A velocidade que as informações são emitidas e sua incapacidade de absorção pela população, decorrente de seu analfabetismo cultural, educacional e funcional, é que tem sido barreira para o evento revolução social e política no Brasil.
O povo não consegue, pelas deficiências expostas, processar mentalmente a perda de rumo e prumo da sociedade e do governo.
É uma enxurrada de acontecimentos que o deixa atordoado e sem qualquer motivação para reagir a toda essa profusão de malefícios e malfeitos que está destruindo, não somente economicamente, mas ética e moralmente o Brasil. Isto chega ao ponto dos absurdos que presenciamos no Congresso e fora dele com o ex-presidente em relação ao Supremo Tribunal Federal.
Espanta que no Congresso Nacional esteja sendo gestada a liberação de consumo de drogas. A instituição governo, carente de caráter e capacidade, encontra a sua única saída para uma solução ao problema das drogas, a sua adesão a elas.
É a maneira mais fácil de amainar a situação que está fora de controle e assim justificar a vitória, na verdade do tráfico, como uma ação de política governamental.
Está sendo aberta mais uma das rotas da decadência da sociedade brasileira. Vencida pela força subterrânea dos traficantes que agora, com certeza, terão boutiques em pleno shopping, quiçá cachimbos folheados a ouro para o consumo de crak. Chique, não?
Há muito, neste espaço, venho escrevendo que estamos embarcados na nave dos insensatos. Não pode uma economia que se propõe a ser desenvolvida a ter como sustentação apenas o setor de commodities.
O Brasil está a mercê de petróleo, soja, carne, minérios. O petróleo ainda é uma promessa já que não é auto-sustentável. Importa para manter essa força energética. A soja e carne sofrem combates diretos pelos organismos internacionais que sob o manto ecológico procura preservar seus mercados sem a concorrência brasileira. A produção de minérios está na dependência da economia chinesa e ela ainda paga o que lhe é cobrado o que dá folga a arrecadação pela exportação, mas até quando?
A indústria brasileira está uma só sucata, seja na parte de tecnologia, de equipamento, financeira e mão de obra. As exportações caíram de mais de 19% para menos de 15%. A tomada de empréstimos desabou o que é um nítido sinal de queda na produção. O setor privado entrega cerca de 36% do PIB e recebe 03% de investimento numa clara demonstração de que o governo recolhe para pagar a farra.
Este, governo, abre o cofre, mas os seus maiores tomadores, segundo se sabe, não passam de 140 empresas. Os grandes somam pouco mais de 40. Menos de 3% dos pequenos empresários tem acesso ao cofre do BNDES.
Os sonhos estão chegando ao fim. As prestações dos carnês começam a ser pesadelos na vida do brasileiro. Induziram-no ao consumo como objetivo único de arrecadar mais e com isso viabilizar o voto nas eleições e manter o projeto de Poder. Esqueceu naquele tempo, pelas benesses de distribuição de dinheiro e salários, de contabilizar a subida do preço da batata ao longo dos meses do financiamento. Acreditou que tudo não ia ter mais a volta aos velhos tempos.
O que fazer com os ventos que voltaram para derrubar o construído? Não fomos preparados para assumir uma realidade. Vivemos os “filmetes” das publicidades e propagandas. Não poupamos, não investimos em conhecimento e muito menos na preparação para manter o espaço pelo vento de popa dado pelo resto do mundo.
O Brasil não entendeu isso e foi além de suas possibilidades nesse vôo. Nada foi de real valor na impulsão da educação, só fachada, literalmente. A educação vem sendo degradada há muitos anos, por décadas. Mesmo com os péssimos resultados nas avaliações internas e externas, nada é feito para mudar isso.
Fernando Henrique e Lulla passaram 16 anos no poder e o caminho educacional percorrido foi curto. Nesse mesmo espaço de tempo a Coréia do Sul deslanchou. A China se transformou e várias sociedades avançaram nessa área com muita eficiência. Investir não é só reduzir juros, taxas, IOF e por aí vai. Investir e preparar técnica e fisicamente um País, mas não é o que acontece. No nosso caso e ao que parece, decadência é o nosso plano de vôo.
Rapphael Curvo
02 de junho de 2012
(*) Ilustração: A nau dos insensatos de Jeronimu Bosh
(*)Jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Cândido Mendes
O povo não consegue, pelas deficiências expostas, processar mentalmente a perda de rumo e prumo da sociedade e do governo.
É uma enxurrada de acontecimentos que o deixa atordoado e sem qualquer motivação para reagir a toda essa profusão de malefícios e malfeitos que está destruindo, não somente economicamente, mas ética e moralmente o Brasil. Isto chega ao ponto dos absurdos que presenciamos no Congresso e fora dele com o ex-presidente em relação ao Supremo Tribunal Federal.
Espanta que no Congresso Nacional esteja sendo gestada a liberação de consumo de drogas. A instituição governo, carente de caráter e capacidade, encontra a sua única saída para uma solução ao problema das drogas, a sua adesão a elas.
É a maneira mais fácil de amainar a situação que está fora de controle e assim justificar a vitória, na verdade do tráfico, como uma ação de política governamental.
Está sendo aberta mais uma das rotas da decadência da sociedade brasileira. Vencida pela força subterrânea dos traficantes que agora, com certeza, terão boutiques em pleno shopping, quiçá cachimbos folheados a ouro para o consumo de crak. Chique, não?
Há muito, neste espaço, venho escrevendo que estamos embarcados na nave dos insensatos. Não pode uma economia que se propõe a ser desenvolvida a ter como sustentação apenas o setor de commodities.
O Brasil está a mercê de petróleo, soja, carne, minérios. O petróleo ainda é uma promessa já que não é auto-sustentável. Importa para manter essa força energética. A soja e carne sofrem combates diretos pelos organismos internacionais que sob o manto ecológico procura preservar seus mercados sem a concorrência brasileira. A produção de minérios está na dependência da economia chinesa e ela ainda paga o que lhe é cobrado o que dá folga a arrecadação pela exportação, mas até quando?
Este, governo, abre o cofre, mas os seus maiores tomadores, segundo se sabe, não passam de 140 empresas. Os grandes somam pouco mais de 40. Menos de 3% dos pequenos empresários tem acesso ao cofre do BNDES.
Os sonhos estão chegando ao fim. As prestações dos carnês começam a ser pesadelos na vida do brasileiro. Induziram-no ao consumo como objetivo único de arrecadar mais e com isso viabilizar o voto nas eleições e manter o projeto de Poder. Esqueceu naquele tempo, pelas benesses de distribuição de dinheiro e salários, de contabilizar a subida do preço da batata ao longo dos meses do financiamento. Acreditou que tudo não ia ter mais a volta aos velhos tempos.
O que fazer com os ventos que voltaram para derrubar o construído? Não fomos preparados para assumir uma realidade. Vivemos os “filmetes” das publicidades e propagandas. Não poupamos, não investimos em conhecimento e muito menos na preparação para manter o espaço pelo vento de popa dado pelo resto do mundo.
O Brasil não entendeu isso e foi além de suas possibilidades nesse vôo. Nada foi de real valor na impulsão da educação, só fachada, literalmente. A educação vem sendo degradada há muitos anos, por décadas. Mesmo com os péssimos resultados nas avaliações internas e externas, nada é feito para mudar isso.
Fernando Henrique e Lulla passaram 16 anos no poder e o caminho educacional percorrido foi curto. Nesse mesmo espaço de tempo a Coréia do Sul deslanchou. A China se transformou e várias sociedades avançaram nessa área com muita eficiência. Investir não é só reduzir juros, taxas, IOF e por aí vai. Investir e preparar técnica e fisicamente um País, mas não é o que acontece. No nosso caso e ao que parece, decadência é o nosso plano de vôo.
Rapphael Curvo
02 de junho de 2012
(*) Ilustração: A nau dos insensatos de Jeronimu Bosh
(*)Jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Cândido Mendes
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