"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ESQUELETOS DE ROSSI E O GABINETE DE MENDES



CANALHICE! ESQUELETOS DE ROSSI E O GABINETE DE MENDES. SAI UM IMUNDO ENTRA UM SUJO.

O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi renunciou ao cargo, mas deixou na pasta peças-chaves para seus negócios nebulosos.

Funcionários do segundo escalão escolhidos pelo ex-ministro são apontados como interlocutores de empresas ligadas ao quarto ministro demitido do governo da presidente Dilma Rousseff.

Já o novo chefe da pasta, deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB-RS), chega à Esplanada prometendo transparência. Mas na Câmara, Ribeiro, líder do PMDB no Congresso, mantém um gabinete com nomeações ilegais.

O parlamentar gaúcho emprega o cabo eleitoral e vereador de Pântano Grande (RS) Ivan Trevisan.

Ele foi nomeado secretário parlamentar em dezembro de 2008, mesmo ano em que ganhou uma das 32 cadeiras no Legislativo municipal. Trevisan está em seu terceiro mandato e desdobra-se ainda como presidente da Associação dos Vereadores do PMDB no Rio Grande do Sul.

Segundo a Câmara, a contratação é proibida porque representa acúmulo de função. Só do Legislativo federal, Trevisan já recebeu cerca de R$ 150 mil.

Em entrevista ao Correio, o novo ministro explicou a contratação do conterrâneo e assegurou que, no ministério, não terá o compromisso de manter ninguém.

No gabinete do deputado, Ivan Trevisan é quase desconhecido.
Os funcionários demoraram a lembrar do secretário que fica no Sul. No escritório político em Porto Alegre, a informação é de que ele só atende pelo celular.

Trevisan confirmou que ocupa os três cargos, mas não quis detalhar por telefone as atividades e nem informar os horários de trabalho.

Solicitou que as perguntas fossem encaminhadas por e-mail. "Realizo minhas atividades com muita tranquilidade, pois existe compatibilidade de horário para os deveres", respondeu.

Ele afirmou que, no mínimo uma vez por semana, vai até o escritório de Porto Alegre e "sempre que tem demanda" vem a Brasília. Trevisan disse que não recebe dinheiro da associação do PMDB.
"O cargo dá prestígio e oportunidade para o crescimento."

Ivan Trevisan mora em Pântano Grande, a duas horas da capital, e, segundo colegas vereadores, nunca falta ao trabalho. Pelo Legislativo municipal, Ivan recebe R$ 2,3 mil. As reuniões plenárias ocorrem a cada 15 dias.

Pelo gabinete, o vereador ganha cerca de R$ 4,5 mil. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 42,8 mil, representado por um terço de uma casa no centro da cidade de pouco mais de 10 mil habitantes.

Mendes Ribeiro informou que caberia à Câmara fiscalizar a contratação e que, durante a nomeação, não houve qualquer impedimento. "Não existe incompatibilidade. O Ivan é uma pessoa muito ativa profissionalmente e politicamente", disse.

Também esclareceu que ontem mesmo recebeu um ofício da Casa pedindo a revisão da contratação e determinando que Ivan escolha um dos cargos. O vereador e secretário parlamentar terá 10 dias para comprovar que abriu mão da vaga na Câmara Municipal ou pedir exoneração do cargo de secretário parlamentar.

A assessoria de imprensa da Câmara informou que vereadores não podem acumular outros cargos, porque seguem as mesmas normas dos deputados federais. Uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou o entendimento.

Aliados

Além do problema com o funcionário, Mendes terá que lidar com o legado do antecessor.
E, apesar de ter deixado a pasta, mantém grande influência, especialmente com a presença de aliados na Secretaria de Defesa Agropecuária,
nos departamentos de Fiscalização de Insumos Pecuários,
Inspeção de Produtos de Origem Animal e de Saúde Animal,
além da Consultoria Jurídica, responsável pelos pagamentos milionários de dívidas perdidas na Justiça,
e da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, comandada por Ricardo Saud, que também é sócio de uma das subsidiárias do Grupo Ourofino.

Gastos inflados

Mendes Ribeiro usa a cota parlamentar para ajudar outro político. O ex-deputado federal Ney Ortiz Borges recebe mensalmente R$ 2,8 mil pelo aluguel de um imóvel onde funciona o escritório político do deputado federal em Porto Alegre.

O novo ministro da Agricultura já gastou R$ 184,8 mil com o chamado cotão.
No ano passado, extrapolou os limites.

Ele teria direito a R$ 30,6 mil por mês, podendo acumular valores ao longo do ano. Porém, gastou R$ 390,2 mil, quando o teto era de R$ 368 mil. A explicação da Câmara é que ele não teria usado todos os bilhetes aéreos emitidos pelo gabinete.

Em um único mês, o parlamentar gastou R$ 86,4 mil, sendo R$ 66 mil só com divulgação das atividades parlamentares.

FOGOS DE ARTIFÍCIO

Servidores do Ministério da Agricultura celebraram ontem a demissão de Wagner Rossi com fogos de artifício.

Para evitar que fossem identificados, funcionários da pasta deram 10 caixas de rojões a um lavador de carros, que lançou os fogos do estacionamento da pasta, na Esplanada.

Segundo alguns servidores, o clima ficou mais "leve" no ministério com a demissão de Rossi.
Camuflados

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