Lula rebaixa a cidadania e Dilma abusa da nossa inteligência
O mais espantoso na atuação do presidente Lula no episódio das quebras múltiplas de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB, até mesmo a filha do candidato tucano à Presidência da República, é como ele manipula seus seguidores, explorando-lhes a boa-fé e, sobretudo, a ignorância.
José Serra lamentou que Lula tenha "debochado de coisa séria" quando fez análises nada republicanas sobre o episódio.
Segundo o presidente, em cima de um palanque, o episódio não passa de "futrica", e o candidato do PSDB "está nervoso" com a previsão de derrota e está usando sua família "para se fazer de vítima".
Seriam comentários ofensivos à cidadania, partidos de um presidente que deveria ser imparcial, quando o assunto são as garantias dos direitos individuais dos cidadãos, sejam eles petistas ou não, lulistas ou não.
Por Merval Pereira
Mas o mais grave, do ponto de vista da manipulação do eleitorado, está na frase que jogou no ar como se fosse um desafio: "Cadê esse tal de sigilo que ninguém viu?" O presidente Lula se utiliza assim da dificuldade que o brasileiro comum tem de compreender os meandros da disputa política, muito mais quando se trata de questões técnicas ligadas a computadores e senhas eletrônicas, para tentar desmoralizar a questão, reduzindo-a a uma "futrica" de perdedor.
Se o tal do "sigilo" não apareceu, é porque não existe, quer levar a crer o nosso nada republicano presidente.
É conhecida a piada que circula entre os petistas segundo a qual Lula teria dito que essa questão de dossiê não abala seu eleitorado, pois eles não sabem o que quer dizer a palavra, e muitos a confundem com "doce".
Há também o raciocínio segundo o qual como apenas 40 milhões de brasileiros declaram o Imposto de Renda, a imensa maioria dos eleitores não estaria preocupada com o assunto.
Para se ter uma noção do que esse raciocínio perverso embute, dos 130 milhões de eleitores, cerca de 60% são formados por analfabetos, analfabetos funcionais ou pessoas que não completaram o ensino fundamental.
Ora, a esta altura dos acontecimentos, todo cidadão de boa-fé e minimamente informado sabe que os dados colhidos em diversas instâncias da Receita Federal, em várias partes do país, estão espalhados em diversos documentos que circularam no comitê da candidata oficial Dilma Rousseff.
Não foram usados formalmente, nem nunca seriam, pois trata-se de material ilegal.
Mas estão sendo espalhados há muito tempo em diversos blogs e continuam sendo usados com insinuações contra as vítimas dos atentados.
A própria candidata Dilma Rousseff, abusando da inteligência de seus interlocutores e seguindo por um caminho perigoso, insinuou em entrevista coletiva que os dados levantados sobre Verônica Serra seriam usados por membros do próprio PSDB contra Serra, que àquela altura ainda disputava com o ex-governador de Minas Aécio Neves a escolha do partido para concorrer à Presidência da República.
Os petistas engendraram uma pseudoexplicação que culpa a vítima, e Dilma se encarregou de tornar essa intriga em fato de campanha na sua entrevista.
A disputa entre Serra e Aécio seria a verdadeira origem do tal dossiê, que eles negavam existir e agora, diante das evidências, querem jogar no colo de Aécio Neves, numa mesquinha tentativa de confundir os eleitores.
Mais uma vez coube à chamada grande imprensa, para ódio dos governistas e seus blogueiros chapas-brancas, demonstrar que essa versão não se sustenta.
Tanto os acessos em Santo André quanto os de Formiga, em Minas Gerais, foram feitos por pessoas filiadas ao PT, o que deixa evidente o caráter político das quebras de sigilo. Essa é uma prática comum ao Partido dos Trabalhadores e tem uma longa história, desde quando o partido era de oposição, mas já mantinha nos principais órgãos públicos uma grande influência graças aos sindicalistas enfronhados na máquina pública.
Na oposição os petistas usavam seu poder de quebrar sigilos e de conseguir documentos para fazer denúncias contra o governo de Fernando Henrique Cardoso.
No governo, montaram uma máquina de informações não apenas para difundir notícias falsas sobre seus adversários como para usar as informações como arma política de chantagem nas negociações de bastidores. O cérebro desse esquema de informações paralelo e ilegal foi o ex-ministro e deputado federal cassado José Dirceu, que se vangloria até hoje dos métodos que aprendeu quando esteve exilado em Cuba.
À medida que vão se acumulando as evidências de que o PT não sabe disputar eleições dentro da normalidade democrática, acumulam-se também as provas de que o que um dirigente petista disse ontem na oposição não tem a mesma correspondência no futuro e em situações similares quando o partido está no poder.
Eleito em 2002, Lula reconheceu que o então presidente Fernando Henrique Cardoso havia se comportado como "um estadista" e que, se não fosse essa sua postura imparcial, talvez não vencesse a eleição.
Justamente o que não está fazendo hoje, quando se comporta como o chefe de uma facção política tentando fazer sua sucessora, sem se incomodar com as limitações que a legislação impõe.
Lula usa seu enorme carisma e sua popularidade, e o PT utiliza a máquina do Estado, para acobertar as ilegalidades cometidas e manipular o eleitorado. Ele trabalha permanentemente para reduzir a cidadania a uma reivindicação elitista, neutralizando a política e dando pão e circo à sua massa de manobra. O Globo
08 de setembro de 2010
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Estamos órfãos de um estadista
07 Sep 2010
Pobre nação que elege um presidente como Luiz Inácio Lula da Silva, que há oitos anos desrespeita o cargo que ocupa e principalmente a sociedade.
Não dá mais para digerir tanta desfaçatez deste chefe de Estado que a cada dia se mostra mais inconveniente e rampeiro com o poder.
E neste exato momento em que uma eleição majoritária está em curso, é que a Receita Federal dá um golpe nos contribuintes escancarando o sigilo fiscal. Mesmo tudo regiamente comprovado, e sob auspícios do PT, ainda assim vem o presidente zombar deste grave crime, questionando: "Cadê esse tal de sigilo que não apareceu?”. Por Paulo Panossian
Em inúmeras ocasiões, Lula tem deixado de agir com pulso firme e não penalizou integrantes do seu partido até agora. Sabemos que o Lula é inculto, mas não acredito que não saiba o que é quebra de sigilo fiscal, ou bancário, porque o Palocci deve ter lhe explicado por que quebrou o do Francenildo.
O Lula pela sua forma dócil e irresponsável de acomodar seus companheiros, que têm cometido graves ilícitos, promove uma escola de bandidagem institucional no país, na medida em que manda às favas a ética, acoberta a corrupção no seu governo. É só verificar quantos petistas históricos estão denunciados por formação de quadrilha no STF.
Sabemos que a máquina federal é composta por milhares de servidores públicos, e assim como em qualquer atividade humana encontramos os vis.
Mas o presidente em inúmeras ocasiões tem deixado de agir com pulso firme, e não tem penalizado esses componentes de seu partido, consagrando assim que o crime contra o erário, e no caso o da invasão de privacidade do sigilo fiscal de contribuintes e opositores, pela Receita Federal, compensa.
As duas caras do Lula também são frequentes! E pela pressão da opinião pública sobre a quebra de sigilo fiscal de membros da cúpula do PSDB, e em seguida da filha do candidato Serra, ele afirmou que isso é "uma bandidagem".
Mas, posteriormente, discursando em Guarulhos, cinicamente demonstrando não ter nenhum pudor com relação aos contribuintes, disse: "Cadê esse tal de sigilo? Cadê o vazamento das informações". É muito deprimente.
Apesar de o próprio secretário da Receita Federal ter confirmado este crime indigerível, e sabendo que seu autor é um filiado ao PT, em Mauá (SP), o Lula, com a rara facilidade que tem para mentir, tenta negar este fato escabroso e continua zombando da população.
É assim que o nosso presidente vem agindo desde sua posse. Transforma, há muito, crimes graves contra nossas instituições, como o mensalão, dossiês fajutos fabricados por Dilma Rousseff contra FHC, e tantos outros, como se fossem marolinhas! Coisas da oposição, etc. Foge da verdade, e manda a sociedade deixar para lá.
Não à toa, e sempre que pela imprensa aparecem denúncias de falcatruas do petismo, o que infelizmente acontece muitas vezes, a cúpula do partido e o Lula procuram com mentiras deslavadas diminuir o impacto político destas acusações, achando que o povo é idiota.
Lula transforma crimes graves, caso dos dossiês fajutos fabricados contra FHC, como se fossem marolinhas Ou, como sempre, o presidente diz não saber nunca de nada! Como se este senhor, ex-metalúrgico, não tenha nada a ver com a nação.
Certamente até 3 de outubro, muitas outras denúncias verdadeiras virão, como esta mais recente, que em Formiga, Minas Gerais: a de que outro filiado ao PT também e por 10 vezes acessou os dados fiscais de Eduardo Jorge, do PSDB.
Esta tem sido a vocação do Partido dos Trabalhadores, que pela tentativa de se perpetuar no poder faz qualquer negócio, não importando a forma, mesmo que macule a imagem da nação.
Até quando vamos ter que conviver com esta mediocridade?
Jornal do Brasil ON LINE
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
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