Não fiquei empolgado com as duas boas atuações com vitórias, contra Dinamarca e Estados Unidos, nem decepcionado com a má atuação e a derrota para o México.
Várias circunstâncias de jogo facilitaram e prejudicaram o Brasil nos três amistosos, como o pênalti a favor, malmarcado, contra os Estados Unidos, e o primeiro gol, sem querer, do México. Nas duas situações, o jogo estava 0 a 0. É isso que chamo de acaso, detalhes frequentes e imprevistos que podem mudar a história da partida, ainda mais entre times de nível parecido. Erros técnicos, obviamente, não fazem parte do acaso.
Repito o que escrevi antes do primeiro amistoso: que o Brasil, por ser o único país que tem um time olímpico quase igual ao principal, é o mais forte candidato à conquista da medalha de ouro.
Contra o México, o Brasil não aproveitou as vantagens de marcar por pressão e sofreu com os riscos de jogar dessa forma.
O time tomou pouco a bola no campo adversário porque não fez isso bem e porque os jogadores mexicanos têm mais habilidade que os dos Estados Unidos e da Dinamarca. Como sofreu dois gols, o time não teve força física para reagir, já que é desgastante marcar por pressão.
Ao adiantar a marcação e perder demais a bola no ataque, o Brasil deu muitos espaços para o contra-ataque. Se o México não tivesse errado tantos passes decisivos, poderia ter feito mais gols.
Neymar, acostumado a driblar, com sucesso, todas as vezes que quer, tem muito mais dificuldades contra equipes que deixam pouco espaço entre a defesa e o meio-campo e que possuem um armador de cada lado para proteger os laterais, em uma linha de quatro no meio. Isso já havia ocorrido nos jogos do Santos contra o Vélez.
Sábado, contra a Argentina, é a chance de o Brasil, sob o comando de Mano Menezes, ganhar, pela primeira vez, de uma forte seleção. O técnico Sabella aposentou vários defensores decadentes e definiu duas maneiras de jogar. Uma, como na goleada contra o Equador, com três no meio-campo, mais Messi e dois atacantes à sua frente.
Outra, como na goleada sobre a Suíça, com uma linha de quatro no meio, mais Messi e outro atacante (Agüero ou Higuaín). Assim deve jogar contra o Brasil.
Com Dunga, o Brasil ganhou várias vezes seguidas da Argentina, marcando atrás para contra-atacar. Sábado, provavelmente, veremos o contrário. A Argentina é que deve esperar o Brasil. São apenas detalhes táticos. Um grande número de outros fatores vai interferir no resultado.
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RONALDINHO
Se Ronaldinho receber salários de um bom jogador, que já são absurdamente altos no Brasil, e não o de um dos melhores do mundo, se todos assistirem a seus jogos com o olhar atual, e não com o dos anos de 2004 e 2005, e se a imprensa não for tão policialesca, ele poderá ser um reforço para o time. Pode ser a pitada de criatividade na correria do Galo.
Ronaldinho nunca foi um bom atleta, disciplinado, mesmo em seus melhores momentos. Sempre gostou das baladas. Como era jovem, atuava em uma das melhores equipes do mundo e estava no esplendor técnico, tudo dava certo. Dizer que ele, se quiser, desequilibra e dá show, é um lugar-comum, uma ilusão. Ele não mais brilha tanto porque não consegue, e não porque não quer.
Várias circunstâncias de jogo facilitaram e prejudicaram o Brasil nos três amistosos, como o pênalti a favor, malmarcado, contra os Estados Unidos, e o primeiro gol, sem querer, do México. Nas duas situações, o jogo estava 0 a 0. É isso que chamo de acaso, detalhes frequentes e imprevistos que podem mudar a história da partida, ainda mais entre times de nível parecido. Erros técnicos, obviamente, não fazem parte do acaso.
Repito o que escrevi antes do primeiro amistoso: que o Brasil, por ser o único país que tem um time olímpico quase igual ao principal, é o mais forte candidato à conquista da medalha de ouro.
Contra o México, o Brasil não aproveitou as vantagens de marcar por pressão e sofreu com os riscos de jogar dessa forma.
O time tomou pouco a bola no campo adversário porque não fez isso bem e porque os jogadores mexicanos têm mais habilidade que os dos Estados Unidos e da Dinamarca. Como sofreu dois gols, o time não teve força física para reagir, já que é desgastante marcar por pressão.
Ao adiantar a marcação e perder demais a bola no ataque, o Brasil deu muitos espaços para o contra-ataque. Se o México não tivesse errado tantos passes decisivos, poderia ter feito mais gols.
Neymar, acostumado a driblar, com sucesso, todas as vezes que quer, tem muito mais dificuldades contra equipes que deixam pouco espaço entre a defesa e o meio-campo e que possuem um armador de cada lado para proteger os laterais, em uma linha de quatro no meio. Isso já havia ocorrido nos jogos do Santos contra o Vélez.
Sábado, contra a Argentina, é a chance de o Brasil, sob o comando de Mano Menezes, ganhar, pela primeira vez, de uma forte seleção. O técnico Sabella aposentou vários defensores decadentes e definiu duas maneiras de jogar. Uma, como na goleada contra o Equador, com três no meio-campo, mais Messi e dois atacantes à sua frente.
Outra, como na goleada sobre a Suíça, com uma linha de quatro no meio, mais Messi e outro atacante (Agüero ou Higuaín). Assim deve jogar contra o Brasil.
Com Dunga, o Brasil ganhou várias vezes seguidas da Argentina, marcando atrás para contra-atacar. Sábado, provavelmente, veremos o contrário. A Argentina é que deve esperar o Brasil. São apenas detalhes táticos. Um grande número de outros fatores vai interferir no resultado.
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RONALDINHO
Se Ronaldinho receber salários de um bom jogador, que já são absurdamente altos no Brasil, e não o de um dos melhores do mundo, se todos assistirem a seus jogos com o olhar atual, e não com o dos anos de 2004 e 2005, e se a imprensa não for tão policialesca, ele poderá ser um reforço para o time. Pode ser a pitada de criatividade na correria do Galo.
Ronaldinho nunca foi um bom atleta, disciplinado, mesmo em seus melhores momentos. Sempre gostou das baladas. Como era jovem, atuava em uma das melhores equipes do mundo e estava no esplendor técnico, tudo dava certo. Dizer que ele, se quiser, desequilibra e dá show, é um lugar-comum, uma ilusão. Ele não mais brilha tanto porque não consegue, e não porque não quer.
(Transcrito do jornal O Tempo)
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