"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O ROLÉ

Fracasso na copa, agravamento de crise econômica e tsunami de corrupção ameaçam reeleição petralha


 
A cúpula da campanha reeleitoral de Dilma Rousseff identifica algumas graves fragilidades que podem atrapalhar ou comprometer a vitória nas urnas eletrônicas: a tensão pré e pós Copa do Mundo, o estouro de um tsunami de denúncias de corrupção e os sinais de agravamento da crise econômica. Tudo pode fazer brotar, novamente, o clima de “revolta nas ruas”, com efeitos eleitorais negativos para o grande esquema PT.
No curtíssimo prazo, a petralhada teme que seja politicamente fatal o repique do Mensalão. A previsão é de que vazem novas denúncias sobre velhos casos impunes de corrupção. O mais apavorante seria o Rosegate – arrasando com Luiz Inácio Lula da Silva (que deve tentar o Senado por São Paulo). A evidente união estável do PT com a decadente família Sarney, na aliança sempre pouco confiável com o PMDB, aumenta a tensão da petralhada.
Na propaganda petralha, a vitória de Dilma está assegurada. Mas, na avaliação real dos estrategistas do PT, o risco de perder é alto. Dilma não conta com o apoio seguro da Oligarquia Financeira Transnacional – que controla os negócios com o Brasil. A fuga dos investidores é apenas um sinal da insatisfação. O investimento deles em espionagem, fabricação de dossiês que vazam na hora certa e na mobilização para manifestações públicas (como ocorreram em 2013) são evidências concretas da oposição do poder real globalitário ao PT que foi posto por eles no poder e agora tende a ser descartado facilmente.
Marketeiros da Dilma sabem que a única chance é seguir com a tática de divulgar pesquisas claramente manipuladas para sinalizar uma vitória quase impossível. A esperança deles consiste em que, na base da fraude eleitoral, com um sistema de votação totalmente eletrônico que não permite recontagem impressa de votos, tudo é possível. Além disso, para facilitar a falcatrua, os presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos não decolaram ainda. O medo é: se tiverem apoio externo, e principalmente do sistema financeiro e do agronegócio interno, podem surgir do nada para a vitória contra o PT. Nem a aventura de um Joaquim Barbosa da vida é descartada pelos aloprados petistas.
Ainda no curtíssimo prazo, um dos maiores temores do PT, na trajetória reeleitoral, é a oposição ostensiva do Itaú-Unibanco e do Bradesco. A guerra intestina com os maiores bancos do País pode amplificar os efeitos da fuga de investimentos gerada pela perda de credibilidade do governo e pelos conhecidos problemas estruturais da economia tupiniquim: absurda carga tributária, falta de infraestrutura logística, alto custo trabalhista e insegurança jurídica.
No curto prazo, Dilma e aliados temem pelo agravamento de problemas de governança na Petrobras, Eletrobras, Caixa e Banco do Brasil – sustentáculos do capimunismo sindical que mobiliza recursos do BNDES e dos fundos de pensão para os principais negócios que os petralhas e comparsas dirigem nas sombras. A petralhada sabe que seu esquema mafioso já foi mapeado pela espionagem norte-americana que irritou – e desesperou – a Presidenta, o Presidentro Lula e os aliados.
 
Ainda no curto prazo, as obras de infraestrutura para a Copa da Fifa dificilmente ficarão prontas a tempo ou a contento. O previsível caos aéreo, a especulação de preços com a competição e a péssima prestação de serviços aos turistas vão provocar desgaste de imagem internacional para o governo Dilma. O torneio tende a ser um fracasso de público se os patrocinadores não subsidiarem a compra e distribuição dos caríssimos ingressos para os jogos. Tudo pode virar uma dor de cabeça gigante se a seleção brasileira não for a campeã. Todos se lembrarão do quanto se torrou de dinheiro fora com o torneio particular da turma de Josef Blater.
No médio prazo, outro grande medo petista: os efeitos internos previsíveis e imprevisíveis da crise econômica que prenuncia o estouro da bolha brasileira. Elaboradores de cenários macroeconômicos apostam que a bomba explode em 2015, combinando inflação, instabilidade cambial, fuga de investidores, desemprego, descontrole dos gastos públicos, juros ainda mais altos e inadimplência generalizada pelo endividamento descontrolado de empresas e das famílias.
No longo prazo, o cenário para o Brasil já é de derrota – vença ou perca o PT. O País parece caminhar na contramão do mundo que produz e se desenvolve. Até o sempre próspero agronegócio – vocação natural brasileira – se vê prejudicado, na competitividade internacional, pela falta de infraestrutura. O custo Brasil é inviável.
O mais grave é que não há indícios concretos de que o Brasil vai mudar para melhor. Fica pior com o PT no poder. Mas não há garantias de que melhore com a petralhada de fora, se algo de muito profundo não acontecer por obra e graça dos segmentos esclarecidos do povo brasileiro.
Lembrai-vos do Desastre ambiental
Pescadores, ecologistas e movimentos sociais promoverão uma lembrança pública dos 14 anos do vazamento de 1 milhão e 800 mil litros de óleo da Petrobrás na Baía de Guanabara, sem indenização financeira a milhares de pescadores artesanais impactados.
O ato público será na próxima sexta-feira, 17 de janeiro, às 10 horas, em frente à sede da empresa, na Avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro.
Manifestantes prometem levar redes de pesca sujas de óleo, cartazes e faixas, além de peixes que serão distribuídos no local, para chamar a atenção para a impunidade em torno do que foi considerado o maior acidente ecológico do Brasil.
Pescadores alertam sobre a existência (ainda) de grande volume de óleo nas áreas de manguezais e no fundo da baía, o que tem prejudicado a reprodução do pescado e a vida marinha.
Estranho segredo
No dia 18 de janeiro de 2000, 1,8 milhão litros de óleo vazaram do duto de ligação entre a Reduc (Refinaria Duque de Caxias) e a Ilha D´Água, na Ilha do Governador.
A Petrobras foi condenada a pagar mais de R$ 1 bilhão em indenizações pelo dano ambiental.
A empresa conseguiu que o caso continue correndo em "segredo de justiça" - sob o argumento que precisa proteger a cotação de suas ações no mercado internacional.
Manifestantes pretendem perguntar onde está a tão divulgada "Política de Responsabilidade Social e Ambiental" da empresa, diante da mortandade de peixes, aves cobertas de óleo e prejuízos provocados à pesca e ao turismo na Baía.
Harley do Francisco à venda
Será dia 6 de fevereiro o leilão de uma Harley Davidson de 1.585 cilindradas, que o Papa Francisco ganhou de presente da lendária marca de motocicletas, em junho do ano passado.
Com a assinatura “Francesco” no tanque, não se sabe se chegou a ser pilotada pelo Papa.
O dinheiro do leilão vai para a Caritas Roma, entidade beneficente católica.
Tão de Brincanagem


Novas sobras de campanha


Só guardando...


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

14 de janeiro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

 
Já deu para perceber qual é a tática empregada pela cúpula da FIFA quando se refere, preocupada e à beira de um ataque de nervos, aos atrasos nas obras, à questão da segurança, ao temor de manifestações e, de um modo geral, ao  despreparo do país para sediar a Copa do Mundo. 
É assim: um expoente da entidade concede entrevista, na maioria das vezes no exterior, dando um puxão de orelha nas entidades oficiais responsáveis pela organização, provocando uma reação rútila nas hostes do governo petista, que, indignadas, reafirmam a crença absoluta no sucesso do torneio, enfatizando que esta será a melhor disputa de todos os tempos. 
Os entrevistados, constatando o efeito desejado, voltam atrás e, numa repentina mudança de atitude, se desculpam, invertendo o dito pelo não dito, declarando-se certos quanto ao sucesso do evento, até que novas apreensões evidenciem a necessidade de outra reprimenda fustigante pela imprensa internacional. 
E assim, aos trancos e barrancos, chegaremos à época de uma festa bancada, contrariamente às expectativas iniciais, com dinheiro público em quase sua totalidade, num país onde os presídios estão à beira da barbárie, a gestão da saúde pública é criminosa, a segurança pública se vê incapaz de garantir o direito de ir e vir do cidadão e a população das metrópoles é vilipendiada por um sistema de mobilidade indigno. 
Tudo leva a crer que neste ano que se inicia flertaremos perigosamente com o caos descontrolado.
 
14 de janeiro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
 
 É impressionante!!!. O rolé ocorrido nos shoppings de São Paulo foi feito por arruaceiros. Nem ricos, nem pobres; nem negros, nem brancos; nem homens nem mulheres; nem adultos, nem menores; apenas arruaceiros.
Mas, os ideólogos de plantão, prontos a incendiar o país, elegeram que eram negros e pobres, insuflando uma luta de classes, do que outros baderneiros, e malfeitores, vão se aproveitar. Com efeito, a página do evento carioca anuncia:
“Em apoio à galera de São Paulo, contra toda forma de opressão e discriminação aos pobres e negros, em especial contra a brutal e covarde ação diária da polícia militar no Brasil, seja nos shoppings, nas praias ou nas periferias. O encontro está marcado para o próximo domingo (19) no Shopping Leblon. Até a manhã desta segunda-feira (13), 1.730 convidados haviam confirmado presença”.
Jovens são contestadores por natureza. O que é inaceitável é que adultos, ideólogos de doutrina fracassada, acirrem os ânimos, para incendiar o país. E que a OAB disponibilize ajuda jurídica a baderneiros, como ocorreu recentemente.
Ou a lei é aplicada, com rigor, ou o estado democrático de direito vai para o espaço.Nós já vimos como esse filme acaba....
Com a transferência dos mais perigosos, há vagas para baderneiros e depredadores do patrimônio público e privado nas prisões do Maranhão!!
 
14 de janeiro de 2014
Luiz Sérgio Silveira Costa é Almirante, reformado.

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Fracasso na copa, agravamento de crise econômica e tsunami de corrupção ameaçam reeleição petralha


 
A cúpula da campanha reeleitoral de Dilma Rousseff identifica algumas graves fragilidades que podem atrapalhar ou comprometer a vitória nas urnas eletrônicas: a tensão pré e pós Copa do Mundo, o estouro de um tsunami de denúncias de corrupção e os sinais de agravamento da crise econômica. Tudo pode fazer brotar, novamente, o clima de “revolta nas ruas”, com efeitos eleitorais negativos para o grande esquema PT.
No curtíssimo prazo, a petralhada teme que seja politicamente fatal o repique do Mensalão. A previsão é de que vazem novas denúncias sobre velhos casos impunes de corrupção. O mais apavorante seria o Rosegate – arrasando com Luiz Inácio Lula da Silva (que deve tentar o Senado por São Paulo). A evidente união estável do PT com a decadente família Sarney, na aliança sempre pouco confiável com o PMDB, aumenta a tensão da petralhada.
Na propaganda petralha, a vitória de Dilma está assegurada. Mas, na avaliação real dos estrategistas do PT, o risco de perder é alto. Dilma não conta com o apoio seguro da Oligarquia Financeira Transnacional – que controla os negócios com o Brasil. A fuga dos investidores é apenas um sinal da insatisfação. O investimento deles em espionagem, fabricação de dossiês que vazam na hora certa e na mobilização para manifestações públicas (como ocorreram em 2013) são evidências concretas da oposição do poder real globalitário ao PT que foi posto por eles no poder e agora tende a ser descartado facilmente.
Marketeiros da Dilma sabem que a única chance é seguir com a tática de divulgar pesquisas claramente manipuladas para sinalizar uma vitória quase impossível. A esperança deles consiste em que, na base da fraude eleitoral, com um sistema de votação totalmente eletrônico que não permite recontagem impressa de votos, tudo é possível. Além disso, para facilitar a falcatrua, os presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos não decolaram ainda. O medo é: se tiverem apoio externo, e principalmente do sistema financeiro e do agronegócio interno, podem surgir do nada para a vitória contra o PT. Nem a aventura de um Joaquim Barbosa da vida é descartada pelos aloprados petistas.
Ainda no curtíssimo prazo, um dos maiores temores do PT, na trajetória reeleitoral, é a oposição ostensiva do Itaú-Unibanco e do Bradesco. A guerra intestina com os maiores bancos do País pode amplificar os efeitos da fuga de investimentos gerada pela perda de credibilidade do governo e pelos conhecidos problemas estruturais da economia tupiniquim: absurda carga tributária, falta de infraestrutura logística, alto custo trabalhista e insegurança jurídica.
No curto prazo, Dilma e aliados temem pelo agravamento de problemas de governança na Petrobras, Eletrobras, Caixa e Banco do Brasil – sustentáculos do capimunismo sindical que mobiliza recursos do BNDES e dos fundos de pensão para os principais negócios que os petralhas e comparsas dirigem nas sombras. A petralhada sabe que seu esquema mafioso já foi mapeado pela espionagem norte-americana que irritou – e desesperou – a Presidenta, o Presidentro Lula e os aliados.
 
Ainda no curto prazo, as obras de infraestrutura para a Copa da Fifa dificilmente ficarão prontas a tempo ou a contento. O previsível caos aéreo, a especulação de preços com a competição e a péssima prestação de serviços aos turistas vão provocar desgaste de imagem internacional para o governo Dilma. O torneio tende a ser um fracasso de público se os patrocinadores não subsidiarem a compra e distribuição dos caríssimos ingressos para os jogos. Tudo pode virar uma dor de cabeça gigante se a seleção brasileira não for a campeã. Todos se lembrarão do quanto se torrou de dinheiro fora com o torneio particular da turma de Josef Blater.
No médio prazo, outro grande medo petista: os efeitos internos previsíveis e imprevisíveis da crise econômica que prenuncia o estouro da bolha brasileira. Elaboradores de cenários macroeconômicos apostam que a bomba explode em 2015, combinando inflação, instabilidade cambial, fuga de investidores, desemprego, descontrole dos gastos públicos, juros ainda mais altos e inadimplência generalizada pelo endividamento descontrolado de empresas e das famílias.
No longo prazo, o cenário para o Brasil já é de derrota – vença ou perca o PT. O País parece caminhar na contramão do mundo que produz e se desenvolve. Até o sempre próspero agronegócio – vocação natural brasileira – se vê prejudicado, na competitividade internacional, pela falta de infraestrutura. O custo Brasil é inviável.
O mais grave é que não há indícios concretos de que o Brasil vai mudar para melhor. Fica pior com o PT no poder. Mas não há garantias de que melhore com a petralhada de fora, se algo de muito profundo não acontecer por obra e graça dos segmentos esclarecidos do povo brasileiro.
Lembrai-vos do Desastre ambiental
Pescadores, ecologistas e movimentos sociais promoverão uma lembrança pública dos 14 anos do vazamento de 1 milhão e 800 mil litros de óleo da Petrobrás na Baía de Guanabara, sem indenização financeira a milhares de pescadores artesanais impactados.
O ato público será na próxima sexta-feira, 17 de janeiro, às 10 horas, em frente à sede da empresa, na Avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro.
Manifestantes prometem levar redes de pesca sujas de óleo, cartazes e faixas, além de peixes que serão distribuídos no local, para chamar a atenção para a impunidade em torno do que foi considerado o maior acidente ecológico do Brasil.
Pescadores alertam sobre a existência (ainda) de grande volume de óleo nas áreas de manguezais e no fundo da baía, o que tem prejudicado a reprodução do pescado e a vida marinha.
Estranho segredo
No dia 18 de janeiro de 2000, 1,8 milhão litros de óleo vazaram do duto de ligação entre a Reduc (Refinaria Duque de Caxias) e a Ilha D´Água, na Ilha do Governador.
A Petrobras foi condenada a pagar mais de R$ 1 bilhão em indenizações pelo dano ambiental.
A empresa conseguiu que o caso continue correndo em "segredo de justiça" - sob o argumento que precisa proteger a cotação de suas ações no mercado internacional.
Manifestantes pretendem perguntar onde está a tão divulgada "Política de Responsabilidade Social e Ambiental" da empresa, diante da mortandade de peixes, aves cobertas de óleo e prejuízos provocados à pesca e ao turismo na Baía.
Harley do Francisco à venda
Será dia 6 de fevereiro o leilão de uma Harley Davidson de 1.585 cilindradas, que o Papa Francisco ganhou de presente da lendária marca de motocicletas, em junho do ano passado.
Com a assinatura “Francesco” no tanque, não se sabe se chegou a ser pilotada pelo Papa.
O dinheiro do leilão vai para a Caritas Roma, entidade beneficente católica.
Tão de Brincanagem


Novas sobras de campanha


Só guardando...


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

14 de janeiro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

TÁTICA DA FIFA



 
Já deu para perceber qual é a tática empregada pela cúpula da FIFA quando se refere, preocupada e à beira de um ataque de nervos, aos atrasos nas obras, à questão da segurança, ao temor de manifestações e, de um modo geral, ao  despreparo do país para sediar a Copa do Mundo. 
É assim: um expoente da entidade concede entrevista, na maioria das vezes no exterior, dando um puxão de orelha nas entidades oficiais responsáveis pela organização, provocando uma reação rútila nas hostes do governo petista, que, indignadas, reafirmam a crença absoluta no sucesso do torneio, enfatizando que esta será a melhor disputa de todos os tempos. 
Os entrevistados, constatando o efeito desejado, voltam atrás e, numa repentina mudança de atitude, se desculpam, invertendo o dito pelo não dito, declarando-se certos quanto ao sucesso do evento, até que novas apreensões evidenciem a necessidade de outra reprimenda fustigante pela imprensa internacional. 
E assim, aos trancos e barrancos, chegaremos à época de uma festa bancada, contrariamente às expectativas iniciais, com dinheiro público em quase sua totalidade, num país onde os presídios estão à beira da barbárie, a gestão da saúde pública é criminosa, a segurança pública se vê incapaz de garantir o direito de ir e vir do cidadão e a população das metrópoles é vilipendiada por um sistema de mobilidade indigno. 
Tudo leva a crer que neste ano que se inicia flertaremos perigosamente com o caos descontrolado.
 
14 de janeiro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

"ROLEZINHOS" ATENTAM CONTRA OS DIREITOS COLETIVOS



 
Por mais que nos solidarizemos com nossa juventude humilde que busca espaços para se relacionar e dar vazão ao seu amor e alegria, não é possível apoiá-la nessa onda recente de "rolezinhos" marcados em shoppings centers e outros locais privados com destinação específica.
É triste a ausência de opção de lazer para nossos jovens de camadas mais pobres. No entanto, os "rolezinhos", tal como vêm sendo marcados, atentam contra os direitos individuais e coletivos assegurados pela Constituição Federal.
Isso sem falar no direito também constitucionalmente garantido à propriedade e à livre iniciativa (arts. 1º, inc. IV, 5º, "caput" e 170). Daí porque estão corretas as liminares concedidas pelo Judiciário aos shoppings –que estabeleceram multa aos participantes.
Os shoppings são empreendimentos privados abertos ao público especificamente para compras, lazer, diversão, passeio.
A maioria deles tem cinemas e praças de alimentação. Nenhum deles tem ainda uma "praça do rolezinho", modalidade de diversão muitas vezes conturbada por jovens infratores, ferindo o legítimo direito de pais, mães e filhos a um lazer sossegado e seguro que vão buscar nesses ambientes privados e protegidos.
Se o poder público não disponibiliza, como deveria, espaços próprios para o saudável congraçamento e encontro entre jovens, nem por isso os brilhantes moços que os organizam deixam de ter alternativas interessantes.
E todas elas são protegidas pela Constituição.
 
AVISO
O inc. XVI do art. 5º garante que "todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização", bastando "prévio aviso à autoridade".
Ora, porque não fazer uns "rolezinhos" no sambódromo ou outros locais públicos? Os convocados pela internet não vão faltar. Meninos e meninas levam o som, comidinhas e bebidinhas (sem álcool de preferência senão tumultua e nem namoro acontece). Aí a festa "rola" de forma "legal", no duplo sentido.
Juridicamente, basta os organizadores enviarem cópia da convocação à prefeitura e à Secretaria de Segurança.
Mauro Rodrigues Penteado é Advogado, árbitro e professor de direito comercial da USP. Originalmente publicado na Folha de S. Paulo de 14 de Janeiro de 2014.

LIMINAR QUE PROÍBE "ROLEZINHO" ASSEGURA "DIREITO A SEGREGAÇÃO"



 
São raríssimos os casos em que a decisão do juiz não deve analisar com cuidado dois direitos distintos.
Por isso é tão difícil a tarefa de julgar. A lei provoca contradições entre direitos. Quase sempre.
O caso dos "rolezinhos" não foi diferente. Um juiz concedeu uma liminar afirmando que se os jovens da periferia levassem adiante sua intenção de comparecer em conjunto a shopping centers para realizar a prática do já famoso "rolezinho", seriam multados em R$ 10 mil.
O próprio juiz admitiu que havia um conflito de direitos. O direito de manifestação dos jovens da periferia e o de propriedade dos donos do shopping. O juiz diz que o direito de propriedade deve prevalecer porque há outros espaços mais apropriados para manifestações.
Essa resposta do juiz veio em uma liminar. O que significa que apenas um lado foi ouvido: o lado dos donos de shopping. E só isso pode explicar o fato de se imaginar que o "rolezinho" pode ser feito nas ruas.
O que pedem os "rolezinhos"? Sem danificar o patrimônio e sem registros de furtos, jovens da periferia querem circular por espaços que lhe são proibidos. Espaços segregados. Segregados, até agora, não pela força do direito, mas porque não há nada ali que lhes seja acessível.
O grande problema da decisão é que ela assegura um direito à segregação.
Shoppings são espaços de livre circulação. Impedir a entrada de alguém em estabelecimento comercial por motivo de discriminação ou preconceito é crime.
Admitir que só algumas pessoas podem circular por lá, com policiais e oficiais de Justiça analisando quem pode ou não entrar, oficializa a discriminação.
Na verdade, não se trata apenas do conflito entre direito de propriedade e de manifestação. Trata-se de uma nova agenda de desigualdade que não se encerra em programas de transferência de renda, mas com questão de como se cria um país de convivência e não de segregação.
Esses jovens querem ser ouvidos, ser vistos –aliás, não apenas os jovens da periferia vão ao shopping para serem vistos. E eles não estão sendo escutados. Tapar os ouvidos não ajuda a solucionar o problema, ao contrário, tende a criar novos.
 
Pedro Abramovay é professor licenciado da FGV Direito Rio e diretor para a América Latina da Open Society Foundations. Originalmente publicado na Folha de S. Paulo de 14 de Janeiro de 2014.

IDEOLOGIA E MORALIDADE



Há momentos na história em que o espírito de uma nação – mais especificamente de sua classe letrada – se revela por inteiro.
É o que ocorre no episódio do Mensalão. Inicialmente, não se esperava que dele nada resultasse, o que, por si só, já revela algo de substantivo a respeito de nossa cultura.
Dentro dela, não é comum – para não dizer que é inédito - que pessoas influentes paguem por seus crimes. A maioria da opinião pública, pois, estava cética em relação ao destino dos mensaleiros. Seriam inocentados e, em breve, estariam de volta.
Deu-se, porém, o contrário: foram presos. Na reação à prisão, sustentada por amplos setores da intelectualidade e do meio artístico, tem-se um retrato da moralidade do país.
A hostilidade nas redes sociais e nos jornais a Joaquim Barbosa deixa claro que, acima da moral, está a ideologia. Ou por outra, sem ideologia - de esquerda, claro - não há moral.
"Aos amigos, tudo; aos inimigos, os rigores da lei", sustentava Getúlio Vargas. A solidariedade a José Genoíno, em face de sua enfermidade, não se estendeu a outro condenado, mais enfermo que ele, Roberto Jefferson, que padece de um câncer irreversível.
 
Está mais enfermo, mas não é da turma. Não merece compaixão. Criou-se, no Mensalão, a figura esdrúxula do delito ideológico. O roubo de esquerda é legítimo; o de direita, não.
Tal distorção já vigora há tempos em relação aos direitos humanos: um preso político em Cuba merece o que recebe; num regime militar de direita, não.
Um torturado sob Pinochet mobiliza inúmeras comissões de direitos humanos; um sob Fidel Castro provoca silêncio e compreensão.
A Comissão da Verdade investiga crimes de meio século atrás, mas só os cometidos contra a esquerda. Só eles merecem o rótulo de abomináveis. Os que ela cometeu – e cometeu diversos, devidamente comprovados – passam como fatalidades.
E é esse mesmo pessoal – que conta a História pelo viés ideológico - que acusa o Supremo Tribunal Federal de ter feito julgamento político no Mensalão.
O processo levou sete anos para chegar ao plenário. Os autos formavam montanhas de papel, mais de 50 mil páginas. Só a leitura do relatório consumiu dois dias.
Cada acusado teve sua devida defesa - e até embargos infringentes, não previstos na lei, foram aceitos. Não houve qualquer cerceamento ao devido processo legal.
Mais da metade dos ministros, inclusive o relator, foi nomeada na gestão do PT. Se tentativa houve de politizar o julgamento, foi da parte favorável aos mensaleiros, com manobras protelatórias, que resultaram inúteis.
Na execução da pena, os sentenciados exibiram de público o seu injustificado protesto, brandindo punhos cerrados, com críticas ferozes ao Judiciário. Reclamaram das condições carcerárias, mesmo já tendo o governador de Brasília, Agnelo Queiroz, providenciado com antecedência a construção de anexos mais confortáveis para receber os companheiros.
O governador, num gesto inédito – já que é um agente do Estado e os sentenciados delinquiram contra o Estado -, deu-se ao desplante de visitá-los na prisão, ao lado de parlamentares, furando a fila de familiares de outros presos, que aguardavam desde a madrugada autorização para ingressar no presídio.
A OAB, ausente durante todo o julgamento, só se manifestou para endossar as críticas dos mensaleiros e reclamar da suposta severidade do presidente do STF. Presos comuns – como os de Pedrinha, no Maranhão – não causam qualquer consternação, nem à OAB, nem aos grupos de direitos humanos.
Não têm grife ideológica. São vítimas contemporâneas, que vivem em regime de terror. Podem ter suas aflições interrompidas já, mediante intervenção desses grupos que se proclamam humanitários, mas, à exceção de vozes isoladas e impotentes, não sensibilizam os ativistas dos direitos humanos ideológicos.
Não faltam vozes, à esquerda, reclamando do moralismo que condenou os mensaleiros. Mas essas mesmas vozes fizeram carreira política com discursos moralistas, frequentemente falsos.
O já falecido senador Humberto Lucena foi cassado por imprimir um calendário na gráfica do Senado. O deputado Ibsen Pinheiro foi cassado graças a um falso extrato bancário, que o mostrava milionário. O extrato foi entregue por José Dirceu à redação de uma revista semanal, que o publicou como verdadeiro. Dez anos depois, desfez-se a farsa, mas já era tarde.
O ex-ministro Eduardo Jorge, do PSDB, foi execrado publicamente como corrupto numa manobra do PT com um procurador da República, Luiz Francisco de Souza, que saiu de cena depois que o partido assumiu a Presidência da República.
O PT hoje prova do veneno que serviu à política brasileira. Nos 23 anos que precederam sua chegada ao poder, pôs em cena a famosa recomendação de Lênin aos militantes comunistas: "Acuse-os do que você faz".
O tiro um dia sairia pela culatra. Saiu.
 
14 de janeiro de 2014
Ruy Fabiano é jornalista.

PT QUE ADORA OFF-SHORES DEVIA MANEIRAR NOS ATAQUES A TUMA JR.


 
Hora da verdade – A tropa de choque do PT tenta, sem sucesso, desqualificar o livro do delegado Romeu Tuma Júnior e do jornalista Claudio Julio Tognolli, mas, como noticiou o ucho.info na edição de segunda-feira (9), o depoimento do doleiro Antônio de Oliveira Claramunt, oToninho da Barcelona, à CPI dos Correios, em 2005, ajuda a compreender o imbróglio das contas bancárias de petistas em paraísos fiscais.
O dinheiro que passou por essas contas e também era trocado em casas de câmbio tinha como origem a cobrança de propinas em cidades administradas pelo PT: Santo André, Campinas, Ribeirão Preto, São Paulo, Recife e Porto Alegre. O volume de recursos ilegais cresceu a partir de 2003 com operações nada ortodoxas nos fundos de pensão vinculados às estatais. A dinheirama sem procedência era esquentada com notas fiscais frias de empresas ligadas aos doleiros.
As notas serviam para as empresas que pagavam propina ao PT justificarem “legalmente” a saída do montante. Sempre arrecadado em espécie, o dinheiro era depositado por Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, em contas bancárias abertas em nome de laranjas, sempre vinculados aos doleiros que participavam do esquema. Na sequência os doleiros providenciavam ordens de pagamento no exterior. Para atender a volúpia bandoleira do grupo, os doleiros criaram um caminho só para a legenda. Duas empresas off-shore – Lisco Overseas e Miro Ltd. – eram usadas para enviar dinheiro para contas numeradas nos bancos JP Morgan e Citibank, em Nova York.
O passo seguinte era transferir o valor da transação para uma conta corrente em nome off-shore Naston Incorporation Ltd., com sede nas Ilhas Virgens Britânicas e que era controlada por dois doleiros: Claramunt (Toninho da Barcelona) e Alberto Youssef, o Beto, que durante anos operou para o xeique do Mensalão do PT, o finado deputado José Janene.
Da Naston, off-shore dos doleiros Claramunt e Youssef, os dólares ilegais do partido moralista seguiam para duas contas numeradas (60.356356086 e 60.356356199) do Trade Link Bank, instituição financeira internacional do agora liquidado Banco Rural no paraíso fiscal das Ilhas Cayman. De acordo com o doleiro Toninho da Barcelona, as duas contas eram gerenciadas por “duas distintas pessoas”: Felipe Belizario Wermusdit, de passaporte francês, e Felipe Belizario Wermus, de passaporte argentino. Ambas são Luis Favre, ex-marido de Marta Suplicy.
A conta operada pelo Belizario francês enviava dólares para o Trade Link Bank, enquanto a gerenciada pelo Belizario argentino enviava dinheiro para a conta Empire State Scorpus, no paraíso fiscal de Luxemburgo. A conta Empire State tinha uma subconta no Panamá, que passava pela offshore OBCH Ltda, cuja administração foi creditada a um cubano naturalizado panamenho de nome Aníbal Contreras, amigo do agora presidiário José Dirceu de Oliveira e Silva. Coincidência ou não, a empresa off-shore controladora do Hotel St. Peter, em Brasília, que ofereceu a José Dirceu um emprego de gerente administrativo com salário mensal de R$ 20 mil, tinha até a última semana um humilde panamenho como presidente.
De acordo com Barcelona, o PT trocava em média US$ 50 mil cada vez. As transações eram realizadas no gabinete do petista Devanir Ribeiro, à época vereador e homem de confiança de Lula. (amigo de Lula dos tempos do ABC, hoje deputado federal e autor da tese do terceiro mandato) e integram outro braço do esquema petista.
O doleiro afirmou que o partido mantinha, em espécie, grande quantidade de dólares, normalmente guardados em malas e cofres, e que eram trocados por reais de acordo com a necessidade. No início de 2002, declarou Barcelona, as trocas de dólares por reais eram esporádicas e aconteciam a cada duas semanas. Na metade do mesmo ano, as trocas de dólares alcançaram um ritmo acelerado. Tornaram-se diárias e chegavam a totalizar R$ 500 mil por semana.
Apesar de todo esse emaranhando de provas, que só não empurraram as investigações porque suspeita-se que Barcelona tenha feito um acordo com o PT, a tropa de choque do partido insiste em desqualificar o livro de Tuma e Tognolli, como se não existissem documentos capazes de mandar mais uma dúzia de “companheiros” para atrás das grades.
O PT costuma detonar aliados sem se preocupar com as consequências. Tuma resolveu abrir o baú e revelar o que sabe. A brincadeira está apenas começando e há detalhes não revelados que podem comprometer ainda mais a situação do partido que chegou ao Palácio do Planalto na esteira do discurso da moralidade, da ética e do combate à corrupção. Mas só discurso, como já sabem os brasileiros.
 
14 de janeiro de 2014
Ucho Haddad é Jornalista. Editor do Ucho.info