"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

OS VENCIDOS ONTEM, SERÃO VITORIOSOS HOJE?

Em meio à tristeza pelo massacre praticado pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) contra reféns, a Colômbia vive hoje a alegria de ver liberto mais um prisioneiro dentre as várias centenas que ainda sofrem o brutal e inumano cativeiro da guerilha comunista.

Luis Alberto Erazo Maya, sargento da polícia, sofreu doze anos de cativeiro, viu seus companheiros de infortúnio serem friamente executados em vingança pelo operativo militar que os buscava resgatar e ele mesmo escapou por ter logrado esconder-se na densa mata, resultando depois em seu resgate. Mas não saiu ileso, recebeu ferimentos de uma granada lançada contra ele quando empreendia sua fuga.

Outros quatro militares foram executados: o coronel Edgar Yesid Duarte Valero, o major Elkin Hernández Rivas, o intendente chefe Álvaro Moreno e o sargento José Líbio Martínez, o refém mais antigo em poder das Farc, que era mantido prisioneiro há quase 14 anos.

O resgate e as execuções aconteceram no departamento de Caquetá, ao sul do país, no dia 26 de novembro.

Desde o governo de Alvaro Uribe, anterior ao do atual José Manuel Santos, que foi seu Ministro da Defesa, quando se iniciaram as grandes operações, a guerrilha tem sofrido sucessivas perdas irreparáveis em suas hostes comunista-leninista e já se vislumbra a erradicação desse câncer.

Resta-nos saber se promovido a pacificação, concedido – como de costume sob bafejo dos movimentos de direitos humanos – a anistia para todos os guerrilheiros assassinos, pelo argumento de que é para se obter a paz social esquecendo-se do mal praticado, não se perpetrará a injustiça maior: a perseguição aos que foram vitoriosos, aos que arriscaram suas vidas, a segurança de sua família, para obter o restabelecimento da ordem sob pretexto de terem eles violados os direitos humanos.

Não se deve dormir sob os louros da vitória, pois, o inimigo é astuto e vil, valem-se da máxima de Maquiavel segundo a qual “o povo tem memória curta”(2) logo farão esquecer do que até há pouco sofriam, como e quem os fazia sofrer, metamorfosear-se-ão de baluartes do bem comum o como vítimas, encenarão a falsa pantomima de empenhados em encontrar o culpado das novas agruras das quais ninguém e nenhum povo está isento, inverterão os valores e apresentarão como culpados os outrora heróis.

Já conhecemos a cantilena: Não há desaparecidos, nem seqüestrados, nem massacrados, nem violentados pelas FARC ou grupos de esquerda armados, tudo se esquece em bem de “conhecer a verdade”. Para estes as únicas violações aos direitos humanos que eles têm memória são as praticadas pelas forças da ordem que em hipótese alguma se justificariam, não há circunstâncias atenuantes, nem mesmo considerando que são eles os que se levantaram em armas contra uma ordem de princípios lícita para estabelecer a desordem, o caos, a escravidão, a miséria como em Cuba, Coréia do Norte, China.

Na América Latina, os movimentos revolucionários armados de esquerda, pelas armas foram vencidos, agora se vestem de civis, são apaixonados defensores do desarmamento, “anódinos” interessados em revolver o passado cicatrizado por uma feliz medida de anistia, propugnando valer a anistia apenas para os vencidos, não é supérfluo lembrar do espírito que anima o PNDH-3.

Permitiremos que os comunistas, mesmo vencidos, triunfem?

IPCO
7 dezembro 2011

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