Considerando os fatos, como acreditar no Lula? Como acreditar no Nelson Jobim? Como não acreditar no que diz Gilmar Mendes? Acreditar no Lula ou no Jobim ultrapassaria o limite da ingenuidade, seria burrice. Como diria Nelson Rodrigues, “monumental burrice”.
É de conhecimento público que durante bastante tempo Lula forçou a tese de que o mensalão tinha sido apenas “caixa dois”, o que, do alto de sua suprema sapiência e no seu onipotente entendimento, seria um leve, ameno e corriqueiro fato na imunda política brasileira, que, segundo lição de correligionário seu, não podia ser feita “sem se meter a mão na merda”.
Com o passar do tempo, Lula deixando de lado a tese do caixa dois e se entregando de corpo e alma à pregação pastoral de que na verdade o mensalão não era “caixa dois” e havia sido uma grande farsa montada contra ele por setores da oposição e da imprensa.
Ou seja, o imaculado Waldomiro Diniz – subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, homem de confiança de José Dirceu e de Lula – teria ficado vários anos prestando “assistência” aos tapetes, quadros e vasos sanitários do Congresso Nacional. Jamais aos parlamentares.
Na realidade, era fato notório em Brasília/DF que Waldomiro Diniz era autorizado pelo Planalto para negociar as emendas parlamentares com vistas a resolver problemas de congressistas nas votações de interesse do governo. Era o artífice-precursor do mensalão.
Também é fato notório que, desde que passou o governo para Dilma – a herdeira dessa colossal herança bandida – Lula não mede esforços para tentar apagar da História o episódio “mensalão”, esquema de compra de apoio parlamentar instituído pelos petistas para obter a simpatia e votos de parlamentares e suprir com dinheiro sujo, à saciedade, as campanhas políticas do PT e de aliados. E doentiamente se dedicou a essa impossível faxina de reescrever a história.
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INSANA MISSÃO
Pessoalmente partiu para essa insana missão, tentando prorrogar para o próximo milênio o julgamento do processo do mensalão, aberto há sete anos contra a cúpula do PT e demais cúmplices na “organização criminosa” expressa na denúncia do Ministério Público, alguns deles, por ironia do destino, destinatários das cópias da carta enviada por Paulo de Tarso para Lula em 1995, denunciando a corrupção que já tinha tomado conta do PT naquela época.
Lula partiu – no peito e na marra, mas sem nenhum juízo – para tocar o desfecho do processo, pelo menos, para depois da aposentadoria de dois ministros, o atual presidente Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso, que estariam propensos a votar pela condenação dos réus mais conhecidos pelo distinto público pagador de impostos.
Mas não parou por aí; foi muito além, parecendo um jegue teimoso. Agrediu o relator Joaquim Barbosa, chamando-o de “complexado”; comunicou que daria ao ex-ministro Sepúlveda Pertence a missão de “cuidar” da ministra Carmem Lúcia para que ela ajudasse no adiamento do julgamento do processo; e informou que ordenou ao ministro José Dias Toffoli que não se declarasse impedido por ter sido assessor jurídico da Casa Civil, sob a chefia de José Dirceu.
Finalmente, antes do pano cair, teria chantageado o ministro Gilmar Mendes, com quem conversava, ao oferecer-lhe proteção na CPI do Cachoeira, a qual julga controlar. Essa blindagem seria contra alguma tentativa de convocá-lo a explicar as suas relações com o senador Demóstenes Torres, parceiro do contraventor Carlinhos Cachoeira.
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FRASE DE DIRCEU
Não devemos esquecer que durante os oito anos que foi presidente da República, Lula indicou seis dos atuais onze ministros do STF que julgarão os 36 réus do mensalão — entre eles o ex-deputado José Dirceu, que não pode se sentir abandonado por Lula, pois, no auge do escândalo do mensalão, mandou importante recado para seu ex-chefe ao proferir a seguinte e textual frase: “Não faço nada que não seja de comum acordo e determinado por ele.”
Os últimos acontecimentos indicam claramente que não é apenas José Dirceu que está “desesperado”. Lula parece mais desesperado do que ele. Afinal, era o chefe de José Dirceu, que, por sua vez, está indiciado como “chefe da organização criminosa” pela Procuradoria-Geral da República.
Daí a desmedida e irracional investida de Lula sobre Gilmar Mendes, comportando-se como um plenipotenciário Napoleão de hospício. E o Nelson Jobim ainda vem dizer que o encontro foi “casual”, como se os três tivessem se reunido para jogar porrinha, ou “palitinhos”, como chamam os paulistas…
Jorge Brennand
02 de junho de 2012
É de conhecimento público que durante bastante tempo Lula forçou a tese de que o mensalão tinha sido apenas “caixa dois”, o que, do alto de sua suprema sapiência e no seu onipotente entendimento, seria um leve, ameno e corriqueiro fato na imunda política brasileira, que, segundo lição de correligionário seu, não podia ser feita “sem se meter a mão na merda”.
Com o passar do tempo, Lula deixando de lado a tese do caixa dois e se entregando de corpo e alma à pregação pastoral de que na verdade o mensalão não era “caixa dois” e havia sido uma grande farsa montada contra ele por setores da oposição e da imprensa.
Ou seja, o imaculado Waldomiro Diniz – subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, homem de confiança de José Dirceu e de Lula – teria ficado vários anos prestando “assistência” aos tapetes, quadros e vasos sanitários do Congresso Nacional. Jamais aos parlamentares.
Na realidade, era fato notório em Brasília/DF que Waldomiro Diniz era autorizado pelo Planalto para negociar as emendas parlamentares com vistas a resolver problemas de congressistas nas votações de interesse do governo. Era o artífice-precursor do mensalão.
Também é fato notório que, desde que passou o governo para Dilma – a herdeira dessa colossal herança bandida – Lula não mede esforços para tentar apagar da História o episódio “mensalão”, esquema de compra de apoio parlamentar instituído pelos petistas para obter a simpatia e votos de parlamentares e suprir com dinheiro sujo, à saciedade, as campanhas políticas do PT e de aliados. E doentiamente se dedicou a essa impossível faxina de reescrever a história.
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INSANA MISSÃO
Pessoalmente partiu para essa insana missão, tentando prorrogar para o próximo milênio o julgamento do processo do mensalão, aberto há sete anos contra a cúpula do PT e demais cúmplices na “organização criminosa” expressa na denúncia do Ministério Público, alguns deles, por ironia do destino, destinatários das cópias da carta enviada por Paulo de Tarso para Lula em 1995, denunciando a corrupção que já tinha tomado conta do PT naquela época.
Lula partiu – no peito e na marra, mas sem nenhum juízo – para tocar o desfecho do processo, pelo menos, para depois da aposentadoria de dois ministros, o atual presidente Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso, que estariam propensos a votar pela condenação dos réus mais conhecidos pelo distinto público pagador de impostos.
Mas não parou por aí; foi muito além, parecendo um jegue teimoso. Agrediu o relator Joaquim Barbosa, chamando-o de “complexado”; comunicou que daria ao ex-ministro Sepúlveda Pertence a missão de “cuidar” da ministra Carmem Lúcia para que ela ajudasse no adiamento do julgamento do processo; e informou que ordenou ao ministro José Dias Toffoli que não se declarasse impedido por ter sido assessor jurídico da Casa Civil, sob a chefia de José Dirceu.
Finalmente, antes do pano cair, teria chantageado o ministro Gilmar Mendes, com quem conversava, ao oferecer-lhe proteção na CPI do Cachoeira, a qual julga controlar. Essa blindagem seria contra alguma tentativa de convocá-lo a explicar as suas relações com o senador Demóstenes Torres, parceiro do contraventor Carlinhos Cachoeira.
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FRASE DE DIRCEU
Não devemos esquecer que durante os oito anos que foi presidente da República, Lula indicou seis dos atuais onze ministros do STF que julgarão os 36 réus do mensalão — entre eles o ex-deputado José Dirceu, que não pode se sentir abandonado por Lula, pois, no auge do escândalo do mensalão, mandou importante recado para seu ex-chefe ao proferir a seguinte e textual frase: “Não faço nada que não seja de comum acordo e determinado por ele.”
Os últimos acontecimentos indicam claramente que não é apenas José Dirceu que está “desesperado”. Lula parece mais desesperado do que ele. Afinal, era o chefe de José Dirceu, que, por sua vez, está indiciado como “chefe da organização criminosa” pela Procuradoria-Geral da República.
Daí a desmedida e irracional investida de Lula sobre Gilmar Mendes, comportando-se como um plenipotenciário Napoleão de hospício. E o Nelson Jobim ainda vem dizer que o encontro foi “casual”, como se os três tivessem se reunido para jogar porrinha, ou “palitinhos”, como chamam os paulistas…
Jorge Brennand
02 de junho de 2012
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