Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
JOVENS REBELDES, "COROAS" IRRESPONSÁVEIS
Artigos - Cultura
Há suficientes dramas, em número e porte, para dispensar a ridícula louvação aos jovens rebeldes promovida por "coroas" irresponsáveis (combinação explosiva!), sob motivações ideológicas e afinidades políticas.
Leia a citação a seguir apesar dos erros primários: "Historicamente a Universidade em todo mundo se assume como um espécie de territorio livre em que caberia desde a mais inusitada teoria sobre qualquer dimensão do real a experimentação de vivências que iriam desde o consumo de maconha ao sexo casual". Essa frase não é de uma redação do ENEM. Foi produzida por um doutor em Educação pela USP, professor da UFMT (o resto do artigo, em defesa dos invasores da USP, é ainda pior). Tendo lido e ouvido ideias parecidas também por aqui, é sobre isso que escrevo.
Não há geração que não tenha manifestado inconformidade em relação à que a antecedeu e vice-versa. A contrariedade de certos filósofos gregos ante o comportamento dos discípulos se repete na experiência de praticamente todos os pais e filhos, mestres e alunos. Exceções são exatamente isso - exceções.
É desnecessário, portanto, desenvolver uma pedagogia para suscitar a rebeldia dos rebeldes, seja elevando-a à categoria das coisas sagradas, seja transformando-a em parâmetro de discernimento, seja para destinar ao lixo orgânico as judiciosas ponderações da maturidade, ou seja, ainda, para instalar no ambiente acadêmico um hardcore da libertinagem.
Não há necessidade. De hábito, o jovem passa aí por conta própria. Aliás, eles raramente morrem por enfermidades do corpo, mas vitimados por sua onisciência e rebeldia. Qual pai, qual mãe ainda não ouviu de um filho a frase "Eu sei o que é bom para mim?" ao lhe proporcionar conselhos nascidos do amor e da experiência de vida?
O jovem sabe o que é bom para ele, mas é a própria juventude que facilmente o ilude a respeito da natureza do bem. Ali onde está o que ele considera bom não vive necessariamente o bem dele. E esta ilusão é apenas uma das muitas e frequentes evidências dos riscos inerentes à imaturidade.
Há suficientes dramas, em número e porte, para dispensar a ridícula louvação aos jovens rebeldes promovida por "coroas" irresponsáveis (combinação explosiva!), sob motivações ideológicas e afinidades políticas. E só por causa delas.
Nos debates sobre a invasão da reitoria da USP, foi possível perceber o quanto essa combinação explosiva gostaria de exercer autoridade no ambiente acadêmico. Entre professor e aluno, dizem uns e outros, não haveria saber maior (olha o desatino teórico!). Não duvido de que, em breve, os alunos estejam querendo salário para participar dessa exaustiva produção comunitária do saber.
Em virtude dessa pretendida equivalência das respectivas funções, creem que a eleição do reitor deveria dar o mesmo peso aos votos de alunos e professores. Todo poder aos sovietes! Todo poder ao jovem e suas minorias organizadas!
Esquecem-se os moços rebeldes e os "coroas" irresponsáveis que o conceito de Estado Democrático de Direito, no qual o querer não faz poder, abriga um binômio jurídico-político. O simples desejo contrariado de um grupo pirracento não viabiliza o qualificativo "democrático" a qualquer reação do "coletivo". Há um democratismo muito ao gosto da esquerda, que adora "tirar decisões" em assembleias manipuladas. Então, assim como nem toda deliberação de um grupo é necessariamente democrática, nem toda ação por ele conduzida é tolerável no Estado de Direito.
É fato sabido que, no Brasil, se um indivíduo invade é agressor e vai se explicar com o delegado; se vários invadem tem-se um movimento social ao qual tudo é permitido. Os estudantes contavam com isso e se deram mal.
Percival Puggina, 21 Novembro 2011
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