"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 9 de outubro de 2011

A INFLAÇÃO ESTÁ AÍ, QUER QUEIRAM OU NÃO...

NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO COM A "PRESIDENTA 1,99" : Custo de vida não dá trégua aos brasileiros. Inflação chega a 7,3% e castiga consumidor.

A disparada dos preços não tem dado trégua para o bolso dos brasileiros. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,53% em setembro e acumulou alta de 4,97% desde janeiro.

O resultado deixou para trás a meta central de 4,5% e ampliou as chances de a inflação encerrar 2011 acima do limite estabelecido, de 6,5%. A despeito do sacrifício dos consumidores, o governo jogou a toalha.

O IPCA subiu 7,31% nos últimos 12 meses — maior valor desde maio de 2005 — e, embora o Banco Central mantenha o discurso otimista, esperando uma desaceleração até o fim do ano, o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda já não veem problemas em a carestia ficar acima do teto.

Desde que seja garantido, no mínimo, um crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Apesar da piora no cenário da inflação, endossada inclusive pelo próprio BC no último relatório trimestral sobre o tema, a preocupação maior da presidente Dilma Rousseff é garantir empregos e expansão econômica nos próximos anos.

Mesmo que não sejam alcançados números exuberantes, a ordem é crescer sempre. Desta vez, com impulso da política monetária — diferentemente de 2008, quando o lado fiscal ditou o avanço do país.

Segundo analistas, o papel de instigador caberá ao presidente do BC, Alexandre Tombini, que, sob a batuta de Dilma, patrocinará uma redução da taxa básica de juros (Selic) "moderada", segundo ele próprio.

Para o Itaú Unibanco, o país caminha em direção a uma alíquota de um dígito — para 9% — ao fim de 2012. "O governo tem enfatizado o papel central da política monetária na reação à crise, anunciando uma intenção de não recorrer a estímulos adicionais de política fiscal", destacou Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco.


"A inflação, entretanto, seguirá relativamente alta", completou.

Diante da certeza de que a inflação deste ano está praticamente perdida, o mercado colocou o BC contra a parede e, na bolsa de apostas, acredita-se que, nem em 2012, o IPCA ficará no centro da meta de 4,5%. Apenas em 2013 esse objetivo teria chances de ser alcançado.

"As previsões para o indicador em 2012 relutam em cair devido à rigidez da inflação, oriunda, por exemplo, do aumento nos preços de serviços", explicou Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco.


O salto do IPCA em 2011, segundo Barros, causará grande impacto na carestia do próximo ano.

As pressões sobre o custo de vida vêm de todos os lados. Os serviços têm sido um dos vilões para o orçamento familiar. O cabeleireiro subiu 6,08% no ano, enquanto os serviços bancários avançaram 12,25%.

As passagens aéreas foram responsáveis pelo avanço do grupo transporte, ao dispararem 31,48%.

Itens indispensáveis na mesa do brasileiro também estão em escalada, como o feijão carioca (6,14%) e o arroz (1,97%).
Até a cervejinha ficou 1,34% mais cara.


Victor Martins Vera Batista Ana Carolina Dinardo Correio Braziliense

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