"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ALESSANDRO MOLON SE REBELA CONTRA A CÚPULA DO PT

Molon se rebela contra a cúpula do PT, que tenta manter o incompetente Eduardo Paes na prefeitura do Rio.

Fala-se muito em reforma política, porém nada se faz. Os parlamentares fingem se interessar pelo importante tema, mas acabam deixando tudo como está. Na Tribuna da Imprensa e aqui no Blog, Helio Fernandes sempre defendeu uma tese admirável, dizendo que os partidos deveriam ser obrigados a apresentar candidatos aos cargos majoritários, fazendo coligações apenas no segundo turno.

Se essa sugestão fosse adotada, no último fim de semana não teríamos visto aqui no Rio de Janeiro o prefeito Eduardo Paes e o ministro da Pesca, Luiz Sérgio, presidente do PT fluminense, tentarem promover um ato para dar como fato consumado o apoio dos petistas à reeleição do prefeito em 2012.

Num cenário armado no histórico auditório da Associação Brasileira de Imprensa, com a participação do presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, as cúpulas dos dois partidos queriam cravar, no evento, a indicação do vereador Adilson Pires, líder do governo Paes na Câmara, como vice na chapa da reeleição.

Confiante na armação, na véspera Pires até postou no twitter a seguinte mensagem: “PT-RJ vai confirmar em reunião amanhã meu nome como vice na chapa de Eduardo Paes, que concorrerá à reeleição em 2012”.

Mas acontece que o deputado federal Alessandro Molon, do PT, compareceu à ABI, foi chamado para compor a mesa e aproveitou para implodir o suposto acordo.
Num pronunciamento inflamado, Molon disse que não reconhecia aquele ato nem a indicação de Pires, assinalando que a militância petista deveria ser ouvida sobre esse fato inédito: uma aliança que deixaria o PT sem candidato próprio a prefeito do Rio.

“Ao contrário do que o Picciani disse em entrevista ao site do IG, o PT tem sim lideranças fortes para a disputa e não precisa ser burro de carga do PMDB. O projeto do PMDB do Rio é fazer do PT um partido subalterno para tentar se manter no poder até2022” – disse Molon após o evento na ABI, acrescentando: “A cúpula do PT do Rio tem uma visão menor nessa disputa, não a visão de cidade que o eleitor espera do PT. Quer o caminho mais fácil para se manter no poder e não o melhor caminho para o Rio”.

Traduzindo: nem tudo está perdido, porque Molon é um dos melhores quadros do PT e seria uma grande candidato a prefeito do Rio. Mas o grande problema dele é a cúpula do PT.
Se Lula atender a dupla Sergio Cabral/Eduardo Paes e mandar o partido fazer acordo, teremos de aturar esse prefeito incompetente por mais quatro anos, infernizando a vida dos cariocas.
Carlos Newton

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Isso aí é briga de cachorro grande! PiTbull enfrentando pastor alemão... O bom dessas brigas é o denuncismo que sempre comparece no palanque!
Pagar pra ver! O espetáculo é divertido! Essa história de "caminho mais fácil para se manter no poder" já está parecendo até ladainha. Se algum partido fez mais por isso foi o PT. E quanto a "não ser o melhor caminho para o Rio", isso o PT tem mostrado numa escala bem maior, que é o Brasil petista da corrupção... Aliado, é claro, a 'base fisiológica' do PMDB.
Óbvio que pode até ser que Alessandro Molon seja um quadro melhor do que a dupla Cabral/Paes, o que não significa nada; mas a depender de Lula, certamente que Molon poderá descansar em paz, pois que Lula não estará disposto a perder o apoio de Cabral no Rio. Uma questão prática de olho no futuro... deles! Daí, imolam Molon...
Difícil é escolher a direção que as placas indicam, quando a encruzilhada leva, seja qual for escolha que se fizer da direção, a caminhos esburacados e cheios de lama.
m.americo

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