Soninha Francine, candidata à Prefeitura de SP |
Mesmo destoando – na maneira de falar, vestir-se e se comportar – da imagem convencional de candidatos à prefeitura, Soninha Francine (PPS) segue em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, empatada com os concorrentes Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB). Embora admita que algumas mudanças pudessem ampliar o patrimônio eleitoral, ela rejeita concessões. “Não consigo ficar muito tempo falando devagar, de braço cruzado”, exemplifica. “Em poucos minutos estou querendo subir na mesa”.
Em entrevista ao site de VEJA, Soninha falou sobre propostas para a cidade, criticou o PT – que deixou em 2007, depois de descobrir que o partido “não só acobertava, mas defendia desvios de conduta” – e disse acreditar ser possível eleger-se, mesmo que só uma legenda, o PMN, esteja coligada ao PPS. Ela afirma que não se constrange com a presença da deputada federal Jaqueline Roriz (DF), flagrada recebendo propina, entre os quadros do partido. “Se o PMN me proibisse de falar sobre isso, não entraria nem na aliança”, garante. “Se dependesse de mim ela teria perdido o mandato”.
Destaco as últimas perguntas e respostas e link para leitura completa ao final:
Cinco anos depois de deixar o PT, como a senhora enxerga o partido?
O discurso do PT não condiz com a prática. As alianças políticas foram feitas com os piores tipos e critérios. Os aliados não se renderam ao programa de governo do PT. Eles disseram: quero esse ministério, a secretaria tal, quero indicar a diretoria de determinada estatal. Quando veio o mensalão, continuei defendendo o PT, porque acreditava que desvio de conduta poderia acontecer em qualquer lugar. A questão era corrigir. Quando vi que a direção do partido começou a acobertar, amenizar, quase defender os desvios, acabou para mim. É a Revolução dos Bichos! Um dos livros que mais me abalou na vida e eu vi acontecer.
O prefeito Gilberto Kassab deu nota 10 para a própria gestão. A senhora concorda?
Acho que ele foi bem em algumas áreas. O Kassab fez mais CEUs do que a gestão da Marta Suplicy. E não mudou o nome, mesmo sendo um projeto do PT. Na cultura e com relação ao meio ambiente também vejo avanços. Em outras áreas, entretanto, foi muito mal. Na questão dos transportes, da habitação, da saúde e com relação às subprefeituras, ele não passa de ano sem recuperação.
Se a senhora só pudesse realizar um único projeto, qual seria?
Incentivar e produzir moradias no centro para a classe de menor poder aquisitivo, criando condições para que as pessoas de renda mais baixa morem mais perto de onde trabalham. Isso não será feito em quatro anos, mas tem que começar agora. Com o IPTU progressivo, a prefeitura já tem mecanismos para desestimular imóveis ociosos no centro e evitar a especulação imobiliária. Com isso você diminui, inclusive, o problema da superlotação no transporte coletivo, porque menos pessoas precisarão se deslocar da periferia. Está mais do que na hora de a prefeitura oferecer moradia popular em locais mais bem equipados de transporte, lazer, cultura, esporte.
11 DE AGOSTO DE 2012
in aluizio amorim
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