É conhecida mas merece ser recontada a história daquele jornalista italiano, comunista ferrenho, a quem coube editar o primeiro número do jornal do partido depois de décadas de censura e perseguição pelo regime fascista de Mussolini. Os alemães haviam abandonado Roma, as tropas do general Mark Clark estavam às portas da cidade e toda imprensa recém libertada preparou, para aquele dia inesquecível, manchetes entusiasmadas como “Benvindos salvadores!”, “A Itália agradece à América”, “Todos às ruas para aplaudir os libertadores”. O nosso comunista, porém, destoou: “Americanos, fora de Roma!”
Era uma premonição, uma provocação ou uma bobagem? Tanto faz, mas o episódio se conta a propósito do que poderia ser, mas tão cedo não será a manchete de um de nossos jornalões: “Chega de PT!”, “Companheiros, ninguém aguenta mais!”, “Chegou a hora de mudar!”
A verdade é que a saída dos libertadores de Roma parece longínqua, entre nós. O PT, conforme as pesquisas, vencerá as eleições de 2014, com Dilma ou com Lula. Sem dúvidas a maioria da população apóia, senão apenas o partido, com certeza suas figuras exponenciais. E com razão, reconheça-se, pois como os americanos prestes a libertar a Itália, os governos do PT libertaram muita gente da miséria, da pobreza absoluta e do desemprego. Foi criada uma nova classe média que só tem que aplaudir o Lula e sua sucessora, pronta para a reeleição. Se ela não quiser, o antecessor e mentor entrará em campo outra vez. Aliás, de onde nunca saiu.
O problema, para quem se dedicar à ousadia de olhar mais adiante, é que os americanos esgotaram seu modelo imposto aos italianos. Logo as massas perceberam o engodo e os partidos Socialista e Comunista, junto com a Democracia Cristã, reivindicaram e conquistaram o governo adaptado às características de seu povo, mesmo conflitantes.
Aqui, algum dia, acontecerá a mesma coisa. Deverá esgotar-se o figurino imposto pelos companheiros, aqueles que em prol dos menos favorecidos oprimem a classe média. Ironicamente, ampliada por eles. Desde a ascensão do Lula ao poder prevalece a grande contradição: melhoria para as massas e, ao mesmo tempo, benesses e favores para as elites. A conta vem sendo paga pelos que ficam entre os dois extremos.
Com a ilusão de chegar ao topo e o medo de retornar ao porão, cada vez mais o cidadão comum abrirá espaço. Será a vez daquele que paga impostos, carece de políticas públicas eficazes, assiste a redução de seu salário e o fracasso de seus pequenos empreendimentos, percebendo haver sido garfado pela necessidade de uns e a esperteza de outros.
Não se sabe quando, talvez demore tempo, mas haverá que esperar a inevitável manchete de algum jornal, exprimindo o sentimento majoritário: “Companheiros, chega!”
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AGORA VAI
Nenhuma dúvida como resultado da sessão administrativa do Supremo Tribunal Federal, ontem: o julgamento dos réus do mensalão será realizado em agosto e setembro. O ministro Ricardo Lewandowski conclui em poucos dias o seu relatório e os demais ministros já começaram a examinar os autos do processo, até preparando suas intervenções com base nas conclusões do ministro Joaquim Barbosa. Seria prematuro e perigoso supor resultados, seja pela absolvição, seja pela condenação, mas julgados os 38 mensaleiros estarão, antes das eleições municipais de outubro. Desesperados ou confiantes…
Era uma premonição, uma provocação ou uma bobagem? Tanto faz, mas o episódio se conta a propósito do que poderia ser, mas tão cedo não será a manchete de um de nossos jornalões: “Chega de PT!”, “Companheiros, ninguém aguenta mais!”, “Chegou a hora de mudar!”
A verdade é que a saída dos libertadores de Roma parece longínqua, entre nós. O PT, conforme as pesquisas, vencerá as eleições de 2014, com Dilma ou com Lula. Sem dúvidas a maioria da população apóia, senão apenas o partido, com certeza suas figuras exponenciais. E com razão, reconheça-se, pois como os americanos prestes a libertar a Itália, os governos do PT libertaram muita gente da miséria, da pobreza absoluta e do desemprego. Foi criada uma nova classe média que só tem que aplaudir o Lula e sua sucessora, pronta para a reeleição. Se ela não quiser, o antecessor e mentor entrará em campo outra vez. Aliás, de onde nunca saiu.
O problema, para quem se dedicar à ousadia de olhar mais adiante, é que os americanos esgotaram seu modelo imposto aos italianos. Logo as massas perceberam o engodo e os partidos Socialista e Comunista, junto com a Democracia Cristã, reivindicaram e conquistaram o governo adaptado às características de seu povo, mesmo conflitantes.
Aqui, algum dia, acontecerá a mesma coisa. Deverá esgotar-se o figurino imposto pelos companheiros, aqueles que em prol dos menos favorecidos oprimem a classe média. Ironicamente, ampliada por eles. Desde a ascensão do Lula ao poder prevalece a grande contradição: melhoria para as massas e, ao mesmo tempo, benesses e favores para as elites. A conta vem sendo paga pelos que ficam entre os dois extremos.
Com a ilusão de chegar ao topo e o medo de retornar ao porão, cada vez mais o cidadão comum abrirá espaço. Será a vez daquele que paga impostos, carece de políticas públicas eficazes, assiste a redução de seu salário e o fracasso de seus pequenos empreendimentos, percebendo haver sido garfado pela necessidade de uns e a esperteza de outros.
Não se sabe quando, talvez demore tempo, mas haverá que esperar a inevitável manchete de algum jornal, exprimindo o sentimento majoritário: “Companheiros, chega!”
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AGORA VAI
Nenhuma dúvida como resultado da sessão administrativa do Supremo Tribunal Federal, ontem: o julgamento dos réus do mensalão será realizado em agosto e setembro. O ministro Ricardo Lewandowski conclui em poucos dias o seu relatório e os demais ministros já começaram a examinar os autos do processo, até preparando suas intervenções com base nas conclusões do ministro Joaquim Barbosa. Seria prematuro e perigoso supor resultados, seja pela absolvição, seja pela condenação, mas julgados os 38 mensaleiros estarão, antes das eleições municipais de outubro. Desesperados ou confiantes…
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