Internacional - América Latina
Os militares que de fato fizeram algo pelo país, muito em breve verão seus nomes excluídos da Lei de Anistia e suas vidas emporcalhadas com a pecha de “assassinos” e “torturadores”.
Fazendo um rápido balanço de fim ano, observamos que a América Latina segue em queda livre rumo ao abismo e ao caos.
É verdade que houve alguns momentos alvissareiros na Colômbia, como o fim de dois dos principais líderes das FARC, Mono Jojoy em setembro e Alfonso Cano em novembro, mas isto está longe de significar o fim da guerrilha como muitos pensam.
Entretanto, estas foram vitórias muito fugazes, considerando que quatro dias depois de Cano ser abatido em combate, as FARC assassinaram a sangue frio três policiais e um militar do Exército seqüestrados há 12 e 14 anos, completamente desarmados e indefesos, e ainda tiveram a indecência de enviar pêsames às famílias e culpar as Forças de Segurança pelo crime hediondo cometido deliberadamente por elas.
Nas eleições municipais ganhou a prefeitura da capital, Bogotá, um “ex” terrorista do bando M-19, Gustavo Petro. Petro estava impedido legal e constitucionalmente de concorrer a qualquer cargo público, pois em 1985 foi sentenciado e cumpriu pena por porte ilegal de armas, que não foi apagado de sua ficham criminal por não ser crime político.
Entretanto, a Justiça Eleitoral fez ouvidos moucos às incontáveis denúncias de respeitadíssimos jornalistas, permitindo-lhe a candidatura. O processo que condenou Petro em 1985 misteriosamente desapareceu dos arquivos da Justiça, de modo que em janeiro ele tomará posse, enquanto os heróis nacionais que libertaram mais de 260 pessoas do assalto ao Palácio da Justiça, do qual Petro foi o cérebro, continuam encarcerados através de provas fraudulentas e criminosamente plantadas.
Na Nicarágua, Daniel Ortega ganha mais um vez as eleições na base de fraudes grotescas, mas recebe o aval dos “observadores internacionais” da OEA, assim como Cristina Kirchner repete seu mandato na governança da Argentina. E por meio do decreto 1880/2011, a reeleita presidente cria o Instituto Nacional de Revisionismo Histórico Argentino e Ibero-Americano Manuel Dorrego, que se propõe a “reescrever a história argentina”. Assim mesmo, descaradamente.
A Venezuela do pós-Chávez terá imensa dificuldade em se reerguer, pois sua maior fonte de renda, a PDVSA, está há anos com queda de produção e endividada até a raiz dos cabelos.
Enquanto isso, Chávez continua fingindo ter-se curado do câncer, tenta aparentar uma saúde extraordinária, malgrado as várias internações de emergência, que se conhece apenas através de informantes. E para demonstrar ao mundo que tudo está um mar de rosas, ofereceu Caracas como sede do último encontro da CELAC, mais uma dessas inúteis e fúteis organizações inventadas para forçar a criação da “pátria grande bolivariana”, sonho de Chávez e das FARC.
No Brasil, para fechar o ano com chave de ouro, finalmente foi dada a largada para a caça às bruxas com a oficialização da “Comissão da Verdade”. Ressalto mais uma vez o que venho denunciando há quase uma década: no discurso os mentores e organizadores dessa comissão dizem que o objetivo é “fiscalizar, acompanhar e garantir que os resultados saiam.
E que os resultados sejam a "verdade", garante a comunista do PCdoB Manuela D’Avila, do mesmo modo que Luiza Erundina, que coordenará uma subcomissão, e diz que não cabe à comissão “punir”. Entretanto, acrescenta o que venho denunciando, que é o que pretendem na prática, quando afirma: “A Argentina acabou de condenar 23 militares de alta patente. Por que o Brasil não faz isso? O Uruguai acabou de mudar a sua Lei de Anistia, tirando a prescrição dos crimes. É isso que os outros países fizeram e nós temos de fazer também”.
Está claro ou precisa desenhar?
Entrega da medalha da Ordem do Mérito da Defesa: comandantes militares, os burrinhos do presépio
Enquanto isso, designa-se o terrorista José Genoíno para representar os militares, através do Ministério da Defesa, e a presidente distribuiu medalhas da Ordem do Mérito da Defesa a personalidades do seu mundo. A finalidade desta medalha é “premiar civis e militares que tenham prestado relevantes serviços ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas”, entretanto, os agraciados foram: o ministro Fernando Pimentel, Robson Andrade (presidente da CNI), Chico Buarque, o ex-jogador Raí, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), os senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Lúcia Vânia (PSDB), os deputados João Paulo Cunha (PT), Cândido Vacarezza (PT), Paulo Teixeira (PT), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o presidente do Banco Central, entre outros.
Essas são as pessoas “ilustres” que fizeram não sei o quê, não se sabe onde, em defesa do Brasil. No entanto, os militares que de fato fizeram algo pelo país, muito em breve verão seus nomes excluídos da Lei de Anistia e suas vidas emporcalhadas com a pecha de “assassinos” e “torturadores”, onde serão julgados e condenados como estão sendo os nossos vizinhos.
E os comandantes das três Forças sorrindo e batendo palminhas, enquanto nós morremos de vergonha perante o mundo.
Feliz ano velho, pois esse filme nós já assistimos.
Graça Salgueiro, 20 Dezembro 2011
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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