"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SOB ENCOMENDA (ENTREVISTA DE DILMA AO FANTÁSTICO)

Na segunda-feira (12), a pergunta que dominou a capital da República era uma só. Quanto custou a entrevista que a presidente Dilma Rousseff concedeu ao dominical Fantástico? Até porque, Dilma tem evitado contato com a imprensa desde que chegou ao Palácio do Planalto.

Produzida sob encomenda, a entrevista deixou muito a desejar, o que obrigou outros veículos do grupo comandado pela família Marinho a repercutir a fala de Dilma ao longo do dia.

À revista eletrônica da Rede Globo a presidente externou bom humor, algo raro, mas pouco esclareceu aos telespectadores. Para quem tem boa memória, a entrevista de Dilma foi conceitualmente semelhante à concedida por Antonio Palocci Filho também à Globo, dias antes de sua demissão.

Perguntada sobre o “toma lá, dá cá”, esquema de loteamento do governo federal que garante apoio no Congresso Nacional, Dilma disse que isso não existe e que ela montou o seu governo como quis.

Na verdade, Dilma, que negou ser refém da chamada base aliada, teve de aceitar uma série de indicações resultantes da aliança política que garantiram a sua eleição em 2010. Fora isso, a presidente foi obrigada a engolir as indicações do antecessor Luiz Inácio da Silva.

Parte de um pacote midiático, a participação de Dilma no Fantástico do último domingo (11) foi precedida por uma entrevista da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ao jornal “O Globo”.

Ao matutino carioca a ministra falou sobre a reforma ministerial programada para 2012, ocasião em que serão feitas mudanças na equipe de governo, o que não significa que a presidente trocará nomes ao bel prazer.

A única manifestação de independência de Dilma Rousseff em relação aos partidos da base aliada, por enquanto, foi a ejeção de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, pasta que foi alvo de uma enxurrada de denúncias de corrupção.

Dias depois que o Partido da República, legenda presidida por Nascimento, anunciou a saída da base de apoio ao Palácio do Planalto, Ideli Salvatti se reuniu com Valdemar Costa Neto, uma espécie de “dono” da agremiação, para negociar a manutenção do apoio, que por questões óbvias continua na informalidade.

Ucho.Info

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