A um longo pontificado, como foi o de João Paulo II, costuma suceder um
pontificado curto. Tem sido assim em grande parte da história da Igreja
Católica.
O pontificado curto, como o de Bento XVI, permite que os cardeais-eleitores do Papa ganhem tempo para refletir sobre o momento que a Igreja atravessa e o seu futuro.
De resto, a sabedoria recomenda que se evite sucessivos pontificados longos. Para que a Igreja possa fazer correções de rumo em tempo mais ou menos hábil.
Além de idoso, o cardeal alemão Joseph Ratzinger estava com a saúde fortemente abalada quando foi eleito para suceder João Paulo II, o polonês que governou a Igreja durante mais de 20 anos. Todo mundo na cúpula da Igreja sabia disso.
O conclave que elegeu Bento XVI foi rápido, rapidíssimo porque a escolha dele fora acertada com a devida antecedência.
Por sua afinidade com João Paulo II, era o candidato natural ao cargo. Por sua saúde debilitada, era a certeza de um pontificado breve, destinado apenas a dar continuidade ao anterior.
Às vezes, o Espírito Santo, que costuma inspirar os cardeais-eleitores, apronta suas gracinhas.
O pontificado de Pio XII foi longo. Acabou no final dos anos 50 do século passado. Deu lugar ao pontificado de João XXIII, o Patriarca de Veneza, de idade avançada e má saúde.
Embora curto, como se esperava, o pontificado de João XXIII foi um dos mais marcantes da história da Igreja. Ele convocou o Concílio Ecumêmino Vaticano II. E deu uma forte guinada no rumo da Igreja.
Emergiu do concílio uma igreja mais aberta à participação dos leigos e à aproximação com outras religiões.
Os Papas que se seguiram a João XXIII impediram que tal abertura aumentasse. Várias das medidas que tomaram levaram a Igreja a um recuo.
É provável que o conclave para a escolha do sucessor de Bento XVI também seja rápido. Há cinco anos os cardeais-eleitores só pensam e conversam sobre o substituto dele.
11 de fevereiro de 2013
Ricardo Noblat
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