Falei há pouco nos cabeças-de-toalha, e não é de hoje que falo. Escrevia sobre a carne halal na França. Por interposta interlocutora, recebo de uma brasileira que mora nos States:
What is interesting about this "speech" is that there is a HUGE difference in the taste of Kosher/Halal meat from non-Kosher/Halal meat (beef and chicken). When living in California I was able to buy Kosher meat at a nearby Kosher butcher. It was a lot healthier and tastier than its counterpart and once I ate it a few times I stopped eating non-Kosher meat. You could not find a woman more of the Judeo-Christian persuasion than me and I would like very much to see animals being treated more humanely as according to Jewish and Muslim cultures. The article is extremely prejudiced and racist (vide the insulting title).
Bem, caríssima, eu me situo entre aqueles que gostam do foie gras e não estou preocupado como são alimentados os gansos. O ritual de abate de bovinos e ovinos por árabes e judeus – fora preces e direcionamento para Meca - é o mesmo de meus dias no campo, degola e sangramento. Abate-se o animal descansado, pois a carne do animal estressado não é boa. Há uma grande diferença entre a carne de uma lebre caçada por cães e outra morta por tiro.
Fora isto, não vejo diferença alguma. Já freqüentei alguns restaurantes judeus, particularmente para comer arenque cru, que gosto muito. E comi também carnes kasher. Não vi nenhuma diferença de sabor. Claro que há uma diferença notável entre uma picanha de uma boa churrascaria e os cozidos dos judeus, mas isso não se deve à carne e sim ao modo de preparo.
Comi mechouís em Paris e no Assekrem, no Saara argelino. Fora comer com os dedos no deserto, não vi nenhuma diferença entre os cordeiros assados cá do Brasil ou da França. Claro que um cordero lechal ou pascual em Segovia – não confundir com o cordeiro pascoal dos judeus – é outra coisa. Seus sabores e tenrura dependem de idade e alimentação. Da mesma forma, o cordeiro patagônico.
Isto me lembra episódio curioso que assisti em Lyon, na França. Um gaúcho gaudério que por lá andava costumava oferecer de vez em quando um churrasco a seus colegas de estudo. Entre eles, havia um marroquino. Certa vez, decidiu assar um leitão. Para não excluir o Ahmed da festa, disse que era cordeiro. O árabe se deliciou com o churrasco. O gaúcho decidiu então contar-lhe a verdade. Ahmed correu para o pátio para vomitar. Ou seja, a carne foi saborosa. Bastou saber que era de porco, tornou-se emética.
Que história é essa? Se não sabe que é leitão, a carne é deliciosa. Quando passa a saber, vira carne podre? Só o que faltava, a carne depois de ingerida com prazer passar a ter um sabor horrível. Só pode ser hipocrisia. Ninguém imagine que muçulmanos são santos e coerentes crentes. O correspondente xiita da Folha de São Paulo em Teerã, por exemplo, que se diz muçulmano mas esconde a condição de xiita, como bom muçulmano não pode beber álcool. Mas é chegado a um bom vinho. Tipo católico rico ou classe média. É contra o aborto. Mas se a filha é emprenhada por um pé-rapado, sai correndo atrás de uma clínica discreta. Parece que segundo algum mulá, em uma pouco conhecida hadith, o Profeta – louvado seja seu nome! – permite o álcool a correspondentes internacionais.
Curiosas estas interdições alimentares. Lapidar uma mulher porque teve relações antes de casar-se ou as teve com outro homem que não seu amo e senhor é perfeitamente permissível. Já comer um inocente leitãozinho ou tomar uma cerveja constituem ofensas a Alá.
Quanto aos cabeças-de-toalha, é bom lembrar que a expressão surge nos Estados Unidos, towelheads. É expressão muito usada também por Oriana Falacci em seus livros. Se a moça se rendeu ao politicamente correto, eu ainda não. Chamar estes brutos de cabeças-de-toalha até que é muito gentil. Estão mais para cabeças-de-bagre.
Nutro profundo asco em relação ao Islã. Basicamente, por uma razão, o tratamento dispensado à mulher pelos muçulmanos. Só porque tem um falo e um par de bolas, o muçulmano se julga superior à mulher. Este é o nó górdio intransponível que separa Islã e Ocidente, e duvido que um dia seja cortado. Ora as mulheres são lapidadas porque cometeram alguma infração sexual, ora são chicoteadas porque cometeram alguma heresia, como beber álcool. Há países em que a mulher é condenada se for estuprada, como se tivesse culpa de ter sido estuprada.
Isso sem falar nessa prática hedionda da ablação do clitóris e infibulação da vagina. Sei, isto não está no Corão. Mas é prática muçulmana e está contaminando o Ocidente, a ponto de médicos italianos terem sugerido um corte simbólico – desde que produza sangue – para satisfazer os cabeças-de–toalha. Ou de bagre, como quisermos.
Este asco nasceu em Paris, quando os conheci de perto. Aqui no Brasil, não tínhamos noção destes crimes. Quando, no final dos 70, escrevi sobre infibulação da vagina e ablação do clitóris em minha coluna na Folha da Manhã, houve quem pensasse que eu delirava. Não era delírio, não.
Tampouco é preconceito. Nunca pensei mal dos árabes, antes de conhecê-los de perto. É pós-conceito. Nada nem ninguém me fará nutrir estima ou respeito por um animal desses. Ora, direis, não se trata de árabes, mas de muçulmanos. Sofisma. No mundo árabe, todo árabe é muçulmano. Ao vir para o Ocidente, junto com suas mulheres e filhas, trazem também as algemas. Cabeças-de-toalha, portanto. Ou de bagre, como quisermos. No Brasil, caldeirão de culturas, o Islã se diluiu. Com o proselitismo do Irã e da Arábia Saudita, a peste está começando a surgir.
No Irã e na Arábia dos Sauds, mulher não pode andar sozinha nas ruas. Se não estiver acompanhada de seu amo e senhor - ou de algum parente - será presa pela polícia dos costumes. Mais ainda: que não ouse fazer-se acompanhar de macho que não seja parente. Continua sendo crime.
Recentemente, na Arábia Saudita, as mulheres tiveram uma importante conquista: já podem andar de bicicleta. Pode-se conceber isto em pleno século XXI? Mas atenção. Não é sair na rua pedalando, assim sem mais nem menos. Só em áreas destinadas ao lazer, como parques e praças.
A barbárie não se limita às mulheres. Há dois ou três dias, o The Saudi Gazette noticiava que a Justiça saudita condenou um homem a ficar paraplégico como punição por ele ter paralisado uma pessoa da cintura para baixo há dez anos. De acordo com o jornal, Ali Al-Khawahir tinha 14 anos quando esfaqueou seu melhor amigo. Desde então, o acusado está preso.
Pela sentença, ele ficará paraplégico caso não pague uma fiança de cerca de R$ 538 mil para a vítima. A Justiça saudita ainda não se pronunciou sobre a maneira como a pena seria cumprida. No fundo, uma extorsão sob a capa de justiça. Ou você paga ou é aleijado para o resto da vida.
Será preconceito não nutrir respeito por esses animais?
10 de abril de 2013
janer cristaldo
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