"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 7 de junho de 2012

A ECONOMIA VAI MAL...


A questão central no país é a precária situação econômica. Como de hábito não é o foco principal do debate político. Vale a pena listar algumas questões:

1. a situação difícil dos pequenos bancos. O caso do Cruzeiro do Sul é somente mais um e não é o único;

2. o setor da construção civil mostra sinais de esgotamento;

3. o endividamento das famílias não para de crescer;

4. problemas estruturais da economia não se resolvem com medidas tributárias (aumentando ou baixando impostos temporariamente);

5. a tal "classe C" como instrumento de puxar o consumo para cima não passa de ficção;

6. a falta de uma política industrial é evidente;

7. os velhos gargalos da infra-estrutura se mantem apesar de dez anos de consulado petista;

8. a baixa produtividade dos trabalhadores;

9. a poupança interna é irrelevante;

10. o governo não consegue planejar nada (apesar dos dois ministérios dedicados à esta função);

11. o "modelo" de desenvolvimento criado nos anos 90 está fazendo água - e não é de hoje;

12. governo trata a economia com descaso, acha que a palavra substitui a ação.

13. a situação econômica internacional deve se manter neste patamar (ruim) por um bom tempo (especialmente a Europa e os EUA);

14. temerosa de alguma medida impopular (mas necessária) para reequilibrar a economia a médio prazo, Dilma opta pela fraseologia vazia (com tinturas do velho populismo) e com medo de algum reflexo negativo nos índices de popularidade.

15, a taxa de investimento é ridícula.

O mais terrível é que o Congresso Nacional sequer passa perto de qualquer destas questões.
07 de junho de 2012
Marco Antonio Villa é Historiador. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos. Bacharel e Licenciado em História, Mestre em Sociologia e Doutor em História.

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