O CABO JOSÉ JOÃO DO PT
Osvaldo Trigueiro, solteiro, governador da Paraíba de 47 a 51, pela UDN (procurador-geral da República depois do golpe de 64 e ministro do Supremo Tribunal de 65 a 75), tinha um ajudante-de-ordens discreto, calado, semianalfabeto, cabo Zé João, que toda manhã lhe levava os jornais.
Osvaldo Trigueiro, solteiro, governador da Paraíba de 47 a 51, pela UDN (procurador-geral da República depois do golpe de 64 e ministro do Supremo Tribunal de 65 a 75), tinha um ajudante-de-ordens discreto, calado, semianalfabeto, cabo Zé João, que toda manhã lhe levava os jornais.
Era a primeira pessoa que conversava com ele, mal ele acordava. Um dia, o
desembargador Braz Baracuí, amigo de infância, o procurou:
- Oswaldo, você precisa tomar uma providência urgente. Há gente importante, muito importante, de dentro de seu gabinete, vendendo promoções, negociando favores, fazendo todo tipo de negócios. Uma hora dessas, a oposição cai em cima de você. É preciso apurar, e logo.
O governador caiu em campo e descobriu. Era o calado, discreto e semianalfabeto cabo Zé João que, toda manhã, entregava os jornais e ia direto às casas dos secretários levar as recomendações reservadas do governador. Cada recomendação virava ato no “Diário Oficial”. E o cabo Zé João faturando.
Waldomiro Diniz era o cabo Zé João do Palácio do Planalto, a bala perdida, que atirava para todo lado.
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PT SAUDAÇÕES
Eleito governador do Ceará pela UDN, o saudoso Virgílio Távora recebeu logo a visita de um chefe político udenista do sertão:
- Governador, como agora estamos no poder, venho reivindicar que a coletoria de Crato permaneça com os meus correligionários. Sempre foi assim.
- Vosmicê me perdoe, mas não pode ser. O secretário da Fazenda, ontem nomeado, é quem manda lá. Ponto final. PT.
Pediu a transferência de professores adversários. Virgílio negou de novo:
- Vosmicê me perdoe novamente. Mas não pode ser. O secretário da Educação é do PSD e onde é que vosmicê já viu Virgílio Távora meter a mão em cumbuca do PSD? Ponto final. PT.
- Escute, governador, que negócio é esse de PT?
- PT quer dizer ponto final, assunto encerrado.
- Pois para mim PT quer dizer PTB, para onde me transfiro agora.
12 de agosto de 2012
Sebastião Nery
- Oswaldo, você precisa tomar uma providência urgente. Há gente importante, muito importante, de dentro de seu gabinete, vendendo promoções, negociando favores, fazendo todo tipo de negócios. Uma hora dessas, a oposição cai em cima de você. É preciso apurar, e logo.
O governador caiu em campo e descobriu. Era o calado, discreto e semianalfabeto cabo Zé João que, toda manhã, entregava os jornais e ia direto às casas dos secretários levar as recomendações reservadas do governador. Cada recomendação virava ato no “Diário Oficial”. E o cabo Zé João faturando.
Waldomiro Diniz era o cabo Zé João do Palácio do Planalto, a bala perdida, que atirava para todo lado.
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PT SAUDAÇÕES
Eleito governador do Ceará pela UDN, o saudoso Virgílio Távora recebeu logo a visita de um chefe político udenista do sertão:
- Governador, como agora estamos no poder, venho reivindicar que a coletoria de Crato permaneça com os meus correligionários. Sempre foi assim.
- Vosmicê me perdoe, mas não pode ser. O secretário da Fazenda, ontem nomeado, é quem manda lá. Ponto final. PT.
Pediu a transferência de professores adversários. Virgílio negou de novo:
- Vosmicê me perdoe novamente. Mas não pode ser. O secretário da Educação é do PSD e onde é que vosmicê já viu Virgílio Távora meter a mão em cumbuca do PSD? Ponto final. PT.
- Escute, governador, que negócio é esse de PT?
- PT quer dizer ponto final, assunto encerrado.
- Pois para mim PT quer dizer PTB, para onde me transfiro agora.
12 de agosto de 2012
Sebastião Nery
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