"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

DIA 6 DE DEZEMBRO A COLÔMBIA GRITA: "NÃO MAIS FARC!"

Notícias Faltantes - Foro de São Paulo

O Notalatina ficou muito tempo sem atualização num período crucial, onde incontáveis fatos ocorreram na Colômbia após o abate de Alfonso Cano, e entre Colômbia e Venezuela, em decorrência de problemas de ordem pessoal que ainda não acabaram. Entretanto, sempre estive conectada com amigos e correspondentes colombianos, além dos jornais e informativos daquele país que sempre me deixaram atualizadíssima, embora sem registrar nada aqui. Em decorrência disto, hoje eu não podia me furtar a fazer esta edição porque amanhã a Colômbia inteira, e os colombianos que vivem no exterior, estão programando uma mega passeata para reiterar, mais uma vez, que repudiam as FARC, repudiam seus incontáveis crimes e terrorismo, que só aceitam sua rendição completa e a devida condenação, que culminou com o brutal assassinato a sangue frio de quatro membros das Forças de Segurança (3 da Polícia e 1 do Exército) que estavam seqüestrados entre 12 e 14 anos.

Na última edição, em que anunciei que o chefe máximo das FARC fora abatido, ainda não se sabia quem o iria substituir mas arrisquei uma opinião, baseada nos estudos que faço há 12 anos daquele bando terrorista, e dias depois minha suposição se confirmou: o mais novo líder das FARC é Rodrigo Londoño Echeverri, cognome “Timoleón Giménez”, “Timochenko” ou “Timo”. Esse terrorista sempre manteve um baixo perfil, e foi revelado que sua nomeação como o novo líder deu-se automaticamente, por ser o mais antigo do Secretariado. Mas ele não queria, pois sabe que será caçado como os outros, ou então, se quiser salvar a pele, que se entregue, coisa que não fará.

“Timochenko” foi um dos gestores do PC3 (Partido Comunista Clandestino Colombiano) em 2000 e do Movimento Bolivariano, que prega a combinação de todas as formas de luta, copiado posteriormente por Chávez na Venezuela e que hoje tem tentáculos espalhados por toda a América Latina, inclusive o Brasil. Como todo comunista que se preze, “Timochenko” gosta de festas, bebidas caras e cigarrilhas. Faz parte do Secretariado Maior Geral das FARC desde 1993, como comandante do Bloco Magadalena Medio, e é (ou era) encarregado de coordenar suas distintas unidades para realizar ações terroristas contra a Força Pública e do narcotráfico.

Como a quase totalidade dos comandantes das FARC, “Timochenko” começou sua vida de bandido na Juventude Comunista (ala jovem do Partido Comunista) e em 1970 ingressou nas FARC. Em 1982 já era cabeça da Frente 9, depois foi estudar em Cuba a tática da guerra irregular. Voltou em 1986 como cabeça da Frente 16 e em abril desse mesmo ano foi designado o quinto cabeça (são sete no total) do Estado Maior Central. Depois estudou trabalhos de adestramento político na Rússia e em 1988 foi nomeado o cabeça do Bloco Oriental, estando desde 1993 sob o comando do Bloco Magdalena Medio.

Esse bloco é importante porque tem como zona de influência a fronteira com a Venezuela, onde se refugia no estado Zulia, daí que não se tenha dúvidas de que ele se move com facilidade entre os dois países, considerando o apadrinhamento que Chávez sempre deu a estes terroristas em seu país. Sobre “Timochenko” pesam 117 ordens de captura pelos delitos de terrorismo, seqüestro, rebelião, homicídio agravado, desaparecimento forçado e uma Circular Vermelha da Interpol emitida em 26 de janeiro de 2010.

Pois bem, logo após a operação que deu baixa em Alfonso Cano, a porta-voz das FARC, “Teodora de Bolívar”, cognome nas FARC da ex-senadora Piedad Córdoba, fez um pronunciamento dizendo que aquele “assassinato” iria pôr abaixo as negociações que vinham fazendo para libertar alguns seqüestrados, que “poderia haver retaliação” mas, na verdade, o que ela quis mesmo foi mandar um recado de que as FARC assassinassem os seqüestrados como forma de vingar a morte do líder. E no dia 26 de novembro teve-se a notícia do bárbaro assassinato que comoveu o país inteiro, principalmente pelo sargento Libio José Martínez que foi seqüestrado aos 21 anos, deixando sua esposa grávida. Ele nunca pôde conhecer o filho que hoje está próximo de fazer 14 anos e que nasceu e cresceu esperando, implorando às FARC e sonhando com sua libertação.

Depois desse brutal assassinato a sangue frio e pelas costas, em que os reféns estavam totalmente indefesos, desarmados, doentes e vulneráveis emocionalmente, as FARC emitiram um comunicado cínico e miserável em que “lamentam” a morte dos quatro militares e jogam a culpa no Exército e no Governo, exatamente como fizeram no assassinato dos 14 deputados do Valle del Cauca, que chocou a Colômbia inteira e que essa maldita guerrilha só admitiu ser de sua autoria, depois que encontrou-se as conversações sobre o fato nos computadores de Raúl Reyes. E lá havia o dedo imundo de “Teodora de Bolívar” dando “sugestões” sobre o que dizer a respeito dos assassinatos dos deputados.

Leiam um trecho desse cínico comunicado das FARC:

“As FARC-EP lamentamos profundamente o trágico desenlace da demencial tentativa de resgate ordenada pelo governo colombiano no dia 26 de novembro no estado do Caquetá. Ao tempo em que estendemos nosso sentimento de pesar às famílias do sargento Libio José Martínez, do coronel Edgar Yesid Duarte, do major Elkin Hernández e do intendente Álvaro Moreno, denunciamos ante a opinião nacional e mundial que tal fato obedeceu ao afã do Presidente Santos e do alto comando militar por impedir sua iminente libertação unilateral”. Logo a imprensa servil ao comunismo fez coro a essa mentira infame e passou a vigorar a informação de que os seqüestrados foram assassinados porque militares do Exército “atacaram” o acampamento numa “tentativa de resgate”.

Infâmia! Mentira torpe e miserável porque JAMAIS as Forças Militares da Colômbia agiram com tanto amadorismo, tanta irresponsabilidade e tanta imperícia como querem acusá-los, as FARC e seus seguidores. Jamais! E esta infâmia fica comprovada através dos depoimentos de uma das guerrilheiras que estava nesse acampamento e resolveu se entregar, e do sargento Luis Alberto Erazo que escapou porque quando ouviu os disparos correu para dentro da selva, ao contrários dos seus amigos de farda e infortúnio que buscaram refúgio com os carcereiros.

Sargento Luis Alberto Erazo - Símbolo de coragem e fé, em Deus e no
seu glorioso Exército Nacional.


No áudio da entrevista que ofereceu à Caracol Radio, o sargento Erazo é taxativo:

“O Exército não chegou ao lugar, foi a guarda da guerrilha quem disparou nos seqüestrados. (...) nesse momento eu corri para salvar minha vida, enquanto mataram meus companheiros a queima-roupa e sem aventurar-se a nenhum risco. (...) São uns mentirosos. Dias anteriores o comandante Arturo nos disse que ante disparos não deveríamos correr para fora mas para dentro, para que eles nos protegessem!”. E finaliza com um recado duro e firme: “A ‘Timochenko’ esteja onde estiver, lá lhe vai cair a Força Pública. A Força Pública chega até nos infernos!”. Ouçam abaixo o áudio dessa magnífica entrevista:

*****

A ‘Timochenko’, donde esté, le caerá la Fuerza Pública: Sargento Erazo [Caracol, Noviembre 28 de 2011]

El sargento Luis Alberto Erazo narró cómo fue ese momento en que corrió para salvar su vida mientras a "mis compañeros los mataron a mansalva y sobre seguro".

Señaló que inicialmente los guerrilleros les habían dicho que no iban a salir de marcha y luego cambiaron y les dijeron que debían estar en alistamiento de primer grado.

“Alisté los checheres a las 9:15 del sábado, yo estaba doblando una toalla y escuché un disparo a 30 metros y se viene la granizada de disparos y luego vienen los disparos en la cara y en el cuello. Lo único que se me ocurrió es irme al monte y se me pegaron dos guerrilleros y luego los perdí”, relató el uniformado en diálogo con Caracol Radio.

Explicó que el Ejército no llego al lugar, sino que fue el guardia de la guerrilla quién disparó a los secuestrados.

“Son unos mentirosos en días anteriores el comandante Arturo nos dijo que ante disparos no debíamos correr hacia afuera sino hacia adentro, para que ellos nos protegieran”, dijo Erazo.

Sostuvo que a la hora de los disparos “se me olvidó la consigna y yo corro y mis compañeros sí lo hacen hacia adentro… eso fue lo que a mí se me olvidó y mis compañeros se fueron hacia allá y los asesinaron”.

Dijo que fue tan despiadada la forma como fueron asesinados, que el capitán Duarte venía enfermo de un pie y no podía caminar.
El uniformado cuenta que aproximadamente 42 guerrilleros se encontraban en el lugar.

"A dos o tres metros, estaban tres guardias. Luego una escuadra de reacción, más los comandantes... Llevábamos apenas un día en ese campamento. Llegamos el día anterior a las 2 de la tarde y como a las 6 nos encadenaron".

Reveló que siempre estuvieron al sur de Caquetá y hacia el oriente del río y que los guerrilleros se dieron cuenta que la Fuerza Pública hacia frecuentes patrullajes y por esto tomaron la remesa y la orden era caminar hacia el sur buscando el río Caquetá.

El sargento Erazo dijo que los guerrilleros no conocen la selva, pero que se sirven de la tecnología y se guían por elementos como el GPS y la brújula y llegan a cualquier sitio que quieran.

“A nosotros nos trataron con amabilidad nos decían que no nos iba a pasar nada, para ellos hacer de las suyas”, afirmo.

El uniformado dijo que tras estar escondido, salió y caminó media hora. Dijo que al llegar al río escuchó ruidos extraños y miró, porque en el selva cualquiera puede ser guerrillero o del Ejército, y cuando vio que unos uniformados trabajaban con una acudió a ellos.

“Mi cara y mi cuello estaban llenos de sangre me la protegí para evitar que se me enguzanara, pues en el monte cualquier herida llegan los moscos”, relató.

Sostuvo que en sus caminatas siempre pensó en la forma de camuflarse y esconderse en caso de poder escapar, pero que no lo puede decir cómo fue por sus compañeros que aún se encuentra secuestrados.

Sobre las cadenas dijo que en una época se ponían muy estrictos y otras de buen genio, a veces permitían hacer canestenia para evitar calambres.

De la posibilidad de fugarse, dijo que siempre el secuestrado lo duda mucho “de pronto los guerrilleros se van con cuchillo o fusil, pero no coronan, los alcanzan y les hacen consejo de guerra y los asesinan”.

En relación con la muerte de Cano, dijo que los guerrilleros la recibieron como un acto de guerra e incluso manifestaron que “ uno se va y otro llega” y que ante los comandantes guerrilleros no tuvo trascendencia el hecho.

Sobre la guerrillera capturada, comentó al parecer es de la guardia que estaba en la periferia del campamento y “muy seguramente ella estuvo donde se presentó el combate”.

Al referirse a los guerrilleros, indicó que “ellos viven aburridos y se tratan de fugar ya que cada uno es dueño de su miedo”.

Dijo que una desmovilización podría darse entre un comandante y varios guerrilleros, pero “uno solo no porque es muy peligroso, es como decir fusíleme”.

Dijo que la relación con sus compañeros siempre fue buena y aseguró que su familia está muy bien.

“Mi familia está contenta, están bien y yo también estoy contento, de todas formas yo les agradezco a ustedes agradezco a Caracol a Herbin Hoyos y a todas las voces de solidaridad de su equipo”, dijo el uniformado.

Aseguró que no ha escuchado nada de alias ‘Timochenko’, nuevo jefe de las Farc, y concluyó la entrevista advirtiendo la Fuerza Pública llega hasta el infierno.

“A Timochenko, a donde esté, allá le va a caer la fuerza pública. La fuerza pública llega hasta los infiernos”, puntualizó.

*****

Detalhe: o sargento Erazo afirmou que rezava pelos guerrilheiros. Será que a oração não teve “nada a ver” com a sua liberdade são e salvo?

Esses últimos crimes foram a gota d’água que transbordou a taça da paciência dos colombianos que já estão demasiadamente fartos de tanto crime impune, de tanta crueldade com pessoas inocentes mas, sobretudo, de perder seus melhores filhos, seus heróis nacionais, ou assassinados pela guerrilha que sobrevivem com o apoio dos governos comunistas da América Latina e da Europa, ou então presos injustamente por crimes que são cometidos por esses bandos terroristas como FARC e ELN.

Leiam este brilhante artigo do Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido, meu amigo pessoal, que esclarece cabalmente tudo o que está acontecendo em relação ao poder desses bandidos sobre a vida dos cidadãos e do país, e este outro do Eduardo Mackenzie, outro querido amigo jornalista colombiano a respeito da importância do dia de amanhã que citei no início desta edição.

E para tanto, o país inteiro está mobilizado para a grande marcha intitulada “NÃO MAIS FARC!!!” à qual deveríamos nos unir porque isto tem a ver conosco SIM! Eu digo e repito e não canso de denunciar que o Brasil é responsável e afetado pela existência desse maldito bando narco-terrorista, na medida em que o governo se recusa a chamá-los pelo que são - TERRORISTAS -, dá refúgio político aos criminosos desse bando que procuram abrigo aqui, e porque são sócios através do Foro de São Paulo não só o PT mas o PSOL, o PCdoB, o PSB, o MR-8 e o PPS, além dos narcotraficantes do PCC, CV, ADA e assemelhados que assassinam milhares de nossos jovens todos os anos com a aquiescência da sociedade que não se informa, não se importa, não quer saber e continua repetindo que isso é “um problema da Colômbia”.

E para encerrar esta edição, ilustro com dois vídeos (curtinhos) feitos pelos organizadores das marchas na Colômbia, para que os brasileiros entendam que esse mal pode futuramente nos atingir de forma tão violenta como é hoje ha Colômbia. Fiquem com Deus e até a próxima!

Graça Salgueiro, 06 Dezembro 2011






Traduções e comentários: G. Salgueiro

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