deflagração do procedimento investigatório, a prisão preventiva revela, na verdade, mero intento de antecipação de pena, repudiado em nosso ordenamento jurídico;
 
Bom, no mínimo, Gilmar Mendes deve querer um vídeo de sexo explícito, ou coisa que o valha. Se o argumento do juiz fosse sólido o suficiente, as 56 mulheres que se queixaram teriam que ser indiciadas por falso testemunho e formação de quadrilha.
 
b) ao decretar a prisão preventiva, em 17 de agosto de 2009, o juízo da origem não indicou elementos concretos e individualizados, aptos a demonstrar a necessidade da prisão cautelar do ora paciente;
 
“Ora paciente”? De quê?
 
c) o argumento de que, em liberdade, poderia o paciente voltar a cometer a mesma espécie de delito em sua atividade profissional assenta-se em mera especulação, sem mínima base fática que, de forma idônea, demonstre efetiva reiteração em momento posterior ao início da persecução penal;
 
Como é que pode um cidadão nomeado juiz do STF por “notório saber” dizer que é “mera especulação” o fato de um canalha que estupra um 56 mulheres estuprar outras tantas?
 
d) a precariedade de tal argumento mostrou-se implicitamente aceita pelo próprio Ministério Público, o qual, ao requerer o decreto de prisão preventiva, formulou pedido alternativo ao juízo, pleiteando o simples afastamento do paciente da atividade médica caso desacolhido o pleito de encarceramento provisório;
 
O erro do Ministério Público ao pleitear o pedido alternativo ao juízo, pleiteando o simples afastamento do paciente da atividade médica caso desacolhido o pleito de encarceramento provisório não justifica o erro de quem tem o poder máximo de decidir.
 
e) o exame dos autos deixa claro que, em 18 de agosto de 2009, o Conselho Regional de Medicina suspendeu o registro profissional do paciente, afastando a possibilidade de reiteração temida pelo juízo monocrático, nada mais justificando, assim, a manutenção da custódia provisória.
 
Então tá. Roger Abdelmassih está livre, rico e prontinho para fugir do país, já que nem seu passaporte foi confiscado.
 
O pior é que tem mais, muito mais. Há suspeitas que Abdelmassih tenha fecundado um sem número de pacientes com seu próprio sêmen. Mas isso fica para depois.
 
Não precisava ser pitonisa: Abdelmassih fugiu no início de 2011 e até o momento se encontra desaparecido, inclusive figurando na lista de criminosos procurados pela Interpol.

17 de junho de 2013

DISTORÇÕES ELEITORAIS


Tentando entender o absurdo sistema eleitoral proporcional, resolvi simular uma eleição em ritmo de piada, mas a coisa é séria..
Supondo que o estado do Rio de Janeiro tenha tido 1 milhão de votos válidos para deputado estadual (apenas os votos dados aos candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias);
Supondo que há 4 vagas a serem preenchidas;
Supondo que há 2 partidos: o MULA (Minorias Unidas na Luta Ativista) e o BROCHA (Brancos Ricos Ocidentais Capitalistas Heterossexuais e Associados), com 3 candidatos cada um. Então temos:
Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um se superior.
 
Então 1.000.000 / 4 = 250.000. Esse é o quociente eleitoral.
Art. 107. Determina-se para cada partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração.
 
Supondo ainda que o MULA tenha tido um total de 750.000 mil votos e o BROCHA 250.000. Então ficam:
 
Para o MULA: 750.000 / 250.000 = 3 cadeiras
 
Para o BROCHA: 250.000 / 250.000 = 1 cadeira
 
Art. 108. Estarão eleitos tantos candidatos registrados por um partido ou coligação quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
 
Supondo que o resultado da votação nos candidatos, por partido, tenha sido:
 
No BROCHA:
Arnaldo Sabor – 85.000 votos
Ferreira Gulloso  – 85.000 votos
João Obalde – 80.000 votos
Legenda - 0 votos
No MULA:
Chic Buarq –  1 voto
Falsíssimo Veríssimo – 1 voto
José Abriu – 1 voto

Legenda - 749.997 votos
 
Então, teremos eleitos: Ferreira Gulloso, Chic Buarq, Falsíssimo Veríssimo e José Abriu.
Arnaldo Sabor e João Obalde ficaram de fora com 85 e 80 mil votos, respectivamente, enquanto entraram os três do MULA com 1 voto cada, porque os votos na legenda “carregaram” a votação do partido.
Detalhe: Arnaldo Sabor ficou de fora, apesar de ter empatado em primeiro no BROCHA, porque Ferreira Gulloso é mais velho (Art. 110. Em caso de empate, haver-se-á por eleito o candidato mais idoso).
Essa é apenas uma das muitas distorções possíveis de serem causadas pelo nosso Código Eleitoral.
 
 
17 de junho de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




17 de junho de 2013

MUITO ALÉM DOS 20 CENTAVOS

Vão muito além do protesto contra um injusto aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus os motivos das passeatas no Rio.
O que mobiliza as pessoas é a gana de retomar para si uma cidade que os governos do município e do estado entregaram às especulações da Fifa, das imobiliárias, dos tubarões do transporte e das empreiteiras, farreando com dinheiro público e exibindo aquele arrogante sorriso de escárnio contra a sociedade. Tem uma hora que o povo briga pelo que lhe foi roubado.



Nesta guerra de Paes e Cabral contra a população, é claro que são usados a PM e seus infiltrados conhecidos, porque foi justamente para proteger o Estado e a grande burguesia que ela foi criada. Mas, o que a imprensa convencional se nega a ver, é contra o quê bradam as pessoas que apenas exercem o direito cívico de lembrar: se a cidade não for boa a seus munícipes, não há Copa nem Olimpíadas que se justifiquem, por mais que as telinhas insistam em criar um falso consenso festivo em torno dos megaeventos.

A luta das ruas também é contra a destruição do saudoso Maracanã, supostamente para atender a critérios da corrupta Fifa, entregando-o à Odebrecht, tendo Eike como de testa de ferro.

É contra a remoção forçada no Morro da Providência, onde, como nazistas, a Secretaria Municipal de Habitação marca às casas que serão desapropriadas por valor vil.

É contra a Transcarioca, que valoriza condomínios na Barra e tenta expulsar gente como Dona Zélia. que não arreda o pé de sua pequena casa.

É contra os péssimos trens, metrôs e barcas, privatizados quando Cabral era do PSDB e presidia a Alerj, e contra o monopólio das empresas de ônibus amissíssimas de Paes desde quando ele era do finado PFL e que, por isso, nunca enfrentam licitações nem fiscalizações sérias da prefeitura.


É contra hospitais em coma e escolas reprovadas, enquanto o prefeito distribui um jogo em que suas “realizações” viram propaganda pessoal.

É contra Cabral chamar bombeiros de vândalos e deles se servir para resgatar amigos mortos enquanto viajavam no helicóptero de Eike ao regabofe de Cavendish, da Delta, na Bahia.

É contra Cabral a priori imputar a tragédia no bondinho de Santa Teresa ao Nelson, condutor falecido no acidente.

É contra a Justiça proibir o protesto contra o aumento das barcas e impor censura prévia à expressão da opinião.

A luta não é por centavos, como um cínico comentarista afirmou. É para lembrar que cidade é coletivo de cidadão e que só tem sentido se existir para seus munícipes serem nela felizes.
17 de junho de 2013
Carlos Tautz, jornalista, coordenador do Instituto Mais Democracia, transparência e controle cidadão de governos e empresas.

BANCOS QUEBRADOS

 

O economista Aloisio Araújo é membro da National Academy of Sciences, dos Estados Unidos, membro honorário da American Economic Association e vai assumir em julho a presidência da Society for the Advancement of Economic Theory, uma organização internacional de economistas e matemáticos de estabelecida reputação acadêmica.

Em seu discurso de posse, o brasileiro vai abordar os fundamentos teóricos para o redesenho institucional dos sistemas bancários após a grande crise contemporânea.

O uso maciço de recursos públicos para salvar os bancos foi adotado sem quaisquer limites pelos americanos e com alguma moderação pelos europeus, apenas pela influência dos alemães.

Os estudos de Araújo tratam desse tema crítico e atual: a criação de um novo marco legal para liquidação de instituições financeiras. A busca de um equilíbrio entre uso de recursos públicos (bail out) e recursos de grandes credores e acionistas (bail in) nas operações de liquidação financeira de bancos quebrados.

Aloisio Araújo, economista

Como um dos autores de nossa bem-sucedida Lei de Falências, Aloisio defende uma legislação específica para lidar também com os problemas de bancos insolventes. “Sistemas bancários são essencialmente frágeis. O seguro de depósitos evita corridas bancárias ao proteger os pequenos depositantes. O debate agora é sobre os grandes credores e depositantes.

O bail out leva o banco a riscos excessivos, pelo auxílio das autoridades em resposta ao risco sistêmico. Já o bail in usa primeiro os recursos do próprio banco, dos acionistas e dos grandes depositantes, e só em último caso recorre a dinheiro público”, disse o economista em excelente entrevista ao jornal “Valor” há uma semana.

Alerta Niall Ferguson, em “A grande degeneração: como decaem as instituições e morrem as economias” (2012): “A regulamentação deveria reduzir o número e o tamanho dos incêndios financeiros. Mas pode ter o efeito oposto, quando os órgãos reguladores são capturados por aqueles a quem devem regular. Os marcos regulatórios atuais e a própria atuação dos bancos centrais encorajaram muitos bancos aos riscos excessivos.”

Para o historiador britânico, a verdadeira causa do declínio econômico das modernas democracias ocidentais é a decadência de nossas próprias instituições.

17 de junho de 2013
Paulo Guedes, O Globo

´TAMBÉM POR 20 CENTAVOS!


Tá bom, agora todo mundo descobriu que a insatisfação "vai além das tarifas". Descobriram que não é só por causa de vinte centavos a mais no preço das passagenms de ônibus que voltou a voz rouca das ruas.

E não é mesmo. A insatisfação é pela desigualdade social, pela desonestidade dos políticos, dos governantes, pelo caos na saúde, na educação, na segurasnça pública... Mas é também, sim senhor, pelos vinte centavos.

Eles são muito mais que o aumento de salário que foi concedido a essa gente que já não pode pagar o tomate, a batata, o pão, a carne, o arroz e o feijão; que não pode assistir aos jogos da Copa. Os balancetes mensais dos supermercados estão aí, mostrando a queda nas vendas do ano passado para cá. É por vinte centavos também, sim senhor!

O BOM COMPANHEIRO


 O Paraguai ia tão bem... Agora vem a Agência Brasil, órgão de imprensa oficial do governo Dilma, anunciar que em agosto o Paraguai pode voltar ao Mercosul e à Unasul - União de Nações Sul-Americanas. Bolas, cedeu à tentação. Sempre é mais fácil a compra e venda de almas do que uma boa luta para fazer valer as próprias convicções. Se até agora o Paraguai não era boa companhia no Mercosul e na Unasul, por que, assim de repente, passará a ser um companheiro bom e batuta?!? Que pena.

EIKE DE REPENTE...


As empresas-maravilhas do topetudo Eike Batista já amontoam débitos de R$ 18 bilhões e 800 milhões.

O patrimônio dele é de R$ 18 bilhões. Isso quer dizer que ele está precisando hoje, sem juro e sem correção monetária, de um empréstimo de pelo menos R$ 800 milhões.
 Reprodução/Valor
Desde de outubro de 2010 as suas companhias perderam R$ 86 bilhões pelo valor de mercado. Eike saiu da lista dos 200 homens mais ricos do mundo.

Qualquer dia vai liderar o ranking do mais encalacrados. Nenhum pé-rapado como eu e você, devemos juntos mais do que ele sozinho.

Eike de repente, não mais que de repente, ele vai estar fazendo desses empréstimos consignados que quebram os aposentados da Previdência.
 
17 de junho de 2013
sanatório da notícia

SERIA BOM...


Não é nada, não é nada, são seis arenas novas só para a Copa-Cozinha das Confederações, competição cobaia para a "melhor" Copa do Mundo no ano que vem. Por enquanto, os novos estádios, segundo os confiáveis cálculos oficiais, custaram a merreca de mais de R$ 5 bilhões só de cimento, ferro e grama.

A farra que acaba quando termina a Copa, daria para construir pelo menos um hospital público de alto padrão, quase assim tipo Sírio-Libanês, em cada capital. O que, na verdade, também não significaria nenhum "valor residual" para o povo, eis que elitizando o SUS, os políticos ocupariam todos os leitos.

Então, seus manés, tanto faz construir estádios quanto hospitais que tudo vai dar na mesma. Mas que seria bom, seria.

Seria bom o pobretão feliz poder encher a boca e dizer que foi atendido no Hospital Mineirão, aquele em que Dilma Vana, a sua mineira de estimação, também estava se tratando.

Seria bom o pobre encher o peito e a boca e dizer que estava no apartamento ao lado da UTI do Maracanã, onde Lula cuidava do gogó que não tem nada e Sérgio Cabral rezava por ele.

Seria bom ver sua expressão de contentamento ao contar que acabava de ter alta do Hospital Castelão, onde passou por Cid Gomes rumo à sala de recuperação.

Seria bom escutar o trabalhador assalariado falando à porta de saída do Arena Pernambuco, hospital de fino trato, onde ele cruzara duas vezes com Eduardo Campos no Setor de Raio-X e, por isso mesmo sentir-se são e salvo.

Seria bom ouvir a baiana vendedora de acarajé exultar de pura felicidade por estar curada, assim como se fosse por um passe de mágica, só porque o Jaques Wagner era seu vizinho de quarto.

Seria bom, mas não é, Seu Mané.
 
17 de junho de 2013
sanatório da notícia

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO E OUTRAS NOTÍCIAS PERTINENTES

Dias Toffoli terá de explicar por que segura, no TSE, processo que condena contas do PT de 2003
 
Embora seja um semideus do Supremo Tribunal Federal, o jovem ministro José Antônio Dias Toffoli terá de explicar por que o processo que questiona a lisura das contas eleitorais do PT em 2003 está parado, há mais de um ano, no seu gabinete no Tribunal Superior Eleitoral. A demora ganha contornos estranhos porque Toffoli, antes de ganhar o emprego vitalício no STF, foi advogado do PT.
 
A contabilidade de 2003 é a que registra os famosos empréstimos bancários contraídos nos bancos Rural e BMG que foram utilizados para esconder os esquemas do Mensalão. Como o STF considerou fraudulentos os empréstimos, no julgamento da Ação Penal 470, por lógica, as contas do PT em 2003 não podem ser aprovadas, e PT saudações.
 
O Globo de domingo revelou a existência de um relatório interno, produzido pela auditoria do TSE, questionando os pareceres técnicos do próprio tribunal que permitiram a aprovação, com ressalvas, das contas do Partido dos Trabalhadores, em 2003. Dirigentes do PT se recusam a falar do assunto. E hoje serão enviados emissários às Organizações Globo para não insistirem no caso.
 
Caso as contas do PT sejam rejeitadas – o que é pouco provável no Brasil da Impunidade -, o partido perderá o direito aos recursos do Fundo Partidário. Só no ano passado, a legenda embolsou R$ 52,9 milhões. O escandaloso é que o caso se enrola desde 2004, sem uma solução concreta – o que demonstra a lentidão total do Judiciário e indica o quanto este poder pode estar submetido a interesses políticos.
 
Vaia minimizada
O Palhaço do Planalto não achou graça das vaias à Dilma Rousseff...
 
Volta, Lula...
 
O jornal Valor Econômico volta a tocar hoje na questão delicada do projeto de retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República:
 
Para falar sobre o assunto com petistas, é preciso romper uma barreira similar à existente quando abordados sobre o Mensalão. A partir daí são dois grupos. Os que querem evitar que o assunto vás adiante, por receio de contaminar o partido, depois a base aliada e criar um movimento político que torne a ideia irreversível. E os que querem exatamente isso”.
 
Na verdade, Lula gostaria muito de voltar ao Palácio do Planalto, mas seu voo mais provável é uma candidatura ao Senado por São Paulo, só para garantir imunidade parlamentar e foro privilegiado em caso de processos judiciais...

Pressupostos para os protestos
 
Existem dois aspectos neste fenômeno de protestos que merecem uma análise profunda de cada cidadão com um mínimo de racionalidade:
 
1) Houve uma motivação ideológica inicial, liderada por partidos de esquerda ligados à chamada IV Internacional Socialista, para que os protestos ocorressem - de forma pacífica ou mais radicalizada em previsíveis conflitos com a Polícia Militar.
 
2) Existe a pré-condição para insatisfações pessoais ou coletivas, já que a grande maioria das pessoas comuns está de saco cheio.
 
São duas coisas distintas, mas uma acabou se somando à outra, para abrir espaço para que novos protestos generalizados, reivindicando coisas muito mais sérias, aconteçam de agora em diante, para pressionar o Governo do Crime Organizado.
 
O imponderável dos movimentos de massa é que eles começam sempre por iniciativa de alguma liderança e, se conseguem grande adesão, costumam evoluir e sair de controle, com consequências político-institucionais imprevisíveis.
 
Direito de manifestação
 
Interessante vídeo sobre o direito e a vontade de se manifestar:
 
 
Fica claro que a maioria dos brasileiros está PT da vida realmente...
 
A regra é clara
 
O Decreto Lei 898, que pouca gente conhece mas está em pleno vigor, deixa claro, em seu artigo 28 - Devastar, saquear, assaltar, roubar, sequestrar, incendiar, depredar ou praticar atentado pessoal, ato de massacre, sabotagem ou terrorismo:
 
Pena: reclusão, de 12 a 30 anos.
 
Parágrafo único. Se, da prática do ato, resultar morte:
 
Pena: prisão perpétua, em grau mínimo, e morte, em grau máximo.
 
Ataque a Símbolo Nacional
 
No artigo 44, está previsto que destruir ou ultrajar a bandeira, emblemas ou símbolos nacionais, quando expostos em lugar público rende pena de detenção, de 2 a 4 anos.
 
Por isso, militares, via internet, solicitam às autoridades competentes que individualizem os dois elementos da foto abaixo e os criminalizem.
 
Na realidade, lixo é quem profana a Bandeira do Brasil...
 Aniversário Maçônico
 
O Grande Oriente do Brasil completa hoje 191 anos de fundação.
 
O GOB é a primaz e a maior potência maçônica do País.
 
Mas existem outras potências também regulares e reconhecidas mundialmente pelos maçons – o que precisa ser sempre lembrado...
 
Pobre bilionário
 
O ricaço Eike Batista consegue até milagres midiáticos.
O Globo se viu obrigado a esclarecer, em chamadinha de primeira página, que errou ao afirmar que as empresas de Eike deviam mais do que valiam, uma vez que o patrimônio líquido de R$ 18 bilhões das empresas que compõem o grupo já desconta o valor das dívidas.
 
Ou seja, conforme a verdade midiática, as empresas de Eike vão tão bem ou até melhor que a economia brasileira, segundo apregoa a equipe econômica de Dilma Rousseff...

 
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
 
17  de junho de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.