"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 4 de julho de 2013

ALÔ, TEMER... FALTOU COMBINAR COM OS DEMAIS PODERES


Desdizendo o que dissera horas antes, Michel Temer se alinha novamente com Dilma. Ora, ora, faltou combinar com os outros poderes, que já se manifestaram contra essa ligeireza plebiscitária mal-intencionada. Quem decide é o Congresso, não esse confuso governo de militantes partidários.
Em mais um capítulo que demonstra a confusão estabelecida no Palácio do Planalto desde que a presidente Dilma Rousseff decidiu propor um plebiscito para a reforma política no país, o vice-presidente da República, Michel Temer, divulgou nota na tarde desta quinta-feira para negar que o governo tenha desistido de tentar implementar as mudanças nas eleições de 2014, conforme ele mesmo havia anunciado no final da manhã.

Temer agora diz que governo não desistiu de reforma política para 2014

Vice-presidente da República divulga nota contradizendo o que ele mesmo havia anunciado e expõe um governo que não sabe o que fazer com a proposta de plebiscito que inventou

 
O vice-presidente da República, Michel Temer, se reuni hoje com líderes da base aliada para discutir questões sobre a viabilidade de um plebiscito para a reforma política ainda este ano
O vice-presidente da República, Michel Temer, se reúne com os líderes dos partidos aliados (Antonio Cruz/ABr)

Em mais um capítulo que demonstra a confusão estabelecida no Palácio do Planalto desde que a presidente Dilma Rousseff decidiu propor um plebiscito para a reforma política no país, o vice-presidente da República, Michel Temer, divulgou nota na tarde desta quinta-feira para negar que o governo tenha desistido de tentar implementar as mudanças nas eleições de 2014, conforme ele mesmo havia anunciado no final da manhã.

“Embora reconheça as dificuldades impostas pelo calendário, reafirmo que o governo mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014”, diz a nota. “Reafirmo o compromisso deste governo, anunciado pela presidente Dilma Rousseff em reunião com todos os governadores e prefeitos de capital, com uma reforma política que amplie a representatividade das instituições através de consulta popular.”

O conteúdo da nota contradiz completamente o que o vice-presidente havia dito após se reunir com os líderes dos partidos no Congresso. "Não há mais condições, e vocês sabem disso, de fazer qualquer consulta antes de outubro. E, não havendo condições temporais para fazer essa consulta, qualquer reforma que venha só se aplicará para as próximas eleições, e não para esta", disse Temer. Ele também afirmou que, com mais tempo para debater, o Congresso pode até mesmo realizar a reforma política pelo processo legislativo, o que tornaria desnecessária a consulta popular. "É muito provável até que o Congresso Nacional possa vir a formatar um projeto de reforma política. Se o Congresso realizá-la e ela for, digamos, adequada às aspirações populares, quem sabe até não se pense em plebiscito", disse o peemedebista.

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 Os interesses do PT e o lado oculto do plebiscito de Dilma


Na próxima semana, Temer deve coordenar reunião com os líderes da base no Senado para voltar a discutir a reforma política e os detalhes do decreto legislativo que poderá convocar o plebiscito da reforma política.
Leia a íntegra da nota de Temer:
"Em face das notícias veiculadas a respeito da minha reunião com os líderes da base aliada na Câmara dos Deputados, esclareço que:

1. A minha declaração sobre a realização do plebiscito da reforma política relatou a opinião de alguns líderes da base governista na Câmara, em função dos prazos indicados pelo TSE para a consulta popular.


 2. Embora reconheça as dificuldades impostas pelo calendário, reafirmo que o governo mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014.

 3. Reafirmo o compromisso deste governo, anunciado pela presidenta Dilma Rousseff em reunião com todos os governadores e prefeitos de capital, com uma reforma política que amplie a representatividade das instituições através de consulta popular. Na reunião de hoje, foi unânime entre as lideranças dos partidos políticos o apoio a esta tese.

 4. Na próxima semana, será realizada reunião com os líderes da base no Senado para reafirmação do apoio à tese e discussão da elaboração do decreto legislativo convocando o plebiscito".
 
(Continua).
 
04 de julho de 2013

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