Se fosse uma corrida no Jóquei Clube, pagaria pule de dez. Antes mesmo do julgamento, todos já sabiam que o revisor do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandoski, iria votar pela absolvição do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu do crime de corrupção ativa.
“Pai nosso, me perdoe, pois pequei…”
Com isso, Lewandowski, por fidelidade ao ex-presidente Lula, atira na lata do lixo uma biografia de jurista que nem chegara a esboçar. Funcionário da Assembléia de São Paulo, entrou para a magistratura através de apoio político, nomeado pelo então governador Oreste Quércia para juiz do Tribunal de Alçada.
De lá, conseguiu se tornar desembargador e depois foi nomeado por Lula para o Supremo, vejam só o que pode representar uma simples amizade política na vida de um modesto advogado.
Agora, prestes a se aposentar, Lewandowski encerra sua carreira com um voto grotesco que o deixará na História do Judiciário como o ministro que se vendeu em troca de um abraço de um velho amigo fora-da-lei, que um dia lhe protegera e impulsionara sua carreira.
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UM VOTO ATRELADO
Em seu voto, apesar de não ter descartado que Dirceu foi “mentor da trama”, o revisor alegou falta de provas documentais para ligar o ex-ministro ao esquema. O revisor, que ontem inocentara o ex-presidente do PT José Genoino, preferiu responsabilizar exclusivamente o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pelos repasses do valerioduto aos parlamentares nos primeiros anos do governo Lula.
“Constato que não existe elemento suficiente para condenar Dirceu por corrupção ativa”, disse Lewandowski, que chegou a ter parte de sua exposição contestada por outros ministros.
Mas ele seguiu firme em sua missão de se contrapor ao ministro relator Joaquim Barbosa, cumprindo a tarefa que ele próprio anunciara meses antes do julgamento.
Em seu voto, o revisor levantou dúvidas de que o mensalão utilizou desvio de dinheiro público para compra de apoio político no Congresso na gestão Lula, contestando um entendimento que já fora firmado segunda-feira com apoio de 7 dos 10 ministros da Corte.
Foi questionado pelos ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello, que avaliariam a fala como uma contradição pelo fato do revisor ter condenado outros réus, de partidos políticos ligados ao PT, e que tiveram a participação confirmada no esquema pelo Supremo.
“Eu não estou dizendo que não possa ter havido eventual compra de votos aqui ou acolá. Estou dizendo que tem provas para todos os gostos, nesse imenso campo probatório que está no processo”, afirmou o revisor, que decididamente não parece ter medo do ridículo e pouco está se importando com a opinião pública.
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AGORA, TOFFOLI
Aguarda-se agora o voto do ministro Dias Toffoli, que na mais recente decisão se portou de forma independente, apoiando a tese de que realmente houve compra de votos na Câmara dos Deputados e o mensalão não se tratava de um simples repasse de Caixa 2 de campanha eleitoral.
Toffoli é muito jovem, tem apenas 44 anos, pode ficar mais 26 anos no Supremo, montando uma biografia digna para se aposentar com honras, de cabeça erguida, ao contrário de Lewandowski, um magistrado que não faz jus à toga. Vamos aguardar para ver como vota o mais jovem dos ministros, nesse julgamento verdadeiramente histórico.
“Pai nosso, me perdoe, pois pequei…”
Com isso, Lewandowski, por fidelidade ao ex-presidente Lula, atira na lata do lixo uma biografia de jurista que nem chegara a esboçar. Funcionário da Assembléia de São Paulo, entrou para a magistratura através de apoio político, nomeado pelo então governador Oreste Quércia para juiz do Tribunal de Alçada.
De lá, conseguiu se tornar desembargador e depois foi nomeado por Lula para o Supremo, vejam só o que pode representar uma simples amizade política na vida de um modesto advogado.
Agora, prestes a se aposentar, Lewandowski encerra sua carreira com um voto grotesco que o deixará na História do Judiciário como o ministro que se vendeu em troca de um abraço de um velho amigo fora-da-lei, que um dia lhe protegera e impulsionara sua carreira.
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UM VOTO ATRELADO
Em seu voto, apesar de não ter descartado que Dirceu foi “mentor da trama”, o revisor alegou falta de provas documentais para ligar o ex-ministro ao esquema. O revisor, que ontem inocentara o ex-presidente do PT José Genoino, preferiu responsabilizar exclusivamente o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pelos repasses do valerioduto aos parlamentares nos primeiros anos do governo Lula.
“Constato que não existe elemento suficiente para condenar Dirceu por corrupção ativa”, disse Lewandowski, que chegou a ter parte de sua exposição contestada por outros ministros.
Mas ele seguiu firme em sua missão de se contrapor ao ministro relator Joaquim Barbosa, cumprindo a tarefa que ele próprio anunciara meses antes do julgamento.
Em seu voto, o revisor levantou dúvidas de que o mensalão utilizou desvio de dinheiro público para compra de apoio político no Congresso na gestão Lula, contestando um entendimento que já fora firmado segunda-feira com apoio de 7 dos 10 ministros da Corte.
Foi questionado pelos ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello, que avaliariam a fala como uma contradição pelo fato do revisor ter condenado outros réus, de partidos políticos ligados ao PT, e que tiveram a participação confirmada no esquema pelo Supremo.
“Eu não estou dizendo que não possa ter havido eventual compra de votos aqui ou acolá. Estou dizendo que tem provas para todos os gostos, nesse imenso campo probatório que está no processo”, afirmou o revisor, que decididamente não parece ter medo do ridículo e pouco está se importando com a opinião pública.
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AGORA, TOFFOLI
Aguarda-se agora o voto do ministro Dias Toffoli, que na mais recente decisão se portou de forma independente, apoiando a tese de que realmente houve compra de votos na Câmara dos Deputados e o mensalão não se tratava de um simples repasse de Caixa 2 de campanha eleitoral.
Toffoli é muito jovem, tem apenas 44 anos, pode ficar mais 26 anos no Supremo, montando uma biografia digna para se aposentar com honras, de cabeça erguida, ao contrário de Lewandowski, um magistrado que não faz jus à toga. Vamos aguardar para ver como vota o mais jovem dos ministros, nesse julgamento verdadeiramente histórico.
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