Governo do Brasil deve receber US$ 6,8 milhões que
estavam em contas do ex-juiz e de sua mulher em bancos
suíçosDepois de 12 anos de
investigações e processos, a Justiça suíça vai devolver aos cofres públicos
brasileiros parte da fortuna do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto que estava no
paraíso fiscal há duas décadas.O Tribunal Federal suíço rejeitou ontem o terceiro
recurso apresentado pelo ex-juiz e decidiu que seus ativos deverão ser
repatriados para o Brasil. Desta vez, não cabe recurso e os US$ 6,8 milhões que
estavam congelados em Genebra devem ser transferidos nas próximas
semanas.
O caso surgiu em 2000, quando o então procurador de Genebra, Bernard Bertossa, passou a suspeitar de uma movimentação milionária na sucursal do banco Santander de Genebra, não condizente com o salário do ex-juiz. O procurador informou as autoridades brasileiras, que já haviam iniciado a investigação sobre o desvio de verbas nas obras do TRT de São Paulo.
As investigações mostraram que, entre 1991 e 1994, 18 transações levaram para a Suíça US$ 6,8 milhões para contas do ex-juiz e de sua esposa. A movimentação seria apenas parte de um esquema que levou para fora do Brasil milhões de dólares, inclusive para os Estados Unidos.Recurso.
Em 2005, Lalau seria condenado no Brasil por lavagem de dinheiro e desvio de fundos públicos. Mas isso seria apenas parte do processo em busca do dinheiro desviado. A União abriu um processo em Genebra para reaver o dinheiro desviado que já estava bloqueado na Suíça.
O ex-juiz usou de todos os mecanismos legais para impedir a repatriação do dinheiro. Apresentou três recursos em diversas instâncias na Suíça. Agora, a corte máxima do país confirmou que o dinheiro deve ser devolvido ao Brasil.
No último recurso, o ex-juiz e sua esposa alegaram que não tiveram o direito de serem ouvidos pelo tribunal. A corte rejeitou essa tese e alegou que o recurso não poderia ser considerado.
Yves Klein, um dos advogados em Genebra que atuaram a pedido do governo brasileiro, explicou ao Estado que o dinheiro será colocado à disposição do governo de Genebra para então ser transferido para o Brasil.
Segundo ele, a Justiça reconheceu que o dinheiro vinha dos fundos desviados da construção do TRT em São Paulo.
"Os milhões confiscados serão transferidos para Brasil nas próximas semanas", confirmou o advogado. O dinheiro vai para a União, já que o dinheiro para as obras do TRT vinha de Brasília.
O volume repatriado ainda não faria parte do acordo que o ex-juiz teria fechado com a AGU.Lalau cumpre atualmente prisão domiciliar. Procurado, o advogado do juiz Nicolau dos Santos Neto, Celmo de Assis Pereira, não se pronunciou.
JAMIL CHADE
O Estado de S. Paulo
O caso surgiu em 2000, quando o então procurador de Genebra, Bernard Bertossa, passou a suspeitar de uma movimentação milionária na sucursal do banco Santander de Genebra, não condizente com o salário do ex-juiz. O procurador informou as autoridades brasileiras, que já haviam iniciado a investigação sobre o desvio de verbas nas obras do TRT de São Paulo.
As investigações mostraram que, entre 1991 e 1994, 18 transações levaram para a Suíça US$ 6,8 milhões para contas do ex-juiz e de sua esposa. A movimentação seria apenas parte de um esquema que levou para fora do Brasil milhões de dólares, inclusive para os Estados Unidos.Recurso.
Em 2005, Lalau seria condenado no Brasil por lavagem de dinheiro e desvio de fundos públicos. Mas isso seria apenas parte do processo em busca do dinheiro desviado. A União abriu um processo em Genebra para reaver o dinheiro desviado que já estava bloqueado na Suíça.
O ex-juiz usou de todos os mecanismos legais para impedir a repatriação do dinheiro. Apresentou três recursos em diversas instâncias na Suíça. Agora, a corte máxima do país confirmou que o dinheiro deve ser devolvido ao Brasil.
No último recurso, o ex-juiz e sua esposa alegaram que não tiveram o direito de serem ouvidos pelo tribunal. A corte rejeitou essa tese e alegou que o recurso não poderia ser considerado.
Yves Klein, um dos advogados em Genebra que atuaram a pedido do governo brasileiro, explicou ao Estado que o dinheiro será colocado à disposição do governo de Genebra para então ser transferido para o Brasil.
Segundo ele, a Justiça reconheceu que o dinheiro vinha dos fundos desviados da construção do TRT em São Paulo.
"Os milhões confiscados serão transferidos para Brasil nas próximas semanas", confirmou o advogado. O dinheiro vai para a União, já que o dinheiro para as obras do TRT vinha de Brasília.
O volume repatriado ainda não faria parte do acordo que o ex-juiz teria fechado com a AGU.Lalau cumpre atualmente prisão domiciliar. Procurado, o advogado do juiz Nicolau dos Santos Neto, Celmo de Assis Pereira, não se pronunciou.
JAMIL CHADE
O Estado de S. Paulo
05 de setembro de 2012
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