Vocês lembram da desastrosa reserva de mercado de informática, do governo militar? Pois está de volta, com o protecionismo às montadoras "nacionais", que estavam saudosas do protecionismo de que desfrutaram do fim dos anos 50 até o fim dos anos 80. As carroças daquela época continuam desatualizadas em décadas.
Em 1952, a gente já tinha carro com câmbio automático. Depois, sumiram por aqui. Agora anunciam como novidade. O ABS, que já tem 33 anos de uso, e o air-bag, usado há 26 anos, só protegem a vida de brasileiros que compram carros estrangeiros. Como me disse Silvano Valentino, quando era presidente da Anfavea, há 15 anos, falando sobre o cinto de segurança sem regulagem nos carros populares: é uma vergonha que a indústria automobilística brasileira não proteja a vida de quem a sustenta.
Pressionado pelas montadoras locais e pelo sindicato dos Metalúrgicos de Lula, o governo, que foi contra o protecionismo na reunião do G20, implantou um IPI francamente protecionista. E o comprador brasileiro que se dane.
É para comprar carros que anunciam "direção hidráulica, trio elétrico e ar condicionado" como li na propaganda dos jornais de ontem. Tudo isso se encontra em modelos americanos de 1952, que estão no Museu do Automóvel na estrada entre Gramado e Canela, RS.
É para se livrarem do Picanto, entre outros. E o brasileiro vai pagar mais também pelos nacionais, quando as marcas daqui se sentirem protegidas da concorrência.
E por ai vai a maluquice. O Ministro da Educação ainda acredita que o futuro do mundo é o socialismo, mesmo sabendo o que o socialismo fez com a Grécia, Portugal e Espanha. A manifestante chilena vai a Brasília e prega escola privada sem lucro e nós achamos que isso é possível.
Das 20 escolas privadas do Rio, 19 ficaram com os primeiros lugares no ENEM.<b> E em mil, mais de 900 das piores, são públicas.
Uma injustiça social. Quem sabe fecham as escolas privadas e resolvem?
Para passar no vestibular, vale a cor da pele e ninguém reclama do racismo e do enterro do mérito.
Para capitalizar empreendimentos, vai-se ao pindura do BNDES. O Eike Batista virou o oitavo rico do planeta oferecendo ações e usando a Bolsa.
Nomeia-se Ministro do Turismo o homem que recém havia cobrado do contribuinte uma festa num motel; depois, nomeia-se outro porque é do PMDB e do Maranhão; não por que seja um expert em turismo. Na capital do país, gasta-se um milhão e meio de reais para fazer festa dos mil dias da Copa que, na verdade, vai ter apenas 30 dias.
Enquanto isso, em escola de Brasília morre aluno eletrocutado e criança morre por falta de médico em hospital público.
E a Copa é meta para o novo ministro do Turismo. Não precisamos de mais automóveis. Precisamos de mobilidade urbana.
A Ministra do Planejamento disse que se houver problema de transporte urbano e trânsito em dias de jogos da Copa, decreta-se feriado. País rico pode deixar de trabalhar. Precisa ser internado e com camisa-de-força.
Alexandre Garcia é jornalista em Brasília
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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