"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MIUÇALHAS DO NOSSO COTIDIANO POLÍTICO. ALERTA TOTAL

“Oposição” ameaça pressionar para que Gilberto Carvalho explique sua relação com advogada da Máfia do DF

Não deve ser para valer, como de costume. Mas a oposição ensaia mais um ataque ao centro nervoso do governo DilmaRousseff-Lula da Silva. Líderes da “oposição” na Câmara e no Senado ameaçam cobrar explicações do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, sobre seu suposto envolvimento com a "Máfia do Distrito Federal" e as ações criminosas de Durval Barbosa, autor de vídeos de pagamento de propina para politicagem do Distrito Federal – naquele esquema que queimou o governador José Roberto Arruda.

Gilberto Carvalho deverá ser alvo de uma representação no Ministério Público Federal. Também pode ser investigado, a pedido da oposição, pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Reportagem de capa da revista Veja revelou que Carvalho manteve “relações de amizade” com uma bela e sedutora advogada alagoana que prestava serviços para o cabeça da chamada "Máfia do DF", desarticulada pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal em 2009. Naquele tempo, o “Sacristão do Palácio do Planalto” (como opositores o chamam) era o todo-poderoso chefe de gabinete do chefão Luiz Inácio Lula da Silva.

A sempre contida “oposição” sabe que bater no Carvalho significa acertar diretamente em Lula. O Cardeal Carvalho é o articulador e fiel guardião de todos os segredos do chefão Extalinácio, desde casos rumurosos, como o seqüestro, tortura e bárbaro assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, de quem Carvalho era assessor direto. Por enquanto, o caso da Advogada corrupta com Carvalho recebe, da mídia amestrada, o mais discreto tratamento – sempre seguindo a regra de abafar más notícias que comprometam a cúpula petralha.

Mantega na maior m...

A “oposição” no Senado sacramentou uma representação contra o ministro Guido Mantega amparada em "indícios da prática de atos de improbidade administrativa", em razão de sua omissão quanto a fatos ocorridos na Casa da Moeda.

Os senadores alegam que Mantega fora conivente com o "esquema de corrupção comandado pelo presidente daquela empresa pública, vinculada ao ministério da Fazenda, e seu consequente enriquecimento ilícito".

A representação afirma que Guido Mantega, inicialmente "sabia das acusações contra o chefe da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, ou seja, mesmo após ter sido alertado oficialmente de que ele estava sendo investigado pela Receita e pela Polícia Federal e, logo, que existiam robustos indícios de corrupção, o ministro manteve Denucci no comando da Casa da Moeda, com isso dando causa à continuidade dos atos lesivos ao interesse público".

O Crime compensa

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, conhecido como o operador do mensalão, foi condenado a nove anos de prisão pela prática dos crimes de sonegação fiscal e falsificação de documentos públicos.

Em novembro do ano passado, Valério havia sido condenado a seis anos de prisão por prestar informações falsas ao Banco Central.

Como responde a tudo, recorrendo em liberdade, as duas condenações são mais um exemplo de como os poderosos e bem articulados politicamente escapam de punição no Brasil das impunidades.

Vai dar am alguma coisa?

Marcos Valério é réu no processo principal do "mensalão mineiro", que envolve a participação de políticos tucanos e seus aliados em Minas, corre no âmbito da primeira instância da Justiça estadual e ainda está em fase de tomada de depoimentos de testemunhas.

Também é réu no processo principal do mensalão petista está em fase mais avançada e tramita no Superior Tribunal Federal, podendo até ser julgado este ano.

Já pensou o que pode acontecer se Valério for o único culpado em todas essas histórias de corrupção?

O fugitivo

O senador Demóstenes Torres (GO) ironizou ontem a resistência da base governista em aprovar o convite para que o ministro Fernando Pimentel preste esclarecimentos ao Congresso Nacional:

No Senado, o ministro é considerado um fugitivo. Sugiro que como Cesare Battisti (ex-ativista político acusado de assassinato que ganhou refúgio político no Brasil) peça refúgio no Palácio do Planalto.

A Comissão de Ética Pública da Presidência deve analisar a representação da oposição questionando a conduta de Pimentel a frente do ministério.

Punição?

Por 12 votos a dois, o Conselho Nacional de Justiça puniu com aposentadoria compulsória, a pena máxima em um processo disciplinar, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Roberto Wider.

Ele foi condenado por ter nomeado para comandar cartórios do Rio dois advogados sem a necessidade de aprovação em concurso público.

Wider, que foi corregedor geral de Justiça do Rio, está afastado de suas funções desde janeiro de 2010, quando o CNJ abriu o processo administrativo contra ele.

Absolvido

O Conselho Nacional de Justiça julgou improcedente o processo administrativo disciplinar 0004057-42.2010.2.00.0000, contra o desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa, do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amazonas (TRE-AM).

Moutinho era acusado de agir com parcialidade no julgamento de processos que envolviam interesses econômicos e políticos de seus familiares.

O magistrado teria inclusive pressionado um juiz de primeiro grau a decidir em favor de seus interesses. Entretanto, o magistrado negou a acusação.

Pode ou não pode?

A corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, insiste em baixar uma resolução para limitar a participação de magistrados em congressos e eventos patrocinados por entidades privadas.

O receio é de que haja incompatibilidade ética com a atividade do profissional, já que muitas vezes o patrocinador responde a processo no mesmo tribunal onde o juiz trabalha.

Os demais membros do CNJ, divididos, concordaram em submeter a proposta a consulta pública na Internet.

Só em dois meses eles decidirão se aceitam ou não a ideia.

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.

15 de fevereiro de 2012
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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