Artigos - Movimento Revolucionário
Não é surpreendente que a mentalidade cultural soviética esteja viva na boca de um provinciano professor de história ou de uma caterva urbana de militantes homossexuais?
A TFP se tornou o dissidente Emanuel Goldstein. A ditadura politicamente correta que o país vive é um sinal claro da destruição da linguagem e das consciências.
Recentemente, integrantes da TFP, Tradição, Família e Propriedade, foram agredidos por hordas organizadas de homossexuais nas ruas de Curitiba. O crime? Discordar da agenda gay. Além do sinal de intolerância, fanatismo e agressividade do ativismo LGBT, uma questão me deixou particularmente intrigado, tamanha desproporção entre discurso e realidade: o fascismo. Os gays enraivecidos acusavam a TFP de ser “fascista”.
Espantosa comparação, já que a ideologia fascista morreu nos escombros da Segunda Guerra, em 1945, e nunca foi mais um movimento que ganhasse qualquer credibilidade nos dias atuais. Pode-se conjecturar algum tipo de ação ou figura de linguagem atualizada que recorde o fascismo, com seus métodos de intimidação psicológica, violência e uso bruto da força. Há realmente certos grupos ou ações políticas que remontam e lembram as práticas típicas do Partido Nazista ou Fascista. Todavia, não encontro ainda uma resposta definitiva para o fenômeno, já que os indivíduos caluniados como tais passam longe do fascismo.
Eu mesmo sou um exemplo. É cansativo ouvir as respostas dos meus detratores esquerdistas, ao me rotularem de uma ideologia que particularmente abomino. Recentemente, um reles e insignificante professorzinho de história chamado Bertone de Sousa afirmou, em seu blog, que eu tinha uma linha de orientação “fascista”. Ainda que não tenha citado bibliografia, uma referência ou qualquer elemento que fosse caracterizador da ideologia fascista em meu pensamento, Bertone recusou qualquer debate ou discussão comigo. Fez ainda papel de vítima, quando denunciei a farsa. Ainda que esse pretenso “historiador” da roça de Tocantins não defina e nem mesmo explique o fenômeno fascista, naturalmente tal epíteto odioso dá dividendos poderosos a quem ofende. Ele não precisa explicar nada. Basta aplicar a falácia ad hominem e pronto, estamos conversados...
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=zuxpaE759h8
Se o fascismo morreu, por que ele permanece tão vivo no imaginário das esquerdas? A resposta é relativamente simples e dela falei em vários artigos: é um velho truque mental soviético que jamais se apagou do imaginário esquerdista. Quando a moda vingou nos anos 30 do século passado, sociais-democratas da República de Weimar eram acusados de “sociais-fascistas” pelos comunistas alemães.
Os democratas liberais, os constitucionalistas, os democratas cristãos católicos, como também os sistemas democráticos na França, Inglaterra e EUA, eram considerados “fascistas”, pelo simples e único pecado de divergirem do marxismo-leninismo. Em outras palavras, dentro do esquema binário, quem é anticomunista, naturalmente é um “fascista”. Este mesmo fascismo imaginário foi encontrado na própria União Soviética, quando Stálin expurgava e matava milhões de pessoas. Os “inimigos do povo”, os “espiões”, os “agentes das nações imperialistas”, todos eles se enquadravam na “orientação fascista”, conforme dizia e impunha o Partido Comunista. Não é surpreendente que a mentalidade cultural soviética esteja viva na boca de um provinciano professor de história ou de uma caterva urbana de militantes homossexuais?
Os membros da TFP podem ser ultraconservadores, tradicionalistas católicos e até monarquistas. Alguns aspectos sectários e militarizados da associação podem remontar, ainda que enganosamente, ao movimento fascista. Entretanto, eles estão ideologicamente muito distantes do fascismo. Não me conste que preguem o estado totalitário inerente ao pensamento de Mussolini e Hitler. Ou que divulguem algum tipo de pensamento nacionalista xenófobo ou racista. Pelo contrário, em muitos pontos, seguem os valores da Doutrina Social Católica, que está há anos-luz de distância de qualquer estatolatria fascista. Doutrina Social esta que defende o direito de propriedade, a livre iniciativa, a família e a tradição cristã. Na obra do fundador da entidade, Plínio Correa de Oliveira, há uma sólida condenação à ideologia fascista, considerada subversiva e revolucionária.
A TFP defende algo que é paradoxalmente moderno: o agronegócio. O Príncipe Dom Bertrand de Orléans e Bragança conduz um esplêndido trabalho de defesa da propriedade privada e da agricultura brasileira: o projeto “Paz no Campo”, onde denuncia invasões de terras e pilhagens praticadas pelo MST.
E não custa nada recordar o componente profundamente gay nas hostes fascistas. A SA, grupo de assalto do Partido Nazista, era uma confraria organizada de gays. O seu chefe, Ernst Röhm, era um homossexual assumido e exaltava a prática sexual entre militantes como uma forma de camaradagem de caserna. Tão poderosos eram eles dentro da organização paramilitar, que Hitler fez questão de matá-los quase todos, na Noite dos Longos Punhais, o famoso expurgo do Partido, em 1934. Qualquer semelhança com o movimento LGBT não é mera coincidência. Até os métodos de um e de outro são parecidos!
Contudo, se o imaginário do fascismo reflete apenas o temor de um fantasma já morto e enterrado, o espectro de Stálin é mais forte do que nunca. Tão forte que velhos discursos, velhos raciocínios, velhos esquemas mentais e ideológicos de uma época aparentemente tão remota são atuantes até hoje, em grupos que hoje detém mais do que um discurso. Eles detêm o poder do Estado, das universidades, da cultura, da mídia, de uma boa parte das publicações na imprensa e no mercado editorial.
As agressões dos homossexuais contra a TFP vão além do mero fascismo. É o velho comunismo com a nova roupagem, nova linguagem e novas bandeiras de luta, com seus métodos de organização, intimidação e chantagem que fazem dos fascistas meros aprendizes, meros amadores. Mas por que será que um fenômeno cultural tão vivaz, tão atuante e tão devastador passa despercebido, sem qualquer observação mais apurada, salvo a de alguns homens isolados? Porque o grosso da intelligentsia do país, comprometida com a causa, escondendo o amor pela ditadura que não ousa dizer o nome, tenta a todo custo negar suas origens e seus compromissos criminosos com o totalitarismo de esquerda. Resgatar um espantalho fascista inexistente é tão eficaz quanto escamotear um stalinismo sobrevivente.
Denunciar obsessivamente um totalitarismo para promover outro foi útil para ocultar do público muitas matanças convenientes. Até na propaganda, o nazi-fascismo favoreceu ao comunismo. Ou, como dizia Hannah Arendt, é melhor matar com Stálin do que com Hitler.
George Orwell, em sua magnífica obra, 1984, já havia percebido o alcance dos braços do despotismo soviético na linguagem, nos discursos simplórios e maniqueístas dos militantes e na intoxicação ideológica de toda uma sociedade.
Os gay enraivecidos lembravam a cena pitoresca dos "dois minutos de ódio". A TFP se tornou o dissidente Emanuel Goldstein.
A ditadura politicamente correta que o país vive é um sinal claro da destruição da linguagem e das consciências. É o Ministério da Verdade, com a sua novilíngua. A cultura politicamente correta fiscaliza idéias, poda e esteriliza a linguagem e usurpa a liberdade intelectual e o raciocínio.
Ou pior, a linguagem deve se adequar aos desmandos do Partido, agora transformado numa hegemonia socialista da cultura, imposta pelos ativistas. Como na Rússia soviética, quem discordar de todos esses cacoetes mentais e ideológicos, naturalmente que será rotulado de “fascista”.
Poderá ser perseguido e até preso. Leis estão sendo criadas para tal fim, para legitimar o totalitarismo cultural. Fala-se de um “crime de homofobia” sem qualquer legislação penal que o descreva.
Remodelam-se clássicos de literatura e até os dicionários através de pressões do judiciário, vide a campanha imbecil contra os livros infantis de Monteiro Lobato, acusado de “racista”.
E o movimento gay, como um rebanho fanatizado de histéricos ressentidos, colabora alegremente para a destruição da liberdade civil, política e de opinião do país. Eis o segredo da tremenda falta de originalidade do insulto do espantalho “fascista”. Ele acaba por revelar um monstro feroz no vazio de consciência das elites intelectuais do país.
29 de janeiro de 2013
Leonardo Bruno
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