Demorou bem mais do que ela gostaria. Mas, finalmente, a presidente Dilma Rousseff vai conseguir montar o seu 39º Ministério, o da Micro e Pequena Empresa, impondo ao País um gasto adicional de R$ 7,9 milhões. Para o microempreendedor de nada vale, até porque a nova pasta é apenas uma peça a mais no tabuleiro de 2014, incrementando o toma-lá-dá-cá do singular jogo da coalizão tupiniquim.
Com 66 cargos de livre indicação, não chega a ser um “jilozinho”, apelido dado à Secretaria de Assuntos Estratégicos - aquela que “não elege nem um vereador”, segundo o seu ex-titular Wellington Moreira Franco -, mas parece não valer lá grandes coisas.
Prometido para o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, o ministério não o seduziu. Ainda assim, deverá cair no colo de um de seus partidários, talvez no do vice-governador de São Paulo Afif Domingos, por mais esdrúxula que a situação pareça e seja. Aliás, essa é uma das vantagens de não ser de esquerda, nem de direita, nem de centro: poder colocar ao lado de Dilma um ministro que é vice de um governador tucano.
Com 22 mil cargos de confiança que custam ao Brasil mais de R$ 200 bilhões ao ano, o Estado comandado por Dilma lidera todos os rankings. Nos Estados Unidos os tais comissionados não passam de oito mil; na França, beiram os quatro mil, na Inglaterra resumem-se a 300.
Está bem na frente também em outra lista ainda mais nefasta: poucos de seus ministros sabem o bê-á-bá da pasta que dirigem e vários não passam no teste da ficha-limpa. Transformam os ministérios em feudos, distribuem verbas apenas para os seus colégios eleitorais – ou para os lugares em que o partido manda -, acumulam recursos para a disputa eleitoral seguinte.
Boa parte nunca vê a chefe, que, possivelmente, não sabe de cor nem mesmo o nome de todos eles.
Somam-se aos 39 ministérios 294 empresas estatais controladas pela União e mais de 350 em que o governo tem participação minoritária. E como o PT de Lula, momentaneamente encarnado em Dilma, avança como nuvem de gafanhotos que nada poupa, as empresas mais lucrativas até então, como a Petrobrás e Eletrobrás, amargam prejuízos recordes, uns atrás de outros, impostos pela ingerência governamental, ou melhor, eleitoral.
Um Estado caríssimo, perdulário, cujo preço já está começando a ser cobrado e que cada vez ficará mais caro para esta e para muitas gerações. Alimentado por um governo do vale-tudo. Que não se satisfaz com maiorias acachapantes, popularidade nos píncaros. Quer a hegemonia e por ela tudo fará.
Depois de sacrificar a ideologia e o caráter, só sobrou o poder pelo poder. A ordem unida é ocupar. Tudo.
31 de março de 2013
Mary Zaidan é jornalista.
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