"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A MORTE DE OVIEDO, AS AMEAÇAS DE LUGO E A ESTRATÉGIA DO CAOS DO FORO DE SP


          Notícias Faltantes - Foro de São Paulo 
Se for confirmado que a morte de Oviedo, seu piloto e acompanhantes não foi um acidente e tratou-se de um atentado, muito provavelmente sua origem (planejamento, financiamento, tomada de decisão e execução) está no triângulo totalitário das Bermudas Havana-Caracas-Brasília.

“No mundo da política, nada acontece por acidente. Se acontece, podem estar certos de que estava planejado dessa maneira”. A contundente frase aspeada pertence ao lúcido e principal estadista mundial do século XX, que foi o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt (FDR: 1933-1945), democrata transformador em seu país e líder das liberdades e democracia mundial nos terríveis anos que conduzem à II Guerra Mundial (1939-1945), com a eficaz colaboração de outros líderes-estadistas egrégios como ele, todos do tão imperfeito mundo livre mas aperfeiçoável, sobressaindo entre eles o britânico Winston Churchill e o francês Charles De Gaulle.


Encontrei a frase nas rede, na página de minha amiga Ida Braun, onde já a havia lido antes, e me parece muito apropriada para indicar esta reflexão apressada, “de improviso”, sobre a inesperada e acidental morte (assim é considerada por ora, de maneira extra-oficial, até que tenha sido realizada uma perícia indubitável, e não ao estilo do Paraguai desnaturalizado que hoje padecemos e do qual tantos exemplos trágicos temos tido nas últimas décadas e anos), a do líder único do Partido União Nacional de Colorados Éticos (PUNACE), o sempre controverso e onipresente Lino Oviedo.

O general aposentado, e todos os seus acompanhantes no helicóptero no qual viajava de volta de Concepción, faleceram entre a noite do sábado e a madrugada do domingo (2/3), no ainda considerado acidente de vôo de quem fora um dos líderes visíveis e protagonistas da gesta do 2/3 de fevereiro de 1989, liderada pelo então comandante do poderoso I Corpo do Exército, o general Andrés Rodríguez, acontecimento histórico e lamentavelmente sangrento.

A conjuntura histórica de 1989, que hoje completa quase um quarto de século, desde muito cedo seria dilapidada por sucessivos grupos de indignos politiqueiros da abertura política, oportunistas aproveitadores da passividade cívica de nosso povo que, como conseqüência disso, pariu a “democracia” de tão baixa qualidade que sofremos. Este fantasma de abertura democrática hoje devemos salvar, democraticamente, e não é redundância, para transformá-la em um verdadeiro Estado de Direito democrático (EDd).

Democracia prostituída e neo-imperialismo totalitário

O projeto está ameaçado aqui e na região, desde o exterior, e com seus respectivos mercenários locais, os traidores de cada Pátria e da Humanidade, pelo neo-imperialismo de natureza totalitária, o denominado “castro-bolivarianismo”, que tem suas coordenadas principais em Havana, Caracas e Brasília.

Neste verdadeiro “triângulo das Bermudas” que encabeçam a demência não-senil e o ódio genocida à humanidade, os do totalissauro do Caribe, Raúl Castro, também em seu estertor final mas convertido hoje no “guardião da democracia e dos direitos humanos na região”, pela traição à democracia que impera na América Latina e no Caribe.

Em uma magistral jogada estratégica, Castro passou à ofensiva continental aproveitando-se também da negligência do irresponsável vazio de poder deixado na região pela super-potência norte-americana, acompanhado disso por uma Europa carente de autênticos líderes estadistas e tiranizada até agora por essa perigosa mescla de Merkel com Maquiavelo que, nas palavras do sociólogo alemão contemporâneo e europeísta, Ulrich Beck, é o perigosíssimo Leviatã do presente que acertadamente denomina fenômeno Merk-quiavelo.

Contudo, a irresponsabilidade principal é nossa, a dos homens e mulheres, da cidadania de cada um dos países da América Latina e do Caribe que ainda não nos decidimos enfrentar o perigo totalitário, que é real e em plena ofensiva, frente ao qual nenhuma importância têm as meras boas intenções.

Lugo “guerreirista” e golpistas totalitários

Porém, voltemos ao nosso. Por que consideramos apropriada e lúcida a citação inicial de Roosevelt para esta análise da conjuntura local? Simplesmente porque a tragédia de Oviedo e comitiva permite que agora saia à luz, e de maneira ainda mais transparente, que desde junho passado o descarado e perigosíssimo intervencionismo neo-imperialista totalitário em nossos assuntos internos, que está preparando sua volta ao Palácio de López pela foça e com profusão de sangue, para que o estratégico Paraguai, mal exemplo de indobrável soberania e independência na América do Sul, também seja submetido à dominação “castro-bolivariana”.

Entre as tantas especulações às quais a morte de Oviedo está dando lugar, de inevitáveis conseqüências políticas, quase passou despercebido um fato importantíssimo gerado na sexta-feira à noite em Juan León Mallorquín, que foi convertido em notícia pelo âncora Marti Bogado Villalba do correspondente de “ABC” local, e que no domingo 3 ocupava um espaço importante mas ofuscado, na página 16 do mencionado jornal e que é reproduzido também em sua edição digital.

“‘O 21 de abril não vai ser uma eleição, senão uma verdadeira guerra e o povo deve se pôr de pé para optar entre a volta a um passado de corrupção, latrocínio e intriga, ou lutar pela mudança para alcançar a pátria sonhada livre do inferno verde que traz morte e só beneficia a uns poucos’, disse Fernando Lugo, durante um encontro do Frente Guasú na Casa da Cultura neste distrito, na sexta-feira (1 de fevereiro) à noite”, escreveu o correspondente de “ABC”.

Prossegue o relato de Bogado Villalba:
“Acrescentou (Lugo) que ‘internacionalmente o instam a instigar uma ‘revolução’. Em outros países (explicou o destituído presidente) ‘ninguém entende como o povo é tão pacífico e não se tenha feito uma revolução para conseguir a mudança’, disse. Ele pediu ao povo para se pôr de pé para realizar uma opção pela mudança ou continuar votando na estrutura de intrigas, corrupção e roubos”.
A esse respeito, consultar o link da edição digital de hoje, domingo, de “ABC”.

Ninguém desmentiu isto, nas rareadas e tão divididas fileiras do que fora o “lugo-bolivarianismo”, e é essa estratégia que estão seguindo os “castro-bolivarianos” locais, cumprindo ordens do triângulo totalitário das Bermudas, enquanto taticamente aparentam que estão se preparando para o processo eleitoral de abril de 2013...

Estratégia mundial do caos

Fontes nossas, muito confiáveis, consultadas em Havana, Brasília, Caracas, Buenos Aires e Montevidéu, já desde antes das palavras de Lugo e do fatal acidente, coincidiram cada uma por seu lado que essa é a estratégia e a tática “castro-bolivariana” para o Paraguai, assim como as expusemos no domingo 27 e na quarta-feira 30, o autor destas linhas e Carlos Crichigno, no espaço de análise e comentários políticos que ambos conduzimos na emissora “on line” Desde Paraguay, que desde as 21 horas se transmite agora, nesses dias, nessa rádio das redes.

Em conseqüência, se for confirmado que a morte de Oviedo, seu piloto e acompanhantes não foi um acidente e tratou-se de um atentado, muito provavelmente sua origem (planejamento, financiamento, tomada de decisão e execução) está no triângulo totalitário das Bermudas.

Se se confirmar tal hipótese ou não, de todo modo continuaria (ou começaria) uma série de atentados criminosos seletivos orientados a criar o caos no Paraguai, em preparação de contatos “revolucionários” locais que de imediato dariam lugar ao intervencionismo de exércitos do MERC-UNASUL, CELAC, ALBA, etc., capitaneados por tropas brasileiras e argentinas, as quais ocupariam as respectivas represas de Itapu e Yacyretá, e daí em diante. Não esqueçamos o quartel de tropas especiais da ALBA a tão-somente 200 quilômetros de nossa fronteira na Bolívia, um projeto militarista iraniano que conduz a nada menos que ao principal suspeito do cruentíssimo atentado terrorista da AMIA em Buenos Aires em 1994.

Lugo não está plenamente inteirado disto, pois já é um preservativo usado e de má qualidade, por conseguinte jogado fora, que só pode servir de próxima vítima propiciatória a um atentado que se atribuiria em seguida ao projeto colorado eleitoreiro, com o “inapresentável” Horacio Cartes (HC) à cabeça, convertido em uma espécie de “padrinho” do crime organizado que está eliminando seus aparentes principais obstáculos. Não é um admirador ou simpatizante politiqueiro do projeto HC quem escreve isto.

Venezuela, Malvinas, Israel e Síria

Se isto prosperar, o que ajudaria à consolidação do chavismo sem Chávez na Venezuela, não se descarta que depois se estenda a ofensiva extra-continentalmente, com uma segunda aventura sangrenta da Casa Rosada (não da Argentina) nas Malvinas, enquanto o Irã executa sua reiteradamente proferida ameaça de “erradicar” Israel da face da terra com as conseqüências de um Armagedon mundial, justo quando a crise síria está começando a se resolver contra Hafez al Assad, aliado incondicional de Teerã e dos grupos terroristas palestinos no explosivo Oriente Próximo, que também tem outra mecha acesa nos desertos da África norte-ocidental com epicentro em Mali. Tudo seria também aproveitado pelos militaristas agressivos e totalitários norte-coreanos.

Este, e não outro, é o fundo falso do acordo Buenos Aires-Teerã sobre a questão do atentado da AMIA que na realidade é a parte visível de um tratado ofensivo, capitaneado pelo demente de Havana que tem seu irmão mais novo Raúl Castro como carranca, o “protetor” latino-americano e caribenho da democracia e dos direitos humanos, segundo a cúpula da CELAC, no mês passado e em Santiago do Chile!

Ficção política internacional? Sinceramente espero que sim, pelo bem da humanidade e do Paraguai porque, se se concretizar tão-só a parte paraguaia da loucura genocida, isto iniciaria a transformação da região em um incêndio continental.

Quase com segurança, e abrindo o guarda-chuva em razão do “sincericídio” de Lugo é que Ricardo Canese, o rosto “educado e civilizado” da denominada “Frente Guasú”, já solicitou uma investigação séria, imparcial e profissional do ocorrido com Oviedo e séquito, para determinar cientificamente se tratou-se de um acidente ou de um atentado, que já tem não um suspeito único, senão um condenado principal: Horacio Cartes e seu projeto neo-colorado muito bem posicionado frente à dupla Alegre-Filizzola.

Desesperados, estão jogando a carta do luguismo sem Lugo, por desmesurada ambição de chegar a Palácio a qualquer custo politiqueiro. Para a iniciativa tão “civilizada” de Canese, consultar este link de “ABC.

A história, tragicamente como costuma acontecer, oferece este tipo de conjunturas aos que dizem ser nossos líderes “democráticos” para que, e como deve ser, tentem sê-lo sério ao menos uma primeira vez, e o demonstrem com a eloqüência irrebatível dos fatos, que são capazes, em um momento excepcional como este, de se comportar política e pessoalmente com sensatez, senso de responsabilidade e com tão-somente uma tênue luz de patriotismo humanista.
Politiqueiros de todos os partidos e grupelhos não-totalitários, sobretudo colorados e liberais, mas não unicamente eles: não percam esta oportunidade de ensaiar mesmo que seja um tímido passo para a política do servidor público do bem comum!

11 de fevereiro de 2013
José Luis Simón G.
Tradução: Graça Salgueiro

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