"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 25 de dezembro de 2011

CELEBRANDO A "CONDESCENDÊNCIA" DE JESUS

Artigos - Religião

“E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.”
(Lucas 1:26-33 ACF)

Milhões de cristãos no mundo inteiro celebrarão amanhã o Natal — indo à igreja, fazendo orações, cantando hinos natalinos e dando presentes uns aos outros em memória do nascimento de seu Senhor e Salvador, Jesus de Nazaré — cujo nome hebraico é Yeshua.

A maioria dos cristãos compreende que Yeshua, seu Salvador, não nasceu realmente em 25 de dezembro. Eu suspeito fortemente, embora não possa provar, que Ele nasceu em Nisã 1 — o primeiro dia do ano do calendário hebraico conforme foi estabelecido por Moisés. Isso significaria que o nascimento ocorreu na primavera — quando as ovelhas saem aos campos e nascem os cordeirinhos.

Apesar disso, os cristãos estarão lendo hoje passagens conhecidas do Evangelho de Lucas que descrevem as circunstâncias difíceis de uma virgem que deu a luz — um acontecimento que ocorreu apenas uma vez em toda a história do mundo.

Muitos filmes e livros foram produzidos sobre esses acontecimentos. Mas a maioria tem focalizado — e dá para entender muito bem isso — na obediência e sacrifícios notáveis de José e Maria — ou Yusef e Miriam — para trazer o bebê Yeshua, cujo próprio nome significa “salvação”, ao mundo.

Mas, você já pensou no que essa experiência foi para Yeshua?

Nós todos sabemos como Yeshua se sacrificou por nós no fim de Sua vida mortal — as torturas agonizantes que Ele suportou, a humilhação, a morte na cruz. Mas nesta data do ano, eu muitas vezes penso no sacrifício que Ele, o co-criador do universo, fez, temporariamente renunciando à Sua onisciência, Sua onipotência, Seus imenso poder e Seu lugar à direita de Deus, para viver dentro do útero de uma menina judia e para se submeter à proteção de um obscuro carpinteiro judeu.

Ele literalmente renunciou ao céu para vir a um mundo caído de perigo e desilusões. Presumivelmente, Ele até teve de se desprender de sua própria consciência divina para se tornar um vulnerável embrião e bebê recém-nascido. Ele teve de nascer sob circunstâncias atribuladas após seus pais fazerem uma viagem de 112 km, andando a pé de Nazaré até Belém.

Ele renunciou a todas as riquezas inimagináveis e sabedoria imensa do universo para nascer num estábulo, colocado num lugar onde os animais bebiam água.

Mas, o que é mais importante: tente imaginar como é sentar-se à direita do Pai celestial contemplando essa ideia de se tornar totalmente vulnerável e, por pelo menos um período de tempo, ficar presumivelmente sem ideia do que aconteceu!

Como todas as outras crianças, Yeshua nasceu sem saber andar ou falar. Quantos de nós estariam dispostos a trocar nossas próprias vidas e estado consciente como seres humanos mortais adultos para reentrar no mundo desse jeito de novo?

É isso o que o nascimento de Yeshua representa para mim. É, em todo aspecto, um acontecimento tão inspirador e sagrado quanto contemplar a morte na cruz e a ressurreição de Yeshua.

Muitas vezes falamos e ponderamos a Ascenção. Mas e quanto à Condescendência que ocorreu quando Jesus se tornou, primeiro, um bebê no útero e mais tarde, naquele dia em Belém, um vulnerável recém-nascido que seria caçado por Herodes, e no fim sofreria uma horrível morte na cruz?

Os que creem reconhecem o sacrifício de Yeshua feito no Gólgota. Mas, verdadeiramente, precisamos considerar o sacrifício que Ele fez no dia em que voluntariamente renunciou ao céu para nascer de uma virgem. Esse acontecimento poderia também ser chamado de Miraculosa ou Misteriosa Condescendência.

Obrigado, Yeshua!

Escrito por Joseph Farah, 24 Dezembro 2011

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