Não é sincera a preocupação do governo Dilma Rousseff de que a crise nas polícias militares se estenda a seis estados. Na verdade, os estrategistas do Palácio do Planalto já têm a fórmula política para tirar proveito de uma eventual radicalização dos manifestantes que coloca em risco a segurança pública que já não existe direito no Brasil. Quando o clima institucional se agravar, para evitar que algum opositor ocupe um eventual vácuo de poder, Dilma assume sua linha de “dama de ferro” e aproveita algum “estado de emergência” (ou até de sítio) para ampliar, dentro da nossa frágil margem constitucional, os poderes despóticos da máquina capimunista.
Embora discurse contrariamente, numa suposta defesa democrática e da garantia da lei e da ordem, a máquina de distúrbios petralha usou e abusou de seus agentes sindicais para insuflar o movimento radical dos policiais militares e bombeiros – que inegavelmente necessitam de melhor remuneração e estrutura, na maioria dos 27 estados da federação. Para complementar ainda mais os planos de geração de caos social para se fortalecer no poder, a petralhada ainda usou as Forças Armadas para legitimar sua ação. Na cabeça da opinião pública, o governo alimenta ainda mais a ideia de um “Exército autoritário, para uso em intervenções de força contra a desordem”.
Além disso, a turma verde oliva cai na armadilha de fazer o papel de Polícia Militar, no lugar da força que se rebela.
O esquema petralha rebaixa o papel original das Forças Armadas – de defesa da Pátria e da soberania nacional – para submeter os militares ao papel subalterno de substituir suas próprias forças auxiliares (as PMs). As legiões só entram de gaiatas nesta história por irresponsabilidade de um Núcleo desestruturador que cumpre a missão criminosa de desmoralizar, por dentro, a expressão do Poder Militar no Brasil.
O desaparelhamento e o achatamento salarial das Forças Armadas recebem um complemento perfeito para que a opinião pública as considere “inúteis, ineficientes e sem poder de reação para cuidar dos reais interesses da Nação”. Quando o processo de desmoralização militar estiver concluído, os estrategistas petralhas cuidarão de sua reengenharia, usando os jovens oficiais que já estão sendo formados com este fim. Com militares neutralizados ou cooptados politicamente, fica fácil o projeto final de ampliação e perpetuação do poder petralha.
O esquema golpista em marcha se ressente do fato de não ter condições de aparelhar ideologicamente a maior força pública militar do País, a do Estado de São Paulo, que é uma reserva moral para apoio à banda boa das Forças Armadas, em caso de vácuo institucional. Mas o Governo do Crime Organizado sabe que pode tentar desmoralizar a PM paulista, repetindo a tática terrorista dos 251 ataques a alvos policiais e rebeliões em presídios, em maio de 2006. O esquema petralha também ajuda a plantar reportagens que associam a PM e a tropa de elite Rota a supostos autoritarismos e abusos dos direitos humanos – como as recentes mentiras propagadas pelo senador petista Eduardo Suplicy sobre a desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos.
O movimento anti-democrático do Governo do Crime Organizado já está mais que manjado. O golpe institucional petralha já está identificado claramente. Resta aguardar se os militares ainda não contaminados pelo Núcleo de traidores da Pátria terão condições políticas e operacionais de reagir para evitar o desmonte final das Forças Armadas e, por conseguinte, da própria soberania do Brasil.
O sabiá vai cantar de galo?
A orientação editorial já foi dada pelos marketeiros do governo e regiamente cumprida pela mídia amestrada.
O General Gonçalves Dias, ex-segurança de Lula, deve ser retratado como grande combatente e herói das operações de guerra contra os PMs baianos – que estão sendo usados politicamente pelos agitadores petralhas.
Gonçalves Dias é preparado pelo PT para ser o futuro comandante do Exército, assim que for promovido a quatro estrelas.
Ontem, foi muito fofa a cena do General, comendo bolinho de aniversário, abraçado com os grevistas...
Resta aguardar se na poética terra de palmeiras verde olivas, vão deixar o sabiá do Gonçalves Dias cantar de galo...
08 de fevereiro de 2012
Jorge Serrão
NOTA AO PÉ DO TEXTO
A análise feita da greve da PM na Bahia confere ao movimento, independente dos interesses da classe de políciais militares, um movimento que procura num primeiro momento indicar a existência da manipulação política dos grevistas, direcionando-a para um 'golpe branco', pela desordem que vem gerando na sociedade, ameaçando a ordem institucional e o estado de direito.
A indicação de que se abre a possibilidade de um estado de emergência, ou de sítio, oportunidade como mostra o texto, de um 'golpe', seria apenas uma "teoria da conspiração", ou será uma estratégia nascida dentro do poder?
De qualquer forma, pelo andar da desordem e do desgoverno, da falta de iniciativa para resolver a 'balbúrdia', fica a dúvida levantada pela análise.
m.americo
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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