A situação é crítica, o Brasil está muito perto de uma greve nacional na área da segurança pública, disso ninguém mais duvida, tanto que a ordem emanada do Palácio do Planalto é endurecer com os Policiais Militares e os Bombeiros Militares que realizam uma paralisação na Bahia.
O que era um receio, virou uma possibilidade, uma hipótese que crescerá geometricamente em relevância caso a paralisação na Bahia se estenda por mais alguns dias e se una a uma paralisação que tem boas chances de se efetivar no Rio de Janeiro, a partir de sexta-feira. Paralisados Rio e Bahia, os PMs e BMs dos outros estados poderão inciar movimento idêntico.
Acuado, após empurrar com a barriga a aprovação da PEC 300 (446), o governo dos escândalos, do mensalão, do dinheiro na cueca, das obras hiperfaturadas, dos ministros demitidos após graves acusações etc., pede socorro aos militares federais, também péssimamente remunerados. Coloca contra os PMs e os BMs os integrantes das Forças Armadas, essas mesmas forças inteiramente sucateadas pelo próprio governo.
E o que isso provoca? Algo inimaginável, militares federais e estaduais se enfrentando, heróis que juraram dar a vida em defesa da pátria, se enfrentando mutuamente.
Isso está errado. Isso está completamente errado, não podemos aceitar.
Não defendo a greve, nem os outros erros cometidos pelos mobilizados da Bahia, mas ninguém pode negar que a situação salarial dos PMs e dos BMs no Brasil ultrapassou os limites da miserabilidade, isso não pode ser esquecido. Nunca podemos esquecer que quem tem fome tem pressa, como bem disse um sociólogo. Os PMs e os BMs do Brasil têm fome, os salários são famélicos em quase todo país. E eles tem uma fome muito maior, a fome de JUSTIÇA.
Exmos Oficiais Generais das Forças Armadas e Exmos Oficiais Superiores das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros, não podemos permitir os excessos nessas mobilizações, ninguém quer a anarquia, mas a hora é de lembrar que o nosso compromisso é com a PÁTRIA e não com governos, sobretudo quando governantes demonstram a intenção de transformar o país em uma CLEPTOCRACIA.
Não esqueçam que o POVO tem fome, não tem saúde pública, educação pública e segurança pública de boa qualidade, enquanto políticos vivem como bilionários. Não esqueçam que um “piloto” de elevador do Poder Legislativo ganha mais que um piloto de caça e que um comandante de uma fragata.
No Rio, um Soldado da PM e do CBM ganham metade do que ganha uma diarista por dia, cerca de R$ 40,00 dia. E, se isso não bastar para celebrar a nossa união, saibam que o governo Sérgio Cabral mandou cercar novamente a Assembleia, a Casa do Povo, para impedir que PMs e BMs ocupassem as galerias durante a votação do ridículo reajuste que encaminhou.
Senhores militares, o nosso compromisso é com a PÁTRIA, por ela juramos arriscar a vida. Senhores militares, somos irmãos, temos uma segunda pele, ela só muda de cor. Não nos deixemos ser levados para uma luta fratricida, enquanto políticos bilionários riem de nós.
Coronel PM Paulo Ricardo Paúl
09 de fevereiro de 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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