"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 2 de fevereiro de 2013

PSDB NEGA, MAS PMDB CONTABILIZA VOTOS DA MAIORIA DOS SENADORES TUCANOS

Tucanos ganham 1ª secretaria da Mesa Diretora após eleição fácil de Renan Calheiros
 
Apesar de o PSDB ter anunciado apoio à candidatura de Pedro Taques (PDT-MT) à presidência do Senado, o senador tucano Flexa Ribeiro (PA) foi eleito nesta sexta-feira, por acordo e com facilidade, para a 1ª Secretaria da Mesa Diretora. O grupo de Renan Calheiros (PMDB-AL) chegou a ameaçar tirar a vaga do PSDB, mas após contabilidade dos votos secretos dos 78 senadores, peemedebistas afirmavam, nos bastidores, que a ameaça não foi cumprida porque a maior parte da bancada de 11 senadores do PSDB teria votado em Renan.

A aposta era que seis ou sete tucanos votaram em Renan, o que foi negado pelo PSDB. O líder tucano, Álvaro Dias (PR), negou que tenha havido acordo de olho no cargo, que funciona como uma prefeitura do Senado e movimenta milhões em contratos de administração:

— Por mim a gente abria mão desse cargo.
 
Assim como Renan, o novo 1º secretário do Senado também está sendo investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR). A investigação é sobre contratos assinados nos anos de 2000 e 2001 entre a empresa Engeplan Engenharia e Planejamento, do qual Flexa Ribeiro foi sócio declarado até 22 de dezembro de 2004, e o governo do Pará, administrado, à época, pelo PSDB.

Em 9 de fevereiro de 2011, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu pedido da PGR para que o governo do Pará encaminhe cópias dos comprovantes de pagamentos, notas de empenho e notas fiscais referentes a contratos assinados pela ex-empresa de Flexa Ribeiro.

A assessoria do senador informou que a denúncia partiu do PMDB durante eleições de 2002 e que ele já apresentou documentos que comprovariam a inexistência de ilícitos.

Na edição de sexta-feira, o GLOBO informou que desde 2009 o senador paga mensalmente R$ 1.708 a título de aluguel à Engeplan. A assessoria do senador disse que ele não é mais sócio da empresa e que a sala alugada serve como escritório político. Mas, na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral em 2010, o senador informou que tem R$ 7,7 milhões em “crédito decorrente de alienação” da empresa.

Os outros eleitos ontem, por consenso, foram: Jorge Viana (PT-AC) na 1ª vice-presidência; Romero Jucá (PMDB-RR) na 2ª vice-presidência; Ângela Portela (PT-RR) na 2ª secretaria; e João Vicente Claudino (PTB-PI) na 4ª Secretaria.

02 de fevereiro de 2013
Chico de Gois e Fernanda Krakovics - O Globo

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