Nada como ter pessoas qualificadas em postos importantes da administração pública brasileira. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), é a síntese da competência administrativa que o brasileiro parece querer.
Depois de revelar-se um verdadeiro sacerdote vodu, fazendo uma legião de zumbis mortos-vivos se erguerem dos seus túmulos para assinar a papelada necessária para fundar o PSD (Partido Só Defunto) e escapar ileso (graças a nossa justiça eleitoral “extremamente competente”) de um dos maiores e mais facilmente descobertos escândalos de falsificação de documentos e assinaturas para fundação de um partido político; Kassab agora se mostra um mestre da prestidigitação ao tirar da cartola, em plena crise, um aumento de 236% para subprefeitos, secretários-adjuntos e outros funcionários ocupantes de cargos de confiança da Prefeitura de São Paulo. Gerando um impacto para o município de mais de 19 milhões de reais por ano.
Tudo bem que os índices inflacionários divulgados pelo Governo Federal são uma fantasia e a inflação está várias vezes mais alta do que quer admitir o pessoal do Planalto. Mas, mesmo assim, patrocinar um aumento dessa natureza é algo absurdo e imoral.
A coisa fica ainda mais feia quando sabemos que São Paulo vive uma crise sem precedentes em áreas “de pouca importância” como saúde, educação, segurança, limpeza urbana e sofre horrores com qualquer chuvinha ao cair da tarde.
Sabemos muito bem que o festival de benesses com dinheiro público é uma constante em qualquer administração. Os políticos brasileiros acham que o dinheiro público não tem dono. E, como o povo que é o real proprietário desses valores aparentemente não liga para o que fazem com o resultado de seu suado trabalho; políticos das mais diferentes agremiações usam o Tesouro como um cofre pessoal ao qual podem recorrer para premiar seus apoiadores, remunerar seus conchavos ou simplesmente roubar o quanto puderem antes do mandato acabar.
A postura de Kassab só não é mais condenável que a de seus eleitores. Diante do anúncio de tal assalto aos cofres públicos onde estavam os manifestantes? Onde estavam os militantes petistas que poderiam infernizar o prefeito agora? Infelizmente, a resposta é tristemente simples: os manifestantes estão preocupados com o Papai Noel e os militantes não se movem porque o PT corteja o PSD para sua base aliada e para apoiar a nova marionete lulista que se candidatará à prefeitura de São Paulo (o ministro que deu show de incompetência à frente da pasta da Educação), Fernando Haddad.
Assim, bem como todos os aliados do PT, Kassab pode fazer qualquer coisa que desejar. Enquanto está sob a “sedução” da cúpula petista, ninguém vai aparecer para combater o absurdo e a imoralidade com o dinheiro público.
Quem sabe, no futuro, se Kassab decidir-se por outro partido os militantes correrão pelas ruas, com suas bandeiras vermelhas e anunciando que o prefeito ilusionista é “de direita”. Mas, aí já não adiantará mais nada. Os salários estratosféricos já terão sido homologados, os gastos assimilados pelo erário de São Paulo e o povo continuará nadando na podridão das enchestes, sendo mal formado nas escolas e morrendo a míngua nos hospitais sucateados.
Mas… Os aliados de Kassab… Esses sim estarão gozando um gordíssimo e invejado aumento.
E você leitor, o que pensa disso?
visão panorâmica, 16 Dec 2011
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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