O Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger, anunciou nesta segunda-feira que vai deixar seu cargo na liderança da Igreja Católica. Em comunicado, o porta-voz do religioso disse que sua força não é mais adequada para continuar no posto devido à sua idade avançada e que tomou a decisão pelo bem da Igreja. O Vaticano não quis comentar o caso até o momento e ainda não divulgou qual será o processo para a substituição do líder.
“Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino.
Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando”, disse o religioso.
A CNBB recebeu a informação com surpresa. Segundo a assessoria de imprensa da entidade católica, ainda não há uma orientação de como será tratada a renúncia. No entanto, a conferência promete divulgar ainda na manhã desta segunda-feira uma nota oficial sobre a decisão do Pontífice.
Ratzinger, de 85 anos, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927, e foi baptizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições económicas.
A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.
Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilómetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido, que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.
Ele é o quarto Papa a renunciar ao cargo. Antes dele, o Papa Ponticiano deixou a liderança da Igreja Católica no ano de 235. Depois vieram Celestino V, em 1294; Gregório XII, em 1415. Com a renúncia de Gregório XII foi possível acabar com o chamado Cisma do Ocidente, quando a Igreja chegou a ter um papa legítimo (Gregório XII) e dois antipapas, um em Avignon na França e outro em Pisa.
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Público, de Portugal
Papa não controla a Cúria, cartas falam de corrupção e Bento XVI preocupa-se com eventuais cismas. No Vaticano, os últimos meses adensaram o ambiente de fim de pontificado. (Texto publicado na edição de 15 de Abril de 2012)
A Cúria Romana tornou-se um monstro ingovernável que o próprio Papa, de perfil sobretudo intelectual e académico, já não consegue controlar.
No Vaticano, nas vésperas do sétimo aniversário da eleição de Bento XVI, parece viver-se já um ambiente de final de pontificado, semelhante ao que caracterizou a última década de João Paulo II.
O diagnóstico é feito por responsáveis do Vaticano ouvidos pelo PÚBLICO e resulta de diferentes episódios dos últimos meses, onde não faltaram acusações de lutas pelo poder e a divulgação de cartas dirigidas ao Papa a denunciar corrupção.
Também há quem relativize, dizendo que os casos apenas traduzem luzes e sombras de uma instituição plural, onde convive o melhor e o pior da natureza humana. O PÚBLICO escolheu nove casos recentes que traduzem este ambiente e falou com vários observadores no Vaticano.
A estrutura central do catolicismo parece colada com cuspo. Bento XVI, que em Fevereiro se tornou o sexto Papa mais velho dos últimos 700 anos, já não tem mão na Cúria. Ao mesmo tempo, tenta evitar a custo um cisma dos católicos germânicos.
Leia mais em Bento XVI já não manda na Igreja
11 de fevereiro de 2013
Globo
“Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino.
Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando”, disse o religioso.
A CNBB recebeu a informação com surpresa. Segundo a assessoria de imprensa da entidade católica, ainda não há uma orientação de como será tratada a renúncia. No entanto, a conferência promete divulgar ainda na manhã desta segunda-feira uma nota oficial sobre a decisão do Pontífice.
Ratzinger, de 85 anos, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927, e foi baptizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições económicas.
A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.
Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilómetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido, que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.
Ele é o quarto Papa a renunciar ao cargo. Antes dele, o Papa Ponticiano deixou a liderança da Igreja Católica no ano de 235. Depois vieram Celestino V, em 1294; Gregório XII, em 1415. Com a renúncia de Gregório XII foi possível acabar com o chamado Cisma do Ocidente, quando a Igreja chegou a ter um papa legítimo (Gregório XII) e dois antipapas, um em Avignon na França e outro em Pisa.
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Público, de Portugal
Papa não controla a Cúria, cartas falam de corrupção e Bento XVI preocupa-se com eventuais cismas. No Vaticano, os últimos meses adensaram o ambiente de fim de pontificado. (Texto publicado na edição de 15 de Abril de 2012)
A Cúria Romana tornou-se um monstro ingovernável que o próprio Papa, de perfil sobretudo intelectual e académico, já não consegue controlar.
No Vaticano, nas vésperas do sétimo aniversário da eleição de Bento XVI, parece viver-se já um ambiente de final de pontificado, semelhante ao que caracterizou a última década de João Paulo II.
O diagnóstico é feito por responsáveis do Vaticano ouvidos pelo PÚBLICO e resulta de diferentes episódios dos últimos meses, onde não faltaram acusações de lutas pelo poder e a divulgação de cartas dirigidas ao Papa a denunciar corrupção.
Também há quem relativize, dizendo que os casos apenas traduzem luzes e sombras de uma instituição plural, onde convive o melhor e o pior da natureza humana. O PÚBLICO escolheu nove casos recentes que traduzem este ambiente e falou com vários observadores no Vaticano.
A estrutura central do catolicismo parece colada com cuspo. Bento XVI, que em Fevereiro se tornou o sexto Papa mais velho dos últimos 700 anos, já não tem mão na Cúria. Ao mesmo tempo, tenta evitar a custo um cisma dos católicos germânicos.
Leia mais em Bento XVI já não manda na Igreja
11 de fevereiro de 2013
Globo
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