"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A QUADRILHA EM DOIS TEMPOS: À MARGEM DO ESTADO E DENTRO DELE.

Só um recadinho aos tolos: se e quando eu quiser, comento atos praticados por criminosos que, em países com uma Polícia Federal e um Judiciário um pouquinho mais ágeis, já estariam curtindo uma temporada na cadeia. Não costumo dar bola para o subjornalismo pendurado nas tetas do governo federal e das estatais. Conheço bem os métodos da canalha. Tirem deles o dinheiro oficial para ver se conseguem se sustentar…

Essa escória é um tipo relativamente novo, que surge junto com a chegada do petismo ao poder. De modo mais agressivo e organizado, passou a atuar depois do mensalão. Inventou-se a tese do “golpe da mídia”. Era a senha para justificar a formação de um eixo criminoso, composto por ex-jornalistas convertidos em lobistas, negociantes e esbirros de políticos enrolados com a Justiça. O dinheiro que os sustenta, reitero, é público.

Quem viu a imprensa séria dar bola para o Dossiê Cayman, uma fraude fabulosa, viu coisa pior do que isso que está em curso agora.
Com a Inernet ainda nos seus primórdios, a calúnia se espalhava mais lentamente. Também naquele caso, o material criminoso estava recheado de supostos “documentos”. Essa gente conta com a militância dos bucéfalos, como sempre, e com a ignorância dos crédulos.

Qual é o jogo da canalha? Amontoar uma batelada de acusações sem fundamento e depois sair cacarejando: “Por que não responde? Por que não responde?” Quem cai na sua conversa acaba refém de seus métodos. É como se Marcola ou Fernandinho Beira-Mar resolvessem fazer um dossiê contra as ações da polícia.

ATENÇÃO!
- AS PRIVATIZAÇÕES FORAM VIRADAS DO AVESSO, INCLUSIVE PELOS PETISTAS!
- SE HAVIA IRREGULARIDADES, POR QUE O SENHOR LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA NÃO ACIONOU A POLÍCIA FEDERAL? POR QUE NÃO TORNOU PÚBLICAS AS SUPOSTAS FRAUDES?
- SE HAVIA, COMO DIZEM, EVIDÊNCIAS CONTRA TUCANOS, POR QUE NÃO AS TROUXERAM A PÚBLICO OFICIALMENTE?

A resposta é simples: porque não havia nada!

Não por acaso, as campanhas eleitorais do PT nunca se concentraram nas supostas fraudes. Preferiram o embate ideológico. As estatais, passaram a dizer, foram vendidas “a preço de banana”, outra estupidez. Segundo o TCU, “preço de banana” era o das concessões de aeroportos definidos pelos petistas. Foi necessário elevar o preço mínimo, em um dos casos, em quase MIL POR CENTO!!!

Sai, canalha!
Essa gente acha que caio no truque. Há vagabundos que, num comentário, falam a linguagem de sempre dos jumentos. No seguinte, com o mesmo IP, chegam mansinhos: “Pô, Rei, você deveria comentar tal coisa; afinal, os petralhas estão…” Vão pastar!

Acompanhei no detalhe o massacre a que foi submetido o então secretário-geral da Presidência do governo FHC, Eduardo Jorge Caldas Pereira.
No caso, os petistas ainda estavam na oposição e contavam com o auxílio da facção petista do Ministério Público. Passados alguns anos, constatou-se que não havia uma só prova contra ele, um só indício, nada! Tudo era apenas parte de um projeto de poder.
Tratava-se apenas de uma “conspiração dos éticos”, como aqueles que estão na capa da VEJA desta semana, tramando, por telefone, recibos falsos para incriminar inocentes. A canalha petralha chamaria àquilo tudo “prova”.

Se e quando quiser, falo do que eu quiser, ficou claro? Eu não preciso recorrer ao mundo do crime para “bombar” o meu blog. Os meus leitores decentes me bastam. Os indecentes que passam por aqui o fazem porque querem e contra a minha vontade. E o favor que sempre podem me fazer é ficar longe. Falta de chute no traseiro é que não é. Houvesse um mata-burros eletrônico, eu o adotaria.

Havendo algum leitor eventualmente desconfiado, que não tem muita certeza se aquela gente é criminosa ou não, se está a serviço do poder de turno ou não, uma dica prática: vejam quem lhes paga o salário, verifiquem se conseguiriam manter suas revistinhas ridículas e seus blogs e sites bisonhos SEM O DINHEIRO DAS ESTATAIS. Se a resposta for “não”, vocês terão chegado a uma conclusão.
- já houve a escuta que resultou nas acusações fantasiosas sobre as privatizações;
- já houve o Dossiê Cayman;
- já houve o falso dossiê contra Eduardo Jorge;
- já houve o caso dos aloprados:
- já houve o dossiê contra FHC e Ruth Cardoso (calculem!), feito na Casa Civil;
- já houve o arapongagem da pré-campanha de 2010 por aquela turma chefiada, então, pelo “consultor” Fernando Pimentel;
- já houve a invasão do sigilo fiscal de tucanos e de familiares do candidato do PSDB à Presidência;
- há agora a retomada das acusações sobre as privatizações, tão falsas e estúpidas quanto aquelas feitas há mais de 10 anos.

Antes, tratava-se de uma quadrilha que operava à margem do estado. Hoje, trata-se de uma quadrilha que se aproveita das benesses do estado. Quando FHC estava no poder, o governo se esforçava para vencer a oposição. Os lugares se inverteram, e o PT se organiza para eliminar a oposição. Não por acaso, há eleições no ano que vem.

Nomes de quadrilheiros e das obras saídas de suas entranhas continuam vetados. Se e quando eu decidir citá-los, então cito. Quanto à imprensa, é bom lembrar que, não faz tempo, uma súcia tentou meter jornalistas na cadeia simplesmente porque faziam o seu trabalho.

Por Reinaldo Azevedo

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