No Brasil, alguns tolos considerariam coisa normal; por lá…
Por Reinaldo Azevedo
Leiam reportagem de André Petry, na VEJA desta semana. Ela trata de um caso envolvendo Barack Obama e a Suprema Corte dos EUA, mas evidencia o que eu chamaria “déficit de cultura democrática no Brasil”. Segue trecho.
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Imagine se o presidente Barack Obama tivesse feito uma reunião furtiva num escritório de advocacia para tentar adiar o julgamento da lei mais relevante que aprovou em seu primeiro mandato - a reforma do sistema de saúde.
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Imagine se o presidente Barack Obama tivesse feito uma reunião furtiva num escritório de advocacia para tentar adiar o julgamento da lei mais relevante que aprovou em seu primeiro mandato - a reforma do sistema de saúde.
Obama fez muito menos do que isso, e já foi um salseiro. No início de abril, logo depois que a Suprema Corte encerrou três dias de audiência pública sobre a lei da saúde. Obama resolveu dar seu palpite sobre o assunto.
Numa entrevista coletiva no Jardim das Rosas, na Casa Branca, manifestou sua convicção de que a lei permaneceria de pé após passar pelo crivo dos juízes: “Estou confiante em que a Suprema Corte não tornará uma decisão extraordinária e sem precedentes de derrubar uma lei aprovada por ampla maioria de um Congresso democraticamente eleito”.
O mundo desabou. Houve até ordem judicial para que o ministro da Justiça explicasse - “em carta de pelo menos três páginas” - o que Obama quis dizer.
O ministro respondeu em duas páginas e meia, mas só faltou pedir desculpas em nome do presidente.
Obama falou duas coisas e cometeu três erros. Não haverá nada de extraordinário caso a Suprema Corte venha a derrubar uma lei por considerá-la inconstitucional. A corte vem podando leis há 200 anos. Além disso, a reforma da saúde não foi aprovada por ampla maioria, mas por uma minoria raquítica: 219 a 212.
O terceiro erro de Obama foi a imprudência de achar que a oposição não tomaria seu pronunciamento como uma forma de pressionar os juízes. “Ele está tentando intimidar a corte”, disse Bill Wilson, conhecido ativista de causas conservadoras em Washington. “Pode-se esperar isso de um ditador assassino como Hugo Chávez ou Robert Mugabe, mas não do presidente dos Estados Unidos.”
O líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, cumprindo sua função de fiscal, acusou: “A tentativa do presidente de intimidar a Suprema Cone vai além da má política. É uma demonstração de profundo desrespeito pelas nossas instituições”. O porta-voz de Obama negou a intenção de intimidar e tentou não voltar ao assunto.
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Leia a íntegra da reportagem na edição impressa
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02/06/2012
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