Investidores dispararam as vendas dos papéis da Eletrobras, insatisfeitos com a perda de receita que irá ocorrer com a renovação das concessões de usinas que venceriam de 2015 a 2017. A estatal publicou nesta sexta-feira a ata da reunião do conselho de administração da última quarta-feira, em que foi aprovada pelos conselheiros a adesão à oferta do governo de renovar concessões de usinas, vendendo energia por tarifas menores, como prevê a medida provisória nº 579 editada pelo Executivo.
Na mesma reunião, o conselheiro que representava os acionistas minoritários, José Luiz Alquéres, pediu demissão por entender que as medidas do governo têm destruído “brutalmente valor” da companhia.
Saiu também nesta sexta-feira o detalhamento das projeções da companhia para as perdas com as renovações das concessões, em nota técnica da direção da empresa. A adesão precisa ainda ser aprovada na Assembleia Geral de Acionistas, convocada para o dia 3 de dezembro, algo considerado meramente protocolar.
— Como o governo é majoritário, a queda das ações é em função da expectativa de aceitação das condições de renovação — diz o analista Rafael Dias, do BB Investimentos.
De acordo com o documento da companhia, só as usinas que terão a concessão renovada para oferecer energia mais barata terão uma redução de 70% na receita, de R$ 12,435 bilhões para R$ 3,732 bilhões, ou seja, uma perda de R$ 8,702 bilhões por ano. Ao contrário do que pensam analistas e investidores, a companhia argumentou que “com base nas premissas apresentadas nos estudos das empresas a opção pela prorrogação das concessões se mostrou a melhor sob o ponto de vista financeiro”.
— Falta racionalidade na argumentação deles e o mercado não viu com bons olhos esse documento — afirmou um analista que acompanha o setor.
O fundo noruguês Skagen, um dos maiores acionistas minoritários da Eletrobras, protestou contra a renovação das concessões nas condições oferecidas pelo governo, em carta enviada ao conselho de administração da estatal.
— Vai ser um grande erro dizer sim à proposta do governo e é por isso que o preço da ação está caindo ladeira abaixo. Na nossa opinião, o conselho de administração não está agindo pelo interesse do minoritário — disse ao GLOBO nesta sexta-feira o diretor de investimentos do Skagen, Kristian Falnes.
O fundo norueguês vai aguardar o resultado da assembleia de acionistas para decidir se vai prestar queixa na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou até na Justiça para preservar os interesses dos minoritários.
— Vamos ver o que vai acontecer. Mas é claro que todos os conselheiros têm responsabilidades — disse Falnes.
17 de novembro de 2012
Daniel Haidar - O Globo
Na mesma reunião, o conselheiro que representava os acionistas minoritários, José Luiz Alquéres, pediu demissão por entender que as medidas do governo têm destruído “brutalmente valor” da companhia.
Saiu também nesta sexta-feira o detalhamento das projeções da companhia para as perdas com as renovações das concessões, em nota técnica da direção da empresa. A adesão precisa ainda ser aprovada na Assembleia Geral de Acionistas, convocada para o dia 3 de dezembro, algo considerado meramente protocolar.
— Como o governo é majoritário, a queda das ações é em função da expectativa de aceitação das condições de renovação — diz o analista Rafael Dias, do BB Investimentos.
De acordo com o documento da companhia, só as usinas que terão a concessão renovada para oferecer energia mais barata terão uma redução de 70% na receita, de R$ 12,435 bilhões para R$ 3,732 bilhões, ou seja, uma perda de R$ 8,702 bilhões por ano. Ao contrário do que pensam analistas e investidores, a companhia argumentou que “com base nas premissas apresentadas nos estudos das empresas a opção pela prorrogação das concessões se mostrou a melhor sob o ponto de vista financeiro”.
— Falta racionalidade na argumentação deles e o mercado não viu com bons olhos esse documento — afirmou um analista que acompanha o setor.
O fundo noruguês Skagen, um dos maiores acionistas minoritários da Eletrobras, protestou contra a renovação das concessões nas condições oferecidas pelo governo, em carta enviada ao conselho de administração da estatal.
— Vai ser um grande erro dizer sim à proposta do governo e é por isso que o preço da ação está caindo ladeira abaixo. Na nossa opinião, o conselho de administração não está agindo pelo interesse do minoritário — disse ao GLOBO nesta sexta-feira o diretor de investimentos do Skagen, Kristian Falnes.
O fundo norueguês vai aguardar o resultado da assembleia de acionistas para decidir se vai prestar queixa na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou até na Justiça para preservar os interesses dos minoritários.
— Vamos ver o que vai acontecer. Mas é claro que todos os conselheiros têm responsabilidades — disse Falnes.
17 de novembro de 2012
Daniel Haidar - O Globo
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