Será decisiva para os destinos do Clube Mais Querido do Mundo a eleição de 3 de dezembro vindouro. Após experiências malogradas, a escolha da futura diretoria, tão cercada de esperanças, precisa permear-se de toda a racionalidade possível. As principais lideranças obrigam-se a chamar a si a responsabilidade de solicitar às figuras de menor possibilidade eleitoral que desistam da alta postulação e venham a ampliar o lastro do candidato com maior perspectiva de vir a ser o mais bem votado entre os da oposição.
É hora de os companheiros mais sensatos buscarem meios de dissuadir os postulantes que apenas dão causa à dispersão de votos e podem contribuir para a reeleição da atual presidenta, que, sem preparo para tão importante investidura, tornou-se a principal malfeitora da grande instituição esportiva. É a candidata preferida dos sócios que desejam o insucesso administrativo por torcerem por agremiações outras.
O soerguimento do Flamengo, livrando-o das grandes dificuldades que o afligem, principalmente a sempre crescente dívida, é factível. Vai depender de quem, investido de poder pela soberania das urnas, ponha em prática uma plataforma de realizações, cujos protagonistas sejam os milhões de adeptos radicados em todo o território nacional. Mesmo nas mais distantes lonjuras, onde quer residam flamenguistas, os idealizadores dos programas devem estar atentos quanto ao que pode ser aplicado, de molde a produzir riquezas.
A mobilização em todos os quadrantes da Pátria deve ser tratada com apurado discernimento, Os artífices dos programas em execução devem buscar fórmulas de interagir com os aficionados. Em toda e qualquer comunidade, há lideranças destacadas no campo da honra e nas diversas operacionalizações, que saberão edificar os mais sólidos pilares do clube que aprenderam a amar. Esse trabalho, em tempo razoável, produzirá frutos opimos e o Flamengo poderá atingir a plenitude de sua dimensão.
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MARASMO
O mais privilegiado clube esportivo brasileiro em suporte popular não pode manter-se nesse deplorável estado de águas paradas, de desordem administrativa e de marasmo gerencial, por incompetência e irresponsabilidade dos que não se dotam de preparo para estarem no seu comando. Não passa pela cabeça — dos que têm fingido administrar — a criação de receitas alternativas. Contentam-se com os ingressos financeiros convencionais de que, também, desfrutam coirmãos de torcida diminuta. Que os eleitos em 3 de dezembro e que se empossarão em 1º de janeiro saibam aproveitar as potencialidades dessa entidade esportiva ímpar.
O Flamengo possui torcedores, aos milhões, em todo o País. Deve mobilizá-los sob o comando das melhores expressões de suas comunidades. Os numerosos adeptos, que irão aglutinar-se nessas comunidades, devem ter como prioritário anseio adquirir sede propícia ao desenvolvimento dos trabalhos. Esta servirá de palco aos debates mais edificantes.
Essas diretorias nunca tiveram o cuidado de estudar como será aproveitada a capacidade da torcedora rubro-negra. Os dias hodiernos dão mostras do quanto as mulheres são dedicadas e se tornam vitoriosas em tudo que realizam. Dotadas de inteligência, sensibilidade, obstinação e senso de minúcia, levam a sério o que têm a responsabilidade de executar. Tanto que aparecem como campeãs, seja em qualidade, seja em quantidade, nos prélios mais disputados que são os concursos públicos. As mulheres muito irão proporcionar ao Flamengo. Os novos diretores, tendo conhecimento disso, precisam buscar como bem interagir com elas e como melhor convocá-las a integrar os mais decisivos empreendimentos.
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GRANDEZA
O presidente a empossar-se no primeiro dia de 2013 há, sobretudo, de pensar a entidade com grandeza de vistas e procurar cercar-se de razoável contingente de colaboradores, honrados, idealistas, laboriosos e capazes. Vai necessitar de quem se disponha a prestar-lhe assessoria na elaboração dos programas. Ao pô-los em execução, vai precisar de quem, entrosado com o ideário projetado, disponha-se a peregrinar em viagens por todo o território nacional. Os flamenguistas de todas as plagas, devidamente mobilizados, precisam reunificar-se — nos Centros Comunitários Flamenguistas — e hão de sentir-se prestigiados ao receberem a visita de quantos, credenciados pela diretoria, disponham-se a ser-lhes prestimosos.
Afigura-se imperioso que o poder hierárquico venha funcionar na futura administração. Todos precisam ter um superior a quem prestar contas. O treinador do time profissional não poderá munir-se de poderes absolutos. Mormente ao indicar jogadores para serem contratados. Sendo ações que implicam altos dispêndios, requer análise criteriosa por comissão de rubro-negros, a um tempo, honrados, esclarecidos e argutos.
O novo presidente precisa empenhar-se na elaboração de novo estatuto. O atual, velho e revelho, encontra-se superado em aspectos importantes. A eleição do dirigente-maior, sem exigência de maioria absoluta de sufrágios, por colégio eleitoral restrito, pode significar porta escancarada a que se vilipendie o processo democrático. Divididas como evidenciam estar as oposições, pelo número de chapas inscritas, apontada afronta à democracia pode ocorrer nas eleições de 3 de dezembro.
Os flamenguistas, mesmo os que não votam, mas que se desvelam pela entidade, deverão, por meios lícitos, conclamar os amigos e parentes que sufraguem a chapa dotada de méritos para realizar o soerguimento do Clube de Regatas do Flamengo — que tanto carece do devotamento dos que o idolatram e desejam colocá-lo entre as mais bem estruturadas associações esportivas do mundo.
17 de novembro de 2012
Hugo Gomes de Almeida
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